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sexta-feira, abril 30, 2010

OUTRA SOPA

Na continuação das sopas, hoje sugiro creme de courgette com caril. O aroma do caril no dia seguinte ainda é mais intenso. Não é para todos os palatos, mas arrisquem porque podem ficar devotos.
O QUE USEI:
- 3 courgettes médias
- 1 cebola grande
- 1 dente de alho
- 1 colher de sopa de azeite
- 1 colher de chá de caril em pó
- sal
COMO PREPAREI:
Na panela juntei o azeite, alho e cebola. Deixei quebrar. Acrescentei a courgette cortada em rodelas grossas. Deixei na panela fechada por cerca de 2 minutos. Juntei a água e deixei cozer em lume médio. Coloquei o sal e o caril e passei tudo com a varinha mágica. DELICIOSA!!!

quinta-feira, abril 29, 2010

CREME PERFUMADO COM GENGIBRE FRESCO

Todas as semanas faço cerca de quatro sopas diferentes. Gosto muito de as fazer, de imaginar diferentes combinações de ingredientes. Doce, salgado, acre... uma infinidade de combinações. Quando digo sopa, refiro-me essencialmente a cremes aveludados. Porque são os preferidos da L. e eu também aprecio mais essa consistência macia e sem obstáculos. O creme que hoje sugiro levou no final uma mão cheia de ervilhas, que deixei inteiras, mas que podem ser também trituradas. Chamo-lhe creme perfumado com gengibre porque gosto de usar ervas e/ ou especiarias na sopa. É aí que reside a diferença.

O QUE USEI:

- castanhas congeladas

- abóbora menina

- 1 pêra rocha grande

- 2 cenouras

- 1 cebola grande

- 2 dentes de alho

- ervilhas congeladas

- cerca de 5 cm de gengibre fresco

- azeite

- sal

COMO MISTUREI:

Comecei por colocar na panela o azeite com o alho e a cebola. Deixei quebrar um pouco e acrescentei a abóbora e as castanhas. 2 minutos depois, coloquei a cenoura, o gengibre e a pêra. Juntei água e deixei cozer em lume médio. Temperei com sal e passei a sopa com a varinha, até obter um creme macio e aveludado. Finalmente juntei uma mão cheia de ervilhas e deixei cozer cerca de 5 minutos. O gengibre perfuma de uma forma muito intensa e deixa a cozinha como um templo.

quarta-feira, abril 28, 2010

Um árbitro bem escolhido

Uma expulsão a favor e um golo em fora de jogo. Isto sim é preparar um jogo.

UM PEQUENO ALMOÇO

Com o calor destes dias primaveris começa a apetecer outro tipo de pequeno almoço que não o tradicional café com leite e torrada. Ainda que lá por casa faça questão de incluir fruta, sumo de laranja e iogurtes logo pela manhã, confesso que nunca dispenso uma torrada com manteiga salgada :)

Este batido de banana que hoje sugiro é a minha versão muito particular dos batidos de grandes cozinheiras que me inspiram. Usei banana bem madura congelada. É uma maneira simples e prática de aproveitar alguns alimentos. Detesto as bananas excessivamente maduras. Compro verdes, mas amadurecem facilmente. Quando passam do ponto (do meu), parto em metades e congelo. Depois, uso nos batidos e já não preciso do gelo. Resulta!

O QUE USEI (dá para 2 doses, para uma se for guloso):

- 1 banana congelada

- 1 colher de sopa de mel

- 1 colher de chá de café instantâneo

- 1 colher de chocolate em pó (boa qualidade)

- 1 iogurte natural

- meia chávena de leite

COMO PREPRARAR:

Basta juntar tudo no copo liquidificador.



Para quem gosta de tostas com queijo, esta é uma versão um bocadinho diferente. Mas se não fosse também não valia a pena, porque tostas mistas não têm segredos. Mais uma vez, é uma maneira de usar alimentos que já passaram aquele ponto. Aqui usei um muffin de laranja que já estava um bocadinho duro (eles são bons macios e moles, certo?)

O QUE USEI:

- 2 fatias de pão de forma (as melhores)

- queijo brie (muito ;)

-1 muffin de laranja esfarelado (ou outro qualquer)

- 1 colher de sopa de compota (de frutos do bosque)

COMO FIZ:

Estendi na fatia de pão uma camada de queijo, seguida do muffin esfarelado e outra de queijo. Cobri com a outra fatia de pão. Levei à prensa e depois coloquei a compota. Experimentem, inventem. É divertido!



terça-feira, abril 27, 2010

FETTUCCINE COM TOFU

Saí com a L. do ballet a correr. Ainda havia banho para dar, sopa a preparar e um segundo prato. Exigia-se um express. Pasta, claro!!!!

Para variar um pouco do peixe e da carne, usei como proteína o tofu. Claro que disse à L. que era queijo. Para não haver resistências ;)

O QUE USEI:

- massa fettuccine

- tofu

- metade de um pimento vermelho grande

- 1 cebola vermelha

- 2 dentes de alho

- 2 maças reinetas

- azeite

- sal

- 5 folhas de hortelã

COMO PREPAREI:

Cozi a massa segundo as indicações da embalagem (4 minutos para ficar al dente). Numa frigideira coloquei o azeite, a cebola cortada em meias luas e o alho esmagado. Deixei quebrar um pouco e acrescentei o o tofu cortado em quadrados e o pimento em tiras. Cozinhou cerca de 10 minutos em lume brando. Depois deitei as maças fatiadas mais 3 minutos. Finalmente salpiquei com hortelã bem picada. Juntei a massa escorrida mas bem húmida.

Soube-me pela vida!

segunda-feira, abril 26, 2010

SOPA E REIKI

Ontem foi dia de iniciação ao Reiki. E sinto que ainda não assimilei. Foi tudo muito intenso. Tinham-nos recomendado que fizessemos uma refeição leve antes de irmos para a sessão, sem carne (especialmente porco) e sem álcool.

Decidi por isso preparar uma Sopa de Miso e Algas para entrar no espírito ;) e depois de peixe galo grelhado com um arroz basmati, rematei a refeição com um pecado. Bolo de pêras e chocolate, só para mimar um pouco.



O QUE USEI (para 5 pessoas):
- 1.5l de água para demolhar as algas
- 3 colheres sopa de miso
- 1 cebola
- 1 embalagem de tofu
COMO PROCEDI:
Deixei as algas a demolhar na água cerca de 20 minutos. A água serviu posteriormente para a base da sopa. Depois de ferver, juntei a cebola cortada às rodelas e alguns minutos depois o tofu cortado em quadradinhos e as algas. Deixei cozer cerca de 10 minutos. Ao fim dos quais, desliguei o fogo. Retirei uma concha de caldo e desfiz nele o miso. Depois de bem dissolvido, incorporei-o na sopa e servi bem quente.
Para quem come a primeira vez, no início estranha-se, mas a cada colherada vai-se apreciando melhor.

O QUE USEI:
- 2 ovos
- 100 gr de açucar
- 125 gr de farinha
- 75 gr de cacau em pó
- 2 colheres de chá de fermento
- 1/4 colher de chá de bicabornato de sódio
- 2 colheres chá de essência de baunilha
- 1 lata de pêras em conserva com cerca de 800 gr.
COMO EXECUTEI:
Liguei o forno a 200º. Untei um tabuleiro cerâmico quadrado com cerca de 20 cm. Coloquei as pêras. Depois cobri com a mistura de todos os outros ingredientes que juntei no liquidificador. Levei ao forno cerca de 30 minutos. Deixei repousar no forno desligado cerca de um quarto de hora e servi bem morno. Pode ainda ser acompanhado de uma calda de chocolate quente e/ ou gelado. Mas achei que era demais para o que nos esperava mais tarde.




sexta-feira, abril 23, 2010

A "claque mais fria, cívica e passiva"


está bem visível neste vídeo da TVE. Uma categoria. E são recordados numa exposição sobre o hooliganismo no futebol, curiosamente em exibição na cidade de Barcelona. Presumo que por serem hospitaleiros ao ponto de oferecerem uma cabeça de leitão a um jogador visitante.

mensagem que circula entre os adeptos do Barcelona

«Sócios e adeptos
Depois de ano e meio a ver e a desfrutar em casa do melhor futebol do mundo, temos vivido em opulência e excesso. A equipa está agora encostada às cordas e toca-nos a todos, à claque mais fria, cívica e passiva, agradecer à equipa gerando um inferno em Camp Nou na próxima quarta-feira. Os que forem ao estádio devem chegar duas horas antes, vestidos a rigor e prontos para a festa, os que não podem devem decorar as suas varandas, janelas e montras. Barcelona e a Catalunha têm de ser blaugrana. Não basta sermos apenas espectadores, temos de incidir directamente sobre o jogo, afectar o rival, pressionar o árbitro e ajudar a equipa. Passaremos! Passa a mensagem. Com a ajuda de todos, o sonho de ganhar no Bernabéu é possível.»

PÃO RÚSTICO

Ontem, ao final da tarde, meti-me na cozinha com a L. É sempre diversão garantida. Com as panelas dela e as minhas. Fizemos duas fornadas de muffins. Uns de chocolate para ela levar para o infantário. Outros de laranja cá para casa. As receitas seguem outro dia. Surpreendentemente a ajuda dela é preciosa. Honestamente quase não participei. Só medi os ingredientes. Ela juntou tudo e depois coloquei no tabuleiro dos muffins.

No entretanto fiz um pão rústico. Não me deu qualquer trabalho. Foi seguir apenas as indicações da embalagem quanto aos tempos de levedura. Usei um preparado de farinha para pão, marca Avó Rosa, muito semelhante a esta mas mais económica. Resultou num pão de meio quilo, por 0.75 cêntimos. Económico! E na verdade só tive de juntar água com farinha e deixar levedar. Ao pequeno almoço torrado e com manteiga foi uma delícia.



quinta-feira, abril 22, 2010

SALADA DE RÚCULA SELVAGEM COM MOZARELLA DE BUFALA



Para hoje uma salada simples que não vos rouba mais que dez minutos. E com estes dias a ficarem mais quentes sabe mesmo bem. A L. e o G. gostaram muito.
O QUE USEI:
- rúcula selvagem
- 1 abacate
- 2 beterrabas cozidas
- 1 bola de mozarella de bufala
- azeite extra virgem
- sal das salinas da figueira

quarta-feira, abril 21, 2010

Messi joga até com cotovelos

"El lateral derecho brasileño del Inter Maicon perdió varios dientes después de ser golpeado por Messi en la ida de las semifinales de la Champions y deberá ser operado, según ha confirmado este miércoles su agente, Antonio Caliendo." (AS)

"No Camp Nou falamos"

ARROZ DE POLVO



Por sugestão da minha amiga R. fiz um prato com arroz dos Campos do Mondego. O Pato Real é proveniente de Alqueidão, concelho da Figueira da Foz. Para um arroz de polvo, nada melhor que o carolino.


O QUE UTILIZEI:


- 1 chávena arroz carolino Pato Real


- 1 polvo previamente cozido


- pimento vermelho


- 1 cebola


- 1 dente de alho


- 1 colher de café de pimentão vermelho


- 1 ramo de salsa


- 1 colher sopa de azeite




COMO PREPAREI:


Cozi o polvo no dia anterior, numa panela com uma cebola e sem água, para ficar bem tenro, cerca de 40 minutos em lume brando.


Numa caçarola coloquei o azeite, cebola e alho. Deixei quebrar e adicionei o polvo cortado um pedaços. Depois foi só acrescentar o arroz, o pimento em tiras, um pouco de pimentão em pó e a água. Nunca coloco sal quando cozinho polvo. E nunca precisa. Quando estáva quase a perder a água, juntei o ramo de salsa e desliguei o fogão. Apurou 5 minutos e depois para o prato que se faz tarde.

terça-feira, abril 20, 2010

Correu-lhes mal. Mas em camp nou escolhem outro que dê mais garantias

"Benquerença también se equivocó al no expulsar a Messi por golpear con el hombro a Maicón en el rostro en el minuto 66. El brasileño tuvo que abandonar el terreno de juego en camilla sangrando. Sí acertó en cambio al no señalar penalti en una caída de Dani Alves en el área del Inter ante Sneijder. El brasileño se tiró." (AS)
Para além da grande exibição dos italianos, a arbitragem do português Olegário Benquerença não escapou às críticas dos catalães: o terceiro golo da equipa de José Mourinho gerou polémica, com Milito a cabecear para a baliza em posição irregular. O Barça queixou-se ainda de duas decisões do juiz na área do Inter, com destaque para um derrube de Sneijder a Daniel Alves, nos minutos finais, que o árbitro considerou ter sido simulado pelo brasileiro.

E ainda só passaram 45 minutos

"El partido entre el Inter y el Barcelona comenzó con dos decisiones arbitrales muy controvertidas. El colegiado portugués Benquerença se inventó un fuera de juego de Diego Milito en el minuto 9, cuando el argentino, que había recibido el balón de Samuel Etoo en posición legal, se marchaba solo hacia Víctor Valdés.

Apenas dos minutos después, Etoo le robó limpiamente un balón a Keita que le dejaba en clara situación de gol. Sin embargo, Benquerença paró la jugada y decretó falta del camerunés, quien además vio tarjeta amarilla por desplazar el balón." (AS)

SOPA DE RISOTTO E ERVILHAS



Associo a sopa de arroz, tal como a canja de galinha, às constipações e gripes. Para recuperar as forças. Mas deixei esse "pré conceito" de lado e resolvi fazer uma sopa hiper rápida e rica para um jantar mais tardio.


Parece que é semelhante a uma que se faz por Veneza, a que chamam Risi e Bisi.




O QUE USEI:


- 1 caldo de legumes


- 150 gr de ervilhas congeladas


- 300 gr de risotto


- 2 colheres de sopa de queijo mozarella ralado




COMO FIZ:


Fervi a água com o caldo de legumes, juntei as ervilhas, o risotto e o queijo. Mexi e deixei cozer em lume muito brando aproximadamente 20 minutos.


Servi quentinho com parmesão ralado.


No outro dia, o arroz tinha absorvido quase todo o caldo. Não se pode deitar comida fora e por isso aproveitei e fiz uns bolinhos de arroz. Foi só juntar dois ovos, um pouco de farinha, sal e ervas. Envolver tudo e com a colher de gelado (muito prático) fazer pequenos bolas para dentro de uma frigideira com óleo muito quente. Ficaram muito macios, graças ao tipo de arroz.

segunda-feira, abril 19, 2010

JANTAR EXPRESS

Fazer um jantar apetitoso mas de forma express não é assim tão difícil. Não levei mais que vinte minutos. Mais uma vez inspirado nas receitas da Nigella, fiz perú com anchovas e pepino, acompanhados com arroz basmati e bróculos com molho de mostarda e alcaparras. Fujo um pouco dos molhos pelos condimentos e calorias, mas a mostarda é uma boa solução, porque muito pobre em gorduras. As alcaparras são muito intensas e nem sempre apreciadas. Eu gosto moderadamente. O mesmo se passa com as anchovas, muito salgadas, têm de se usar com equilíbrio. Mais simples que arroz basmati não conheço. Basta colocar a àgua a ferver e deixar o dito a cozer por dez minutos.
O QUE USEI (para o perú):
- bifes de perú
- 5 filetes anchovas
- uma colher de azeite
- 4 pepinos pequenos de conserva
- tomilho fresco
- sal
- 1 cálice de vinho do Porto
COMO PREPAREI:
Numa frigideira coloquei o azeite com as anchovas até estas se desfazerem. Passei os bifes de ambos os lado por cerca de 5 minutos. Retirei-os para um prato aquecido e juntei ao molho, os pepinos finamente cortados e o vinho. Deixei levantar fervura até reduzir um pouco e finalmente juntei as folhas de tomilho. Coloquei de imediato sobre os bifes e servi com o arroz previamente cozido e os bróculos que cozi no vapor. Aos bróculos juntei o seguinte molho.
MOLHO DE MOSTARDA E ALCAPARRAS:
- 1 colher sopa manteiga
- 2 colheres sopa mostarda Dijon
- 2 colheres de sopa de alcaparras
Juntar tudo numa caçarola. Deixar levantar fervura até reduzir e escorrer sobre os bróculos.
Vinte minutos? Menos!

sábado, abril 17, 2010

A pedido do nosso Psi, organizador da actividade, eis o cartaz deste ano.



"(...)
I'm down to a whisper
In a daydream on a hill
Shut down to a whisper
Can you hear me still

Eager to please,
Trying to be what they need
But I'm so very tired
I've stopped trying to find
Any peace in my mind
Because it tangles the wires
(...)"

A Fine Frenzy, Whisper

quinta-feira, abril 15, 2010

TARTE DE AMORAS E MAÇÃS

Esta tarte foi feita pela M. com amoras da Amoreira (aldeia) que tinha guardadas no congelador para usar fora de época e maçãs reinetas. O Jamie Oliver tem uma tarte semelhante que também já experimentei e é igualmente boa. O que acho mais fantástico em ambas as receitas é a facilidade de todo o processo e o tempo gasto. Pouco, muito pouco :)

O QUE USAR:

- amoras

- maçãs reinetas

- açúcar amarelo

- base de massa quebrada

- 1 gema

COMO FAZER:

Basta cortar as maçãs e juntar com as amoras e um pouco de açúcar (muito pouco porque a fruta já tem o suficiente), só para quebrar ligeiramente a acidez das frutas. Forrar uma tarteira com a massa quebrada. Colocar a fruta e usar mais massa disposta em tiras e passar gema com um pincel. A versão do Jamie é toda tapada, com apenas alguns furos para não rebentar.

Levar ao forno forte até cozer. Depois, comer ainda quente com uma bola de gelado, ou deixar arrefecer e acompanhar com um chá inebriante.


quarta-feira, abril 14, 2010

3 VERSÕES DE AGRIÕES



Gosto muito de agriões, embora saiba que nem sempre é muito seguro comê-los, mas têm imensas propriedades benéficas. Confio nos que compro já lavados e embalados no "sítio do costume".
Hoje deixo três sugestões com este vegetal de baixas calorias ;)
Começo pela sopa e depois duas saladas leves, onde incluo fruta que me sabe sempre melhor do que comida individualmente.
O QUE USEI:
- 2 mãos cheias de agriões
- 1 frasco de grão de bico cozido
- 1 cebola média
- 1 dente de alho
- 1 cenoura
- sal
- 1 colher sopa de zeite
- 1 ramo de hortelã
COMO TRANSFORMEI:
Numa panela média coloquei o azeite, a cebola grosseiramente cortada e o alho. Deixei quebrar um pouco e de seguida juntei todos os outros produtos, lavados e cortados. Acrescentei água. Deixei cozer bem, temperei com sal e passei com a varinha mágica. E voilá! Um creme macio e saboroso que serve de refeição ligeira, graças às proteínas do grão de bico.

Esta salada serviu de entrada para um dos meus almoços. Fiz quantidade suficiente para duas pessoas e comi tudo sozinha. Quase não sobrava espaço para o prato principal!

O QUE USEI:

- 2 mãos cheias de agriões

- 1 beterraba grande cozida

- 6 rabanetes

- 2 pêras rocha pequenas e rijas

- sal das salinas da figueira

- azeite extra-virgem de trás-os-montes




A última salada acompanhou uma omeleta.

O QUE USEI (na omeleta):
- 3 ovos
- 4 cogumelos
- 4 filetes de anchovas
- queijo mozarella
- folhas de aipo
- sal

O QUE USEI (na salada):
- 1 mão cheia de agriões
- 1 beterraba pequena cozida
- 1 laranja
- azeite extra virgem de trás-os-montes
- sal das salinas da figueira
- vinagre balsámico

terça-feira, abril 13, 2010

AINDA DOS JANTARES DE FIM-DE-SEMANA

A finalizar o jantar de sexta em casa da M. houve chá de jasmim com os muffins de gengibre e pêra que fiz na noite anterior. Retirei do livro da Nigella com pequenas alterações. Corto sempre no açucar...

O QUE USEI:

- 250gr. farinha

- 2 colheres chá fermento

- 100gr. açucar refinado

- 50gr. açucar amarelo

- 1 colher de chá de gengibre fresco ralado

- 125ml óleo vegetal

- 2 colheres de sopa de manteiga derretida

- 1 chávena leite meio gordo

- 2 ovos grandes

- 3 pêras rocha pequenas e maduras


COMO JUNTEI:
Comecei por ligar o forno a 200º graus e forrar com formas de papel o tabuleiro do muffins.
Numa taça coloquei os açucares, a farinha, fermento e gengibre.
Noutra taça juntei os ovos, com a manteiga, o óleo e o leite. Mexi bem e envolvi nos sólidos. Finalmente cortei a pêra em pequenos pedaços e envolvi tudo. Coloquei nas formas e polvilhei com um pouco do açucar amarelo cada um dos queques.
Em 20 minutos estão cozidos.
Segundo a Nigella, são óptimos mornos ao pequeno almoço. Mas frios comem-se muito bem, sobretudo com o chá de jasmim.

No sábado, o jantar foi cá em casa.

Preparei uma salada para abrir a refeição, aproveitando os ovos que já tinha cozido anteriormente. Depois foi só ir à despensa e à gaveta do frigorífico e não recear as misturas.
O QUE USEI:
- 6 ovos cozidos
- uma lata de bom atúm em azeite
- 6 filetes de anchovas
- 2 tomates sem sementes
- uma courgette cortada em fatias e grelhada
- azeite extra virgem
- sal
- tomilho fresco


Para prato principal fiz uma pasta com linguine, gambas e tomate seco. Uma pasta cá em casa é sempre sucesso garantido!

O QUE USEI: (para 4 adultos e 2 crianças)

- um pacote de linguini de espinafres e tomilho

- gambas descascadas

-1 frasco de tomate seco em azeite

- salsa finamente picada

- sal

COMO PROCEDI:

Enquanto cozi o linguini em água abundante segundo as instruções da embalagem, salteei numa caçarola as gambas limpas e valadas, juntamente com o tomate e aproveitando o azeite do frasco. Temperei com um pouco de sal. Depois de escorrido, envolvi o linguini na caçarola, juntei um pouco da água da cozedura e passei para um prato de servir. Salpiquei com bastante salsa picada e tapei, pois não há nada mais desagradável do que uma massa morna, morninha. Gosto dela bem quente, ou então totalmente fria, como salada.

Para rematar a refeição, e não tendo preparado um doce, resolvi salvar-me com o que havia lá em casa e nas ideias de quem me inspira! Assim, foi muito fácil e agradei a todos, sem cometer o pecado do excesso :)

O QUE USEI:

- 2 maças bem grandes, lavadas e fatiadas com a casca (e até as sementes)

- 4 fatias de pão de forma cortado em corações com as forminhas de bolachas

- manteiga

- canela

COMO TRANSFORMEI FRUTA E PÃO NUMA SOBREMESA:

Numa frigideira derreti um pouco de manteiga. Salteei as maças com um pouco de canela até ficarem moles e douradinhas. Retirei para uma travessa e coloquei mais um pouco de manteiga, onde torrei os corações de pão. Servi polvilhado de canela. Não sobrou nada!



segunda-feira, abril 12, 2010

JANTAR NIVELADORES





A M. juntou alguns "niveladores" num jantar de sexta à noite a cheirar a Primavera. Pelo ambiente, pela conversa, pelas flores e comida.


A ementa ficou a cargo da anfitriã (um belo pudim de peixe e camarão - ESPERAMOS A RECEITA) mas eu preparei uma pequena entrada e mais muffins para o costumeiro chá de jasmim com que se terminam as refeições em casa da M. O P. conhce o hábito e desta vez levou ele um saquinho deste maravilhoso chá. Também se encarregou do vinho. A escolha foi acertada. Um branco verde, muito leve e perfumado.


Fiz Húmus para barrar em tostas. O nome deste preparado não é muito bonito, mas é assim designado pelo ingleses. Não sei bem porquê. Eles costumam fazer esta pasta para acompanhar cordeiro, mas não só. Serve igualmente de entrada, de canapé e snack. É muito simples:

O QUE USEI:

- 1 lata de grão de bico cozido


- meio frasco de pimentos em calda


- 2 colheres de sopa bem cheias de queijo creme


- pimentão doce a gosto


- sal


- 1 colher de bom azeite


- tomilho fresco (na falta de cominhos secos)


COMO TRANSFORMEI:

Juntar tudo e passar com a varinha mágica. É magia!

Do chá com mauffins falo depois.

MUFFINS


Não sou doceira. Nem tenho grande apetência por cozinhar doces. Mas os muffins são um caso diferente. São fáceis de fazer e uma delícia para acompanhar um chá ao lanche ou no final da noite. Então com o tabuleiro de formas tudo se torna mais simples e rápido. Deixo duas sugestões que fiz nos últimos dias.


MUFFINS DE BANANA E CHOCOLATE (12 unidades)

O QUE USEI:

- 300gr de farinha

- 150gr de açúcar

- 100gr de manteiga

- 2 colheres de chá de fermento em pó

- 1 ovo

- 175ml de leite

- 2 bananas grandes

- 100gr de chocolate partido em pedaços


COMO JUNTEI TUDO:

Liguei o forno a 200ºC e untei muito bem AS 12 formas para muffins. Esmaguei as bananas, depois misturei a farinha com o açúcar e o fermento e noutra taça o ovo batido, a manteiga derretida e o leite.Juntei os líquidos aos sólidos e misturei bem. Logo depois as bananas esmagadas e o chocolate em pedaços.Enchi quase até cima cada uma das formas de muffins e levei ao forno até estarem cozinhados, cerca de 20 a 30 minutos.Deixei arrefecer e desenformei. Consegui fazê-los durante a hora de almoço e levei para o lanche de colegas (seleccionados ;)

Ao final da tarde resolvi fazer mais uma fornada, desta vez para mandar para casa da mãe e da mana. Afinal iam passar o dia a cuidar das minhas meninas. Era obrigatório um mimo.



MUFFINS DE CENOURA E COBERTURA DE CHOCOLATE
O QUE USEI PARA 12 MUFFINS:

- ½ chávena de açúcar


- 2 ovos


- 1 chávena de óleo vegetal


- 1 + ½ chávena de farinha


- 2 cenouras grandes cozidas


- 2 colheres (chá) de fermento


- 1 pitada de sal



- tablete de chocolate de culinária
- um pouco de leite

COMO JUNTEI TUDO:


Numa taça misturei a farinha, o fermento e o sal. Numa outra, coloquei o óleo vegetal, o açúcar, os ovos inteiros e a cenoura cozida. Bati com a batedeira eléctrica durante uns 2 minutos. Juntei a esta mistura os ingredientes secos e mexi bem. Coloquei a massa nas forminhas untadas com manteiga e polvilhadas com farinha. Levei ao forno a 180º (que já tinha ligado no início de todo o processo) durante 20 minutos.
Quando acabaram de cozer, retirei das formas e deixei arrefecer.
Entretanto derreti o chocolate com um pouco de leite e em metade deles deixei escorrer o chocolate para uma cobertura generosa. Para tarados por chocolate como eu, são uma verdadeira tentação.

domingo, abril 11, 2010

Palavras para quê!!!!!


Manuel Pellegrini «O Barcelona não pressionou muito, mas estivemos ansioso e acelerados. Era importante marcar o primeiro golo, mas foram eles que marcaram. Fomos batidos por uma equipa que actualmente nos é superior».

Messi «Como sempre, voltamos a demonstrar que na actualidade, se quisermos, somos superiores a qualquer equipa. Mas é preciso demonstrá-lo no campo, como fizemos esta noite. Foi um jogo equilibrado, com muito respeito de parte a parte, e ganhámos porque aproveitámos melhor as oportunidades».

Bota de Ouro: Messi ultrapassou Rooney com o golo no Bernabéu
Argentino já marcou quarenta golos esta temporada, 27 na liga espanhola.

sexta-feira, abril 09, 2010

PIZZA


Adoro Pizza! Não gosto das congeladas, semi-preparadas e afins. Também não sou amante das provenientes do fast-food. Gosto das que como aqui e gosto muito das que faço em casa.


Confesso que 99% das vezes uso bases já preparadas. As congeladas, quando é apenas para uma pessoa, ou mais frequentemente as massas frescas que são óptimas e uma ajuda a encurtar o tempo de preparação. Quando há tempo, preparo o molho de tomate para a base, mas gosto muito do molho de tomate e basílico do "sítio do costume" e não tenho pudor em usar esse preparado. A vida não se compadece... Quanto ao queijo, mozarella, claro, mas nem sempre o ralado. Uso o de bufala que dá um toque diferente. Sempre temperei com oregãos. Que monotonia! Desta vez, inspirei-me no Jamie, fanático por ervas aromáticas, que aconselha o tomilho. Fantástico!!!!!!!




O QUE USEI:


- base de pizza congelada


- 2 tomates de rama bem maduros sem sementes


- cogumelos pleurotus em fatias finas


- azeite extra-virgem


- sal (das marinahs da figueira)


- tomilho (do quintal da zira)


- uma bola de mozarella de bufala em pedaços




COMO EXECUTEI:


Liguei o forno a 200 e na opção pizza.


No meu almofariz coloquei um pouco de sal, uma colher de azeite, o tomilho ripado e o tomate limpo e partido em pedaço. Esmaguei até obter uma pasta. Cobri a base com esta pasta e dispus por cima as tiras de cogumelos. Em relação aos cogumelos, uma dica importante: nunca devem ser lavados porque absorvem toda a água. São muito esponjosos e depois libertam essa água. Devem ser limpos com um pincel de cozinha ou com toalha de papel, e os caules cortados nas pontas. Isto aplica-se a todas as utilizações que se faz com este produto fresco.


Levei ao forno por cerca de 10 minutos. Finalmente coloquei o mazarella em pedaços de forma uniforme e deixei derreter até obter um tom ligeiramente dourado.


De facto, o sabor foi uma surpresa. Habituamo-nos muito rapidamente à rotina e fugir dela pode ser maravilhoso. Oregãos na pizza? Nem sempre, nem nunca!

so true, and this isn't even America

quinta-feira, abril 08, 2010

*
Por isso é que o primeiro-ministro tem tanto horror a que falem das suas "conversas privadas".

SOBRAS


Não sou pessoa de passar só com uma sopa ou uma bela sandocha. Não! Cozinho todos os dias o almoço SÓ PARA MIM!. Há quem veja isso como um disparate. Mas é uma das melhores horas do meu dia. Sozinha, no silêncio da minha casa, com uma luz intensa a rasgar a cozinha, aproveito a hora e meia que tenho de almoço para confeccionar e me deleitar, depois, a comer na sala, enquanto passo os olhos por mais um episódio do Sexo e a Cidade, a Juíza, ou quando não estou vulnerável, um Anatomia de Grey.

Mas dias há em que me sobrou qualquer coisa do jantar e eu aproveito, ou faço já a mais para nova receita. Foi o que aconteceu desta vez. Do "caldo de fusão" guardei galinha grelhada e cozi macarronetes para posterior utilização. E o resultado foi uma salada de legumes, galinha e massa muito equilibrada. Fiz assim:


CONTEÚDO:

- galinha grelhada em lascas

- macarronete cozido

- agrião (lavado e ensacado) do "sítio do costume"

- beterraba cozida cortada em pedaços

- azeite de trás-os-montes (que o paizinho oferece)



PREPARAÇÃO:

Juntei tudo numa taça, temperei muito bem com o azeite e o sal.


Depois foi o deleite.

Vim trabalhar muito mais confortada e de barriguinha cheia, que eu não sou de passar fome :)

REGRESSO?


Amigos niveladores


Esta é uma tentativa de regresso ao blog dos niveladores. Vamos ver se consigo alguma regularidade. Desta vez deixo de lado as sugestões literárias, cinematográficas e exposições. Vou dedicar-me antes a algo que também me seduz: a comida.

Gosto de cozinhar, como todos vocês já sabem. Adoro programas de culinária, sobretudo os do Jamie e também da Nigella. Inspiram-me!

É isso que me proponho fazer. Apresentar as minhas versões das receitas que lhes vou conhecendo. E as minhas "criações"... (cof cof)


Começo por um "caldo de fusão", assim denominado pelo Jamie. Não fui fiel à receita dele, mas considero que ficou muito agradável e com um sabor diferente do que estamos habituados na cozinha mediterrânica.

Cá vai:


O que utilizei:

- um pedaço de galinha da criação da nelinha (sem gorduras)

- meia saca de legumes preparadas para comida chinesa

- macarronetes

- gengibre fresco

- alho

- molho de soja

- salsa do quintal da zira

- sumo de lima

- sal das marinhas da figueira


Como preparei:

Desossei o melhor que pude a galinha. Ficou um osso com pedacinhos de carne e alguns ovinhos. Coloquei numa panela a cozer com água, sal, alho esmagado e gengibre em lascas bem finas. Não coloquei tampa na panela, antes uma das minhas panelas de bambú com a mistura de legumes chineses para amaciarem com o vapor. Mas podem cozê-los no caldo (pouco tempo, para não desfazer). Entretanto fui grelhando os bocados das galinha, sem qualquer adição de gordura. Depois deixei arrefecer e fatiei em lascas estreitas e curtas. Em simultâneo deixei a cozer o macarronete em água com sal.


Como finalizei:

Numa taça funda individual coloquei em camadas o macarronete, seguido dos legumes e depois o frango. Coei o caldo da cozedura do osso e aparas por cima. Finalmente coloquei a salsa picada grosseiramente na minha meia lua, sumo de lima e um pouco de molho de soja.


Degustei com imenso agrado. É refrescante e foi o melhor rescaldo para os excessos da Páscoa!

Experimentem. (ou fica para um jantar lá em casa. faço eu;)

"génio, perfeito, mágico e rei"

Só conheci um até hoje. Este:



O resto são malabaristas. Divertem, mas é só.

quarta-feira, abril 07, 2010

terça-feira, abril 06, 2010

O melhor golo da época 2009/10 - FALCÃO

Yundi Li Performance




Eu e a Sandra tivemos o prazer de assistir na Casa da Música a um concerto de piano executado por um dos melhores pianistas do Mundo da actualidade. Está no meu top 3 :)Eis uma das peças a que assistimos: "La Campanella". Espero que gostem!!!!

segunda-feira, abril 05, 2010

domingo, abril 04, 2010

é preciso ter lata



*

Pois não. Quem pensaria em tal coisa? Só porque decidiu o jogo marcando três penaltis fantasma a favor do braga, um deles quando já passava da hora (recordemos que o Paciência reclamou por ter sofrido um golo do slb "15 segundos depois da hora")? Há por aí tantos mal-intencionados...

dragão de ouro e sócio do ano

Se é verdade, e a avaliar pela triste figura, ou alguém no fcp anda muito distraído ou os outros sócios são todos regulares nas consultas do Magalhães Lemos.

"Anamika"


*


"... ela era simplesmente encantadora como uma flor é encantadora, suave, com pétalas, olhos de abelha, lábios rosados, sempre à beira de soltar uma risada borbulhante, como uma pomba, um sorriso adorável, e tinha uma índole boa que era quase uma auréola. Onde ela estivesse havia paz, satisfação, bem-estar. (...)
Nunca se deixava levar para um campo nem para outro; conseguia este equilíbrio deixando-se simplesmente ficar no centro, para que todos viessem ter com ela, atraídos por ela como as abelhas por uma flor de lótus. Um lótus com a sua beleza profunda, cremosa, pacífica - era o que ela era. Ou uma pérola, suave e luminosa.
(...)
Então por que razão terá tudo mudado no momento em que o triunfo deveria ter atingido o seu apogeu? Por que terá a boa sorte mudado de rumo e mergulhado de forma tão chocante? (...)
Uma, Aruna e todas as outras primas juntaram-se para verem o tal partido quando chegou, já na qualidade de noivo, ao casamento e quase fugiram de susto ao vê-lo. Era tão mais velho do que Anamika, com uma expressão tão sinistra e tão convencido da sua superioridade em relação a todos os presentes! (...) As crianças perceberam isso imediatamente: naquele casamento não ia haver piadas do noivo, nem ele iria dar-lhes pequenas prendas e subornos. Aliás, quase não deu por elas; parecia nem sequer ter dado por Anamika. As crianças também perceberam isso - que ela estava a casar com a única pessoa absolutamente impenetrável à beleza, graça e distinção de Anamika. Estava demasiado ocupado em manter a sua superioridade. (...) As crianças contorciam-se para conseguirem ver para onde é que ele estaria a olhar: haveria algum espelho pendurado um pouco acima da cabeça da noiva onde ele estivesse a ver-se?
Sim, de certa maneira havia: era o rosto da mãe, com um nariz rão pontiagudo e uma expressão tão sinistra como a dele (...). Anamika era apenas um intruso, alguém que tinha sido trazido porque era costume e porque, ao casar com ele, aumentaria a sua superioridade em relação aos outros homens. Por isso, tinham de a suportar.
Só que eles não a suportavam. (...) Anamika tinha sido espancada, era frequentemente agredida pela sogra, com a concordância do marido (...). Anamika passava todo o tempo na cozinha (...). Anamika comia os restos das panelas antes de as arear (...). Quando Anamika não estava a lavar loiça ou a cozinhar, estava no quarto da sogra a massajar os pés da senhora ou a dobrar e a limpar-lhe a roupa. Nunca saía de casa, excepto para ir ao templo com as outras mulheres. Não saíra de casa uma única vez com o marido. (...)
Depois chegou a notícia de que Anamika tinha ido para o hospital. Dizia-se que tinha abortado em casa depois de levar uma tareia. Dizia-se também que não podia ter mais filhos. Agora Anamika era imperfeita, era uma mercadoria com defeito.
(...)
Disseram-lhes que Anamika se tinha levantado da cama às 4 da manhã, apenas um pouco mais cedo do que costumava levantar-se, para ir receber o leite que o leiteiro vinha entregar à porta da cozinha. Se alguém a ouviu, não pensou em nada em especial por ela andar pela casa àquela hora, era normal. O que ela fez a seguir não era normal. (...)
Às 5 da manhã a sogra acordou e ouviu um gemido. Tinha ouvido uma lata a cair e pensou que era um cão vadio a vasculhar o lixo à porta da cozinha. No entanto, os gemidos fizeram-na levantar e ir à cozinha ver o que se passava. Viu através das tábuas da porta pequenas chamas a tremeluzirem na varanda. Foi lá fora e descobriu Anamika, carbonizada, a morrer.
Foi o que ela disse. À polícia. À família de Anamika.
O que alguns vizinhos disseram foi que ela, talvez de conluio com o filho, tinha arrastado Anamika para a varanda àquela hora, em que ainda estava escuro (...) e a tinha amarrado com um sari de nylon, regado com querosene e lhe tinha deitado fogo.
O que o marido disse foi que estava em viagem e que só voltou nessa tarde, quando soube da notícia. (...)
O que a família de Anamika disse foi que tinha sido uma fatalidade, que Deus assim quisera e era aquele o destino de Anamika.
Uma não disse nada."


Anita Desai, O Jejum e a Festa, Gradiva
(A Booker Prize Finalist - 1999)
*Amrita Rao

sábado, abril 03, 2010

Grande novidade

"Qualificação média dos patrões em Portugal é bastante inferior à dos trabalhadores."
*
Se o primeiro-ministro tem a formação que (não) tem; se os directores das escolas são, em regra, não licenciados e semi-analfabetos; se a directora da dren não sabe escrever um simples texto em português correcto; se os cargos de alta administração são de nomeação partidária; que esperavam?

Beco - um conto

Anoitece na vilória, igual a tantas outras: uma rua que a atravessa a meio, duas ou três perpendiculares e dúzia e meia de becos sujos, com despejos e restos de galinheiros e hortas mal cuidadas; um semáforo a meio da rua principal, uma escola, um quartel da GNR, uma papelaria, uma caixa geral, uma igreja e cafés, muitos cafés, alguns lembrando tascas e tabernas, outros repletos do alumínio da asae. Anoitece na vilória, que só se distingue das outras pelo nome, e o silêncio ocupa as ruas, sob um luar difuso e a sombra das montanhas. Os postes de iluminação acendem-se e as pessoas parecem fugir deles, refugiando-se em casa. As noites têm em si uma carga de terror: que se passará dentro de todas aquelas paredes, escondido dos olhares de todos? Algumas janelas brilham, tal como as vitrines dos cafés e dos restaurantes. Atrás do balcão, de cabeça levantada para a televisão, o dono do café aguarda por clientes que, em casa, terminam a refeição antes de deixarem as mulheres presas à louça e à telenovela, os filhos ocupados com os telemóveis, os portáteis ou os trabalhos de casa, e partirem para o último café do dia. Ou o último copo de vinho. Ou a última cerveja. Ou a última conversa. Num desses estabelecimentos, meio café, meio restaurante, de balcão seboso e copos riscados do uso, um grupo de homens junta-se para passar a noite. O silêncio da rua é interrompido pelas suas gargalhadas, pelo ruído das suas vozes entrelaçando-se, lutando umas com as outras, e pelo tinir do vidro das garrafas nas beiras dos copos. Nesse grupo estão dois homens, um chamado Alberto, o outro chamado Carlos, Maria. A noite alonga-se, entre jogos de cartas e dominó, entre apostas e conversas brejeiras sobre a anatomia das mulheres conhecidas por todos. Atrás, o dono do café, mudando as garrafas vazias por outras acabadas de abrir, ri-se e acrescenta algo da sua lavra. Com tudo isto é meia-noite, uma da manhã, depois duas da manhã. E nessa altura a porta do café abre-se para deixar sair os homens, cambaleando uns, tropeçando outros, todos falando alto, de chaves do carro na mão. Em pouco tempo, três ou quatro carros se afastam, deixando a rua novamente em silêncio. O dono do café é o último a sair. Fecha a porta, entra no seu carro e vai para casa. A rua mergulha novamente no silêncio habitual. Só de um dos becos chega um murmúrio aos ouvidos mais atentos. É nesse beco que Alberto e Carlos, Maria, se encontram, calças em baixo, o primeiro atrás do segundo - daí o Maria da sua alcunha - procurando tirar da cabeça a anatomia feminina que as aparências os obrigam a elogiar. É nesse beco que os dois são o que são e fazem o que fazem. Fora desse beco, coitados, não são ninguém.

sexta-feira, abril 02, 2010

strange fruit

Strange Fruit



Southern trees bear strange fruit,
Blood on the leaves and blood at the root,
Black body swinging in the Southern breeze,
Strange fruit hanging from the poplar trees.
Pastoral scene of the gallant South,
The bulging eyes and the twisted mouth,
Scent of magnolia sweet and fresh,
Then the sudden smell of burning flesh!
Here is fruit for the crows to pluck,
For the rain to gather, for the wind to suck,
For the sun to rot, for the trees to drop,
Here is a strange and bitter crop.
(Abel Meeropol - 1936)