Um retrato claro de África. Embora não resista acusar, como sempre, a mão tenebrosa do homem branco, desta vez fala dos europeus e não dos americanos (afinal, não são culpados de tudo!!). E fala na corrupção dos governantes dos regimes africanos, afinal os primeiros e grandes responsáveis pelo que de trágico vai acontecendo nesse continente. Do filme, para além dos excelentes desempenhos de DiCaprio e de Djimon Hounsou (Amistad) (ambos a merecerem a nomeação para o oscar de melhor actor e melhor actor secundário, respectivamente), fica a ideia de que África não é indiferente a ninguém. Despreza-se, ama-se, mas nunca passa despercebida. TIA, diz-se no filme. This is Africa. África é o único lugar do mundo que nos corta a respiração, de tão habituados que estamos a uma Europa de pequenas extensões e de horizontes cortados por prédios ou montanhas. Em África há tudo isso, mas há espaço entre umas e outras. E nesse espaço sentimo-nos em parte minúsculos, em parte grandiosos, sem fôlego, e um turbilhão em nós a mover-se misturando sentimentos, vontade de gritar, de chorar, de ficar no chão, de correr e rir... This is Africa. E é contagiosa, se não nos mantivermos à distância. Uma distância segura.
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