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quinta-feira, julho 26, 2007

Nem mais

"Quem tem obsessões com a Madeira — que indiciam já um aspecto doentio —, quem está doente, trata-se".
(A. João Jardim, sobre o "engenheiro" Sócrates, citado pelo Público)
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Não posso deixar de concordar com Jardim. Ontem no editorial do Metro comparava-se o "engenheiro" Sócrates com Salazar, a propósito das manifestações "espontâneas" de idosos do norte do país na festa lisboeta do partido e da vergonhosa encenação com crianças pagas a €30 euros por cabeça e actores fazendo-se passar por professores, só para vender a mentira do sucesso do choque tecnológico. "Engenheiro" de almas, dizia-se dos líderes soviéticos, "engenheiro" ou farsante? A ditadura, diz-se, é o regime da mentira. Daí também a comparação com o salazarismo. Porém, as comparações com o presidente do conselho limitam-se aos defeitos: o autoritarismo, a prepotência, a prática da censura aos seus críticos (basta ver o caso Charrua). É que Salazar não se fazia passar por quem não era, todos sabíamos que ele era anti-democrático, anti-comunista, defensor de um regime autoritário de partido único e efectivamente licenciado numa Universidade respeitável e de confiança.

quinta-feira, julho 19, 2007

Crimes do Acordeão


Descobri Annie Proulx quando vi o dvd do Shipping News. Gostei tanto do filme que tentei perceber quem teria escrito aquele enredo. Mas o livro ainda não havia sido traduzido em Portugal. Ninguém reparou no filme, ainda menos na obra que estáva na sua origem. Mas eis que surge o filme, para mim cansativo e pouco sedutor que foi O Segredo de Brokeback Mountain, baseado num conto da mesma autora. Nada melhor do que falar da homossexualidade para despertar alguma curiosidade nas pessoas. Assim, Annie Proulx passou a ser um nome conhecido por estas paragens. O que arrastou a tradução de mais obras suas, nomeadamente o referido Shipping News. Feliz da vida recebi o livro de presente e voltei a mergulhar no ambiente que tão bem foi retratado no filme.
Agora debato-me com Crimes do Acordeão. Debato-me não será o melhor termo, mas dada a complexidade da escrita desta senhora, a sua leitura torna-se quase uma luta. A primeira impressão que tenho do livro, agora que vou a cerca de metade, é que parece uma corrida de estafetas. Em que a estafeta é um acordeão. O livro está dividido em oito capítulos que mais não são do que oito contos, unicamente ligados pelo mesmo acordeão. É um jogo, um jogo para contar um século de história americana e dos emigrantes que a contruíram. Mexicanos, italianos, irlandeses, canadianos...

No jardim ou na praia, têm-me acompanhado este tijolo com mais de 450 páginas. É uma bela companhia :) daí a recomendação.

terça-feira, julho 17, 2007

No comments

Dirigente do Bétis: «Comprámos o Ricardo, ídolo do Porto, por 4 milhões»

domingo, julho 15, 2007

O casamento dá votos?

Sondagem e reportagem do Telegraph, que revela a importância que o casamento (ainda) tem entre os britânicos (sobretudo para os mais velhos - se 80% destes consideram o casamento "very important", as percentagens descem para metade nas gerações entre os 18 e os 34, o que não surpreende). A sondagem, por outro lado, mostra também a indecisão dos britts quanto à forma como o Estado poderá interferir nessa forma de união.

Até que enfim

Ao "arrogante" e "opinativa" eu acrescentaria o "cínica" e o "tendenciosa" e a frase estaria perfeita. O prós e prós (nome que retrataria melhor a essência do programa) tresanda a propaganda governamental disfarçada de debate. Basta recordar o fantástico "debate" (chamemos-lhe assim) sobre educação com a ministra e os seus amigos bajuladores.
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A propósito de ministra. A senhora ficou ultimamente numa situação complicada. Que fazer com a questão dos exames nacionais? Fazê-los com um grau elevado de exigência, obter maus resultados e poder com isso culpar os profs? O problema é que se arriscaria a perder o apoio dos representantes dos encarregados de educação (não confundir com os verdadeiros encarregados de educação). Não querendo correr o risco, a solução foi fazer a coisa bem fácil para agradar aos papás e estimular as estatísticas. Pena é que os sindicatos não tenham aproveitado para dar os parabéns ao excelente trabalho dos professores que tão bem prepararam tantas crianças e adolescentes para os exames e criticar a ministra por conscientemente agir de má fé contra eles. Seria um exercício de cinismo justo e certeiro, tendo em conta a criatura que visavam atingir.
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Questiona-se o porquê de as notas terem subido nos exames de mat do 12º ano e terem sido "catastróficas" nos exames do 9º ano. As explicações são muito simples:
a) O exame de 12º ano era uma treta fácil (embora não fosse tão básico como o de português de 9º ano, seguramente pensado para ser resolvido pelo pseudo-eng. sócrates);
b) Os alunos do 12º ano precisam da nota para terminar o secundário e entrar na universidade , (e sobretudo em medicina, curso em que a matemática, não se percebe porquê, é exigida como prova de ingresso);
c) Os alunos de 9º ano que sabiam que podiam passar de ano sem precisarem da positiva de matemática pura e simplesmente não estudaram para o dito exame. Ou porque já traziam a negativa (1 ou 2) na nota de frequência de 9º ano e nunca a subiriam com o exame (precisavam de tirar 4), ou porque já tinham a positiva garantida com a nota de frequência (3 a 5), e mesmo que baixassem passariam de ano. Muitos dos meus alunos, que são malta relaxada e pragmática, disseram-me directamente que não iriam estudar para o exame porque "não valia a pena". Confesso que concordo com eles. De que vale esforçar-se para fazer um exame que nada muda e para nada conta a não ser para as estatísticas idiotas do ministério e para encher mais umas notícias nos jornais?
Depois de mais esta notícia, aguardam-se novas lágrimas de crocodilo do auto-intitulado engenheiro sócrates. Num país civilizado, há muito que a manada que compõe o ministério da educação estaria no local apropriado. Por aqui, tirando algumas vozes que continuam a declarar não compreender a ausência de demissões de certas senhoras e senhores, está tudo bem.

Concordo totalmente

"...o ódio à América não se distingue, hoje, de um ódio à humanidade..."
(J. Pereira Coutinho)

sábado, julho 14, 2007

burro como uma (La)porta

Laporta sobre Saviola, que deixou o barcelos para jogar no Real Madrid "le deseo la misma suerte deportiva que ha tenido el en Barcelona".
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Laporta sobre a contratação de Pepe pelo Real Madrid, por 30 milhões, depois de ter pago 20 milhões por um tal de Milito: "Los demás sabrán lo que hacen, pero lo que ocurre es que es cierto que estas operaciones, por un importe superior, nos inflaccionan a todos el mercado. Tenemos que intentar trabajar en los 'tránsfers' en las cantidades más apropiadas porque, si no, se disparan y lo inflaccionan."

quinta-feira, julho 12, 2007

Morte

O tema da morte. Ando com ele desde a mensagem sobre o P. Roth. Vêm à memória as aulas antigas de 12º ano, com os estudos sobre a morte no Antigo Regime. A morte que era vivida ao vivo, em casa. Hoje, nem se ensina a morte, nem se vê a morte, a verdadeira morte, a do corpo que conhecemos com vida a expirar perto de nós. Mortes só em números ou em ficção. Ou escondidas no ambiente dos lares e hospitais, espaços que, em muitas situações, são ante-câmaras funerárias. Fugimos da morte porque cultivamos a juventude? Ou é ao contrário, e o culto da juventude é só um desesperado desejo de imortalidade?
Nestes dias em que pensei nisto em alguns momentos e me lembrei de opiniões que li ou ouvi, dei comigo a concordar mais com a segunda hipótese. A juventude, o culto do corpo, é algo que nos prende ao nascimento, à vida que começou e nos faz esquecer a morte que nos espera. Com a subida da esperança média de vida, hoje identificamos velhice com morte e sentimo-nos mais chocados com a morte de quem era novo. "Youth are diamonds in the sun, and diamonds are forever", cantava uma canção dos anos 80, por sinal intitulada Forever young.
O medo da morte, lembram muitos autores, sempre existiu. Mas o medo físico, instintivo. O outro medo, o que realmente apavora as noites em que os pensamentos se deixam atrair nessa direcção, é mais recente. É o medo do desaparecimento completo. E esse medo floresce em sociedades que já não acreditam na vida após a morte, no conceito de alma e de Deus. Lembrei-me daquele conceito de vida que havia na Idade Média: a vida era uma sofrida peregrinação para expiação de pecados (do pecado original herdado de Eva e Adão) e a morte era a chave para a felicidade eterna no paraíso. Hoje, quando publicidade, ciência, política, ficção e a Walt Disney nos prometem a felicidade na Terra, imediata, adquirível e consumível, materializada em dinheiro e luxo, confundida com amor ou sexo, é mais difícil querer sofrer e morrer. Não foi à toa que a preocupação de uma mãe (história verídica) em relação ao namorado da filha não era haver ou não amor entre eles, mas ele não ter um emprego que garantisse a felicidade dela. A felicidade está ao nosso alcance, não é preciso sofrer, chorar, sobretudo não é preciso esperar. Este imediatismo matou a fé que carregámos durante séculos. E uma sociedade que mata o seu próprio Deus necessariamente não consegue acreditar na imortalidade. Mas pode continuar a sonhar com ela e a negar a sua própria mortalidade.

Last call

Estou?
Sim. Ligaste?
Liguei.
Já vais?
Já. Liguei porque quero ouvir-te dizer directamente que é mesmo verdade que não...
(silêncio para o exterior, ruídos e gritos e vozes internas) É mesmo verdade que não...
(Fim de ligação)
Caro João, parece-me que és o único portista com quem falo (e moro com um, fanático por sinal, sou amigo de mais três e trabalho com mais meia dúzia) que está contente com as vendas de bons jogadores do plantel. Porque os outros temem que o nível da equipa baixe, pondo em causa sucesso desportivo, a menos que o FCP se limite a jogar para consumo interno. E, ao mesmo tempo, não acham que o dinheiro que tem entrado esteja a ser utilizado para o que devia, ou seja, para sanear as dívidas e o passivo do clube. Portanto, nem toda a gente concorda com a tua ideia de boa gestão. Não sei se acompanhas as crónicas do M.Sousa Tavares, mas também ele não está propriamente contente com tantas vendas. Nos últimos anos, graças ao Mourinho, o FCP encaixou mais de 200 milhões de euros em tranferências. Como é que é possível que se mantenha o passivo?
ps: Claro que há quem diga que todo o dinheiro é pouco, tendo em conta as despesas judiciais que se adivinham com o decorrer do processo apito dourado... Mas deve ser só uma brincadeira.

quarta-feira, julho 11, 2007

Campeão Europeu de venda de jogadores

Este ano o FCP não está a dar hipóteses à concorrencia. Mais 30 milhoes de euros pela venda de Pepe...já lá vão 69 milhoes este ano só de receita com as vendas de jogadores...grande gestão, de facto. Além do mérito desportivo, o mérito financeiro. Porque será que os jogadores no FCP valorizam assim tanto :)?

sexta-feira, julho 06, 2007

ROTH


Comecei por ler a crítica. Não que precisasse de uma crítica boa para pegar no livro. Calhou! Comprei-o na última visita à Fnac mas não o li de imediato. Quem o fez primeiro foi o G. Gostou. Fiquei a cismar. Afinal o livro não deveria ser muito pessimista, nem dramático e angustiante. Felizmente terminou rapidamente e eu segurei-o com força não fosse ele escapar-me. Comecei nessa mesma noite. Mas o sono não me deixou avançar muito. Na manhã seguinte fui confrontada com a morte repentina, inesperada e injusta de alguém que ainda devia por aqui andar. Ao fim da tarde, tomada por um sentimento de tristeza, de incompreensão, fui caminhar para o meio das ruas movimentadas desta pequena cidade. Para me sentir viva. Já cansada, sentei-me num banco do jardim. Escolhi um sem sombra, porque apesar do sol sentia-me arrepiada. E para que o sol não maltratasse a minha cabeça, protegia-a com a minha book cover. E ali fiquei. Até à última linha. A morte! A morte que é tão banal, que faz parte do quotidiano mas que não conseguimos aceitar. Que nos apanha sempre de surpresa, seja ela esperada ou repentina. A degradação do corpo...
Educam-nos para a vida e não o fazem para a morte. Contamos às crianças a "estória" da sementinha que o pai põe na barriga da mãe e depois escondemos a morte.
O livro não é amargo. Deve-se ler. Porque transforma-nos. Porque faz-nos pensar. Boas leituras!

segunda-feira, julho 02, 2007

Parabéns, Leonor, pelo teu primeiro aniversário!!!


Um tipo perde mais de uma hora a tentar resolver um problema que o cruzamento de dados entre imbecis das finanças e imbecis da cg depósitos provocou e a página das finanças está constantemente "momentaneamente indisponível". Desisti, obviamente. Tentei então imprimir o folheto simplex que me permite pagar o imposto municipal sobre veículos. Obviamente tal não foi possível. Viva o simplex e a competência dos serviços das finanças. Chama-se a isto servir bem o cidadão. E depois admiram-se que haja fuga aos impostos. Nem sequer é fuga em muitos casos, é mera desistência. E justificável... É que, ao contrário das pessoas que trabalham em finanças (se é que lhes podemos chamar de pessoas, lembro que no Dilbert eles são criaturas do inferno), o resto do mundo tem VIDA PRÓPRIA!!!

domingo, julho 01, 2007

Aquisições recentes

Presença confirmada em Agosto, na Zambujeira do Mar
(onde poderemos ver também
Vanessa da Mata,
Mayra Andrade,
os escoceses The Cinematic,
e os sempre interessantes James)


James Ellroy. Brian De Palma. Scarlett Johansson.

(e está dito o essencial)

Um filme de Terrence Malick

que conta a história de Pocahontas.

Como é habitual em Malick,

é encantadora a fotografia e a forma de filmar,

com a atenção muitas vezes dada aos pormenores

(basta recordar Barreira Invisível)


O regresso da voz dos Cranberries...



... e de Tori Amos