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segunda-feira, janeiro 22, 2007

...and justice for all

Maravilhosa justiça a nossa, que recuperou da cegueira (se é que alguma vez a teve, talvez apenas fingisse). A sua grande mácula, porém, é a sua contínua predesposição para a excentricidade e para uma ausência de bom senso. O jogador, por exemplo, acelerou pelas ruas da capital como tantos outros. Só que estes outros não são figuras públicas. São anónimos, o que, para a nossa justiça, é sinónimo de indiferentes. Pois bem, estes pagaram multa e ficaram sem carta, como manda a lei. E o jogador? As atenuantes serão de peso. Seria tarde, a cama chamava por ele, que teria de ir descansado para o treino matinal. E depois há o stress da profissão, o desgaste, a ansiedade, o sentimento (que o rapaz expressou a quantos quiserem saber) de que se encontra num fim de ciclo. E a nossa justiça, compreensiva, perdoou-o. Serviço comunitário. E os outros? E eu? Não posso também ser "condenado" a serviço comunitário da próxima vez que sentir necessidade de fazer disparar os radares?
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O problema do bom senso faz-se notar quando um homem é punido por querer manter consigo aquela que, aos olhos de quem tem bom senso, é a sua filha. Pai biológico? E aquele que cuidou dela diariamente, não estava presente fisicamente? O carinho não é biológico? E depois, o eterno apego à papelada. Diz a justiça que o processo de adopção não foi tratado. Perdão, mas foi. No dia em que o homem recebeu a criança abandonada por pai e mãe, adoptou-a. Como uma união de facto. O critério não pode ser válido aqui? E não deve pesar mais do que os pretensos direitos de um pai biológico (vejam bem, só nesse aspecto é que o homem é pai da criança, ou não era necessário chamá-lo assim)? O bom senso diz que sim. Meu Deus, até os psicólogos dizem que sim.
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Percebe-se melhor o estado a que chegou a justiça portuguesa, quando ela é representada e aplicada por juízes que tomam decisões destas (sem ofensa para os excelentíssimos meretíssimos srs drs)...

1 comentário:

Anónimo disse...

A Justiça portuguesa tem dois pesos e duas medidas, conforme a cabeça a ser sentenciada. Há uma Justiça benevolente, de palmadinha na mão para os ricos e há outra Justiça, mais cumpridora da letra de lei, para os pobres...Acrescente-se que além de cega e preconceituosa, a Justiça neste país é de uma lentidão inimaginável em qualquer país dito de 1.º mundo.