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domingo, novembro 25, 2007

Com um brilhozinho nos olhos


Com um brilhozinho nos olhos

e a saia rodada

escancaraste a porta do bar

trazias o cabelo aos ombros

passeando de cá para lá

como as ondas do mar

conheço tão bem esses olhos

e nunca me enganam

o que é que aconteceu diz lá

é que hoje fiz um amigo

e coisa mais preciosa no mundo não há


Com um brilhozinho nos olhos

metemos o carro

muito à frente muito à frente dos bois

ou seja fizemos promessas

trocámos retratos

traçámos projectos a dois

trocámos de roupa trocámos de corpo

trocamos de beijos tão bom é tão bom

e com um brilhozinho nos olhos

tocámos guitarras

pelo menos a julgar pelo som


E o que é que foi que ele disse?

E o que é que foi que ele disse?

Hoje soube-me a pouco

Hoje soube-me a pouco

Hoje soube-me a pouco

Hoje soube-me a pouco

passa aí mais um bocadinho

que estou quase a ficar louco

Hoje soube-me a tanto

Hoje soube-me a tanto

Hoje soube-me a tanto

Hoje soube-me a tanto

portanto

hoje soube-me a pouco


Com um brilhozinho nos olhos

corremos os estores

pusemos o rádio no on

acendemos a já costumeira

velinha de igreja

pusemos no off o telefone

e olha não dá para contar

mas sei que tu sabes

daquilo que sabes que eu sei

e com um brilhozinho nos olhos

ficámos parados

depois do que não te contei


Com um brilhozinho nos olhos

dissemos sei lá

o que nos passou pela tola
(tudo o que nos caiu no goto)

do estilo: és o number one

dou-te vinte valores

és um treze no totobola

(és um seis no meu totoloto)


e às duas por três

bebemos um copo

fizemos o quatro e pintámos o sete

e com um brilhozinho nos olhos

ficámos imóveis

a dar uma de tête a tête


E com um brilhozinho nos olhos

tentámos saber

para lá do que muito se amou

quem éramos nós

quem queríamos ser

e quais as esperanças

que a vida roubou


e olhei-o de longe

e mirei-o de perto

que quem não vê caras

não vê corações

e com um brilhozinho nos olhos

guardei um amigo

que é coisa que vale milhões


(S. Godinho)

A boa gestão governo socialista

"Advogado contratado duas vezes
O ministério da Educação contratou duas vezes o mesmo advogado para fazer o mesmo trabalho. No primeiro contrato, o advogado João Pedroso comprometia-se a fazer um levantamento das leis sobre a Educação e ainda a elaborar um manual de direito da Educação. O trabalho deveria estar concluído até Maio de 2006, mas tal não aconteceu. Apesar de não ter sido concluído nos prazos previstos, o advogado recebeu a remuneração.
Ainda assim, o ministério fez depois com João Pedroso um novo contrato com os mesmos objectivos, mas a pagar uma remuneração muito mais elevada. Em vez dos iniciais 1500 euros por mês, João Pedroso passou a receber 20 mil euros/mês.
Perante estes factos, o ministério da Educação justifica-se dizendo que os objectivos do primeiro contrato não foram cumpridos por erro de avaliação. O secretário-geral do ministério assume as responsabilidades da tutela. Ao Rádio Clube, João da Silva Baptista diz que o ministério não soube avaliar o volume de trabalho que entregou à equipa liderada por João Pedroso da primeira vez.
Por causa do erro de avaliação, o ministério da Educação acabou por ficar sem possibilidade de exigir a João Pedroso para acabar o trabalho pelo qual foi pago e decidiu por isso pagar mais e renovar o contrato. João Pedroso, contactado pelo Rádio Clube, recusou comentar os contratos que assinou com o ministério da Educação, remetendo todos os esclarecimentos para o Governo.
Uma notícia Rádio Clube investigada pelo jornalista Nuno Guedes."
.
Quando se diz "o ministério não soube avaliar o volume de trabalho..." quem é que se está a esconder? Que eu saiba, o "ministério" é uma entidade abstracta, sem capacidade para avaliar seja o que for. Quem foi o incompetente? Que penalização vai ter? E se se tratou de um erro de avaliação, só pode ter sido em relação aos prazos estabelecidos? Nesse caso, como justificar a fantástica subida salarial? O sr Pedroso vai fotocopiar toda a legislação emitida pelo ministério pagando do seu próprio bolso e pagar uma edição de autor com a compilação feita?
E é esta gente incompetente que legisla sobre educação e avalia profissionais formados para exercerem as suas funções? Com que legitimidade vem o ministério exigir resultados às escolas, se eles próprios são tão incompetentes e, ao mesmo tempo, benevolentes com os seus próprios erros "de avaliação" (um eufemismo para incompetência)? É que, caso não tenham reparado, os objectivos traçados pelo ministério são tão ridículos e utópicos (nas actuais condições) que podem ser considerados "erros de avaliação" (se o julgamento que fizermos for brando).
Ah, presumo que o facto de João Pedroso ser familiar do socialista Paulo Pedroso nada tenha a ver com a sua contratação e remuneração faraónica.

domingo, novembro 18, 2007

Eis alguém que, claramente, não sabe do que está a falar. E é pago para o fazer. Meu Deus, será o expresso um jornal estatal?

A socialista

Num almoço, falando-se das oportunas mudanças da lei que protegem (oh coincidência) suspeitos politicamente importantes num processo que decorre ainda nos tribunais, alguém diz: "vê-se logo que o governo é socialista." A senhora exalta-se. Uma generalização abusiva, afirma. Estava dado o mote. Uma mesa inteira expôs argumentos sobre a falta de honestidade e a arrogância socrática, sobre o controlo da comunicação social (e a forma como esta se aninha no confortável colo socialista), sobre a incompetência gritante do governo, sobre a ausência de pudor e de culpados em tudo o que são desvios de dinheiros públicos... A tudo isso a senhora defendia-se com um único argumento. O sr Sócrates e os socialistas não são os únicos a fazer isso.
Quando o único argumento de defesa de uma simpatizante política é "os outros também o fizeram e também são beneficiados", não há necessidade de argumentar mais. Está lá o peso na consciência, a noção que os seus agiram e agem mal. Sobre a pseudo-licenciatura, afirmou: "vocês não podem negar que ele é engenheiro. Pode ter conseguido a licenciatura de forma errada, mas conseguiu-a, por isso é engenheiro." Pois. Por essa ordem de ideias, nenhum crime deve ser punido. E ficámos todos com a certeza que se o visado não fosse o sr pseudo-engenheiro, mas sim um político de outro partido, que a conversa seria outra.
Sinceramente, não sei como há pessoas que conseguem fazer as viagens de casa até ao local de trabalho, com palas tão grandes a taparem os olhos.

Os parasitas de Portugal

Recebi interessante powerpoint sobre trafulhices das grandes figuras da nação, uma descrição perfeita de como sugam o dinheiro dos contribuintes. As mesmas criaturas que nos desgovernam há décadas... Como devo "educar para a cidadania" vou utilizar os exemplos nas aulas de cidadania e mundo actual. Pelo menos ajudo umas crianças a abrirem os olhos. E os senhores inspectores (uma corja geralmente recrutada na árvores dos velhos presidentes de escola corruptos) bem podem vir assistir se quiserem, desde que tomem banho e tenham maneiras.

momentos alheios ao tempo


"Now I see you standing with brown leaves falling around and snow in your hair. Now you're smiling out the window of that crummy hotel over Washington Square. Our breath comes out, white clouds mingles and hangs in the air. Speaking strictly for me, we both could have died then and there..."

(Joan Baez, diamonds and rust)

Andrew Wyeth, Day dream


it's late (bso apropriada para a hora tardia)

"...
It's late - and I'm bleeding deep inside
It's late - ooh, is it just my sickly pride?
Too late - even now the feeling seems to steal away
So late - though I'm crying I can't help but hear you say
It's late - It's late - It's late
But not too late
..."
(B. May / Queen - News of The World)

Os loucos II

A segunda sala (separada da primeira por uma simples porta de madeira) está reservada para os casos de dependência. É nela que os fumadores se reunem, sentados em redor de mesas que servem de suporte para os cinzeiros. Aspiram o fumo e expiram-no depois de sentirem o seu efeito no corpo e nos sentidos. O governo e as autoridades sanitárias, na sua ânsia de combaterem todos os vícios que não os seus, mais legítimos, da mentira e da pilhagem e do arrogante pretencionismo, já têm estruturadas leis e regulamentos que, por mero pudor, não apelidaram de "solução final", mas que é copiada da original. O seu objectivo é o extermínio completo do vício e a criação da sociedade perfeita (pelo mesmo motivo, foi já proibido o acesso dos pacientes à coca-cola, em nome da sua saúde e da independência cultural da Europa).

Na sala repleta de fumo, os fumadores apresentam olhar triste e os rostos e os corpos cansados. O tabaco dá-lhes forças, brilho no olhar e um sorriso nos lábios. Até a beata morrer esmagada no cinzeiro e a campaínha soar. O fumo liberta também as palavras e, pouco a pouco, também o riso. Por esse motivo, a sala é frequentada vários pacientes que escaparam à prisão do vício, atraídos pelas vozes que lhes poderão acalmar a angústia da solidão que os sufoca. Alguns parecem ter tanto para dizer. Mas entram e sentam-se e ouvem, de olhos baixos e ombros curvados, à espera que algo aconteça. Acabam por se retirar, sem que nada aconteça.

A sala atrai também um curioso grupo de interesseiros, pacientes internados por vários motivos mas que têm em comum uma dificuldade em assumirem a sua condição de viciados. Iludem-se negando-se a comprar tabaco, mas não resistem a pedir continuamente cigarros, dia após dia, com um sorriso já ensaiado. Pelo facto de gostarem de consumir o que hoje se considera um luxo com o dinheiro de terceiros, alguns destes elementos foram diagnosticados como sofrendo de um síndrome designado de "Teixeira dos Santos", nome de um dos casos mais graves e noticiados em vários meios de comunicação.

Também nessa sala, está sentado um homem, um vulto cinzento e curvado, quase sempre silencioso. Entra olhando o chão, na crença de assim a sua presença passar despercebida, procura um lugar vazio e senta-se. Quando fala, o tom de voz é tímido, quase inaudível. Abre uma volumosa pasta de mão, a transbordar de folhas desordenadas, com pontas dobradas e vincadas, cheias de desenhos e garatujos feitos a esferográfica. O seu tema preferido são rostos femininos, de cabelos ondulados, olhos imensos e uma expressão de tristeza que nasce contra a sua vontade. Com a mão, procura uma caneta nos bolsos, estende uma folha na mesa, que alisa com a outra mão, e principia a desenhar. Durante o tempo em que o desenho se vai compondo, entra numa espécie de mundo próprio e o tempo parece passar mais depressa e mais leve.

Junto a ele, uma rapariga segura o cigarro no ar, com o cotovelo apoiado na superfície branca da mesa, de forma a manter o fumo longe de si. A sua fixação não são desenhos, mas números. O seu olhar percorre a sala contando mosaicos e descobrindo padrões, ordenando-os de três em três, de cinco em cinco. Apaga um cigarro e sorri satisfeita. O seu sorriso é bonito e não pertence àquele local. O homem que desenha aprecia-lhe o sorriso. Por esse motivo, quando termina um desenho, ou mesmo a meio, liberta-se um pouco do seu mundo e mostra a folha à rapariga. Invariavelmente ela sorri e ele sabe disso. Olha-a, guarda-lhe o sorriso na memória, na esperança que se prolongue, e continua o desenho ou inicia outro.

Uma outra rapariga entra na sala. Tem o cabelo desenhado em ondas claras e caído, como braços de quem desistiu. O seu rosto é atraente, mas está escurecido por olheiras e as suas palavras são lamentos e prenúncios de fragmentação interior. Fala pouco e sempre mantendo uma distância de desconfiança em relação aos outros, lembrando um animal acossado. A sua fragilidade deixa-a à mercê das agressões dos enfermeiros e, no entanto, lá está dia após dia, no seu lugar, tentando aguentar mais algum tempo.

O barulho que enche a sala é a voz de um dos pacientes, que sofre crises obsessivas. Essas crises podem ser despoletadas por uma simples palavra que alguém diga e que lhe desperte a atenção. Nessa altura, começa a falar sobre o assunto em questão, num discurso interminável que se desenha em espirais que vão preenchendo o tempo e a sala. Não é o pior caso do género. Ataques semelhantes têm sido verificados em dois ou três dos pacientes, tendo um deles balbuciado uma tarde inteira patetices sobre arquitecturas, casas e ruas, lamentando, no final, o tempo de vida gasto em conversas inúteis.

sábado, novembro 17, 2007

Os loucos I

O edifício foi construído para servir de escola. Entretanto, com o ensino caído em desuso graças às maravilhas das novas oportunidades, pensou-se no seu desmantelamento. Porém, um plano de recuperação de edifícios públicos foi posto em prática e o velho edifício (ou melhor, a velha estrutura de edifícios, um conjunto de blocos ligados por linhas de coberturas de zinco ou imitando telhas cinzentas) passou a servir de enfermaria e centro de dia para os loucos e os inadaptados. O ministério do ensino, de forma discreta, enviou para lá todos aqueles seus funcionários em estado de demência. Muitos estão num estado tão avançado que acreditam ainda estar em funções. Jovens e enfermeiros adultos contratados para representarem o papel de alunos e pais ajudam à ilusão, numa política de saúde inovadora. Todas as manhãs, os loucos se dirigem para o edifício, alimentados a café, açúcares e tabaco. Horários são distribuídos pelo enfermeiro-chefe, ou pelas enfermeiras do seu gabinete. Os loucos, esperando o chamamento de sereia das campaínhas, um cântico incómodo, ao mesmo tempo odiado e irresistível, enchem as salas de convívio, a seu tempo intituladas de salas de trabalho. Numa das mesas, um homem grande e vestido de negro, com uma voz forte e incómoda, abre a sua pasta. Todo o conteúdo está alinhado de forma exacta e compartimentada. Sofrendo de um problema de organização compulsiva, o homem é incapaz de lidar com o inesperado. Tornou-se impaciente, irritável. Quem o observa pensa num kappo em Birkenau e violinos amargurados parecem ouvir-se lembrando tempos de morte frio e sofrimento. A pasta fecha-se o observador desperta dessa imagem que o possuiu.
O seu olhar procura outro alvo. Num canto da sala está sentada uma mulher de cabelos ondulados e negros, com um rosto e um corpo que poderiam ser atraentes, mas que acabam por provocar uma estranha repulsa (instintiva, um pressentimento de perigo escondido no olhar vazio e penetrante ou nos gestos que parecem calculados e ensaiados até ao mínimo detalhe). A mulher está isolada e em silêncio. Quando chegou, nos primeiros tempos do seu tratamento, mostrara-se extrovertida e alegre. Essa capa, porém, caiu ou desfez-se e hoje os outros doentes passam por ela como se de uma estátua se tratasse, um corpo inerte depositado num dos sofás de tecido sujo. Mesmo assim, a mulher por vezes fala e a sua voz ergue-se enchendo a sala. O ruído incomoda os outros, que ouvem em silêncio primeiro, depois em burburinhos de pássaros, de asas de insectos ou de águas caindo à distância. Olham-na por momentos, depois desviam o olhar para o chão e deixam-na envolvida no seu discurso.
(continua)

sábado, novembro 10, 2007

retrato de uma conspiração ou do verdadeiro rosto do Estado Português?

"O que Catalina Pestana tem vindo a dizer preto no branco em entrevistas públicas, a que se soma a informação que acrescentou em privado e confidencialmente aos responsáveis do MP e da Casa Pia, é que existe uma acção concertada, para proteger um grupo de poderosos envolvidos em crimes de pedofilia. Aponta o dedo a círculos do PS e da maçonaria. Concretiza as suas acusações reafirmando a sua convicção da culpabilidade de Paulo Pedroso e acusando os socialistas de terem alterado os Códigos para proteger os acusados no processo Casa Pia. Catalina Pestana não faz meias acusações, coloca nomes, circunstâncias e factos suspeitos na sua voz, na primeira pessoa.
A resposta a Catalina por parte dos visados é, para não ir mais longe, frouxa e incomodada. Por um lado, há uma clara tentativa de a desacreditar, por outro, uma ausência de acção que só dá força às suspeitas lançadas. Por exemplo, nomeia directamente Paulo Pedroso, que no passado processou muitos dos seus acusadores e jornalistas que trataram o caso, mas que agora diz ter intenção de não o fazer à sua acusadora actual. Do mesmo modo, continua sem ser esclarecida a história das alterações aos Códigos nos seus artigos mais sensíveis para o caso Casa Pia, sem se perceber o que aconteceu às actas da Comissão e quem introduziu essas alterações. Sabe-se quem diz que não foi responsável, não se sabe quem foi o responsável e parece cada vez mais que há um encobrimento sobre essa alterações.
Não me parece haver loucura especial nas palavras de Catalina Pestana e os que agora a tentam desacreditar foram alguns dos que a escolheram ou a aceitaram para as funções que exerceu. ... O que Catalina Pestana diz, caso seja verdade, conduziria, em qualquer país civilizado, à queda do governo e à incriminação de todos os envolvidos naquilo que é, na verdade, o retrato de uma conspiração."
(JPP, no Abrupto)

..."take a good look around, this is my hometown" (B. Springsteen)


sexta-feira, novembro 09, 2007

Lá se vai um dos argumentos para criticar o MacDonalds

"A equipa de Katherine Flegal, dos Centros para o Controlo e Prevenção das Doenças dos Estados Unidos, lançou a confusão na última edição da revista Journal of the American Medical Association (JAMA), depois de ter analisado décadas de inquéritos sobre saúde e nutrição, à procura de uma associação entre as categorias de índice de massa corporal (IMC) e as várias causas de morte dos norte-americanos. Diz a equipa que, afinal, o excesso de peso não está associado a um aumento da mortalidade devido às principais causas de morte, à excepção da diabetes e doenças renais, para as quais esses valores aumentam ligeiramente. Quem tenha um excesso de peso moderado poderá até morrer menos de alguns cancros do que as pessoas com peso normal, uma conclusão surpreendente. Quer dizer que, depois de tantos anos a ouvirmos falar dos riscos do peso excessivo, até podemos ser ligeiramente gordos que não faz assim tanto mal? Sim, podemos, segundo este estudo, que analisou os dados relativos a milhões de pessoas, coligidos desde os anos 70. De facto, nos cancros não relacionados com a obesidade (pulmões, pele ou linfomas), nas doenças respiratórias, em situação de ferimentos e infecções em geral, as pessoas com excesso de peso (mas sem serem obesas) até parecem estar mais protegidas do que as têm um peso normal. Para as doenças cardíacas, o estudo não encontrou diferenças estatísticas entre as pessoas com peso excessivo e normal. Ter uns quilos a mais, conclui ainda o estudo, nem sequer aumenta muito o risco dos cancros relacionados com a própria dieta, nos quais se incluem o cancro do cólon, da mama, útero, pâncreas, esófago ou rins." (no Público).

A bem da educação

Como complemento a esta posição, proponho que também a função de Encarregado de Educação Responsável seja atribuída apenas a quem fizer um exame de admissão. Porque eu também acho que a qualificação inicial de alguns E.E. não é a melhor e que há um certo facilitismo no acesso ao cargo. Sugiro também que se penalizem os E.E. absentistas e os que vivem naquele estranho limbo que lhes turva o olhar e os faz olhar para os seus petizes como Einsteins e Mozarts em calções e sandálias, crianças extremamente inteligentes, capazes e adultas mas, curiosamente, com um grave problema de personalidade, que as leva a fazer "asneiras" por mera influência de uns malignos colegas.

mensagem 600

Chegado à mensagem 600, que balanço se pode fazer deste blog? Quem o lê, afinal? Era interessante saber... Ou tudo o que aqui tem sido colocado pouco mais tem sido do que excertos de monólogos que vamos fazendo em frente ao monitor?
.
Um destes dias, pedi a um aluno do curso de informática para desenhar uma palavra que escrevi num papel. A palavra era "monitor". Ele olhou para mim e perguntou o que era. Como tinha escrito a palavra em letra de imprensa, excluí imediatamente a hipótese de ele não estar a perceber a letra. Como mais ninguém na sala podia saber qual era a palavra, murmurei sinónimos de "monitor" e descrições o mais exactas possíveis, com um pouco de mímica incluída. Ele finalmente olhou para mim com um certo brilho nos olhos, que interpretei como o olhar de quem finalmente viu a luz e percebeu o que eu estava a explicar. Confiante, afastei-me e disse-lhe: "desenha". E ele desenhou. O "monitor" estava a parecer-me demasiado rectangular. Demasiado. Mas o rapaz até desenhou bem, porque todos os colegas foram capazes de identificar o objecto representado no quadro: a orgulhosa e vertical torre de um pc. Já tinha referido que este aluno está a tirar um curso de informática? Pois...

A bit of theology


Math is the language God used to write the universe...

O homem deve ter tido um prof de Matemática muito austero

"The good Christian should beware of mathematicians and all those who make empty prophecies. The danger already exists that mathematicians have made a covenant with the devil to darken the spirit and confine man in the bonds of Hell."
(St. Agostinho)

quinta-feira, novembro 08, 2007

Joan Baez - Diamonds and Rust


Well I'll be damned
Here comes your ghost again
But that's not unusual
It's just that the moon is full
And you happened to call
And here I sit
Hand on the telephone
Hearing a voice I'd known
A couple of light years ago
Heading straight for a fall
As I remember your eyes
Were bluer than robin's eggs
My poetry was lousy you said
Where are you calling from?
A booth in the midwest

Ten years ago
I bought you some cufflinks
You brought me something
We both know what memories can bring
They bring diamonds and rust

Well you burst on the scene
Already a legend
The unwashed phenomenon
The original vagabond
You strayed into my arms
And there you stayed
Temporarily lost at sea
The Madonna was yours for free
Yes the girl on the half-shell
Would keep you unharmed
Now I see you standing
With brown leaves falling around
And snow in your hair
Now you're smiling out the window
Of that crummy hotel
Over Washington Square
Our breath comes out white clouds
Mingles and hangs in the air
Speaking strictly for me
We both could have died then and there

Now you're telling me
You're not nostalgic
Then give me another word for it
You who are so good with words
And at keeping things vague
Because I need some of that vagueness now
It's all come back too clearly
Yes I loved you dearly
And if you're offering me diamonds and rust
I've already paid

quarta-feira, novembro 07, 2007

Jornalismo de qualidade - exemplo do público

Nesta "notícia" (parece mais um artigo de opinião), o jornalista fala de Santana Lopes como o "menino guerreiro" (lembrando a música da última campanha de Santana). Se essa designação se aceita num texto de opinião de crítica, é inadmissível numa notícia, por revelar um preconceito do seu autor. Por que motivo sócrates não é apelidado de gladiador já que a banda sonora do Gladiator, de Zimmer, é utilizada em muitos actos de propaganda socrática?
Assim se procura minimizar a imagem de um político e manter a imagem de outro (através de utilização de designações pomposas e oficiais). É o jornalismo que temos.
Já estou a imaginar a cara de parvo de um certo "engenheiro" perante esta notícia.

AAC homenageia sócrates

Pelo menos é o que parece. Com as alterações ao código da praxe, que incluem o aparecimento de novos títulos como bolognez (no comments) ou marquez (homenagem justificadíssima ao sr Sebastião José de Carvalho e Mello), o cortejo da Queima das Fitas, tradicionalmente realizado a uma Terça-feira, vai passar para um domingo, dia da semana em que josé sócrates se "licenciou" na defunta Independente.

.

ps: Depois do trabalho feito com o primeiro-analfabeto, inaugurando a primeira licenciatura EFA portuguesa, não restava realmente outra solução à Independente a não ser fechar as portas.

terça-feira, novembro 06, 2007

Só somos apenas lideres da Liga e da Champions

É lamentável ver a figurinha triste que o Benfica e o Sporting fazem. O FCP está num nível muito superior. Nem podemos fazer comparações pois não fazem sentido. Tenho pena que o futebol português se resume ao meu clube. Na Europa é o que se vê, só o FCP é que demonstra ser uma equipa de topo europeu e no campeonato não temos concorrência à altura. Enfim...ao menos podemos assistir a momentos fantásticos como o golo do Tarik contra o Marselha, por exemplo. Um hino ao futebol....

domingo, novembro 04, 2007

A não perder

O novo album de Katie Melua. Ainda só o ouvi duas ou três vezes, mas já dá para perceber que mantém o nível de qualidade dos anteriores. A amargura do segundo album (Piece by piece) aparece agora um pouco mais mitigada. Continua presente nas palavras que continuam a expressar lamentos, angústias e desilusões, mas há mais alegria e mais esperança no ritmo e no espírito que envolve as letras. E termina com chave de ouro (como se costuma dizer), com uma versão de In my secret life, de Leonard Cohen, pelo que definitivamente não se deve perder.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Jornalismo de qualidade - exemplo de A Bola

Eis a notícia publicada na edição online desse grande matutino de referência, A Bola:

"Domingos apela ao apoio dos adeptos

O técnico do Leiria pede para que os adeptos marquem presença no estádio e ajudem a equipa a suplantar este período menos positivo que atravessam.

«Nós gostamos de jogar com público. É importante para os jogadores sentir o forte apoio dos adeptos», realça Domingos, que apenas pensa num resultado frente à Académica: «o objectivo para domingo é ganhar, em casa, porque uma vitória pode trazer não só mais pontos mas também mais confiança aos jogadores.»"
O jornalista que escreveu esta "notícia" ou anda muito distraído ou é muito mau. Desde logo porque o mister Domingos Paciência não é treinador da União de Leiria, mas sim da Académica de Coimbra. Mas mesmo que o jornalista fosse desconhecedor desse facto, bastava olhar para a jornada da liga portuguesa para perceber que algo estaria mal no texto que ia publicar. É que a Académica nem sequer joga com a União neste fim-de-semana, mas sim com o Nacional da Madeira (a briosa recebe o Estrela). Mas mesmo que desconhecesse também esse facto, qualquer pessoa que tenha um interesse (mesmo que mínimo, ínfimo, minúsculo) pelo mundo do futebol sabe que o Domingos nunca poderia apelar ao apoio dos adeptos da União, pelo simples facto de que a União de Leiria não tem adeptos.
Amadores...