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terça-feira, janeiro 30, 2007

Lista de filmes disponíveis

01. Barnyard
02. Dead or Alive
03. Everyones Hero
04. King Kong
05. Ladie in the Water
06. Material Girls
07. My Super Ex Girlfriend
08. Open Water 2
09. Save the Last Dance
10. Scoop
11. Strangers with Candy
12. Texas Chainsaw Massacre The Beginning
13. The Covenant
14. The Devil Wears Prada
15. You Me and Dupree
16. Tara Road
17. Volver
18. The Five People You Meet In Heaven
19. Night Watch
20. The Hunt For Eagle One
21. Proof of Life
22. Pulse
23. Kiss Kiss Bang Bang
24. In Enemy Hands
25. Prision Break II 1ª parte
26. Ice Age 2
27. Prision Break I
28. Lost II
29. World Trade Center
30. The 40 Year Old Virgin
31. Superman Return
32. Piratas das Caraíbas
33. Derailed
34. Borat
35. Cypher
36. Apocalypto
37. Prime
38. The Wild 2006
39. Little Miss Sunshine
40. Flyboys
41. Last Man Standing
42. The Break-Up
43. Padrinho I
44. Padrinho II
45. Padrinho III
46. Akeelah and the Bee
47. Alliance Girl with a Pearl Earring
48. Beautiful Country
49. Caos
50. A Good Woman
51. Equilibrium
52. The Departed
53. Once Upon A Time In America
54. Good Night and Good Luck
55. Autumn in New Iork
56. Edison
57. Failure to Launch
58. End Game
59. An Inconvenient Truth
60. Employee of the Month
61. Filme da Treta
62. The Guardian
63. Children of Men
64. A Good Year
65. Alatriste
66. The Holiday
67. Turistas
68. Happy Feet
69. Man of the Year
70. Saw III
71. Night at the Museum
72. The Pursuit of Happyness
73. Trust the Man
74. Unknown
75. Copying Beethoven
76. Final Contract
77. Flags of Our Fathers
78. The Prestige


Se necessitarem de algum já sabem...

segunda-feira, janeiro 29, 2007

'jovens islâmicos' britânicos mais radicais

Sim, parece que é possível. 40 % dessa cambada defende a aplicação das leis do corão no Reino Unido e 36% defende a pena de morte para todos os muçulmanos que se convertam a outra religião. Segundo o Telegraph, que publica notícia sobre a sondagem, há um acréscimo de radicalismo, até porque entre os muçulmanos mais velhos (reparem na expressão) 19% defendem essa pena. Creio que está tudo dito em relação à civilização da gente em questão. Temos a consciência tão vincada do seu extremismo que achamos pouco uma percentagem tão elevada a defender a pena capital por tão pequeno delito(?)... Mais dados? 1 em cada 8 admira a al-qa'eda (nada de novo, neste caso, já que grande parte dos eleitores do BE devem pensar o mesmo). 3 em cada 4 prefere uma mulher que "escolha" usar o véu. 40 % quer os filhos a frequentarem escolas islâmicas.

Grande filme - Blood Diamond

Um retrato claro de África. Embora não resista acusar, como sempre, a mão tenebrosa do homem branco, desta vez fala dos europeus e não dos americanos (afinal, não são culpados de tudo!!). E fala na corrupção dos governantes dos regimes africanos, afinal os primeiros e grandes responsáveis pelo que de trágico vai acontecendo nesse continente. Do filme, para além dos excelentes desempenhos de DiCaprio e de Djimon Hounsou (Amistad) (ambos a merecerem a nomeação para o oscar de melhor actor e melhor actor secundário, respectivamente), fica a ideia de que África não é indiferente a ninguém. Despreza-se, ama-se, mas nunca passa despercebida. TIA, diz-se no filme. This is Africa. África é o único lugar do mundo que nos corta a respiração, de tão habituados que estamos a uma Europa de pequenas extensões e de horizontes cortados por prédios ou montanhas. Em África há tudo isso, mas há espaço entre umas e outras. E nesse espaço sentimo-nos em parte minúsculos, em parte grandiosos, sem fôlego, e um turbilhão em nós a mover-se misturando sentimentos, vontade de gritar, de chorar, de ficar no chão, de correr e rir... This is Africa. E é contagiosa, se não nos mantivermos à distância. Uma distância segura.

gov€rno de p€nsam€nto único?

Segundo o Jornal de Negócios, o Governo pondera cobrar portagens de entrada no Porto e Lisboa. Tudo em nome do ambiente. Pois sim, é mesmo por isso...
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Querem dar o exemplo? Então que ministros e deputados usem os transportes públicos nas suas deslocações, que os ministérios e empresas públicas não comprem automóveis que não sejam a gás ou movidos a energias anternativas.
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A ideia não é original. É feita em Londres e em outras megapolis da civilização. Acontece que quem quer entrar em Londres tem muitas alternativas viáveis para o fazer. Cobrar para entrar no Porto? Mas só Porto porquê? Porque não em Gaia, Matosinhos, Maia? E só Lisboa? E Amadora, Setúbal, Odivelas? Ou a ideia cobre toda a área metropolitana? E quais as alternativas viáveis?
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ps: parece que a notícia foi desmentida. Haverá afinal vida inteligente no governo sócrates?

trapalhada no governo

Mais uma trapalhada. No tempo de Santana Lopes, se um secretário de estado viesse contradizer outro secretário ou ministro ou criatura do género, lá abriam os jornais com os termos "trapalhada," "Governo desconexo", "sem direcção", "sem linha de rumo." De tudo se ouvia por coisas de nada, muitas vezes. A ponto de o ex-presidente da república ter dissolvido o parlamento (depois de ter mentido na véspera) e todos tenham achado normal que o fizesse, dado o "escândalo" que foi a demissão de um secretário de estado menor, creio que do desporto. Mas no novo mundo iluminado do regime sócrates, nada disso tem importância. E se temos uma ministra inculta que não sabe que a lei nacional inclui Açores e Madeira, ou se temos um secretário de estado (igualmente insignificamente como é o caso do da educação) que recusa suspender alterações curriculares (que impunham as famosas tlebs) mesmo quando é demonstrado que são pura e simplesmente idiotas, insistindo apenas por arrogância, para vir depois outro secretário admitir que vão ser mesmo suspensas... Bem, mas parece que não há contradição, porque o primeiro foi claro ao dizer que este ano não se iria suspender nada (seria pouco responsável, terá dito), e o segundo concorda, porque a suspensão é só no final do ano, não neste que decorre. Pois, e ambos continuam no cargo e a comunicação social prefere falar de referendos fundamentais para evitar que se fale do que importa... E ninguém se pergunta quanto custa ao Estado estas palermices que estes senhores inventam? Aliás, quanto gasta o Estado nos salários desta gente e destes grupelhos de "trabalho" que se limitam a inventar patetices como se o ensino português fosse um laboratório social para aplicação das suas lucubrações?
Novamente, se fossem ministros e secretários de estado de direita (sobretudo do governo de Santana Lopes), há muito que a comunicação social os tinha forçado a demitir. Mas como são do ps, tudo está bem...
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Que país este. Bem dizia o outro senhor, "cada povo tem os governantes que merece."

Capello está mesmo em maus lençois

Admito que sim. Porque, mesmo estando a criar uma equipa com talento e a quem falta apenas tempo e experiência (é uma equipa muito jovem), nada pode contra a ajuda arbitral que tem o barcelona. Não me venham dizer que o barcelona tem mérito em estar à frente. Joga tão bemque é assobiado pelos próprios adeptos. E esta jornada teve direito aos 3 pontos graças a 1 penalti fora da área!! Nem sequer é certo que tenha sido falta, mas que, a ter sido, foi claramente fora da área. Que outra equipa já teve um penalti fora da área no campeonato espanhol? Fácil, foi o barcelona novamente, no ano passado. E qual a penalização que teve o árbitro? Foi o escolhido pela Federação (presidente eleito com apoio do barcelona) para ser o árbitro espanhol no Mundial. Assim qualquer jogador joga sem pressão. Quando estás em apuros, o amigo do apito dá-te um golo ou apaga o do adversário. E, se for preciso, podes ser agressivo à vontade que te perdoam sempre o segundo amarelo, como ocorreu na jornada passada com o brasileiro Deco. Se, no final da época fizerem a festa da liga lá por barcelona, não se esqueçam de homenagear Delgado Ferreiro e de Villar. Asi asi gana el barcelona. Robando...
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Quanto aos comentários de Jesualdo. O homem é apenas arrogante e tem mau perder (a lembrar os bons tempos do Braga). Quando no jogo da taça o FCP teve um penalti inventado no último minuto contra o Atlético (que Quaresma falhou) não me lembro de ele ter pedido uma investigação. Mas faz bem em pedir, se é mesmo verdade que foi prejudicado. Quanto menos árbitros incompetentes na liga, melhor para quem gosta de ver futebol. Só é pena que os treinadores e dirigentes não se queixem quando são beneficiados. Aí sim, teria valor um pedido dessa natureza.
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Em relação a entradas duras, parece que o Pepe mandou o avançado do Leiria para o hospital. E para o ginásio por três meses. Espero que o FCP faça um comunicado como o que fez sobre um jogador do Benfica. A não ser que a lesão do Anderson (em lance que não foi faltoso, mas que foi excessivamente duro, como o de Pepe) seja mais importante do que a de um qualquer jogador do Leiria.
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Quanto à jornada, o SCP conseguiu um resultado que se esperava, tendo em conta o fraco plantel de que dispõe para o meio-campo (sobretudo quando P. Bento teima em alinhar C. Martins, um jogador com a consistência de uma fatia de gelatina). Está no 3º lugar, onde deverá terminar a época. O Benfica venceu o Belenenses jogando pior que o adversário (como tinha acontecido na primeira volta) e beneficiando da ajuda de Costinha e companhia. Mas presumo que, nas próximas jornadas, a distância entre FCP e SLB se mantenha ou aumente, uma vez que o FCP tem jogos fáceis (creio que com o Estrela, Naval e Beira Mar) e o SLB joga com os caceteiros do xadrez, com o Nacional da Madeira e com o Paços. E Jesualdo já fez a pressão sobre os árbitros dos próximos encontros, pelo que não haverá surpresas. Quanto ao SCP, não conta na luta pelo título. Com um pouco de sorte, pode competir pela entrada na champions. Esperemos que consiga, porque mal por mal, antes o SCP que equipas como Braga, Boavista ou Nacional, verdadeiras vergonhas em jogos internacionais, como se tem visto.

domingo, janeiro 28, 2007

Concordo com o Jesualdo..."Investiguem..."

Como é possível que Elmano Santos tenha apitado metade dos jogos do FCP, quando o próprio é alvo de queixas sistemáticas pelo FCP? Mas pior do que este senhor, temos a figura de Sérgio Lacroix, uma autêntica vergonha sempre que actua nos jogos do campeão nacional. Num jogo contra o Estoril, em 2004/2005, marca um absurdo penalti por mão involuntária de Costinha e na mesma época expulsou Quaresma de um jogo em Moreira de Cónegos. Este senhor é o mesmo que no dia 2 de Dezembro (12ª jornada) nao viu um violento pontapé de Linz num joelho de...Quaresma. Já este ano, para variar, dos 5 jogos em que foi nomeado 3 deles foi para o...FCP. Em Setubal, Lucho, Paulo Assunção e Quaresma foram alvo de entradas violentissimas e em nenhuma ocasião Lacroix alertou o árbitro Duarte Gomes. Em Leiria, Postiga queixa-se de um penalti e Lisandro fez ar de espanto po Relmano não ter visto a mão de Renato que impediu da bola chegar às redes. Agora, no jogo de Leiria expulsa Quaresma, a meu ver, mal. Será que este senhor tem "ódio de estimação" por Quaresma? Na 1ª jornada do campeonato, com o mesmo Leiria, e com mesmo Tixier, nem falta marcou quando o francês atingiu violentamente Quaresma fracturando-lhe o maxilar. Assim não dá... o FCP tem sido constantemente prejudicado. Dá que pensar...
Quanto ao campeonato, após o empate do Sporting no Bessa, o Benfica ascende ao segundo lugar.
Em Espanha, mais uma derrota do Real Madrid (Capello está mesmo em maus lençois) e o Barça, claro, voltou a isolar-se após vitória normal sobre o Celta de Vigo. Onde Capelllo foi buscar aqueles jogadores? Capello pede força psicológica aos jogadores. Bem precisam! E força física também...

sexta-feira, janeiro 26, 2007

oscars 2

Como bem lembrou o João, os Oscars chegaram. E com bons filmes, aparentemente. Dos grandes candidatos, só vi The Departed e Voo 93. Ambos merecem vencer, mas como Scorcese deve ganhar, finalmente, melhor realização, Voo 93 ficará sem estatueta. É pena, pois poucos são os filmes que silenciam totalmente uma plateia, fazendo-a sair pensativa e (falo por mim) com dores nos ombros, tal a intensidade do filme.
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2007 promete ser também um ano de excelentes filmes. Pelo menos fica a promessa. Teremos, por exemplo, a continuação do excelente Elizabeth, novamente com Cate Blanchett. E teremos Natalie Portman e Scarlett Johansson juntas em The Other Boleyn Girl. Henrique VIII indeciso entre Natalie e Scarlett? Como eu o compreendo...
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A propósito de Scarlett, parece que vamos ter a oportunidade de a vermos na adaptação de Expiação, o romance de McEwan.

Adeus, não deixas saudades...

A maior criação de marketing jornalístico deixa Madrid. Quase sem títulos. Sem ter uma única Champions no seu currículo. Parte deixando a imagem de um jogador pouco profissional, que não cumpre as ordens dos treinadores, que não respeita o clube que o contrata (e paga), que vive de amuos e caprichos. Ainda assim, mesmo que desde a sua chegada o Real tenha apenas ganho uma liga espanhola, ainda há jornalistas que criticam a opção de Capello por o dispensar e têm a lata de dizer "GRACIAS POR TODO LO QUE NOS HAS DADO." Mas, gracias de quê?! Se há que agradecer, que o façam a Redondo, Raúl, Morientes, Figo e Zidane. Ah, e a Capello, que construiu a equipa da sétima champions (e sem a qual não haveria oitava e nona).

Óscares 2007

Melhor Filme
  • Babel
  • The Departed
  • Letters from Iwo Jima
  • Little Miss Sunshine
  • The Queen

Melhor Realização

  • Alejandro González Iñárritu - Babel
  • Clint Eastwood - Letters from Iwo Jima
  • Martin Scorsese - The Departed
  • Paul Greengrass - United 93
  • Stephen Frears - The Queen

Melhor Actor

  • Forest Whitaker - The Last King of Scotland
  • Leonardo DiCaprio - Blood Diamond
  • Peter O'Toole - Venus
  • Ryan Gosling - Half Nelson
  • Will Smith - The Pursuit of Happyness

Melhor Actriz

  • Helen Mirren - The Queen
  • Judi Dench - Notes on a Scandal
  • Kate Winslet - Little Children
  • Meryl Streep - The Devil Wears Prada
  • Penélope Cruz - Volver

quinta-feira, janeiro 25, 2007

um exemplo de analfabetismo funcional

"Sócrates é um exemplo do estilo de debate parlamentar que se tornou dominante nos últimos anos. Nesse estilo de debate é bom, faz bem a parada e a resposta, é ágil, agressivo no incidental, não tem pejo nenhum em usar expressões como "somos os primeiros na Europa a..." (...). No seu conjunto, não tem grande vocabulário nem referências fora da política mais imediata, é eficaz para uma televisão complacente, (...) é muito próximo do estilo jornalístico de tratar as questões, não tem dúvidas, nem hesitações. É monocórdico, proclama muito e ouve pouco. Tem umas noções de marketing e de comunicação, (...) [discursando com]pequenas palavras denunciadoras de um estilo de leitura de relatórios e de apresentações de PowerPoint. É um estilo de intervenção parlamentar que ele partilha com a sua geração de políticos(...). Vivendo num meio em que quase só se fala de política, só se lêem jornais, só se vê noticiários (...) Este é o cânone actual do “politiquês” parlamentar." J.P. Pereira, no Abrupto. Faz-me lembrar uma frase de do Pulido sobre o primeiro-ministro Sócrates: "obviamente, nunca leu um livro."
Então o Real empata com o Bétis duas vezes e o Capello está em maus lençóis e o barcelona empata com o Bétis e já é uma grande equipa? Em que ficamos, afinal o Bétis é bom ou é mau?
Quanto ao fcp, não lhe retirei qualquer mérito, só disse que o factor sorte esteve muito presente. O Real foi de facto eliminado pelo Mónaco (concordo, fraquíssimo Mónaco, como se vê pelo seu desempenho no campeonato francês, o Real estava, infelizmente, no descomando do igualmente fraquíssimo monstro de duas cabeças Queirós/Peseiro) e o Milan, surpreendentemente, foi eliminado pelo Deportivo da Corunha. O que queria dizer é que se o fcp tivesse defrontado Real ou Milan não teria ganho a champions, provavelmente. Provavelmente. Mas como demonstrou o Atlético, não há jogos previamente ganhos.

Barça lidera isolado Liga Espanhola

Ontem concretizou-se o jogo em atraso do Barça contra o Bétis de Sevilha que terminou com um empate justo pelo que vi do jogo. Um Bétis mais pressionante na primeira parte e uma segunda parte em que o Barça tomou conta do jogo e obteve algumas situações de golo feito. No final o resultado foi um empate que acaba por ser justo para ambas as equipas. Desta forma, o Barcelona é lider isolado da Liga Espanhola e continua a ser a melhor equipa em Espanha tal como aconteceu o ano passado. Até ao momento obteve apena duas derrotas contra cinco dos principais opositores (Sevilha e Real Madrid), score esse apenas superado pelo FCP com apenas uma derrota na Liga Portuguesa. A vantagem do Barça só não é maior porque tem tido azar nas lesões de jogadores fundamentais como Etoo e Messi, por exemplo. No entanto, está nas frentes todas, Liga, Taça de Espanha e Liga dos Campeões.

...Relativamente ao FCP considero justíssima a vitória nas Liga dos Campeões. De facto não apanhou nenhuma equipa italiana ou espanhola mas isto deve-se ao facto da equipa "fraca" do Mónaco ter dado um festival de bola ao Real nas meias finais. A propósito deste episódio que fica na história rica d oFCP aconselho que leiam o livro escrito do Mourinho. Aí vão perceber melhor como se trabalha no FCP e a diferença que existe para os restantes clubes.

quarta-feira, janeiro 24, 2007

O velho problema do não ensino da literatura

"E ter como professores Shakespeare e Sófocles, Dostoievski e Proust, não é beneficiar de um ensino excepcional?"
V. Graça Moura, DN, 24 de Janeiro de 2007.
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Voltar a ensinar literatura, retirando o actual currículo centrado na "competência" e não no conhecimento, e que dá importância à capacidade "comunicativa" e não à qualidade da língua e ao conhecimento da literatura, a nossa melhor memória histórica e cultural, seria uma boa medida governamental. Muito mais proveitosa do que andar agora a remediar o próprio mal com planos de incentivo à leitura que o próprio ministério despromove diariamente, obrigando à aplicação dos actuais programas.
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A propósito de ensino, qual o estatuto e a autoridade deste juri para avaliar e premiar bons professores?

A historiografia portuguesa está de luto

Oliveira Marques
(23 de Agosto de 1933 - 24 de Janeiro de 2007)
Os jornais online, com a pobreza que lhes é habitual, ressalvam sobretudo o passado maçónico e político, quando o que mais importou foi, certamente, o de académico. Mas pelo menos registaram o acontecimento.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

E depois dizem que a América é que é violenta...

O casal entra no restaurante. A brisa, que com eles entrou, espalhou o perfume da mulher pela sala. Numa das mesas, dois homens viraram o olhar ao sentirem o odor. Um cheiro quente e sensual. O álcool, como é sabido, solta a língua, ainda que por vezes faça enrolar as palavras. Desta vez não. As palavras saíram perfeitamente audíveis. Chamem-lhe um piropo, um galanteio, uma ofensa rude. Não importa a designação. A verdade é que as palavras chegaram aos ouvidos da mulher. E do marido. O casal deu meia volta. Talvez se tenham ouvido risos à sua saída. Não se sabe se trocaram palavras durante o regresso a casa. Sabe-se apenas que o homem entrou em casa com a mulher, procurou a espingarda e regressou ao restaurante. A arma disparou sobre os ofensores/galanteadores, estáticos de espanto. Um morto e um ferido grave. Uma condenação.
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O ciúme alimenta a violência. De certa forma, o homem sentiu-se aprisionado, forçado a agir. A infidelidade da mulher, numa terra tão pequena, não podia deixar de ser de conhecimento geral. Como poderia ir ao café e conversar com os amigos? Como poderia sair à rua, ir trabalhar, ir às compras, sem sentir em cada sorriso uma ofensa pessoal, uma humilhação? Olhares, esgares e silêncios desconfortáveis eram só meios mudos de lhe gritarem "fraco" à cara. Tal como o outro, também este homem procurou a espingarda. Arrastou a mulher para um bosque. Atirou-a ao chão. Violou-a. E, de seguida, matou-a.
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O vidente sabe que o amor é uma das principais preocupações das pessoas. Melhor, é uma das suas grandes fraquezas. Alimentando essas fraquezas, iria alimentar-se a si. Por esse motivo, a cada cliente que o procurava, alertava para uma possível infidelidade do amante ou da amante. E marcava-se nova visita, para continuar a acompanhar o caso. Os casos foram-se sabendo. Já não importava se eram verdadeiros ou inventados. Eram casos públicos e as pessoas são fiéis ao provérbio "onde há fumo há fogo", mesmo sabendo que não é sempre verdade. Os sucessivos escândalos fizeram prosperar o vidente. Só que, ocupado como estava a "ver" para além do visível na vida amorosa das clientes, não cuidou de olhar para outros sentimentos que iam crescendo entre uma parte da população. Os amantes acusados pelo vidente, ao tomarem conhecimento do facto, ficaram furiosos. Ou porque se sentiam caluniados ou porque não lhes agradou a inconfidência do homem, acabaram por se unir e decidiram resolver o problema de uma vez por todas. Formados em bando, dirigiram-se à casa do vidente (que, mais uma vez, nada adivinhou), forçaram a entrada e espancaram-no até acalmarem a ira. Rasgaram-lhe roupas e pele com golpes de botas duras, de paus e varas e punhos duros de trabalhadores braçais. Desta vez não mataram. Ninguém levou arma de fogo (não que fosse preciso), já que a morte seria um fim demasiado rápido para tão graves ofensas. Humilhação paga-se com humilhação. "Quem com ferro mata..." A propósito de ferro, é possível que alguém se tenha recordado deste provérbio. Ou talvez tenha apenas visto a fogueira que ardia na lareira e o agulhão que servia para atiçar as brasas e essa visão lhe despertasse a imaginação. Não se sabe. As crónicas dizem apenas que o ferro foi aquecido enquanto o homem era estendido de bruços no chão e despido dos andrajos que ainda tinha. Uns agarraram-no com força para o imobilizarem, e alguém meteu o ferro em brasa pelo traseiro do vidente, que gritou e chorou e esperneou. Vingadas as ofensas, o vidente foi hospitalizado e submetido a várias operações, tendo-lhe sido colocada uma prótese que substituiu a parte mais danificada do intestino. Pelo menos é o que contam. Não sei se chegou a haver detenções.

...and justice for all

Maravilhosa justiça a nossa, que recuperou da cegueira (se é que alguma vez a teve, talvez apenas fingisse). A sua grande mácula, porém, é a sua contínua predesposição para a excentricidade e para uma ausência de bom senso. O jogador, por exemplo, acelerou pelas ruas da capital como tantos outros. Só que estes outros não são figuras públicas. São anónimos, o que, para a nossa justiça, é sinónimo de indiferentes. Pois bem, estes pagaram multa e ficaram sem carta, como manda a lei. E o jogador? As atenuantes serão de peso. Seria tarde, a cama chamava por ele, que teria de ir descansado para o treino matinal. E depois há o stress da profissão, o desgaste, a ansiedade, o sentimento (que o rapaz expressou a quantos quiserem saber) de que se encontra num fim de ciclo. E a nossa justiça, compreensiva, perdoou-o. Serviço comunitário. E os outros? E eu? Não posso também ser "condenado" a serviço comunitário da próxima vez que sentir necessidade de fazer disparar os radares?
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O problema do bom senso faz-se notar quando um homem é punido por querer manter consigo aquela que, aos olhos de quem tem bom senso, é a sua filha. Pai biológico? E aquele que cuidou dela diariamente, não estava presente fisicamente? O carinho não é biológico? E depois, o eterno apego à papelada. Diz a justiça que o processo de adopção não foi tratado. Perdão, mas foi. No dia em que o homem recebeu a criança abandonada por pai e mãe, adoptou-a. Como uma união de facto. O critério não pode ser válido aqui? E não deve pesar mais do que os pretensos direitos de um pai biológico (vejam bem, só nesse aspecto é que o homem é pai da criança, ou não era necessário chamá-lo assim)? O bom senso diz que sim. Meu Deus, até os psicólogos dizem que sim.
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Percebe-se melhor o estado a que chegou a justiça portuguesa, quando ela é representada e aplicada por juízes que tomam decisões destas (sem ofensa para os excelentíssimos meretíssimos srs drs)...

domingo, janeiro 21, 2007

Grande Entrevista(do)

"Agora que está a viver tão perto do problema, como é que reage às imagens daqueles milhares de imigrantes que tentam chegar à costa espanhola para entrar na Europa?

Eles tentam conseguir uma vida. A culpa não é deles, mas sim dos nossos presidentes em África que roubam dinheiro e deixam as pessoas a sofrer...

(...)

Qual é que poderia ser a solução?


Há muitas. Primeiro, impedir que os presidentes africanos mandem dinheiro para bancos de outros países, como a Suiça.

Muitas vezes as ajudas também não chegam ao destino.

A Europa não precisa de mandar dinheiro para África. Há países ricos, o problema é que os presidentes desses países são mafiosos e roubam a riqueza do país. (...) Quando ouço na televisão que «temos de mandar dinheiro para África», penso: "Não, isso não existe.» Primeiro, esse dinheiro não vai chegar a nenhum lado. Segundo, vão matar só para poderem ficar com ele. Se não mandarem dinheiro, ninguém vai tentar roubá-lo.

A democracia é uma solução?

A democracia não existe em África. Nós, os africanos, somos muito agressivos e a democracia é muito lenta. Os presidentes estão lá quatro anos e só pensam em como podem roubar para depois viverem como reis. A solução é alguém mandar e haver respeito, como no tempo dos militares.

(...)

Há algum líder africano que admire?

Em África, quando alguém é bom, afastam-no. (...) Os que são bons nunca duram. Ou são afastados, ou são mortos."

Francis Obikwelu, in Única, 20 Janeiro 2007 (revista do Expresso nº 1786)
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Nem mais. Pena que pouca gente vá ler estas palavras. Bono, hello?!

rescaldo da taça do rei - notícias que não surpreendem

"EL LINIER DE MEJUTO VIO EL PENALTI A ROBINHO"
"EL GOL ANULADO A RAMOS ES COMO DOS VÁLIDOS DEL BARÇA"

sexta-feira, janeiro 19, 2007

UEFA elege equipa 2006

"A UEFA divulgou os resultados da eleição da equipa do ano 2006, depois de uma votação no seu site oficial. Deco e Cristiano Ronaldo estavam nomeados mas não fazem parte desta equipa mágica, em que o Barcelona coloca quatro jogadores, e o Chelsea nenhum. O treinador eleito foi Frank Rijkaard, do Barcelona, que assim sucedeu a José Mourinho. O jogador com maior número de votos foi Ronaldinho Gaúcho, que recebeu 292000 votos num total de 390000, e juntou-se aos seus companheiros no Barcelona Zambrotta, Puyol e Eto´o. O Arsenal, finalista vencido da Liga dos Campeões na temporada transacta, colocou dois jogadores no onze agora eleito (Fabregas e Henry), enquanto que a campeã do Mundo Itália colocou três dos seus jogadores (Buffon, Zambrotta e Cannavaro).Surpresa é a não eleição de nenhum jogador do Chelsea, nem mesmo de José Mourinho, que na temporada passada foi eleito melhor treinador, com Terry e Petr Cech a fazerem parte da equipa então eleita.Eis os onze eleitos pela UEFA:Gianluigi Buffon (Juventus)Gianluca Zambrotta (FC Barcelona)Fabio Cannavaro (Real Madrid CF)Carles Puyol (FC Barcelona)Philipp Lahm (FC Bayern)Steven Gerrard (Liverpool FC)Cesc Fabregas (Arsenal FC)Kaká (AC Milan)Ronaldinho (FC Barcelona)Thierry Henry (Arsenal FC)Samuel Eto´o (FC Barcelona)Treinador: Frank Rijkaard (FC Barcelona)

Se fosse um ministro de direita...

...há muito que a comunicação social o tinha crucificado:
"Ministro da Saúde "orgulhoso" por não abrir inquérito ao caso de Odemira"

As verdadeiras causas do défice

"Um total de 25 sociedades que integram o universo empresarial do Estado pagou, em três anos, 5,137 milhões de euros em indemnizações a gestores cujos mandatos foram suspensos antes de terem terminado. A Caixa Geral de Depósitos lidera, a grande distância, a lista dos mais generosos para com quem parte — 4,2 milhões de euros pagos." (Público, 19.01.2007)
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O grande problema de Portugal não são os Portugueses, não são os funcionários públicos e privados (alguns serão, é certo, mas esses são fáceis de identificar e punir, para isso houvesse vontade). Obviamente, o grande problema é o poder político e as chefias. O nível dos gestores nacionais é, como se depreende, bastante mau, porque estamos a falar de pessoas sem qualificações que são nomeadas por motivos políticos e não por competência.
Neste aspecto, é interessante a comparação com a Índia (os orgasmos finlandeses agora têm esta nova musa). A Índia, esse modelo de sucesso, tem um sistema de castas. Portugal também. Basta ir ver os nomes dos gestores públicos e ocupantes de cargos políticos e administrativos por nomeação e mesmo por pseudo-concursos públicos de 74 até hoje. Eles lá estão, os puros. Quanto aos outros, os que ficam de fora, os "intocáveis", limitam-se a pagar impostos ou a tentar fugir a eles. Limitam-se a copiar o exemplo dos seus superiores, sonhando que também eles um dia poderão mudar de casta e enfim descansar.

Fora da taça, mas com o balneário limpo

Não creio que Capello esteja em maus lençois. Ontem o Real jogou bem e só foi eliminado porque o árbitro não quis apitar um penalti claro sobre Robinho e anulou dois golos por fora-de-jogo (algo que, é fácil de imaginar, não aconteceria se os merengues jogassem de azul e vermelho). Além disso, o novo Real está em construção. Ronaldo finalmente de fora, Beckham de saída. Provavelmente o mesmo acontecerá a Salgado. Balneário a caminho da limpeza. Em campo, jogadores com vontade de jogar. Para já podem ter sido eliminados da copa (algo que não é novidade, já que é uma competição que o Real não ganha há mais de uma década), mas estão a 2 pontos do lider Sevilha e empatados com o "grande" barcelona. Volto a sublinhar: um "mau" Real empatado com o "melhor" barcelona? Este ano, ou liga ou champions. Aposto mais na liga, mas a champions depende também da sorte do sorteio. O porto, por exemplo, ganhou porque não encontrou pela frente um grande de Itália ou de Espanha.

Capello em maus lençois?...Real fora da Taça do Rei

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quarta-feira, janeiro 17, 2007

Governo de pensamento único - professor único

O professor generalista é a última visão do ministério da educação. A partilha do êxtase ministerial coube, desta vez, ao secretário Valter Lemos. A ideia é a de criar um professor único para o 2º ciclo (5º e 6º anos) que deverá dar todas as disciplinas da turma. O mesmo professor dará português, história e geografia de Portugal, inglês, matemática, ciências da natureza, educação visual e tecnológica, educação física e as idiotices estudo acompanhado, formação cívica e área de projecto. Interessante proposta. Numa época de especializações cada vez mais profundas, quando o conhecimento profundo de uma área implica anos mais longos de estudo, o ministério propõe que o ensino fundamental, que é o dos primeiros anos de escolaridade, passe a ser dado por um professor que é formado a "ciências" da educação. Será, mais ou menos, como ter ter um tipo formado em História das Religiões a fazer cerimónias na igreja/mesquita/sinagoga. Ou ter um tipo que fez mestrado em "teoria de ética médica" a fazer consultas de pediatria/ginecologia/estomatologia/oftalmologia. Ou ter um engenheiro ambiental a fazer projectos de novas pontes e edifícios públicos ou programação de um novo sistema informático, uma vez que todos os engenheiros são engenheiros, não importa a especialização (vendo bem, deve ter sido isto que tem vindo a acontecer no governo, tendo em conta os resultados de alguns concursos feitos pela via informática).
O objectivo é óbvio, o de poupar no salário de mais uns docentes. Mas vejamos os "argumentos" do secretário de estado para propor algo tão ridículo. Diz a criatura que se os resultados são maus, é porque a culpa é da falta de formação dos professores. Pois, e é por isso que sugere professores ainda menos qualificados? Hum... Afinal, o professor qualificado não é o que se especializou no assunto que vai leccionar. Pelos vistos, é mais importante ter aquele ridículo mestrado numa coisa que nem sequer é uma verdadeira ciência, mas sim uma filosofia (já que se baseia em pré-conceitos não demonstráveis, como a da inocência e inimputabilidade natural das crianças, entre outros). Aliás, se a pedagogia fosse tão importante, como explicar que o ensino seja pior precisamente quando é ministrado pelos docentes que tiveram 50% do seu curso ocupado com cadeiras ditas pedagógicas, ficando de lado as científicas? E não adianta vir com a história de que vão remodelar os cursos das escolas superiores de educação. Recordemos que estamos a entrar no processo de Bolonha. Se antes era difícil especializar alguém numa só área em 4 anos, agora querem fazer especialistas generalistas (passe o absurdo) em 3? Ou vão clonar o Umberto Eco para formar novos professores?
O segundo argumento é delicioso. Desde logo porque, tal como o anterior, só existe na cabeça da personagem que o defendeu. Diz ele que a passagem do 1º ciclo (1º ao 4º ano) para o 2º ciclo causa "traumas" nas crianças porque não estão habituadas a trabalhar com mais do que um professor. O sr Vitor Lemos deveria conhecer um pouco melhor a realidade que secretaria. É que os alunos do 1º ao 4º ano têm mais do que um professor por ano. Já não falo dos casos em que mudam de professor a meio do ano. Falo dos outros docentes que dão inglês, expressões plásticas, educação física, música, consoante a oferta do agrupamento... Ou seja, cada aluno desses anos trabalha com mais do que um professor, por vezes com 3 ou quatro. Não vejo, por mais essa razão, onde possa estar o trauma. Em relação ao 5º e 6º ano, também é falso (como diziam os ridículos noticiários que sobre isso se debruçaram sem qualquer investigação anterior) que os alunos tenham 8 ou 10 professores diferentes. Se tivessem, sinceramente não percebo o problema. Mas não têm. É que, regra geral, o prof de Português é também o de História e Geografia de Portugal, assim como o de Matemática dá também Ciências da Natureza. Para além disso, ainda são, por norma, os professores designados para estudo acompanhado e área de projecto. Quanto a formação cívica, é sempre dada pelo director de turma que, como é óbvio, tem a seu cargo uma disciplina. Assim, quando muito, os alunos terão entre 5 a sete professores diferentes, apenas mais três ou quatro do que tinham nos anos anteriores.
Outra coisa que o secretário de estado não explica é o motivo que o leva a querer adaptar todo o percurso escolar ao 1º ciclo e não o contrário. Concretizando, porquê aplicar ao 2º (e quem sabe, mais tarde, ao 3º ciclo) o modelo de prof único e não aplicar ao 1º ciclo o modelo de vários professores (que já está, em parte, a ser aplicado)? A razão é óbvia, implicaria mais gastos. Não importa se os resultados são melhores ou piores...
Como estamos perante uma péssima ideia, que nada de positivo irá trazer à qualidade de ensino, quem, então, poderá beneficiar dela? As universidades que têm os mestrados nas áreas das ciências da educação devem estar eufóricas. Só assim conseguem os alunos para os seus cursos pseudo-científicos. Mas, como disse de início, creio que os principais motivos para esta decisão são os da poupança. Ter 1 prof para todas as disciplinas do 5º ano e do 6ºano implicaria, para dar o exemplo da parvónia onde estive o ano passado, que a escola teria apenas 4 professores para esses anos (era o número de turmas) e não o dobro ou o triplo. Com um pouco de sorte, colocam as professoras do 1º ciclo com as turmas do 2º e se poupa mais uns trocados.
É este o exemplo de exigência, rigor e honestidade do nosso governo.

Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário... só o nome diz tudo

"A insânia tomou conta do ministério e a TLEBS mais não fez do que criar a carnavalização da gramática, com todas as grotescas consequências inerentes para a aprendizagem da língua e para a cidadania. Não é um instrumento relevante para o ensino, mas um factor de dificultação e desaprendizagem; não contribui para a valorização do património colectivo que é a língua, mas para a sua desagregação acelerada; não permite qualquer progresso específico ou transversal e interdisciplinar, antes envolve o desnorte de professores e alunos e um grave retrocesso escolar na transmissão, aquisição e utilização dos conhecimentos; não estabiliza nenhum aspecto da língua ou do seu ensino, antes esboroa a visão do mundo que a língua transporta (George Steiner), com terrível lesão do seu papel como factor de identidade."
(Vasco Graça Moura, DN 16.01.2007)

Grandes Portugueses III

Boa... Nem tenho desculpa. Não é distracção, é mesmo mais grave do que isso. Então não é que comentei a lista dos 10 mais votados pensando que estava por ordem de votação, sem observar que estava por ordem alfabética? Enfim, é muito muito grave. Assim sendo, esqueçam parte dos comentários feitos anteriormente e façam de conta que não os cheguei a fazer (só não os apago porque faz parte da ética dos blogs não apagar posts).
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Bem, feito o mea culpa, continuemos...
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Políticos: 32 + 3 militares (Afonso de Albuquerque, Teixeira Rebelo e Nun'Álvares). De notar que coloquei nos políticos Catarina Eufémia e a padeira de Aljubarrota, pois não foi certamente pelas suas funções de trabalhadora rural e de padeira que se tornaram conhecidas. De qualquer modo, a categoria mais representada é a dos políticos. 10 reis (8) e rainhas (2), 1 infante... O período liberal está representado por Fontes Pereira de Melo (para além de D. Maria II e D. Carlos). Esquecidos ficam D. Luís, D. Pedro (mais acarinhado por brasileiros) ou Passos Manuel.
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A Primeira República está (quase) votada ao esquecimento. Apenas Afonso Costa se salvou do anonimato. Arriaga ou António José d' Almeida não figuram na lista. Não é de espantar. Trata-se de um período da nossa história ainda mal conhecido. Apenas 16 anos bem conturbados (mais de 30 governos e oito presidências da república). O Estado Novo retratou a I República como o caos que exigiu a ordem salazarista. A oposição ao Estado Novo que gerou a III República também não teve preocupações com o rigor histórico, preferindo retratar uma I República que só existiu nos sonhos de alguns e que servia fins propagandísticos. Neste caso, a I República foi um período de democracia que o Estado Novo arrasou e do qual o PS (sobretudo este) era herdeiro e porta-estandarte...
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Do período do Estado Novo temos Salazar, Caetano, H. Delgado e Cunhal. Do momento 25 de Abril temos Otelo (valha-me Deus), Salgueiro Maia, Vasco Gonçalves (valha-me Deus e todos os santos) e Cunhal (este toca também o período anterior). Também ligado ao Estado Novo e ao período de transição para a III República, temos Sá Carneiro. Da III República temos Maria do Lurdes Pintassilgo, Soares, Cavaco Silva, Alberto João Jardim (de sublinhar que os Açores não têm um político nos 100 mais, o que revela o pouco peso desse arquipélago ou o grande carisma de Jardim) e os casos que raiam as fronteiras do cómico, do trágico ou do ridículo, sei lá, decidam vocês: Sampaio, Sócrates e Maria do Carmo Seabra. Presumo que estes dois últimos tenham posto as suas equipas ministeriais a votar neles. Lembram-se do carnaval medieval? A ideia de eleger o bobo como rei? Aparentemente foi o que aconteceu aqui...

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Doutoramento honoris causa a Cavaco Silva na Índia


Na minha opinião não é mais do que um género de reconhecimento por Excelência.

Grandes Portugueses II

1. Afonso Henriques
2. Álvaro Cunhal
3. António de Oliveira Salazar
4. Aristides de Sousa Mendes
5. Fernando Pessoa
6. Infante D. Henrique
7. D. João II
8. Luís Vaz de Camões
9. Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal)
10. Vasco da Gama
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Pois bem... Isto dá que pensar. Comecemos pelos dez finalistas e depois vejamos os nomes (alguns deles muito preocupantes, dos 90 mais votados).
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1. Finalistas.
De sublinhar, como aspecto interessante e positivo, a ausência de Mário Soares nos 10 finalistas. Poderíamos supor que ainda há esperança entre os portugueses (mas não se iludam, porque a esperança irá esfumar-se assim que virem os 90 mais votados)... Este aspecto, desde logo, mostra que, entre os vivos, pesa muito a memória mais recente. Soares pagou pelas asneiras dos últimos anos. Isto partindo do princípio de que o que estava para trás era melhor, mas enfim, há quem ache que sim...
O nome de Afonso Henriques é óbvio. Não poderia ser outro o mais votado (foi o primeiro dos meus dois votos). Se há grandes portugueses é graças a ele que criou os portugueses. Fundador da nação, apesar de uns quantos que a querem vender/dar a Espanha, não está esquecido. As aulas de História ainda servem para alguma coisa...
Cunhal em segundo lugar surpreende. Imaginava-o em terceiro. O Cunhal que aqui está não é o que existiu, mas sim a figura mitológica criada pela sua propaganda. Mas como isso vale para a maioria dos políticos que aqui estão, nada a objectar. Presumo, naturalmente, que o Cunhal que foi eleito seja o da luta contra o Estado Novo e não aquele que sonhava com um Portugal Comunista (ou seja, que queria a troca de uma ditadura por outra).
Salazar é outro nome incontornável. O Portugal do século XX, aquele que conhecemos ou do qual ouvimos falar, é o Portugal que ele criou e deixou. E se deixou muito de mau, é de lembrar que não é só obra dele, mas de alguns que se lhe seguiram ou que o antecederam. Salazar foi um governante típico da época em que chegou ao poder. Anos 30, a década de Mussolini (este surgido nos anos 20), de Franco, de Hitler, de Estaline. Em comparação com esta rapaziada simpática, o nosso presidente do conselho nem foi um mau rapaz...
Aristides de Sousa Mendes? Sinceramente, ficaria bem nos 90 mais votados, mas não creio que haja motivos para estar entre os 10 primeiros. Ok, ok, chamam-lhe o Schindler português, para muitos foi melhor ainda. Mas olhando para alguns dos nomes que se seguem e para alguns dos nomes que faltam...
Pessoa: nada a dizer, só colocaria Camões à frente.
Infante D. Henrique: aqui as aulas de História fizeram dano. Sobretudo as que gostam de mitos e não de factos. Se o objectivo era homenagear o iniciador da epopeia das Descobertas e da Expansão Portuguesa, o nome correcto a colocar aqui seria o do seu pai, D. João I. Seguramente um dos políticos mais inteligentes que Portugal teve. A ele muito se deve o facto de ainda existir Portugal.
D. João II: O homem do tratado de Tordesilhas, o príncipe perfeito que dividiu o mundo com os castelhanos... O estadista que abriu as janelas do reino para deixar entrar a brisa marítima carregada do intenso cheiro a especiarias. Para mais, há quem diga que morreu assassinado, vítima de conspirações... Uma boa escolha. Se fosse Afonso III, ou D. Dinis no seu lugar também não ficariam mal.
Camões: é, com Pessoa, o "embaixador" da poesia portuguesa. Eu colocava-o antes de Pessoa, mas ambos figuram bem aqui na lista.
Pombal: qual deles? O político déspota que assassinou e destruiu os seus oponentes? O político que expulsou os jesuítas? O político visionário que criou a primeira região demarcada de vinhos do mundo? O político que reconstruiu Lisboa e, numa outra vertente, o ensino universitário em Portugal? Uma figura adorada por muitos sobretudo porque viveu no século XVIII. Hoje os mesmos adoradores seriam os primeiros a odiá-lo.
Vasco da Gama: Navegador e diplomata, abriu as portas da Índia, terra de honra, proveito, fama e glória para a Coroa e os portugueses. No entanto, se virmos bem, limitou-se a ser puoco mais do que um porteiro. Porque não Afonso de Albuquerque no seu lugar?
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A ver pela lista dos mais votados, os portugueses valorizaram o período dos Descobrimentos. Só quatro nomes dos 10 não estão ligados a esse período (Cunhal, Salazar, Afonso Henriques e Pombal). Os Lusíadas são uma obra sobre a expansão portuguesa, e a Mensagem de Pessoa toca igualmente esse tema. "Ò mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal"... Mesmo Salazar não pode ser de todo afastado da temática, uma vez que fez da época dos Descobrimentos uma das sua bandeiras ideológicas e propagandísticas.
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Não há uma única mulher nos 10 mais. É natural, quando se olha para o passado. Talvez seja verdade o cliché que diz "por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher", mas a verdade é que o olhar da memória só vê quem está à frente...
Quantas mulheres encontramos nos 100 mais votados? Se contei bem, estão 19. Bem, 17.5, já que uma não existiu (Padeira de Aljubarrota) e a outra deve ser erro informático ou anedota (maria do carmo seabra - deixem-me parafrasear o Primo Levi para lamentar "se isto é uma mulher!"). O nome de Catarina Eufémia também dá que pensar, é mais um caso de voto no mito e não na pessoa.

Os Grandes Portugueses

Não sei se têm acompanhado o programa de “Os Grandes Portugueses”. Nesta fase já foram escolhidos os 10 finalistas: os reis D. Afonso Henriques e D. João II, os políticos Álvaro Cunhal e António de Oliveira Salazar, os poetas Camões e Fernando Pessoa, o diplomata Aristides de Sousa Mendes, os estadistas D. Henrique e Marquês de Pombal e o navegador Vasco da Gama.
De notar, que nenhuma destas personalidades estão entre nós e que o desporto não teve nenhuma figura nos 10 mais. Já nos 90 mais encontramos Cristiano Ronaldo, Eusébio, José Mourinho, Luís Figo, Rosa Mota e o meu presidente Jorge Nuno Pinto da Costa.
Como curiosidade cómica e a lamentar, na minha opinião, encontrámos, neste grupo, um jovem da série “Morangos com Açúcar”. Poderão estar a pensar na figura “Dino” mas não, é o jovem Hélio Pestana. De lamentar, de facto.
Tirem as vossas conclusões através do site http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/finalistas.php

O meu regresso

Olá niveladores
É com muita alegria que recebi o convite para "voltar" a participar no nosso ponto de encontro virtual. Bem sei, que poucas vezes contribuo com algo de interesse mas para isso temos o Paulo e a restante companhia...
Estou com muita esperança que o ano de 2007 me inspire, para ser franca não acredito muito no que estou a escrever mas pelo menos prometo que me vou esforçar...
Esperem mais contribuições da minha parte, com ou sem interesse já é outra questão...
Até um dia destes.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

À atenção do engenheiro Sócrates

"An increase in the minimum wage has not hurt the overall economy in Washington and Idaho." No NY Times.
Mais uma vez o bom exemplo americano. Nas aulas regresso à Grande Depressão e às soluções de Roosevelt para uma crise de proporções gigantescas. Ah, se os nossos economistas e opinion makers soubessem nem que fosse o básico da História mundial... As crises resolvem-se com o aumento do consumo. O consumo só aumenta se houver dinheiro, algo que só é possível com a subida dos salários e com a descida dos preços e dos impostos. Mais consumo implica mais lucros, logo mais impostos pagos pelas empresas e pela população. Mas não, o nosso governo e os seus economistas visionários preferem aumentar mais os impostos (o último exemplo é o ridículo aumento dos combustíveis numa altura de baixa do preço do petróleo, porque há mordomias e propaganda para financiar)...
Outra coisa que nunca percebi. Não sei se é só um fenómeno português, ou se acontece em outras terras. Mas o que é que acontece entre 31 de Dezembro e 1 de Janeiro que obriga ao aumento "inevitável" dos preços, desde os combustíveis aos jornais, ao gás, ao pão, às portagens, presumo que aos analgésicos e pastéis de nata...?

músicas






Sábado, dia 20, se estiverem pelos lados do Minho, aproveitem para ir a Guimarães ver o concerto de Mayra Andrade. Cantora jovem que nasceu em Cuba, de família Cabo-Verdiana, e viveu no Senegal, Cabo Verde, Angola, Alemanha e França.
O seu primeiro cd intitula-se Navegar. As músicas são cantadas sobretudo em crioulo, mas temos a tradução. Para variar um pouco a música, sobretudo com a rádio inundada de hip-hop (e quando não temos connosco Pink Floyd, Dire Straits, Pogues, Leonard Cohen, Stones, U2 e companhia), vale a pena.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

governo de pensamento único

Para além da arrogância que o caracteriza, nada mais existe na cabeça de Sócrates e companhia, para além de um único pensamento, o €. Todas as medidas são vendidas pela comunicação social como grandes e corajosas decisões que irão salvar a pátria (hum, regressou o mito do Salvador da Pátria, que curioso). Acontece que, quando se conhecem as questões mais profundamente, se percebe que a única intenção é a de cortar nos gastos. Quanto à coragem, é uma treta propagandística. Se houvesse coragem, diminuiam-se o número de deputados. já que a maioria não pensa por si mesmo e apenas está lá para votar no partido, bastava ter uma ou duas dezenas de indivíduos e dar-lhes votos como acontece nas assembleias dos clubes de futebol. Os mais importantes (ou seja, os dos partidos mais votados) tinham mais votos, tal como os sócios mais antigos cujo voto vale por dez. Muito se pouparia aqui, quer em salários, quer em ridículas reformas (mantém-se o sistema de oito anos para a reforma, ou também subiu para os 65 anos? Ah, pois, ser deputado é muito mais arriscado do que ser piloto da TAP, vejam só os danos mentais que as criaturas aparentam sofrer...) Se houvesse coragem, os clubes de futebol perderiam o seu regime de excepção, cujo fim foi apregoado pela comunicação social que se esqueceu de dar, em notícia de abertura ou de primeira página a notícia do posterior recuo do governo. Se houvesse coragem, a questão da falta de médicos estaria há muito resolvida. Bastava para isso implementar o sistema americano. Já que é o Estado a pagar a formação dos médicos (as propinas não cobrem senão uma ínfima percentagem dessa quantia), então estes deveriam trabalhar onde o Estado entender durante um período de tempo (2 a 4 anos, por exemplo). É assim que nos EUA se arranjam os médicos para o Alasca e outras regiões menos atractivas. E se os médicos formados não quiserem, então que paguem na totalidade os custos que o Estado teve na sua formação. Estava resolvido o problema.
A propósito de decisões de pura poupança, basta ver a forma como se está a processar o encerramento de unidades de saúde. Canalizar as urgências de Penacova, Figueira, Góis, Lousã, Miranda, Condeixa, Cantanhede, Serpins, Arganil, em breve Covilhã, Guarda, Castelo Branco... para os hospitais de Coimbra não melhoram os serviços, apenas os entopem. Só com os utentes da área de Coimbra os serviços são lentos, quanto mais assim... Mas é mais barato, até porque, à semelhança da ex-ministra inglesa da educação, não são os senhores do ministério a necessitar do serviço nacional de saúde. Outra medida corajosa: cortar nos privilégios da gente incompetente do banco de Portugal, na frota luxuosa do Estado, nos subsídios de deslocação de deputados que dizem viver fora de Lisboa para lhes ser paga a renda da casa lisboeta...
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Poupar dinheiro: chamar serviço não-lectivo às aulas de substituição. Para não as pagar. Porque se sabe que o tal serviço não-lectivo vai ter de ser feito de qualquer modo.
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Poupar dinheiro: impedir as escolas de constituírem turmas mais reduzidas, de quinze alunos no máximo, para combater melhor o insucesso a matemática. Todas as medidas são viáveis, dizia-se na página ministerial, menos essa. Qual o critério pedagógico para o proibir? Ninguém percebe. Quais os critérios económicos? Óbvios.
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Poupar dinheiro: ser incapaz de corrigir um erro informático durante mais de um mês, à semelhança do que ocorreu há uns anos com a colocação de professores, evintando-se assim o pagamento do salário de Janeiro aos novos médicos que deveriam ter já sido colocados.
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O Estado português perde todos os casos que os seus cidadãos colocam contra ele nos tribunais europeus. Porquê? Porque, aos olhos da lei europeia, temos um estado mentiroso, ladrão e que age constantemente de má-fé. Com tal exemplo, como quer o Estado ter o respeito dos cidadãos? (A propósito de derrotas em tribunais, será que a ministra da educação já veio a público dizer que, à semelhança dos Açores, também Coimbra, Leiria e Castelo Branco não fazem parte do território de Portugal? É que o seu ministério foi condenado por tribunais dessas áreas...)

Faz o que eu digo, não faças o que eu faço

Deve ser o lema da ex-secretária da educação inglesa. Durante o seu período de funções no ministério, defendia a doutrina de que as crianças com necessidades educativas especiais estariam melhor servidas no sistema estatal e não no privado. Agora, fez exactamente o contrário, ao matricular o seu filho num colégio privado por conselho médico (a criança sofre de dislexia). Eis uma bela forma de a vida nos forçar a admitir que fizemos um mau trabalho. Ou de declararmos publicamente que o que serve para os filhos dos outros não serve para os nossos, porque somos melhores do que eles...

domingo, janeiro 07, 2007

Surpresa na Taça de Portugal

De vez em quando estas coisas acontecem. Uma equipa de escalão inferior derrota um dos grandes e toda a gente se pasma. Hoje calhou a vez ao FCP. "Surpresa só para quem não viu o jogo", disseram na Antena 1. Não percebo o espanto. O fenómeno é sempre o mesmo, chama-se falta de concentração e de empenho. Misturado com um pouco de arrogância, presunção e excesso de confiança. Os jogadores entram em campo a acreditar que são superiores e pensam que essa superioridade surgirá naturalmente. Ainda não perceberam que o encanto do futebol é precisamente esse, muitas vezes não são os melhores que ganham. Por "melhores" entenda-se os que têm melhores condições de treino, maior capacidade técnica e infraestruturas superiores. Isso é para o ténis, o basket, o andebol ou o volei. Correcção: em geral são os melhores que ganham, só que nem sempre os melhores são aqueles que assim se consideram.
ps1: ponho de lado outros factores, como a sorte ou a tendência arbitral de marcar penalties inexistentes no último minuto que, por "sorte" - lá está - às vezes não são concretizados...
ps2: além dos jogadores, também os treinadores têm, por vezes, culpa nestes acidentes de percurso. Jesualdo tem uma grande percentagem delas. Foi ele que deu a entender aos seus jogadores que o jogo ia ser fácil, tão fácil que nem precisava de jogar com os melhores jogadores. Aliás, tão fácil tão fácil que até podia voltar a pôr o Baía na baliza. Foi o que se viu...

jornalistas desportivos

Não há, seguramente, criatura mais estúpida do que o jornalista desportivo. Parafraseando Woody Allen, "quem não sabe exercer uma profissão torna-se jornalista, quem não sabe ser jornalista, torna-se jornalista desportivo." E no fundo desta escala estão os "jornalistas" (se assim os podemos chamar) da sportv. Ainda agora ouvi um imbecil comparar Fabio Capello com Carlos Queirós! Meu Deus.. Queirós é um adjunto carregador de pinos e coletes de treino do A. Ferguson que fracassou em todas as oportunidades que teve. Capello é precisamente o contrário, um treinador que venceu em todas as equipas que treinou. Foi com Queirós que a indisciplina dos jogadores entrou no Real Madrid, algo que Capello está pouco a pouco a resolver. Por fim, um dos últimos comentários foi hilariante: o Real Madrid, segundo o comentador, jogava melhor com Queirós do que com Capello. Pois, se calhar jogava, no início. Quando a equipa vinha com os esquemas de Del Bosque e tinha Figo, Zidane e Raúl em grande forma. Hoje Figo e Zidane já lá não estão, como aliás lembrou Capello quando lhe fizeram comentário idêntico. Acontece que, com Queirós, a equipa foi morrendo. Com Capello está a criar-se uma nova equipa, com uma nova mentalidade. Faltam é alguns ramos para podar. Um ou dois estarão para breve...

Rolling Stones e Angelina Jolie (who could ask for more?)

Anybody seen my baby.
ainda não consegui fazer o link directo, de forma a aparecer aqui no blog o ecran do youtube. Alguém sabe como é que isso se faz? Queria que ficasse como está neste outro blog.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

problemas com o login?

Caros niveladores,
como sou uma vítima do marketing, acabei por fazer o update para o new blogger, acreditando que daí viriam muitas vantagens (mais ou menos o mesmo sentimento que levou muita gente a votar sócrates nas últimas eleições). Assim sendo, e seguindo o mesmo raciocínio, as vantagens não são visíveis até agora, mas os inconvenientes são já alguns. Ou seja, para funcionar no novo blogger, é preciso ter um email do gmail. Depois, para fazer o login, é necessário colocar no espaço do user o email completo (p. ex. paulo.jsa@gmail.com) e a respectiva password (p. ex. angelinajolie). Tentem e se tiverem algum problema digam (para o mail indicado acima), que eu tentarei resolver a questão.
Grande abraço,
Paulo

quinta-feira, janeiro 04, 2007

belos exemplos

O mal não é só dos clubes portugueses, que ficam sempre à espera dos seus jogadores brasileiros depois das férias. Chegam sempre com atraso e com a desculpa habitual: não havia voos. Deco e Ronaldinho, sempre tão aplaudidos pelo seu "profissionalismo" fizeram o mesmo, sem que houvesse uma acção penalizadora por parte do clube empregador. Fizeram até mais, no último jogo de 2006 forçaram o cartão amarelo para ficarem suspensos e, consequentemente, livres do primeiro jogo da época. Que má imagem que esta gente dá de si mesma e do seu país. Deles, porque todos percebemos que mentem. Do país, porque reforçam uma imagem de um Brasil desorganizado, caótico, incompetente. E são estes os ídolos e as referências de milhões de pessoas. Belos exemplos...

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Lewis Carroll

O autor do Alice in Wonderland, Lewis Carroll (pseudónimo de Lutwidge Dodgson) ficou também conhecido pela sua faceta de fotógrafo. Um pouco menos pela sua faceta de escritor de cartas. Os seus modelos preferidos eram meninas e era também com elas que Carroll se correspondia. É comum dizer-se que a obra é sempre produto do tempo do seu criador. Com Carroll isso é ainda mais verdade. Porque Carroll viveu nos primeiros tempos da fotografia, mas sobretudo porque no período vitoriano não havia ainda a carga que hoje tem tudo o que rodeia a imagem de crianças. Depois dos escândalos belga ou português, depois das notícias de abusos de elementos da ONU, depois do politicamente correcto gerado nos EUA e que (como tudo o que é mau) rapidamente se importou para a Europa, retratar meninas é automaticamente considerado estranho, ou mesmo perverso. O século XX foi, em grande medida, o século do sexo, com as teorias freudianas e o desenvolvimento das várias escolas psicológicas e psicanalistas, a gradual diminuição da censura e (aspecto fundamental) com a explosão do marketing e da publicidade. Acutalmente tudo tem uma conotação sexual, pelo que se Carroll vivesse hoje estaria condenado a dirigir a sua inspiração para outro público e o seu olhar para outros temas. Provavelmente não faria as fotografias que fez na época. Como as fotografias foram tiradas com consentimento das famílias, tal comportamento permissivo provavelmente levá-las-ia também ao banco dos réus implicando a perda da custódia das crianças. O facto de, já adultas, as meninas retratadas manterem uma relação de amizade com o escritor/fotógrafo (em especial a verdadeira Alice, para quem a obra principal de Carroll foi escrita), seria imediatamente analisado sob o olhar da doença e da dependência. Nabokov, para citar apenas um exemplo, não hesita em classificar Carroll como pedófilo, esquecendo que no século XIX as imagens de crianças (incluindo os nús) eram vistas como representações da pureza ( período vitoriano foi, segundo vários historiadores deste período, marcado por uma adoração das crianças). Hoje seria impossível essa leitura, porque o nosso olhar está automaticamente marcado pela mentalidade que nos rodeia. Os nossos medos, as nossas obsessões, tudo nos condiciona e nos impede de ver Carroll como ele provavelmente foi. Mas, para defesa de Lewis Carroll, melhor do que as minhas palavras, leiam o prefácio de Miguel Esteves Cardoso do livro de fotografias de Carroll, obviamente intitulado Meninas.

Bom ano

Ano novo, blogger novo. Espero que não tenham dificuldades em fazer a mudança, mas penso que não. Fico então à espera das novas mensagens, porque isto (compreensivelmente, dada a agitação típica desta época festiva) tem andado muito parado...
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O regresso ao trabalho é sempre a meio gás... Falta o ritmo, a vitalidade. Não tanto a vontade, mas alguma coisa emperrou depois da avalanche de abusos alimentares, horas de sono trocadas (felizmente, em muitos casos por momentos melhores) e viagens para lá e para cá...
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Guida, espero que o primeiro dia tenha sido menos complicado do que o esperado. Para as duas.