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quinta-feira, agosto 23, 2007

apoio jurídico? não foi isso que eu disse. ou foi? ou foi sem ser? vocês é que perceberam mal

"De gravata e fato escuro", narrou o Público, o ministro da agricultura apanhou uma espiga no chão e prometeu apoio jurídico ao agricultor atacado por inoperância da GNR.
Há aqui um aspecto curioso, que é o sentimento de culpa que esta promessa de apoio jurídico contém, ainda que de forma camuflada. Em situações normais, o Estado não oferece os seus serviços jurídicos para actuarem em benefício de cidadãos individuais. Então, porquê neste caso? Porque é mediático? Porque o ministro sente que o que aconteceu foi culpa das forças de segurança (comandadas pelo governo, que as tutela)? Porque simpatizou com o agricultor em causa? Porque estava bem disposto / mal disposto nesse dia? Seria a influência nociva do milho transgénico já a fazer efeito? Este tipo de apoio, a existir, não deveria ser sistemático?
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No seguimento dessas declarações do MA, o Conselho Geral da Ordem dos Advogados emitiu um comunicado onde defende a ilegalidade desse apoio jurídico, pois para isso servem os advogados e solicitadores.
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A reacção do ministro foi novamente curiosa. Em vez de admitir o erro e assumir que ignorava a lei, preferiu a saída habitual (muito famosa no mundo do futebol), dizer que as suas palavras foram mal interpretadas. Terá falado em inglês, estando no Allgarve? Não é estranho que nem os jornalistas presentes nem os elementos da Ordem dos Advogados tenham conseguido interpretar as palavras do ministro? Será ele descendente dos oráculos gregos, falando em código e em metáforas elaboradas? Será o ministro incapaz de expressar oralmente uma simples ideia de forma a esta ser compreendida por quem a ouve? Se assim for, recomendo uma inscrição urgente num dos cursos EFA das novas oportunidades. Ainda vai a tempo.
A pergunta que a seguir se coloca é simples. Então que quis realmente dizer o ministro com as suas palavras enganadoramente simples? Ouvi ontem na rádio a explicação, a interpretação do enigma. Tão simples, tão fácil. Elementar, meus caros Watsons da Ordem dos Advogados.
O que o sr entendia por "apoio jurídico" era o seguinte: as declarações que comprovam a legalidade da propriedade e da cultura de milho serão passadas ao agricultor pelos "melhores técnicos do ministério" e "atempadamente."
Hum. Curioso. Se não fosse este magnânimo regime de excepção, em condições normais os ditos papéis seriam passados com manifesto atraso (de preferência só após a prescrição do crime?) e pelos piores funcionários do ministério? O varredor? O rapaz brasileiro que faz a manutenção da máquina de café, sandes e chocolates? O próprio ministro? Este último teria o perfil mais adequado, poderia fazer a declaração de forma novamente enigmática, de forma a não ser compreendida pelo juiz que julgasse o caso.
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E os ministros do governo Santana é que eram maus... Que nulidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tudo o que se associa a Santana Lopes é péssimo! O homem é um idiota de 1.ª!