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sexta-feira, fevereiro 08, 2008

A não perder no cinema

A realização de Expiação (de Joe Wright, realizador de Orgulho e Preconceito, também com Keira Knightley), que já alguém classificou de "barroca", merece a ida ao cinema. Parte da beleza do filme (como em todos os filmes?) está no tratamento da imagem. De resto, ao contrário do que tenho lido, senti que o filme conseguiu captar o essencial do livro, sobretudo graças aos desempenhos de Keira Knightley (Cecilia Tallis), Saoirse* Ronan, e Romola Garai (Briony Tallis com 13 e com 18 anos, respectivamente). Pelo menos captou o que é possível a um filme retirar de um livro, o que muitas vezes é pouco mais do que o simples enredo. Por vezes, lembrei-me de Terrence Malick e da sua falta de pressa em avançar na história. Embora com Mallick esse jogo funcione melhor.

Quanto à história em si, faz-nos pensar sobre o perigo da imaginação, dos rótulos e do amor, que levam Briony a destruir duas vidas. Mas faz sobretudo pensar sobre a posterior culpa que Briony carregará diariamente consigo devido à impossibilidade de corrigir os males já feitos e a sua necessidade de expiação desses males. Que só chega no fim da vida, não por ter conseguido remediar o que fez, mas porque a morte a vai libertar finalmente do sofrimento constante da sua consciência.

*"Liberdade" em gaélico, nome irlandês;

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