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quinta-feira, agosto 30, 2007

o menino proença chumba no exame de escola primária

Lê atentamente o texto seguinte:

1. «Pontapé-livre indirecto
Um pontapé-livre indirecto será concedido à equipa adversária do guarda-redes
que, encontrando-se na sua própria área de grande penalidade, comete uma das
quatro faltas seguintes:
· manter a bola em seu poder durante mais de seis segundos antes de a
soltar dos mãos
· tocar uma nova vez a bola com as mãos depois de a ter soltado. sem que
ela tenha sido tocado por outro jogador
· tocar a bola com as mãos vindo de um passe atirado deliberadamente com
o pé por um seu colega de equipa
· tocar a bola com as mãos vindo directamente de um lançamento lateral
efectuado por um colega de equipa»
1.1. Reescreve, por palavras tuas, a frase destacada a bold.
"As leis de jogo são muito claras e objectivas nestas questões: sempre que um jogador joga uma bola para o seu guarda-redes com o pé, seja através de um corte ou de um passe, este fica impedido de agarrá-la. Se o fizer será punido com pontapé livre indirecto, no local onde agarrou a bola com a mão. Limitei-me a cumprir a lei"
*
Ou é burro, ou é ignorante e incompetente, ou é mentiroso. Ou como já alguém comentou, é alguma coisa entre essas hipóteses.
*
É grave quando esta criatura foi considerada o melhor árbitro português da época passada. Se nem conhece as leis de jogo?! Só em Portugal... A não ser que ele apite seguindo outras regras, de outros livros... A verdade é que deliberadamente prejudicou, com consciência, o SCP no aborrecido e mal jogado clássico da semana passada. Porque aplicou mal e conscientemente uma regra que só existe nas suas visões.
Depois, há um caso de total falta de honestidade. Poderia ter errado, fruto da pressão e do medo de apitar contra o fcp (por algum motivo não expulsou o cigano por agressão, tendo visto o lance e apitado, um déficit hortícola que já foi a seu tempo referido). O que é asqueroso é não ser capaz de admitir que errou. Esta resposta que Pedro Proença deu foi feita muito depois do jogo. O homem teve tempo de rever as imagens e de consultar os regulamentos que aparentemente nunca leu. Não o fez ou, se o fez, continuou a recusar o erro. Intelectualmente desonesto ou incompetente. Um bom exemplo para os árbitros portugueses. Enfim...

visitando a família

Domingo. A família no carro. O filho ao volante. O pai ao lado, como uma passagem de testemunho. No banco de trás, a mãe e a tia. Destino - cemitério. É dia de visitar a família que o filho nunca conheceu, mas que "será tua até morreres", diz a mãe. O filho em silêncio ao volante, mudando as estações de rádio até conseguir um difícil equilíbrio entre o que ele quer ouvir e o que pensa que não irá perturbar os outros. São gostos muito diferentes para conciliar. Opta pelo relato. Joga a aac, ou alguém joga contra ela, sempre é algo em comum entre todos. No banco de trás, a tia murmura baixinho uma reza. Um ritual que cumpre desde criança, desde o tempo em que as viagens eram longas e perigosas, desde o tempo em que "a vida era dura e fazíamos estes caminhos todos a pé, saindo de madrugada e carregando a carga às costas ou à cabeça." À medida que o carro avança em direcção à vila do interior, todos tentam quebrar o silêncio que se instalou. O resultado não é um diálogo, mas dois ou três monólogos. O pai comenta a estrada e identifica as aldeias que vão surgindo no horizonte. A mãe contradiz (pelo menos dialoga), para em seguida mudar para um tema só seu. A tia reza.
E por fim, a vila e a praça em obras. Velhas árvores centenárias entretanto arrancadas porque o presidente da câmara é bronco como só os broncos sabem ser e está pasmado com as possibilidades de uma praça renovada e embelezada com árvores importadas. Não é ficção, mas merecia ser. A que cúmulos chegam os idiotas com poder. Pela rua empedrada segue o carro em direcção ao cemitério, adormecido ao lado da igreja. Os passageiros saem sentindo o bafo quente da tarde. Abre-se a mala, tiram-se as flores de plástico ("duram mais"). Faz sentido, flores mortas para os mortos. Afinal o que importa é mesmo o gesto e seguramente a campa ficará menos pesada sobre os defuntos que nesse dia são visitados e recordados. Mãe e tia dirigem-se para a campa da mãe. O pai apresenta (novamente) ao filho alguns dos mortos e os seus rostos pálidos nos retratos a preto e branco olham de volta sem um sorriso. Ninguém sorri nas fotografias colocadas nas campas, já repararam nisso? Parece que são tiradas especialmente para esse momento.
(Boa tarde, queria tirar fotografias.)
(Ah, sim? E para que efeito? Para documentação?)
(Não. É para colocar na minha campa, quando morrer.)
(E está para breve? Pois sente-se. Não se mova. Não se ria. Olhe, faça de conta que está morto.)
Para além das vozes da família e de restos de gritos e risos que surgem vindos da ribeira que atravessa a vila, tudo o resto é silêncio. Regressam ao carro e atravessam a vila. Velhos sentados em bancos à sombra dos edifícios levantam os olhos à sua passagem, mas regressam à conversa ou à mudez em que se encontravam. Quem os vê fica com a impressão que se limitam a passar assim os dias à espera de mudarem definitivamente para o cemitério. Toda a terra é a antecâmara de um cemitério. Aliás, todo o interior do país se vai transformando num longo cemitério, pelo menos durante onze meses por ano, até que se dá o célebre milagre da aparição dos franceses, que ressuscita a luz das casas e faz nascer meninas lourinhas, adolescentes de orelhas e narizes perfurados com anéis, madames de cabelo pintado e automóveis de matrículas amarelas onde antes só havia velhas de negro e carros de bois (alguns dos bois têm também anéis no nariz). Esta vila, no entanto, está morta doze meses por ano, há muitos anos.
No carro, a família discute o que fazer a seguir. Regressar à vida ou visitar os familiares que ainda restam na zona, espalhados por povoações vizinhas. Alguém lembra que ir visitar uns e não ver os outros dará origem a melindres. Mas visitar todos implica chegar muito tarde a casa e há muito que fazer. Como a bola não se resume à aac, há o slb às 19h e o scp às 21h. E o prof. Marcelo à mesma hora. Portanto, decide-se que o melhor é não visitar ninguém e regressar. Vendo bem, é só uma questão de tempo para que não haja esses problemas. Porque mais cedo ou mais tarde, todos os parentes poderão ser comodamente visitados no cemitério, evitando transtornos desnecessários. E se cada um receber o seu raminho de flores de plástico, não terá qualquer razão para ficar melindrado.

Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma,
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma,

A vida não pára...

E quando o tempo acelera e pede pressa
Eu recuso, faço hora e vou na valsa,

A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo espera a cura do mal,
E a loucura finge que isso é normal,
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando cada vez nais veloz,
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo que lhe falta pra perceber,
Será que temos esse tempo pra perder,
E quem quer saber?!

A vida é tão rara... tão rara...

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma,
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma,
A vida não pára... A vida não pára nao...

Será que é tempo que lhe falta pra perceber,
Será que temos esse tempo pra perder,
E quem quer saber?!

A vida é tão rara... tão rara... A vida é tão rara.

(João pedro Pais e Mafalda Veiga)

Show de bola


Troféu Joan Gamper: Barcelona goleia Inter (5-0) ...


quarta-feira, agosto 29, 2007

Recomendação de leitura a Pedro Proença


(isto partindo do pressuposto, não demonstrado, que ele sabe ler e interpretar). Poderá adquiri-lo aqui (ou alguém por ele).

A ausência (dedicado a Pedro Proença)


Coisas pelas quais é melhor esperar sentado

1. Um comunicado da sad portista reclamando da entrada violenta do Quaresma sobre o M. Veloso (ou as críticas só valem para o Katsouranis (que por acaso até nem fez falta?)
2. Sinais de inteligência e pudor num governo socialista.
3. Um romance sobre a Idade Média que não descambe para as tretas das Senhoras do Lago e da Magia. Como este, que estava a correr muito bem (ao estilo Ellis Peters) até começar a aborrecer de morte com descrições de rituais, visões pasmadas e comunhões com a mãe-natureza, quebrando a evolução do enredo que até aí fluia de forma muito agradável.
4. Que cresçam tomates no Pedro Proença.
5. Um jornal português que tenha notícias e investigação jornalística.
6. Respeito do ministério da educação pelas pessoas que 'tutela'. Já não bastou ter colocado uma das fases do concurso em Agosto. Só pode ser entendido como desprezo a ideia (salvo seja) de publicar dia 31 a lista de colocações quando esta devia e podia, pois não há nada que o impossibilite, ser publicada muito mais cedo. Mas não, aquela corja deixou tudo para o último dia, dando apenas 2 dias (o fim-de-semana) para que os preparativos sejam feitos (e esses preparativos podem envolver coisas como procura de casa ou de infantário, coisas que não são propriamente rápidas e fáceis).
7. Uma medida de incompetência do governo ps que seja criticada como seria num governo laranja (veja-se agora o caso dos helis comprados à Rússia para combater fogos em 2006, mas que não levantam voo em 2007).
8. Um bom plantel do slb.
9. Um homem do talho que ponha o peso que lhe foi efectivamente pedido.

terça-feira, agosto 28, 2007

Jennifer Lopez

Não percam "Border Town", dedicado às mulheres de Juaréz desaparecidas e assassinadas...

segunda-feira, agosto 27, 2007

who's loving you

versão anos 70 e versão mais recente. Hip hop, rap, hu-huhs e yoohs...? Para quê, quando se canta assim? Vozes como estas estão no sangue.

Um alcaide "saboroso"

Em 1384, Portugal vivia em sobressalto. D. Fernando morrera no ano anterior, deixando como herdeira apenas uma filha, (in)convenientemente casada com o rei castelhano. A divisão entre os defensores de D. Beatriz e os seus opositores, que (em parte) temiam uma anexação por parte de Castela, levou à criação de um outro partido, liderado por um filho ilegítimo do avô da infanta. D. João, Mestre de Avis, filho de D. Pedro I e da dama Teresa Lourenço.

Em 1384, as hostes castelhanas entram em Portugal e dirigem-se a Lisboa, para um cerco magnífico que Fernão Lopes descreve de forma espectacular. Entretanto, contam-se apoios. Terras, castelos, nobres, juram fidelidade a um ou a outro partido. A lealdade de muitos era reforçada pela ameaça das armas ou pela promessa de recompensas, sobretudo terras e títulos. D. João, pouco tendo, promete muito de forma a angariar o maior número de apoiantes.

Escaramuças ocorrem um pouco por todo o reino. Expedições para pilhagens (uma forma de alimentar os guerreiros e de obter dinheiro para lhes pagar os soldos) ou para forçar uma povoação ou um alcaide a mudar de lado tornam-se uma prática corrente.

Um dos principais apoiantes do Mestre de Avis, Nun'Álvares Pereira (que ficará para a história como o santo condestável) comanda várias expedições dessa natureza, sobretudo no Alentejo.
(Portel)
Em 1384, encontramo-lo às portas de Portel, cujo alcaide tomara o partido castelhano. Fernão Gonçalves, assim era o seu nome, "era o mais saboroso homem que em Portugall avia, e mui sollto em suas pallavras", de acordo com Fernão Lopes. Os homens de Nun'Álvares tinham cercado o castelo e terminavam a ceia. Alguns deles, com a coragem avivada pela "avomdamça dos muito boons vinhos que ha em aquell logar", começaram a combater o castelo, sem grande resultado. Do alto das muralhas, Fernão Gonçalves comentou:

- Vistes numca mais estranha cousa que esta, que Portell combate Portell?

Com alguma razão, pois era o espírito dos vinhos de Portel quem comandava os ébrios guerreiros sitiadores. Até que Nun'Álvares os mandou parar.

Nun'Álvares e Fernão Gonçalves entraram em conversações. O primeiro mostrou-se maravilhado pelo facto de "tam boom fidallgo e de tam grande linhagem ... lindo Portuguees como era" (lisonjeador o nosso condestável) estar ao serviço de Castela. O alcaide mostrou-se arrependido, mas de mãos atadas. Alçara voz por Castela por conselho da mulher. Agora, tinha um acordo com os castelhanos e não podia voltar atrás.

Nun'Álvares compreendeu e mostrou-se condescendente. Que o alcaide falasse com os castelhanos e ouvisse o seu conselho, para se acordarem os termos de uma preitesia.

Assim foi feito. Nun'Álvares ficaria com Portel (e Vila Ruiva, também nas mãos do mesmo alcaide) e deixaria Fernão Gonçalves e os seus abandonarem o castelo em segurança e com as suas posses. Fernão Gonçalves partiria então para Castela, onde tinha os castelos de Safra e Segura, as moedas que pagaram o seu apoio ao rei castelhano.
(Vila Ruiva)

"E quamdo Fernam Gomçallvez e sua molher ouverom de partir da villa, pero pouco prazer tevesse" pediu que trouxessem "trombas pera tanger". E ao som das trombetas, o alcaide arrependido virou-se para a mulher e disse:

"Amdaae per aqui, boa dona, e hiremos balhamdo [bailando], vós e eu, a soom destas trombas; vós por maa [minha] puta velha, e eu por villaão fodudo no cuu ca assi quisestes vós. Ou cantemos desta guisa, que será melhor:

Pois Marina baillou

tome o que ganou

melhor era Portel e Villa Ruiva

que nom Çafra e Segura,

tome o que ganou,

dona puta velha"

*

(cit. de Fernão Lopes, Crónica de D. João I, Primeira Parte, cap. CLVIII)

Red Bull Air Race no Porto/Gaia...a não perder


De acordo com a organização, são esperadas entre 400 e 600 mil pessoas, que vão assistir às acrobacias nas duas margens do Douro.
«A experiência diz-nos que a tendência é as pessoas ficarem espantadas com o que vêem», avançou Fernando Figueiredo.
«Uma grande preocupação é a busca e salvamento de pessoas que possam cair à água, tanto espectadores como participantes. A Autoridade Marítima estará preparada para o resgate», garantiu o comandante operacional do distrito do Porto, Teixeira Leite, hoje de manhã, em conferência de imprensa.
Sobretudo nos dias 31 de Agosto (qualificação) e 1 de Setembro (provas), as autoridades estarão atentas às pressões nas margens do rio.
A navegação estará interdita, no horário dos voos, e será impedido o acesso a todos os cais e mesmo às embarcações ancoradas.
A partir da zona com maior afluência, existem corredores de segurança e vias que vão ser cortadas ao trânsito para garantir uma fácil evacuação. Mas o controlo não se limita às zonas ribeirinhas.
Todos os acessos à região Norte estão a ser monitorizados pelas autoridades. Se o trânsito exigir, a GNR vai encaminhar os automobilistas que tentam entrar na cidade para locais com capacidade de estacionamento.
Fernando Figueiredo aconselha as pessoas que vêm de longe a fazê-lo na véspera. Entretanto, todos os hotéis do Porto estão com a lotação esgotada para esse fim-de-semana.
As autoridades recomendam a utilização dos transportes públicos. Nesse sentido, a CP, o Metro do Porto e a STCP vão reforçar os serviços.
Na próxima semana, vão ser distribuídos panfletos com informação sobre todos os meios de auxílio disponíveis. Está, por exemplo, prevista a actuação no caso de uma criança se perder. «Existem psicólogos que ajudam os pais ou a criança a lidar com o pânico até ao aparecimento», explicou Isabel Oneto.
Tudo está a postos para receber o maior evento do ano, mas Fernando Figueiredo realçou que «o Red Bull Air Race vai na 28ª etapa sem registar um único acidente».
Fonte: Jornal "Sol"

domingo, agosto 26, 2007

F.C. Porto vence Sporting, com tranquilidade


Demonstramos novamente (já na Supertaça o tinhamos feito) ao Sporting porque somos a melhor equipa nacional. Paulo Bento admite a justiça no resultado. Também não podia dizer outra coisa. Limitou-se a defender e a jogar para o empate. O Porto dominou todo o jogo e fez uma primeira parte excelente. Ainda agora começou o campeonato e já vimos os nossos adversários directos a ficarem para trás. Jesualdo melhor que Paulo Bento. O Porto está bem e recomenda-se. Venha a próxima vítima...

O fair-play no futebol luso

"«Os regulamentos foram cumpridos». Esta é a opinião do presidente da Liga Hermínio Loureiro sobre a marcação do União de Leiria-F.C. Porto da terceira jornada para o domingo.
Os leirienses queriam o jogo na segunda-feira, por chegarem no sábado a Portugal depois do encontro da Taça Intertoto com o Maccabi Netanya, mas o F.C. Porto impediu o adiamento, originando que a partida fosse marcada para domingo e não seja transmitida pela televisão."
Uau. Isto sim é fair-play!
Se fosse ao contrário, presumo que seria mais uma manobra do Luís F. Vieira (em conluio com a TAP, provavelmente) para desestabilizar o fcp.

recortes de jornais


"Sergio Ramos se internó por la banda derecha y centró con la sutileza de los fabricantes de rosquillas. En boca de gol, Raúl cabeceó con toda la furia posible, devorando el balón, a los críticos y engullendo a Pablo, que ayer fue un alma en pena. No se puede negar que Raúl, a falta de los valores de la regularidad, demuestra una magnífica capacidad para hacer coincidir sus mejores partidos con los momentos de alcurnia."

(descrição do 1º golo do Real na vitória por 2-1 frente ao rival Atlético, As)

*

"Schuster tiene en Raúl al defensor de los valores tradicionales: la furia, la entrega y la constancia. Y el capitán contagia a su equipo y a la grada. No brilla Raúl por delicias de fútbol, pero para estos partidos de valor, es el más grande. "

(As)

*

"Enfrente, el Madrid fue de menos a más, empezó con descolocaciones y reproches pero se fue entonando y se levantó de la mala situación en que se encontraba. Con Raúl otra vez. Siempre él. ¿Por qué me empeño en dudar?"

(Alfredo Relaño, As)

*

"Ganó el Madrid, marcó Raúl y el que se sorprenda ha visto pocos derbis en el último decenio."

(Iñako Díaz-Guerra, As)

*

"Todos hemos visto el esfuerzo que hizo, la voluntad, las ganas y el fútbol que tiene. Todos tenemos que aprender Raúl, de su forma de jugar, de la garra que pone para abrir el camino cuando las cosas no van tan bien"

(Saviola, Marca)
Um dia de neve na Serra da Estrela

Comportamento digno de um abutre

"Mas hoje, a máquina comunicacional não prescindiu de, também na RTP, fazer entrar Sócrates em directo no noticiário das oito, - oh que coincidência de horários!- , do palácio Galveias onde está o corpo de Eduardo Prado Coelho. Não há de facto vergonha nenhuma, nem respeito."
(J. Pacheco Pereira, no Abrupto.)

sexta-feira, agosto 24, 2007

(Natalie Shau)
(...)
She leaned herself against a fence
Just for a kiss or two
And with a little pen-knife held in her hand
She plugged him through and through
And the wind did roar and the wind did moan
La la la la laLa la la la lee
A little bird lit down on Henry Lee
Come take him by his lilly-white hands
Come take him by his feet
And throw him in this deep deep well
Which is more than one hundred feet
And the wind did howl and the wind did blow
La la la la laLa la la la lee
A little bird lit down on Henry Lee
(...)
Nick Cave, Henry Lee (letra e música)


"O ministro da Administração Interna saiu há menos de três quartos de hora do Tribunal Constitucional e já faz tábua rasa da lei. Ou terá feito o curso na Universidade Independente? As espertezas saloias não ficam por aqui.
(...)
Na sua arrogância, o Governo achou que não precisava de fazer mais do que um comunicado pateta.Mas o PR deu-lhe um puxão de orelhas a doer, afirmando que quem tem o poder de fazer cumprir a lei não pode deixar de utilizá-lo. Foi como se dissesse: agora só levas um puxão de orelhas, mas para a próxima levas um pontapé no rabo...
E Sócrates mostrou a que ponto é medroso. Não tem só medo de ir à Madeira, que é uma parte integrante do território nacional onde ele não ousa pôr os pés. Tem medo de aparecer a dar a cara perante os portugueses. Mas com o PR as coisas fiam mais fino.
Foi por isso que o Governo pôs dois ministros a fazerem assim uma figura de borboletas desastradamente esvoaçantes e caricatamente trapalhonas..."
(Vasco Graça Moura, DN, 22 de Agosto de 2007)

Belezas desconhecidas




quinta-feira, agosto 23, 2007

apoio jurídico? não foi isso que eu disse. ou foi? ou foi sem ser? vocês é que perceberam mal

"De gravata e fato escuro", narrou o Público, o ministro da agricultura apanhou uma espiga no chão e prometeu apoio jurídico ao agricultor atacado por inoperância da GNR.
Há aqui um aspecto curioso, que é o sentimento de culpa que esta promessa de apoio jurídico contém, ainda que de forma camuflada. Em situações normais, o Estado não oferece os seus serviços jurídicos para actuarem em benefício de cidadãos individuais. Então, porquê neste caso? Porque é mediático? Porque o ministro sente que o que aconteceu foi culpa das forças de segurança (comandadas pelo governo, que as tutela)? Porque simpatizou com o agricultor em causa? Porque estava bem disposto / mal disposto nesse dia? Seria a influência nociva do milho transgénico já a fazer efeito? Este tipo de apoio, a existir, não deveria ser sistemático?
*
No seguimento dessas declarações do MA, o Conselho Geral da Ordem dos Advogados emitiu um comunicado onde defende a ilegalidade desse apoio jurídico, pois para isso servem os advogados e solicitadores.
*
A reacção do ministro foi novamente curiosa. Em vez de admitir o erro e assumir que ignorava a lei, preferiu a saída habitual (muito famosa no mundo do futebol), dizer que as suas palavras foram mal interpretadas. Terá falado em inglês, estando no Allgarve? Não é estranho que nem os jornalistas presentes nem os elementos da Ordem dos Advogados tenham conseguido interpretar as palavras do ministro? Será ele descendente dos oráculos gregos, falando em código e em metáforas elaboradas? Será o ministro incapaz de expressar oralmente uma simples ideia de forma a esta ser compreendida por quem a ouve? Se assim for, recomendo uma inscrição urgente num dos cursos EFA das novas oportunidades. Ainda vai a tempo.
A pergunta que a seguir se coloca é simples. Então que quis realmente dizer o ministro com as suas palavras enganadoramente simples? Ouvi ontem na rádio a explicação, a interpretação do enigma. Tão simples, tão fácil. Elementar, meus caros Watsons da Ordem dos Advogados.
O que o sr entendia por "apoio jurídico" era o seguinte: as declarações que comprovam a legalidade da propriedade e da cultura de milho serão passadas ao agricultor pelos "melhores técnicos do ministério" e "atempadamente."
Hum. Curioso. Se não fosse este magnânimo regime de excepção, em condições normais os ditos papéis seriam passados com manifesto atraso (de preferência só após a prescrição do crime?) e pelos piores funcionários do ministério? O varredor? O rapaz brasileiro que faz a manutenção da máquina de café, sandes e chocolates? O próprio ministro? Este último teria o perfil mais adequado, poderia fazer a declaração de forma novamente enigmática, de forma a não ser compreendida pelo juiz que julgasse o caso.
*
E os ministros do governo Santana é que eram maus... Que nulidade.

segunda-feira, agosto 20, 2007

"O que faz impressão na lista dos cem mais ricos de Portugal é constatar que as suas fortunas acumuladas representam 22% de toda a riqueza do país e que o fosso entre os que mais ganham e os que menos ganham é o maior de toda a Europa comunitária a quinze. E faz impressão pensar que, enquanto os trabalhadores por conta de outrem e a generalidade da classe média e média-baixa viu os seus rendimentos subir entre zero e três por cento no ano passado, os cem mais ricos aumentaram a sua riqueza em 36%. E fizeram-no essencialmente através da bolsa – ou seja, não pelo desempenho das suas empresas, não pela criação de riqueza para o país, mas sim através da simples especulação com o dinheiro. Mais interessante ainda seria podermos dispor da lista dos cem maiores pagadores de impostos do país em nome individual, para compararmos com os cem mais ricos. Ou sabermos quanto pagaram de impostos sobre os lucros as empresas ou fundações onde se abrigam os cem mais, para compararmos com os que, vivendo apenas do seu trabalho, pagam 42% de IRS. Aí, sim, poderíamos perceber a dimensão da injustiça social e fiscal em que vivemos."
(Miguel Sousa Tavares, no Expresso)
"Até 2010, o Governo pretende investir cerca de 430 milhões de euros no Plano Tecnológico da Educação, sendo que entre 70 a 85% do valor podem ser financiados por fundos comunitários.

O Plano visa, entre outros, atingir a racio de dois alunos por computador; criar ligação à Internet de banda larga com uma velocidade progressiva de 4Mbps em 2007 e 48Mbps em 2010 em todos os estabelecimentos; e oferecer um cartão electrónico a todos os discentes.
"
(alguém do governo, aqui)
Isto sim é um governo, 430 milhões gastos para financiar o download ilegal e o visionamento de pornografia por parte dos teens da nação. Uau. Quantas bibliotecas escolares poderiam finalmente merecer essa designação com a fortuna aqui investida? Hum, pois que importa a leitura, quando há quem chegue bem alto sem sequer ir às aulas?

Vergonha que não surpreende

A derrota do Real na supertaça, frente a uma equipa que pratica, neste momento, o melhor futebol em Espanha, não deixa de ser uma vergonha. E mais uma vez mostrou a incapacidade de Pepe culpado em 2 golos (num deles cometeu o penalti) e depois expulso. Já em Cadiz este jogador cuspiu num adversário (deve pensar que é colega de um tal Etoo no barcelos). Eu colocava-o a rodar no Castilha durante uns meses, até perceber que os jogadores do Real Madrid não cospem nos adversários. Quanto a Schuster, nada que surpreenda. O caos táctico deve dar a Capello vontade de rir à gargalhada. Eu rio com ele. Então era este salsicheiro alemão (um ex-jogador medíocre) que ia criar futebol atractivo? Só se for para o adversário. Schuster é o José Sócrates do futebol, um tipo arrogante, incapaz de assumir os seus erros e sem qualificações, a quem a comunicação social promoveu para chegar a um cargo para o qual manifestamente não tem capacidade nem inteligência.

domingo, agosto 19, 2007

Ganhar de olhos fechados?

A última vez que alguém disse que o fcp jogava de olhos fechados foi Quinito, nas vésperas de um jogo internacional que resultou numa goleada histórica, perdeu o fcp. Vão ganhar o campeonato de olhos fechados? Acredito. Deve ser para não verem o mau futebol que praticam. Neste primeiro jogo, se não fosse a incompetência do Jorge Costa e os livres do cigano, o Jesualdo estava mais uma semana sem lavar a dentadura. Quanto à supertaça, não percebo porque reclamam tanto da mão na bola, se a última liga que ganharam foi graças a um golo sofrido pelo Sporting com a mão (a anulação do golo resultaria um mais um ponto para o SCP que terminaria a liga à frente do fcp).
.
ps: O Schuster não percebe nada de futebol. A prova é que é sócio do barcelona. Mas dizer que o Real ganhou o campeonato como o boavista é ir longe demais. O boavista ganhou por ser uma equipa de caceteiros ajudados pelos árbitros. O Real, pelo contrário, venceu a equipa que era ajudada pelos árbitros.

FCP começa campeonato à CAMPEÂO


Começou o campeonato da primeira liga. Como era de esperar o meu clube ganhou e pelo que tenho visto este ano vamos ganhar o campeonato de olhos fechados. Temos o melhor plantel do futebol português, os melhores jogadores, a melhor organização, a melhor gestão e o melhor presidente. É o chamado sistema. Foi pena não ganharmos a supertaça, como era de esperar, mas com um árbitro daqueles não era possível fazer melhor. Valeu tudo. Mãos na área, faltas inexistentes...o sporting parecia que estava a jogar com um árbitro caseiro. Mas o que importa é que fomos superiores e demonstramos porque vamos ser novamente os melhores esta época. Temos um plantel ainda mais forte que o da época passada e "com tranquilidade" vamos ser tricampeões.



Em Espanha, campeonato que aprecio bastante tal como o inglês, pelo que tenho visto, o barça é imparável. Não perdeu um unico jogo na pré-temporada e com uma equipa daquelas também só pode ser campeão. É uma equipa fortíssima. O Real, pelo contrário, soma derrotas em cima de derrotas. Schuster é muito fraco e não sabe o que diz. A equipa é jeitosa mas não tem estofo de campeão. Por acaso até ganhou o último campeonato. Sorte do acaso tal como o Boavista no ano em que venceu a Liga. Henry, Etoo, Messi, Ronaldinho, Deco, etc. vão espalhar magia pela Europa.

O único campeonato que vai ser disputado, no meu entender, vai ser o inglês. Chelsea, Manchester e, quem sabe, Liverpool, vão lutar pelo título. Para já, está a começar melhor o Chelsea. Vamos ver o que nos reserva o resto do campeonato.




terça-feira, agosto 14, 2007

mais um capítulo das pseudo-engenharias do sr Sócrates

Novamente bem descritas por Miguel S. Tavares, no Expresso:
"...na Assembleia da República, o PS uniu-se como um todo para votar contra a proposta do PP, apoiada por toda a oposição, para que o estudo de uma alternativa à Ota contemplasse também aquela que é a solução que o bom-senso defende: a da chamada Portela±1. No dia seguinte, no ‘Público’, o americano do MIT Richard Neufville, uma autoridade mundial em aeroportuária, explicava por que razão a questão do aeroporto de Lisboa se resolveria melhor e infinitamente mais barato com o simples aproveitamento de uma pista já existente e a construção de infra-estruturas mínimas e eficazes para as «low-cost». Mas os deputados socialistas, representantes nominais do interesse público, não querem sequer que a solução seja considerada. Porquê? A resposta só pode ser uma: porque na Ota e no TGV estão em jogos muitos interesses, muitos biliões, que o Governo promove e protege e que o partido compreende.
Temos agora a questão do TGV. Das três linhas previstas - Porto/Vigo, Porto/Lisboa e Lisboa/Madrid -, apenas a Porto/Lisboa se mostra necessária e eventualmente rentável - e isto porque a experiência de um anterior governo socialista com os ‘pendulares’, após milhões investidos e estudos feitos, se revelou um fiasco. Mas Porto/Vigo e Lisboa/Madrid ninguém sabe para que servirão. Não há estudos sobre a utilização prevista e a relação custo-benefício da sua construção. Depois de tranquilamente nos esclarecerem que, quanto aos custos de construção, a hipótese de a sua amortização ser realizada com as receitas de exploração é “totalmente para esquecer”, a própria secretária de Estado dos Transportes duvida de que, por exemplo, a linha para Madrid consiga ser auto-sustentável. Ou seja, depois de um investimento de dez mil milhões de euros a fundo perdido, preparam-se para aceitar tranquilamente um défice permanente de exploração. Quanto é que ele poderá vir a ser, ninguém sabe, porque não se estudou o mercado para saber se haverá passageiros que justifiquem três comboios diários para Madrid. Mas, para que os privados, que ficarão com a concessão por troços, não se assustem com a vulnerabilidade do negócio, o Governo garante-lhes antecipadamente o lucro, propondo-se pagar-lhes segundo a capacidade instalada e não segundo a capacidade utilizada. Isto é, se num comboio com trezentos lugares só trinta forem efectivamente ocupados, o Governo garante às concessionárias que lhes pagará pelos 270 lugares vazios. Todos os dias, três vezes ao dia para Madrid e eternamente, até eles estarem pagos e bem pagos. Eis o que os socialistas entendem por ‘obras públicas’ e ‘iniciativa privada’!
Alguma coisa deve estar tremendamente confusa na cabeça dos socialistas e do engenheiro José Sócrates. Eles não perceberam que não são nenhuma comissão liquidatária dos dinheiros e património públicos em nome dos ‘superiores interesses da economia’ (agora, vai a ria de Alvor, em projecto PIN...). Eles não perceberam que o interesse público não é construir aeroportos e comboios de luxo de que o país não precisa, para ‘estimular a economia’ e encher de dinheiro fácil empresários que não sobrevivem sem o Estado; que não é entregar todo o património natural e a paisagem protegida a especuladores imobiliários sem valor nem qualificação; que não é ‘emprestadar’ o CCB ao comendador Berardo para lhe resolver o problema de armazenamento da sua colecção de arte. Se isto é a esquerda, que venha a direita!"

O verdadeiro pseudo-engenheiro

As suas acções dignas de chefe de Estado zeloso dos interesses da Nação aqui bem descritas por M. Sousa Tavares:
"O primeiro-ministro foi ao Algarve anunciar mais sete megaprojectos imobiliário-turísticos, os quais, segundo acusação do eng.º Macário Correia, determinaram o adiamento da entrada em vigor do PROTAL, o plano de ordenamento do território aprovado pelo próprio Governo: é que, à luz das normas do plano, e se este já estivesse em vigor, os projectos não poderiam ser aprovados, nem como PIN. Assim, movido pelas melhores intenções, o Governo dispõe-se a pôr alguma ordem no 'desenvolvimento' do Algarve. Mas, movido por ainda melhores intenções, trata primeiro de aprovar aquilo que possa contrariar as suas próprias leis. Na ria de Alvor, uma das raras paisagens naturais ainda preservadas de Portugal, o primeiro-ministro deleitou-se a ouvir sete empresários chegarem-se sucessivamente ao microfone para elogiar a grande compreensão demonstrada pelo Governo em prol do 'desenvolvimento'. E, imaginando já uma paisagem PIN, semeada de hotéis, golfes, vivendas e milhares de camas, onde antes só havia verde, Redes Natura, "habitats" protegidos por directivas europeias e 'obstáculos' quejandos, José Sócrates contemplou este Portugal do futuro e, embevecido pela sua visão, exclamou: "Haverá sempre quem faça críticas, mas é disto que o país precisa!".
Dias depois, como relatava o 'Sol', o primeiro-ministro que jurou apostar num desenvolvimento baseado na qualificação e na excelência, reuniu-se em segredo com os grandes clientes das obras públicas (justamente alarmados com as críticas crescentes à Ota e ao TGV), para em conjunto estudarem novas parcerias para aquele que é será sempre o único verdadeiro "cluster" da economia portuguesa: as obras e encomendas públicas. O Governo encomenda, os bancos financiam, os escritórios de advogados do sistema fazem os contratos, as construtoras constroem e os contribuintes pagam. O país está cheio de porsches e ferraris que saíram directamente do nosso bolso para ajudar a 'desenvolver' Portugal."
Citado do Expresso.

Av. Aliados

Antes e depois da passagem do furacão Siza (cortesia da Cris):
















A luz e as 'trevas' (J. P. Coutinho)

"Conclusão lógica: se o Estado já ensina os petizes a procriar nas escolas, por que não ensiná-los a educar os rebentos quando tanta procriação dá, finalmente, os seus frutos? É a chamada 'formação parental', há oito anos prevista na lei, mas que aguarda ainda regulamentação. Ela virá até ao final do ano. E, com ela, virão sábios de todo o tipo, com o fatal dr. Daniel Sampaio à cabeça, dispostos a resgatar a Humanidade da escuridão onde ela viveu desde o aparecimento da primeiro hominídeo. É aliás milagroso que tenhamos chegado ao ano 2007 sem um Estado a orientar as famílias e, com violência crescente, a substituí-las. Como foi que os nossos antepassados conseguiram "cozinhar, acordar cedo para levar os filhos à escola e dar-lhes os medicamentos quando eles adoeceram" (sic)? Eu não sei. Mas aplaudo.
Aplaudo e, com total modéstia, lanço um repto para que o Estado não seja modesto. Deixar as famílias entregues ao seu destino não é apenas um crime. É, pior do que isso e como dizia o outro, um erro. O eng. Sócrates, por exemplo, podia propor em sede própria que todas as casas do país passariam a ter quarto privado, como antigamente acontecia com as criadas da província, para que um funcionário do Estado se instalasse por lá. A função desta caridosa criatura seria velar pela sanidade da família tradicional. À hora dos repastos, inspeccionar os excessos calóricos dos pratos. Depois dos repastos, medir a concentração tabágica na sala do lar. E quando os esponsais se recolhessem ao leito, inquirir, sem perturbar demasiado, se existe preservativo lá pelo meio ou se a posição não provoca lesões graves. Pessoalmente, creio que a ASAE, depois das bolas de Berlim nas praias, podia perfeitamente cumprir a função. Desde que, naturalmente, os agentes usassem colecte reflector. Por incrível que pareça, ainda existem uns selvagens que fazem tudo com a luz do quarto apagada."
(J. P. Coutinho, Expresso)
Ouvi P. Macedo, recém-saído das finanças, dizer que os salários do presidente da república e do primeiro-ministro não se adequam à dignidade do cargo e deveriam ser mais elevados. Em teoria concordo. Mas no caso actual, dando de barato que Cavaco merece a 'reforma' pelo que fez quando ainda era Cavaco, julgo que o valor político do actual primeiro-ministro não deveria ultrapassar o salário médio nacional (c. €700/mês). Passo a explicar os motivos.
Em primeiro lugar, não tem qualificações académicas credíveis para o desempenho do cargo.
Em segundo lugar, não possui qualquer experiência profissional relevante no seu passado.
Em terceiro lugar, não domina outras línguas (já a língua materna é o que se ouve).
Em quarto lugar, deu no passado faltas que justificou de forma eticamente obscena (foi ver o fcp numa final qualquer e argumentou algo como estar em serviço de estado, pois pois pois, os outros ainda se dão ao trabalho de obter atestado médico).
Em quinto lugar, tira muitas férias (algo que, curiosa e erradamente, os seus apoiantes muito criticam nos outros - só que os outros não partem pernas a esquiar (que chato para ele) nem fazem safaris quando o país arde).
Em sexto lugar, já cometeu mais gaffes, erros, asneiras, voltas e reviravoltas que um pobre Santana (só não foi criticado nem demitido por isso).
Em sétimo lugar, só ocupa a posição que tem por 'cunha' (com. social, Marcelo, Sampaio, Cavaco).
Em oitavo lugar, citando novamente um grande cronista, nunca leu um livro.
.
Poderia continuar durante muito tempo (quem sabe um dia), mas não me apetece agora.

ministério do vazio

"Esta técnica de criar ilusões e de empolar a realidade tem reflexos mais graves noutros campos que não se traduzem em números. Neste ponto, o estado da Nação está muito pior do que parece.
Veja-se o que se passou recentemente com o Governo a contratar crianças para figurar num evento em que se anunciava a distribuição de computadores pelas escolas.
É um caso cuja gravidade é ainda maior por se tratar de uma iniciativa do Ministério da Educação em que os princípios e valores deviam ser preocupação dominante em toda a sua acção.
É uma instituição com a responsabilidade de formar e, como tal, devia dar o exemplo e atribuir mais importância aos conteúdos e aos valores do que às aparências.
O Ministério da Educação não pode fomentar a cultura do "faz-de-conta", mas a da verdade.
Este estilo teatral de comunicar com os cidadãos faz com que acabada a representação, caia o pano e reste o vazio.
"
Manuela Ferreira Leite, Expresso
*
Manuela F. Leite esquece-se que já não está no min.edu., infelizmente. Com a actual ministra e o seu bando, os princípios e valores nunca são a preocupação dominante. Precisamente o contrário. Importa a estatística, a poupança e os ódios pessoais das criaturas em relação aos professores que 'tutelam'. É natural que, no fim, reste o tal vazio, pois vazio é também o ponto de partida.

domingo, agosto 12, 2007

traveling light

There are places I don't remember
There are times and days,
they mean nothing to me
I've been looking through some of them old pictures
They don't serve to jog my memory
I'm not waking in the morning, staring at the walls these days
I'm not getting out the boxes, spread all over the floor
I've been looking through some of them old pictures
Those faces they mean nothing to me no more
I travel light
You travel light
Everything I've done
You say you can justify, mmm you travel light
I can't pick them out,
I can't put them in these sad old bags
Some things you have to lose along the way
Times are hard, I'll only pick them out, wish I was going back
Times are good, you'll be glad you ran away
(...)
(Tindersticks)
*

Torga

As comemorações dos 100 anos do nascimento de Miguel Torga, que se realizaram em vários pontos do país, ficaram marcadas por um aspecto negativo, a ausência de elementos do governo, por muito insignificante que eles sejam. Na verdade, nem Torga nem Coimbra precisam dessas criaturas sem relevo nem valor, Valteres Lemos, Marias e demais elementos da matilha do pseudo-engenheiro. Ainda assim, deveriam estar, não pelo seu valor individual, mas pelo Estado que deveriam representar. Só entristece ver como, no PS, apenas António Arnaut pareceu publicamente incomodado com esta falta de respeito ou de conhecimento dos governantes.
De resto, o desprezo que o governo dá a Torga revela apenas a ignorância dos seus membros. Não o leram, duvido até que saibam citar uma só obra que ele tenha escrito. Pelo mesmo motivo, e seguindo essas criaturas a lógica que diz "só existe o que nós conhecemos", Torga foi há muito tempo apagado dos programas escolares. Agora, quando se estuda o conto, não são os Bichos (o pseudo-engenheiro terá pensado em ler esta obra um dia, mas desistiu quando percebeu que o título estava no masculino) nem os Contos da Montanha que se lêem, mas obras ocas como o Principezinho e outros rabiscos (ainda por cima de um escritor estrangeiro). A mesma lógica levou à perda de importância ou ao desaparecimento nos programas escolares de Garrett, Herculano, Aquilino, Cardoso Pires, Vergílio Ferreira, Júlio Dinis ou Ramalho, para ficar o camarada Saramago (que nenhum aluno do secundário lê e aprecia) e o obscuro Stau Monteiro. Quando quem faz a ementa é um burro, no restaurante só se serve palha.

Sai uma pasta medicinal couto

O sr Jesualdo, pelos vistos, vai andar muito tempo com mau hálito. A juntar à flatulência da presidência, as coisas não vão cheirar muito bem lá para os lados do dragom. Bendita arrogância de quem não tem nada para mostrar...
ps: Parece que se esqueceram de culpar a TAP na conferência de imprensa após o jogo. E o Izmailov bem os tentou lembrar, com aquele remate que parecia ir a jacto.

sexta-feira, agosto 10, 2007

entrevista de Soares

A entrevista de Soares ao diário económico é um perfeito exemplo da arte de fazer análises pré-conceituosas. Os EUA são os maus da fita (e os seus aliados), Chavez é o máximo, a Venezuela é uma democracia, Cuba está em transição e Sócrates não é um ditador arrogante (bom, a parte do arrogante até Soares é capaz de ver) e os casos de perseguição política (Charrua) foram empolados (embora, contraditoriamente, confirme a existência de "bufos" em Portugal, e presumo que não se refira a P. da Costa e aos seus alegados problemas de flatulência matinal). Comprova-se que, na típica visão da esquerda socialista, não há atentado à liberdade de expressão quando os perseguidos criticam o ps e o infalível pseudo-engenheiro. Em vez da dúvida socrática da Antiguidade, temos a moderna infalibilidade socrática/socialista.
Por fim, os elogios ao "civismo" e à "honra" dos governantes da I República (período de democracia ainda mais musculada que a actual) provam uma coisa. Se sócrates nunca leu um livro na vida, Soares leu-os mas certamente não os percebeu. Se tivesse paciência, aconselhava-lhe apenas um. Que ele deve ter em casa: Vasco Pulido Valente, O poder e o povo.

Teresa Herrera: grande coisa

Ainda bem que andas a seguir a pré-época do campeão. Só recordar e referir umas coisas para contextualizar a questão que colocas.
Primeiro, em relação ao treinador, concordo que é um imbecil. O máximo que irá conseguir é revalidar o título porque, como há uns tempos atrás disse, pegando numa equipa de Capello qualquer um se arrisca a ser campeão. Heyckes venceu a Champions pelo Real no ano pós-Capello.
Segundo, o Real alinhou uma equipa de suplentes dos suplentes na final do torneio (dos titulares da primeira equipa, só jogou Ramos, primeiro, e Pepe, depois).
Terceiro, estes jogos são de preparação para a época (em especial a supertaça, que começa este sábado, competição em que o barcelos, pelos vistos, está isento de participar) e o ideal é fazê-los com equipas de algum nível, em vez de passear pela China e jogar com amadores.
Quarto, o Milan perdeu 1-0 com o Bétis (com quem até o SCP de pré-época consegue empatar), ficou em penúltimo no torneio do caminho-de-ferro de Moscovo e nem por isso se pode concluir que o Inter vai ser novamente campeão.
Quinto, esqueceste de referir a (essa sim) péssima exibição do Chelsea frente ao Manchester num jogo oficial, que só foi a penaltis por falta de pontaria dos avançados dos reds e porque o Mourinho jogou com o autocarro todo à frente da baliza desde o início do jogo (e depois o Capello é que põe as equipas a jogar mal)
Last but not least, no ano passado, o Real ficou em último lugar no Teresa Herrera. Foi campeão de Espanha. O depor ganha a porcaria do torneio há 14 anos, mais ou menos os anos em que não consegue sequer lutar pelo título.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Teresa Herrera: D. Corunha vence Real Madrid e arrecada troféu

Não admira. O Belenenses mostrou porque o Real é tão fraco e tem muito que trabalhar se quiser lutar pelos primeiros lugares em Espanha. A derrota sobre o Corunha foi o coroar de uma equipa que não joga bem e tem um treinador que tem a mania das grandezas, basta ter ouvido a análise que fez do jogo contra o Belenenses. Já dizia o treinador do Belenenses: "com jogadores daquela qualidade jogam muito pouco".

Entrevista de Pinto da Costa à SIC Notícias...em grande como sempre

Extractos:
«O F.C. Porto é o campeão europeu de vendas e não vendemos o Quaresma para o Atlético de Madrid por um preço muito mais alto que o Benfica vendeu o Simão. No F.C. Porto compramos, não vendemos»
Pinto da Costa, presidente do F.C. Porto, revelou nesta quinta-feira que o Real Madrid abordou os dragões para perceber a disponibilidade do clube em negociar Lucho González. Na altura da transferência de Pepe, os «merengues» perguntaram por Ricardo Quaresma, classificado de inegociável por Pinto da Costa, e por Lucho González.
«Para além de falarmos de Pepe e Ricardo Quaresma, perguntaram-me por outro jogador do F.C. Porto, se eu estaria disponível para o negociar. Quem? Foi o Lucho. O Real Madrid queria o Lucho, eu pedi o Nistelrooy à troca. Não quiseram, então eu expliquei-lhes que a situação era a mesma», revelou o líder do clube portista, em entrevista à SIC Notícias.
Pinto da Costa manifestou a intenção de preservar Lucho González no plantel, confirmando o interesse do Valência no jogador e descrevendo o processo que levou à aquisição da totalidade do passe do médio, quando o Everton apresentou uma proposta formal no valor de 15 milhões de euros.
«O F.C. Porto quer manter o Lucho González e ele sente-se bem aqui. Gosta do clube, é o capitão da equipa e queremos que ele continue».

Dias Exemplares


Nas duas últimas semanas já visitei a feira do livro meia dúzia de vezes. Sempre pronta a resistir, mas nunca conseguindo.

Na primeira visita, que foi de trabalho, vim carregada. Para além da Expiação ( meu preferido do McEwan) para oferecer ao G, entre outras obras, arrastei comigo Dias Exemplares do Michael Cunningham. Já há algum tempo que pensara comprar mas a leitura da badana não me suscitou muito interesse. Desta vez não ofereci mais resistência, sobretudo porque todos os outros romances que li deste autor foram incrivelmente bons. As Horas ( o mais conhecido) tem a prosa mais poética e comovente que já encontrei. De um fôlego lê-se Uma Casa no Fim do Mundo. Sangue do Meu Sangue foi lido numa versão de bolso em castelhano que comprei em Buenos Aires. Adoro estes livros ao preço do pão e que sabem a caviar ;)

Juntamente com o atrás referido Ian e o Roth, Cunningham é dos autores contemporâneos estrangeiros que mais me agrada.

O livro está dividido em três partes. Cada uma delas com as mesmas personagens: um homem, uma mulher e uma criança. O romance é também atravessado pela a poesia de Walt Whitman. Durante toda a primeira parte, pareceu-me estar a ler um grandioso romance russo do século XIX. E não consigo encontrar uma explicação para essa sensação. Vou na segunda parte e está a angustiar-me... é portanto bom ;)

Quando terminar dou notícias, mas entretanto não posso deixar de sugerir toda a obra deste escritor.


terça-feira, agosto 07, 2007

E se o fcp perder a supertaça...

...a culpa é da TAP:
"A chegada ao Estádio do Dragão, por volta da 01h30, a encerrar um dia que devia ser tranquilo, desde logo prejudica e condiciona desportivamente toda a preparação concebida para uma semana que antecipa a primeira competição oficial da temporada;"
(comunicado do fcp)

ahahahahahaahahahahah

Viajar fica mais agradável

Qualidade dos passageiros da TAP sobe de nível.

segunda-feira, agosto 06, 2007

momentos publicitários (click nas imagens)

Kylie Minogue é uma Agent Provocateur
*





We will rock - sponsored by pepsi

(detalhe: 2 elementos dos Queen estão entre o público)

*

The joy of pepsi

*
E directamente de Singapura, um produto Laneige , bodysmoother for the asian woman.

domingo, agosto 05, 2007

Contra os arquitectos

A crónica do J. Pereira Coutinho (Expresso) que a seguir transcrevo fala de uma questão que há muito incomoda e causa danos em Portugal: o da "carta branca" dada aos arquitectos, sobretudo aos que ganharam fama e prestígio. A eles tudo é permitido, como se o toque deles fosse o toque de Midas. Acontece que eles também erram e cometem atrocidades urbanísticas (a Cris, portuense de coração e alma, refere várias vezes o atentado sobre a Avenida dos Aliados, que só conheço na versão actual - feia). E isto acontece habitualmente em Portugal, pois somos capazes do oito e do oitenta na nossa relação com os criadores, e não apenas em relação aos arquitectos (que sofrem já de casos patológicos de capricho, arrogância e sobranceria). Ou desprezamos totalmente os grandes criadores, ou curvamo-nos perante eles, deixando que tudo o que façam, pensam e dizem, seja a verdade e o certo e o belo.
Saramago é um belo exemplo, pois até os seus delírios senis sobre uma União Ibérica são comentados seriamente em vez de ignorados ou tratados como mereciam, jocosamente.
Contaram-me também que, certa vez, um mosteiro do Norte foi sujeito a intervenção de restauro. Acontece que o arquitecto olhou para uns azulejos de determinada cor (a cor da ordem religiosa que fundou o dito mosteiro) e achou que os deveria arrancar e colocar outros doutra cor. Em qualquer país civilizado, o sr teria sido chamado à razão e, caso teimasse, seria despedido por justa causa (e com ameaça de processo judicial por tentativa de vandalismo). Mas como foi cá, a visão do sr arquitecto foi uma expressão da vontade divina e os azulejos foram substituídos. A pobre Clio deve ter sangrado de dor nesse dia.
Um último exemplo é dado pela referida crónica que a seguir se pode ler:
"Uma lição espanhola
Álvaro Siza remodelou em tempos a marginal de Leça da Palmeira, onde vivo parte dos meus dias. Caso não saibam, Leça tinha um ‘calçadão’ simpático junto à praia, que começava no clube de vela local e terminava no farol da Boa Nova. O resultado, que hoje se contempla com um esgar de horror, consiste numa longa pista de aterragem, desértica e cimentada, por onde passam automóveis em fuga. Como foi isto possível? Não vale a pena falar da actuação camarária: a Câmara local não se distingue das autarquias portuguesas que permitem qualquer atentado patrimonial, desde que o mesmo seja cometido por arquitectos com provas dadas. No caso de Siza, com provas dadas no mais velho vício da arquitectura moderna: a crença de que a construção pública deve apenas servir o capricho do arquitecto – e não seres humanos reais, daqueles que normalmente habitam o planeta Terra. Porque a arquitectura, ao contrário de outras formas de expressão artística, não é individualmente consumida (como a música, a literatura, a pintura); ela é colectivamente consumida, um pormenor que reforça a sua inescapabilidade e convida a um mínimo de prudência e humildade.
Foi precisamente esse mínimo que Siza conheceu, não em Portugal, mas em Espanha. O caso é conhecido: Siza apresentou um projecto para o eixo Prado-Recoletos, em Madrid, que alegadamente implicava o abate de 900 árvores e a construção de cinco pistas de automobilismo, na melhor tradição do autor. O ‘conceito’ foi contestado por políticos locais e pela excentricidade de Carmen Thyssen, viúva do milionário. Cinco anos depois, Siza, que muito democraticamente prometia não ouvir ninguém, acabou por ouvir. Não haverá abate, não haverá pistas de automobilismo. E, por uma vez, a natureza autoritária da arquitectura não se abaterá impunemente sobre os terráqueos. Uma vitória para Madrid? Sem dúvida. E uma derrota, não para Siza, mas sobretudo para nós. Porque a distância que nos separa de Espanha é grande. E porque, aqui na paróquia, a submissão dos portugueses à impunidade de autarcas e arquitectos foi gerando o país inabitável que se vê pela janela. Do carro ou da sala
."
Com a respectiva vénia, aqui está na íntegra o artigo de opinião de J. Pereira Coutinho (Expresso) que eu SUBSCREVO TOTALMENTE.
"Portugal dos pequenitos
Tempos houve em que mundos de ficção eram uma exclusividade do cinema. Relembro ‘The Truman Show’, o simpático filme em que um herói ingénuo era a personagem principal de um «reality show» televisivo. Tudo em volta era fachada: a cidade, a casa, os amigos. A mulher. E só ele, ali criado desde o berço, desconhecia os contornos do engodo. A coisa termina mal, ou bem, com o herói em odisseia clássica, a descobrir a fantasia, a abandoná-la com coragem e a regressar à realidade.
Em Portugal, o movimento é o inverso. E só esta semana o Governo português resolveu abandonar a realidade, onde sobrevive a custo, para mergulhar na mais brilhante fantasia. Aconteceu na escola do futuro, com José Sócrates a saudar para as câmaras uma turma ‘atenta’ e ‘preparada’, que dominava computadores, figuras geométricas e ‘quadros interactivos’. Tudo sob o olhar atento de professores cientificamente preparados e no meio de uma harmonia celestial. Claro que, lá pelo meio, alguém perguntou ao primeiro-ministro se ele não achava estranha a natureza irreal do cenário. Para começar, os ‘professores’ eram funcionários do Ministério da Educação. E, para acabar, os ‘alunos’ eram, na verdade, figurantes de telenovelas que, a troco de 30 euros, foram para ali levados, sentados e, de preferência, calados. O primeiro-ministro não comentou o insulto e, com toda a legitimidade, regressou ao bosque encantado na companhia das fadas e dos duendes. Escusado será dizer que agiu como lhe competia.
Aliás, não é de excluir que esta experiência pedagógica inaugure um novo caminho para a educação nacional, que todos os anos dá sinais de afocinhar na miséria. Se o problema do sistema está na desmotivação dos docentes e na indisciplina e ignorância dos alunos, talvez não seja má ideia removê-los do espaço e contratar actores de telenovela capazes de desempenhar o papel. Uma atitude ousada, capaz de retocar a nossa imagem internacional e que pode ser aplicada a outras áreas de interesse pátrio. Um governo de fantasia merece um país ao seu nível. E só um Portugal sem portugueses estará à altura de um governo sem governantes.
Portugal dos pequenitos (2)
Aqui há uns tempos, a sra. Margarida Moreira, directora da DREN, moveu um processo a Fernando Charrua, um funcionário da casa. Segundo parece, o sr. Charrua é dado ao humor e a directora não gostou que as pilhérias do homem tivessem como destinatário a excelsa figura do sr. José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. Passaram-se dois meses. E, dois meses passados, a ministra da Educação mandou arquivar o processo por considerar que existe “direito à opinião” e que o comediante Charrua não visou nenhum “superior hierárquico directo”. A sra. Margarida Moreira respeita a decisão e, mais, aplaude publicamente a sua própria desautorização. Num país normal, Charrua seria indemnizado e reintegrado na DREN. E a sra. Margarida Moreira demitia-se, ou seria demitida, por andar a perseguir politicamente os seus funcionários. Mas este não é um país normal."
A grande preocupação do ministério da educação, como toda a gente sabe (se não sabe anda muito desatenta), é aumentar artificialmente o número de portugueses com a escolaridade obrigatória. O objectivo é mostrar à União Europeia que não somos um país de analfabetos. Bom, tarefa complicada, porque os membros da União Europeia contactam assiduamente com os ministros do nosso governo e muitos já conheceram o primeiro-ministro sócrates (e ouviram-no grunhir em inglês com a fluência do polícia Crabtree).

sexta-feira, agosto 03, 2007

women on film


Os rostos das grandes estrelas do cinema. História particular da 7ª arte em imagens.

(Basta fazer clic na foto)





"...o governo socialista é persecutório em relação à Região da Madeira duma forma que roça também a ruptura institucional, ou seja, a ilegalidade. José Sócrates detesta tudo que seja poder com que tenha que conviver e conduziu desde o primeiro dia um ataque sistemático ao Governo regional e a Alberto João Jardim, legislando ad hominem, e criando todas as dificuldades. Alberto João Jardim respondeu-lhe politicamente convocando eleições e ganhando-as de forma inequívoca. Sócrates cometeu aliás o erro da cobardia, deixando os seus companheiros na Madeira sozinhos a pagar os custos das suas atitudes. "
J.P.Pereira, Abrupto.
Ontem conversávamos sobre a figura ridícula que uma jornalista chamada Márcia Rodrigues fez de si mesma e de Portugal, ao apresentar-se de véu para entrevistar o embaixador de uma terreola chamada Irão, país pioneiro na defesa e no respeito pelos direitos humanos, como todos sabemos. Este acto de vassalagem é mais um a adicionar a todos os outros que a comunicação social tem para com países de terceiro mundo e afins (basta ver como falam de Angola).
E pensámos outra coisa. Imaginem que esta história do 'respeito' pega? Quando a senhora for entrevistar um tal de josé sócrates vai rasgar a licenciatura, para não o humilhar intelectualmente? E se vier cá o patrão da Playboy, Mr. Hefner Terão as jornalistas da rtp a mesma consideração e farão a entrevista de bikini? Bom, a valiar pelas senhoras que compõem o quadro rtp de 'jornalistas' (ugh), o homem não merece...
.
Fora de brincadeiras (tirando a parte do tal sócrates), os jornalistas da rtp vestem-se como judeus ortodoxos quando entrevistam a embaixatriz de Israel? Ou ostentam crucifixos quando entrevistam o cardeal patriarca ou um representante do Vaticano ou de um país católico? Usam kilts para entrevistar um político escocês? Ou saiote de palha e camisa amarela com palmeiras e bananas para entrevistar um 'líder' africano?
E pensar que o salário desta gente é pago pelos nossos impostos. Que nojo...

talk about the blind leading the blind

Das duas uma, ou há um conluio entre os analfabetos funcionais (assim tipo Sócrates, daqueles que nada sabem) do ministério da educação, os imbecis das "ciências" da educação e editoras de treta (tipo Porto Editora, Asa, Texto e afins), ou estas últimas aproveitam-se muito bem da inquestionável idiotice dos dois primeiros. Quem não está dentro do mundo das escolas não deve ter noção da quantidade de publicações inúteis feitas para responder a outras tantas inutulidades que o ministério vai criando.
A mais surreal de todas é uma coisa chamada "projecto curricular de turma", que ninguém sasbe explicar o que é e como funciona e para que serve. Diz a lenda que este pct (como lhe costumam chamar) serve para "adequar as competências e conteúdos das várias disciplinas e áreas curriculares (já explico o que é esta treta) de forma a evitar repetições e a criar uma interdisciplinaridade e bla bla bla". Perceberam? Pois. Na prática, o que esta gente pensou foi no seguinte. Se em História se fala de um determinado tema, por exemplo, Renascimento, esse tema deverá ser também abordado na Matemática, no Português, e etc até chegarmos à Educação Física. Isto, obviamente, sem pôr em causa os programas nacionais de cada disciplina. Parece-vos possível? A mim também não. É que não faz qualquer sentido... Voltando ao Renascimento (parafraseando o Black Adder, o Renascimento foi algo que aconteceu a outras pessoas, não à malta do ministério), História dá essa matéria no início do 8º ano. Vai "articular" com Português, que dá Camões no 9º e com Ciências que se fala do Copérnico no final do 8º (ou será no 7º?). Neste caso, a "sugestão" é alterar a ordem das planificações anuais. Algo que em História funciona muito bem, para clareza geral. Fala-se agora do Iluminismo, amanhã de Idade Média (para aproveitar, Ed. Física faz um jogos tradicionais tipo medievais e está articulado), depois porque não a II Guerra e por fim a Hominização (outra etapa que escapou à malta do ministério).
Outra invenção lunática da dupla ME e "cientistas" educacionais foi a área de projecto, acompanhada de formação cívica (FC), um nome pomposo para propaganda política e ambientalmente correcta, e estudo acompanhado (EA). A AP não é uma disciplina (já ouvi falar de actas devolvidas por a designarem assim), mas uma "área curricular não disciplinar". Na prática, é uma coisa inútil, onde os alunos são obrigados a fazer pesquisas inúteis sobre temas mais gastos que o joelho do Mantorras e tão interessantes e válidas como as opiniões políticas do josé saramago (ok, exagero da minha parte, os trabalhos valem um pouco mais que isso). Claro que pouca gente, de alunos a profs, encontra qualquer utilidade na coisa. Obviamente, os iluminados do ministério sabem mais do que toda a gente, e para proclamarem em apoteose o sucesso da AP lá a puseram no 12º ano e a contar para a média. Os colégios privados resolveram isso dando 20 a todos os alunos. Nas escolas públicas ainda há um certo pudor em fazer o mesmo, apesar do exemplo sócrates nos incentivar a passar todos os alunos, em nome da "igualdade de oportunidades" de que falou há pouco a sra ministra.
Ora, como ninguém se entende com o pct e não quer perder tempo com a AP e o EA e a FC, as editoras fizeram "publicações de apoio" do género desta:
"“Área de Projecto do 12.º ano” – Dossier do Professor
A publicação dirigida aos professores, para além de desenvolver as questões centrais relacionadas com esta área curricular, disponibiliza um conjunto de fichas dirigidas aos alunos, grelhas de observação, fichas de avaliação de várias situações de trabalho, mapas de registo das avaliações por período, etc. Parte significativa do dossier é dedicada às técnicas de investigação, tratamento da informação, apresentações, etc. Há uma secção dedicada ao registo diário das observações e registos do professor. A publicação apresenta-se dividida por quatro separadores (Área de Projecto, Módulo inicial, Avaliação, Registos) com espiral para uma fácil utilização. "
e desta:
"O Guia do Aluno não é um manual, como não poderia ser! As fichas que integra, os textos explicativos das técnicas a utilizar e outras rubricas libertam o professor e os alunos da tarefa de fotocopiar todos os materiais. Há uma parte da publicação constituída por fichas de registo dos diários de bordo. O Guia do Aluno - livro brochado - tem as páginas picotadas e furadas para poderem ser destacadas e inseridas no portefólio/dossier individual do projecto, ou entregues ao professor para avaliação."
E conclui a editora:
"As duas publicações, que são independentes mas complementares, têm um carácter eminentemente prático, enquadrando-se no espírito da Área de Projecto. Visam libertar o professor de tarefas que lhe tiram disponibilidade para investir na sua actividade central que é orientar os alunos no desenvolvimento dos projectos.
Até breve,
Centro de Apoio ao Professor
Porto Editora "

quarta-feira, agosto 01, 2007


25 de Julho foi um bom dia. Tudo se conjugou para que corresse bem. Clima agradável, nada de calor extremo. Eu sem trabalho de secretariado graças a uma pausa nos exames (só chegaram à escola a 26, para verificar e publicar os resultados), a Cris com aulas só de manhã no Porto. Ao fim da manhã, autoestrada. Muitos cds no carro. Pausa para almoço. Pausa para gasóleo. Pausa para revistas e tabaco.



Depois o inferno do trânsito lisboeta, eu a querer encarnar a figura do alentejano, dois pés no travão e mãos na cabeça gritando por Nossa Senhora do Pronto Socorro. Avenida acima, avenida a baixo. Campo Grande. Alvalade XXI (não é tão feio quanto dizem, mesmo com louça de casa de banho não parece um penico como outros). Marquês. Liberdade. Marquês. Perdidos. Afinal achados, ah não, novamente perdidos. Paragem para perguntar direcções. "Se estivessem de metro era mais fácil, de carro é mais difícil." De facto, Lisboa tem outra escala em relação ao resto do país. Avenida acima (ou abaixo), rotunda, rotunda. Palavras censuradas. Respirar fundo. Nova paragem para perguntar direcções. "É o edifício ao fundo." Não parecia, mas há que acreditar. Estacionámos. Não era o edifício ao fundo, mas era na rua ao lado, menos mal.



Hora de jantar. Com tantas centenas de pessoas a passearem e a jantarem naquela zona, ao nosso lado tinha de ficar o par pedante do ano. Um casal que inicialmente suspeitei estarem envolvidos em tráfego e consumo (mais fácil de acreditar) de drogas, pela forma como as palavras Colômbia+Holanda apareciam na conversa. Pior. Era malta da televisão. Ou pelo menos diziam eles, e várias vezes. Trabalharam assim com a RTP, filmaram ali ou estiveram nos bastidores de... O curioso é que falavam entre eles. A comida atrasou-se, pagaram os aperitivos e foram embora, porque ficavam sem lugar no concerto. Estranho problema, porque a sala tinha lugares marcados. Mas ainda bem que foram, pois permitiu-nos um fim de refeição mais descansado. Eles a saírem, a comida a chegar. Como diz a Cris, Deus não dorme (embora às vezes pareça).






Nessa noite de 25 de Julho, Aimee Mann deu o seu primeiro concerto em Portugal (Coliseu de Lisboa). Um concerto excelente, com a cantora encantada com a sala (elogiou a beleza da sala e dos bastidores) e com Lisboa (que, segundo disse, percorreu na véspera aproveitando para saborear os nossos vinhos). Em entrevista, disse também que Lisboa foi uma escolha pessoal, para incluir a uma lista reduzida de concertos (Londres e Dublin). E a crer pelo blog pessoal da cantora, no myspace, a opção valeu bem a pena.


"The highlight of the tour was Lisbon...we flew in and had a day off so we really got to spend a bit of time there, had a great meal, found a little outdoor cafe and drank some wine and some port, and then show the next day was fantastic...the audience was terrific, and the venue was beautiful, and I had a lovely time. I'm truly blessed to be able to make my living playing music with such great people. "

O concerto decorreu sempre de forma bastante descontraída, com Aimee Mann à vontade para críticas, comentários, confissões e até para se enganar e recomeçar uma música (que tocava ao vivo pela primeira vez). Anunciou um video amador de 31 today, que fez com uma amiga em 1h e está à vista de todos no tube. Cantou as belíssimas canções do Magnólia e revelou o ressentimento que caracteriza várias das suas letras, ao recordar que uma dessas canções perdeu um óscar para "Phill Collins and his monkey song" (bso do Tarzan, da Disney). Compreende-se o ressentimento, sobretudo porque perder o que quer que seja para o Phill Collins deve ser desmoralizante. mas já passaram anos suficientes para esquecer o trauma. Encaremos a coisa como um desabafo, feito entre amigos. E Aimmee estava seguramente entre amigos, se assim se pode considerar quem admira a sua obra. O público português mostrou sempre o entusiasmo que o caracteriza e o torna famoso (perguntem a P.J. Harvey, Peter Murphy ou Andrea Corr). Momento alto (opinião pessoal), o momento mais íntimo de todos, num dos encores, com Aimmee Mann a sós com a guitarra, sob o foco de luz. O palco escurecido, ocultando os outros músicos. Pouco a pouco, sem darmos conta, foram entrando na melodia, o piano, o baixo, as percussões, e tudo terminou em arrepios e aplausos.
Entre o Pepe e o Luisão realmente só um ignorante (podes tirar as aspas) preferiria o segundo. Mal por mal, antes o Polga ou o Tonel.
Já agora, gostei do teu texto e da mensagem nele escondida. Pois se o barça é fantástico e se reforçou tão bem (pelos vistos também têm dinheiro) a ponto de ser o grande favorito, o facto de nos aguardarem "grandes surpresas" significa que se calhar o campeão vai ser o mesmo deste ano. Ou estás a pensar no Atlético do simãozinho?

Nuestros hermanos...

Como disse anteriormente, o Real ter ganho o campeonato foi um milagre. Faz-me lembrar a época em que o Boavista foi também campeão. O Barça deu de mão beijada o título ao Real. Puro demérito. E claro, Capello tinha que sair pois o futebol que demonstrou foi muito fraquinho. Este ano, mais uma vez o Barça é o principal favorito. Continua com uma equipa fantástica, agora reforçada por mais um grande jogador, seu nome Henry. Apesar de não gostar de falar no Real tenho que admitir que compraram um excelente defesa central, quem sabe um dos melhores do Mundo na actualidade. Ao contrário dos "ignorantes" adeptos do Real que preferiam o Luisão do Benfica (vê-se logo que não conhecem o futebol português), a estrutura do Real fez uma excelente aquisição. Comparar Pepe a Luisão é ridículo. Naturalmente vai ser titular indiscutivel da nossa selecção num futuro próximo. Por aí não me parece que o Real tenha problemas. Quanto a Schuster, também não me diz nada. Quem sabe comprem o kaka por 90 milhões e fiquem todos contentes. Pelos vistos dinheiro têm muito mas falta o resto. Acho que vai ser uma época cheia de surpresas...