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sexta-feira, agosto 03, 2007

talk about the blind leading the blind

Das duas uma, ou há um conluio entre os analfabetos funcionais (assim tipo Sócrates, daqueles que nada sabem) do ministério da educação, os imbecis das "ciências" da educação e editoras de treta (tipo Porto Editora, Asa, Texto e afins), ou estas últimas aproveitam-se muito bem da inquestionável idiotice dos dois primeiros. Quem não está dentro do mundo das escolas não deve ter noção da quantidade de publicações inúteis feitas para responder a outras tantas inutulidades que o ministério vai criando.
A mais surreal de todas é uma coisa chamada "projecto curricular de turma", que ninguém sasbe explicar o que é e como funciona e para que serve. Diz a lenda que este pct (como lhe costumam chamar) serve para "adequar as competências e conteúdos das várias disciplinas e áreas curriculares (já explico o que é esta treta) de forma a evitar repetições e a criar uma interdisciplinaridade e bla bla bla". Perceberam? Pois. Na prática, o que esta gente pensou foi no seguinte. Se em História se fala de um determinado tema, por exemplo, Renascimento, esse tema deverá ser também abordado na Matemática, no Português, e etc até chegarmos à Educação Física. Isto, obviamente, sem pôr em causa os programas nacionais de cada disciplina. Parece-vos possível? A mim também não. É que não faz qualquer sentido... Voltando ao Renascimento (parafraseando o Black Adder, o Renascimento foi algo que aconteceu a outras pessoas, não à malta do ministério), História dá essa matéria no início do 8º ano. Vai "articular" com Português, que dá Camões no 9º e com Ciências que se fala do Copérnico no final do 8º (ou será no 7º?). Neste caso, a "sugestão" é alterar a ordem das planificações anuais. Algo que em História funciona muito bem, para clareza geral. Fala-se agora do Iluminismo, amanhã de Idade Média (para aproveitar, Ed. Física faz um jogos tradicionais tipo medievais e está articulado), depois porque não a II Guerra e por fim a Hominização (outra etapa que escapou à malta do ministério).
Outra invenção lunática da dupla ME e "cientistas" educacionais foi a área de projecto, acompanhada de formação cívica (FC), um nome pomposo para propaganda política e ambientalmente correcta, e estudo acompanhado (EA). A AP não é uma disciplina (já ouvi falar de actas devolvidas por a designarem assim), mas uma "área curricular não disciplinar". Na prática, é uma coisa inútil, onde os alunos são obrigados a fazer pesquisas inúteis sobre temas mais gastos que o joelho do Mantorras e tão interessantes e válidas como as opiniões políticas do josé saramago (ok, exagero da minha parte, os trabalhos valem um pouco mais que isso). Claro que pouca gente, de alunos a profs, encontra qualquer utilidade na coisa. Obviamente, os iluminados do ministério sabem mais do que toda a gente, e para proclamarem em apoteose o sucesso da AP lá a puseram no 12º ano e a contar para a média. Os colégios privados resolveram isso dando 20 a todos os alunos. Nas escolas públicas ainda há um certo pudor em fazer o mesmo, apesar do exemplo sócrates nos incentivar a passar todos os alunos, em nome da "igualdade de oportunidades" de que falou há pouco a sra ministra.
Ora, como ninguém se entende com o pct e não quer perder tempo com a AP e o EA e a FC, as editoras fizeram "publicações de apoio" do género desta:
"“Área de Projecto do 12.º ano” – Dossier do Professor
A publicação dirigida aos professores, para além de desenvolver as questões centrais relacionadas com esta área curricular, disponibiliza um conjunto de fichas dirigidas aos alunos, grelhas de observação, fichas de avaliação de várias situações de trabalho, mapas de registo das avaliações por período, etc. Parte significativa do dossier é dedicada às técnicas de investigação, tratamento da informação, apresentações, etc. Há uma secção dedicada ao registo diário das observações e registos do professor. A publicação apresenta-se dividida por quatro separadores (Área de Projecto, Módulo inicial, Avaliação, Registos) com espiral para uma fácil utilização. "
e desta:
"O Guia do Aluno não é um manual, como não poderia ser! As fichas que integra, os textos explicativos das técnicas a utilizar e outras rubricas libertam o professor e os alunos da tarefa de fotocopiar todos os materiais. Há uma parte da publicação constituída por fichas de registo dos diários de bordo. O Guia do Aluno - livro brochado - tem as páginas picotadas e furadas para poderem ser destacadas e inseridas no portefólio/dossier individual do projecto, ou entregues ao professor para avaliação."
E conclui a editora:
"As duas publicações, que são independentes mas complementares, têm um carácter eminentemente prático, enquadrando-se no espírito da Área de Projecto. Visam libertar o professor de tarefas que lhe tiram disponibilidade para investir na sua actividade central que é orientar os alunos no desenvolvimento dos projectos.
Até breve,
Centro de Apoio ao Professor
Porto Editora "

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