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quarta-feira, fevereiro 27, 2008

pão e circo

O pão, dizem os produtores, vai aumentar 50%. Porque o preço do trigo subiu. Há mais chineses com mais poder de compra e a pressão sobre o mercado do trigo irá continuar a aumentar. Os que mais irão sofrer serão, como é hábito, os consumidores mais pobres, seja na Europa, seja (sobretudo) em África. Com as implicações que se podem imaginar: mais fome em África significará mais emigração clandestina para a Europa, onde a situação também não é propriamente favorável em termos de emprego.
Um representante do nosso desgoverno disse que a lógica dos produtores de pão não faz sentido: ou seja, só porque o trigo aumentou, não há motivo para aumentar o pão. Que simplórios... Mas porque é que o mesmo senhor não diz o mesmo às nossas gasolineiras, sempre tão apressadas a subir o preço do combustível? Pão e os palhaços do circo no seu melhor.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Já chega

Intervalo. Anuncia-se a entrada em cena, na segunda parte, do sr presidente da confederação de pais e encarregados de educação. Boa ocasião para desligar a televisão. Para cassetes já chega.
Há limites para a resistência de um estômago. Ainda por cima, no intervalo, anunciam programa com Mário Soares e Clara F. Alves. Jesus Christ!!!

prós e prós - o tempo de antena do PS - 16

Verdades: Portugal vem de um ensino de elite (só falhou nos membros do ministério e, obviamente, no licenciado instantâneo sócrates) e está num ensino de massas. Que abandonou as elites. Portugal é um país em que as escolas estão sobrelotadas, as turmas são gigantescas, as famílias não transmitem a noção da importância da educação, as aspirações profissionais de muitos alunos são baixas, as escolas estão mal equipadas, as equipas ministeriais (sobretudo desde o longo reinado de Ana Benavente) são genericamente más e preocupadas apenas com as estatísticas...
*
Fátima quer à força levar um professor a admitir que a culpa do mau estado da educação "é dos seus colegas", quando ele diz que é de todos, mas sobetudo dos políticos.

prós e prós - o tempo de antena do PS - 15

Fátima, a ministra (já começo a confundir): "a nova avaliação dos professores é mais exigente do que a dos restantes funcionários públicos";
*
a dona lurdes continua a viver num outro planeta: diz que os professores são especialistas em avaliação; e curiosamente não compreende como é que pessoas que são especialistas em avaliação dizem que as regras elaboradas pelo ministério (feitas por não-professores) não são aplicáveis. Mas afinal, em que ficamos? Sabem avaliar ou não sabem?

prós e prós - o tempo de antena do PS - 14

Nova gargalhada. Esta dona lurdes é uma anedota pegada.

prós e prós - o tempo de antena do PS - 13

Fátima tem orgasmos com as cotas das empresas privadas; alguém lhe explica que o trabalho numa escola não é o mesmo que trabalhar numa fábrica de salsichas?

prós e prós - o tempo de antena do PS - 12

Vê-se que a ministra é ignorante do que é realmente avaliar; acha que avaliar alunos é o mesmo que avaliar o desempenho de outros profissionais;

prós e prós - o tempo de antena do PS - 11

Boa questão: os avaliadores que vão avaliar os professores não foram previamente avaliados. Nesse caso, como garantir que têm competência para fazerem essa avaliação? Basta pensar em muitos membros de conselhos executivos que não dão aulas há séculos. Podem ser bons gestores, mas como vão avaliar a questão que realmente importa, a da competência pedagógica e sobretudo científica?
*
Mentira da ministra: os coordenadores são eleitos pelos professores; é falso, são "eleitos" no papel, mas só os titulares se podem candidatar, ou seja, em muitos casos foram eleições à moda de Cuba, candidatos únicos...
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A ministra esquece que há coordenadores formados em geografia que vão avaliar professores de História, coordenadores de educação física que vão avaliar professores de música ou de educação visual;
A ministra esquece ou ignora que, com as suas novas leis, não há eleição dos membros que vão gerir as escolas;

prós e prós - o tempo de antena do PS - 10

João Formosinho, vê-se logo que é um "pedagogo" das "ciências" da educação: conversa de treta, minutos de um discurso oco e que, espremido, se retirou zero. Zero redondinho.

prós e prós - o tempo de antena do PS - 9

Fátima poderia muito bem ser ministra da educação. As críticas ao ministério doem-lhe como se fossem ataques pessoais.
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Fátima ainda não percebeu que o "insucesso" a matemática em Portugal é idêntico ao dos outros países na mesma situação, ou seja, um país economicamente pouco desenvolvido e que emprega sobretudo mão-de-obra pouco especializada, a quem não é exigido o conhecimento da matemática. Parece ignorar também que o facilitismo (obra da política do ministério) e a ideia de que aprender tem de ser divertido (obra das "ciências" da educação) em muito contribuem para o dito "insucesso".
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Não podia faltar a referência a essa sumidade que dá pelo nome de Daniel Sampaio. Enfim...
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Conversa de treta: "Portugal mudou e a reforma é essencial para acompanhar a mudança" (Fátima dixit)

prós e prós - o tempo de antena do PS - 8

Todos sabemos como os jornalistas, em geral, ignoram o que se passa nas escolas e são preguiçosos na forma de elaborar as suas reportagens. Em geral, limitam-se a publicar o que lhes mandam, sem medir o que vem dito nos textos do ministério, sem investigar para saber se é verdade o que a ministra e os seus secretariozecos de estado afirmam.

prós e prós - o tempo de antena do PS - 7

A primeira gargalhada...
A dona lurdes nega ser responsável pela má imagem pública dos professores. Afinal de contas, não é ela que diz que os professores não querem ser avaliados. Ou é burra, ou é cínica e mentirosa. Ou ambas as coisas.

prós e prós - o tempo de antena do PS - 6

Fátima brilha. Defende o trabalho da ministra porque ela "é uma professora". Professora de quê?! As aulas que ela dá qualquer um é capaz. A dona lurdes é tão professora como eu sou carpinteiro.

prós e prós - o tempo de antena do PS - 5

Afinal há algum contra neste prós e prós.

prós e prós - o tempo de antena do PS - 4

1ª verdade: ministério tentou usar a comunicação social menos informada a imagem de que os professores não trabalham.
2ª verdade: a ministra ignora o que é o trabalho de um professor, que não se limita às horas que estão no horário;
3ª verdade: o processo de avaliação não está bem elaborado; trapalhadas no processo, cancelamento de prazos, obrigação de cumprimento de prazos impossíveis de cumprir; exigência de usar as sugestões de uma comissão de peritos que não existe;

prós e prós - o tempo de antena do PS - 3

O "debate" começa com tempo de antena, sem que a jornalista interrompa, contradiga ou questione. A ministra vai proferindo tretas, puras tretas.
1ª mentira: não há instrumentos nas escolas para medir o trabalho dos bons professores; entretanto, a ministra admite que a maioria dos professores trabalha bem, o que explica a criação de cotas e contraria as suas anteriores palavras, já que afirmou que as cotas não serviam para travar a progressão dos professores. Se na sua maioria trabalham bem, porque é que não podem progredir todos os que são bons?
*
Fátima, de palas nos olhos, já falou na "finlândia", esse modelo de sucesso, com tantos prémios nobel, com tantos escritores e cientistas de nomeada universal...

prós e prós - o tempo de antena do PS - 2

Começa o programa e a "jornalista" Fátima apresenta as medidas do governo como "fundamentais para o país" e diz que "os professores têm de explicar porque é que esta reforma não serve". Ou seja, a ministra não tem de explicar nada. Ouve-se bem a voz do dono.
*
Na "reportagem" de introdução, sugere-se que a 1ª greve foi feita assim que a dona lurdes tomou posse. Como se fosse uma resposta pavloviana. Ridículo.
*
Fátima fala da "coragem" da ministra. Fantástico.

suprema (in)justiça

Uma mãe mata o filho deficiente à fome, numa lenta agonia que durou mais de um ano, tendo a criança de seis anos seis (!) quilos na altura da morte, relata o JN. Andou fugida durante 18 anos, regressou a Portugal para o julgamento, foi condenada para ver a pena anulada pelo supremo tribunal de justiça. Está visto que, em Portugal, nem os comandantes dos campos de concentração seriam condenados. Afinal de contas, 1945 foi já há tanto tempo que até esses crimes prescrevem. A letra da lei pode dizer o que bem entender, mas há crimes que não deviam prescrever.

prós e prós - o tempo de antena do PS

Quando as incompetências do ministério, a arrogância cada vez mais insuportável da dona maria do lurdes e dos seus secretariozecos de estado, e as perseguições a quem critica o ministério aumentam, lá vem a sra campos ferreira fazer mais uma sessão de propaganda no seu prós e prós. Mesmo antes de ver o programa, já se sabe que a sra "jornalista" condecorada pelo último presidente socialista Jorge Sampaio não vai deixar os críticos da dona maria do lurdes expressarem os seus argumentos. Também já se imagina que os convidados serão isso mesmo, convidados da sra ministra, gente que não a conteste. A saber: presidentes de executivos que ela tenha na mão (porque está nas mãos dela a possibilidade de os mandar de volta às salas de aula, coisa que não fazem desde o tempo em que o Chalana jogava futebol e que os apavora); imbecis das pseudo-ciências da educação, que adoram as políticas ministeriais porque põem em prática as filosofias que eles elaboram; membros de um qualquer sindicato que não incomode muito, para dar a sugestão de que há "contras" e que terão pouco tempo de antena; um qualquer sub-secretário de estado de governos anteriores e, obviamente, as "cabeças pensantes" habituais (sugeria já miguel cadilhe).
Se a RTP quisesse realmente fazer um debate sério e que incomodasse a ministra, deveria convidar as seguintes pessoas:
- Maria Filomena Mónica;
- António Barreto;
- José Pacheco Pereira;
- João Pereira Coutinho;
- Medina Carreira;
- Um reitor de uma Universidade Pública de qualidade (o que exclui, obviamente, a Nova de Lisboa).
Obviamente, perante estes nomes, a ministra não iria ao debate, o que só contribuiria para elevar o seu nível (do debate).

catalogar os críticos

"Os deputados do PSD eleitos pelo Porto anunciaram hoje que vão pedir ao Governo esclarecimentos sobre as razões que levaram a PSP a identificar professores que participaram na manifestação realizada no último sábado, no Porto, contra a política educativa do Governo." Consideramos que este tipo de actuações se insere na atitude que este Governo tem seguido de forte coacção sobre os professores, que nós desaprovamos totalmente porque consideramos que a reforma da educação tem que se fazer com os professores e não contra eles", defendeu o presidente da distrital do PSD do Porto, Marco António Costa, adiantando que o pedido de esclarecimentos seguirá hoje, ou "o mais tardar, amanhã". Marco António Costa, que falava à Lusa após uma reunião dos parlamentares do PSD, liderados por Pedro Duarte, responsável da Comissão de Educação da Assembleia da República, com o presidente da Associação Nacional de Professores, João Grancho, considera que o sucedido anteontem prenuncia também "uma repetição do caso Fernando Charrua elevada ao coeficiente máximo". "Esta metodologia de identificar todos os que criticam o Governo ultrapassa as margens do Estado de Direito", sustentou o parlamentar."

História da Musica Ocidental


Paulo este livro parece-me ser uma boa escolha. Não o tenho comigo mas já ouvi críticas positivas acerca dele.


"Iniciamos sugerindo, principalmente aos que não conhecem nada de música, a leitura do clássico francês Histoire de la musique occidentale, organizado, em 1983, por Jean e Brigitte Massin e traduzido para o português, com o título História da música ocidental, pela editora Nova Fronteira (Rio de Janeiro, 1997). Esse livro, de leitura envolvente (o único inconveniente é o peso: um único volume com mais de 1.200 páginas) e escrito por diversos especialistas, é uma história da música ocidental que não se limita apenas a seguir uma cronologia dos períodos histórico-musicais e narrar a biografia de seus principais compositores. Indo mais longe, essa obra tem a preocupação de tornar inseparáveis a história da música e a história geral, procurando analisar fatos musicais dentro de um quadro histórico mais amplo: social, econômico, político, cultural e religioso. Para os leigos, há, ainda, no início, um muito bem elaborado "léxico musical explicativo", trazendo, por exemplo, definições de formas e gêneros musicais e um apanhado geral dos instrumentos e suas famílias."

domingo, fevereiro 24, 2008

sócrates resolve ir a uma vidente para saber o seu futuro. A vidente concentra-se, fecha os olhos e diz:
- Vejo o senhor a passar numa avenida, num carro aberto, e uma multidão a acenar.
sócrates sorri e pergunta:
- Essa multidão está feliz?
- Sim, feliz como nunca!
- E vão a correr atrás do carro?
- Sim, muita gente à volta do carro. Os polícias estão com dificuldades em abrir caminho.
- Eles levam bandeiras?
- Sim, bandeiras de Portugal e faixas com palavras de esperança e de um futuro em breve melhor.
- Eles gritam, cantam?
- Gritam frases de esperança: "Agora sim!!! Agora vai melhorar!!!"
- E eu, qual é a minha reacção?
- Não dá para ver.
- E por que não?
- Porque o caixão está lacrado.

sábado, fevereiro 23, 2008

retrato do país

por António Pires de Lima, ex-bastonário da Ordem dos Advogados (júdice não conta), em entrevista à Sábado:
"...estamos numa ditadura legislativa, sob o ponto de vista fiscal, sob o ponto de vista do não funcionamento da justiça, da destruição das instituições..."
*
"[josé sócrates] é um ditador. Este homem só não tem a inteligência de António de Oliveira Salazar. Sócrates é caprichoso, é malcriado, por vezes ordinário. Faz o que entende... Atrás dele tem o carneirismo de topo, habitual na política e nos políticos. (...) É um indivíduo inteligente, que raciocina, mas para mim é um ditador em formação."
*
"Sinto que vivo num país onde prolifera a corrupção."
*
"Estou convencido de que caminhamos para uma ditadura. É engraçado que estamos em democracia e os partidos com projectos para o poder pedem maioria, sob pena de não conseguirem governar. Não entendo que democracia ambicionam."
*
"[Quanto à "lei antitabagista"] acho-a exagerada. Qualquer dia decidem que todos têm de usar as meias e as cuecas da mesma cor. Estão a formatar-nos a vida e a entrar na nossa intimidade."
*
"Entendo as salas de chuto como um incentivo à legalização da droga. Aceitaria melhor que se legalizasse a prostituição, que é ilegal mas pratica-se em todo o lado e representa um problema de saúde pública."

sócrates em auto-crítica

“Acredito na importância crucial do bom governo. Governar bem é governar com competência e com rigor, é pôr sempre o interesse geral acima dos interesses particulares, é trabalhar a favor da estabilidade e da confiança nas instituições”, afirmou sócrates, segundo o Público. Ou seja, governar bem é fazer precisamente o que o ps nunca faz quando está no governo. Quem é o socialista, sobretudo neste governo, a quem os rótulos de rigoroso, competente e de confiança podem ser aplicados sem gerar um franzir de dúvida? É quase como perguntar onde está o Wally...

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

O melhor poema sobre o dia de nascimento. Luís Vaz, claro

O dia em que nasci moura e pereça

não o queira jamais o tempo dar

não torne mais ao mundo, e se tornar,

eclipse nesse passo o sol padeça

a luz lhe falte, o sol se lhe escureça

mostre o mundo sinais de se acabar

nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar

a mãe ao próprio filho não conheça

as pessoas pasmadas, de ignorantes,

as lágrimas do rosto, a cor perdida,

cuidem que o mundo já se destruiu.

Ó gente temerosa, não te espantes,

que este dia deitou ao mundo a vida

mais desgraçada que jamais se viu



Luís Vaz de Camões

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

maria do lurdes, a sopeira

Sem ofensa para quem faz sopa. Basta ler aqui.
"A senhora Ministra é um ser inqualificável. No mínimo é mentirosa. Há uma dezena de anos que na Assembleia de Escola estão, além dos professores, os alunos do secundário, os funcionários da escola e, ainda, os pais, a autarquia e até representantes das actividades de índole económica ou cultural. De modo que ao dizer o que diz, das duas uma: ou desconhece em absoluto o que se passa na escola, confirmando que é incompetente para o cargo que desempenha; ou é uma mentirosa desprezível, um ser abjecto, que não se julgaria possível ser ministra."
Comentário de uma leitora do Público, a uma afirmação absurda da dona maria de lurdes e a uma proposta totalmente idiota, que é a de ter não-professores a presidir a um órgão que permite a destituição dos (futuros) directores das escolas. Como se os representantes dos utentes ou das câmaras municipais pudessem ou devessem opinar sobre quem preside ao Hospital da terra, ou à esquadra da PSP ou ao quartel de bombeiros ou, porque não, à repartição de finanças locais. Que sabem os encarregados de educação, os autarcas ou os "elementos da comunidade" (em geral alheios do mundo das escolas por opção própria) para terem o poder de depor o director de uma escola? Mas diz a dona lurdes que é esse o caminho. Para o abismo. Já ontem o analfabeto sócrates dizia que o que se fizer nas escolas hoje se verá amanhã. Ou seja, a continuarmos assim, teremos escolas geridas por gente sem qualquer noção do que é ensinar (um pouco à imagem das criaturas que compõem o ministério e as dren e drec e drels espalhadas pelo país). E, somando a tudo isso a infantilização do ensino (consequência, por exemplo, da ausência de faltas, da ausência de exigência (estilo licenciatura socrática) e da redução da carga horária para aumentar a carga lúdica das crianças), vamos ter um país de gente mal preparada e mal formada, o cidadão ideal para votar ps. Isto se houver eleições, claro.

domingo, fevereiro 17, 2008

Pogue Mahone and more


"Os Pistols, e o movimento primitivo do Punk, permitiram a MacGowan [então com 18 anos e que viria a ser vocalista dos Pogues] viver um ambiente no qual ele se sentia vivo e que lhe dava a sensação de familiaridade. (...) estava encantado com a oportunidade de se ligar a quem partilhava com ele um desprezo pela autoridade e pelo conformismo (...). A MacGowan agradavam o nihilismo e o hedonismo do Punk, na mesma medida que saboreava a sua contovérsia e perigo, mas, mais do que tudo, ele adorava a defesa que o movimento Punk fazia do individual. Não havia regras, condicionalismos, ou exclusões com base em género, religião, classe, cor, cultura, aspecto ou local de residência. Por cinco minutos, nessa altura, havia algo que se assemelhava a igualdade."

*

Conta MacGowan:
"Creio que sempre me fizeram sentir como um miúdo impopular na escola e sempre tive dificuldade em engatar raparigas nas discotecas porque era muito feio. Aquela coisa do punk mudou a merda da minha vida. Não importava que eu fosse feio... Nada tinha importância. Era bom."
*
Na mesma década, mas na Suécia, nascia uma das melhores bandas da História da música Pop, um quarteto composto por dois casais, Agnetha Fältskog e Benny Andersson, Björn Ulvaeus e Anni-Frid Lyngstad. ABBA. Durante muito tempo, os ABBA foram ignorados, desde logo por terem começado com um êxito que venceu a Eurovisão (algo que imediatamente votava a maioria dos cantores ao ostracismo). E também por serem suecos, embora a receptividade inicial tenha começado fora da Suécia. Mas sobretudo porque, ao contrário do que se pensa hoje, os ABBA não seguiam as modas da época, nem no tipo de música (o punk estava a ganhar peso num período em que o rock n´roll ainda dominava), nem no espírito, já que o grupo se procurava afastar da canção politicamente comprometida que então se ouvia na Suécia. Por esse motivo, as rádios suecas não passavam ABBA (a esquerda não é dogmática só por cá).
Todos esses rótulos e o visual extravagante da banda tinha, desviaram durante muito tempo as atenções do público e da crítica para as músicas que a banda deixou. No entanto, hoje esse olhar tem vindo a mudar. As canções dos ABBA deram origem a um musical (Mamma Mia) e a importância da banda sueca para a história da música pop é inquestionável. Bono, por exemplo, considera-os uma das melhores bandas pop de sempre. E Madonna usou um sample de Gimme gimme gimme em Hung Up. Elogios que, vindos dos grandes nomes da pop da actualidade, dizem tudo.
A história dos ABBA, desde as origens à vida actual dos seus membros (entretanto divorciados e seguindo vidas distintas - as últimas músicas reflectem os processos emocionais das separações que os dois casais viviam na época: 1. 2.), com muita música, fatos extravagantes, depoimentos e análises históricas, sociais e musicais, tudo aqui.
Relato do DN.
Diz a dona maria de lurdes, sobre o ensino de música em Portugal (mais uma das suas áreas de especialização, pelos vistos): "O drástico aumento verificado permite determinar a importância da existência de oferta do ensino da música para idades mais precoces, designadamente antes do curso Básico. É neste sentido que todas as escolas do ensino público reclamam a criação de um enquadramento legislativo que preveja e estipule os moldes da oferta de ensino especializado para os alunos com idades inferiores aos 10 anos de idade".
No entanto, no mesmo trabalho, pode ler-se que "investigações quanto à relação entre as variáveis idade e aproveitamento entre os anos 1870-71 e 1960-61 não são de molde a demonstrar que as crianças que começam mais cedo os seus estudos são também aquelas que melhores resultados apresentam". Wagner Diniz, director do Conservatório de Lisboa, nota que "o relatório sobre o ensino artístico é completamente contraditório, porque afirma que não é verdadeiro que as crianças tenham de iniciar a aprendizagem da música antes dos dez anos, mas depois reconhece que há cada vez maior procura e defende a extensão do ensino às escolas normais"."
*
Que escolas públicas "reclamaram a criação de um enquadramento legislativo que preveja e estipule os moldes da oferta de ensino especializado para os alunos com idades inferiores aos 10 anos de idade"? Quantas? De que concelhos? Ou esta vontade das "escolas públicas" é um eufemismo para a vontade da dona maria de lurdes?
Relata o DN: "Seriam cerca de 200 pessoas a assobiar. José Sócrates entrou sem olhar para os manifestantes mas, logo a seguir, chamou [!?] os jornalistas para uma breve declaração em que considerou "absolutamente lamentável que se faça uma manifestação à porta de um partido político"."É inqualificável que tentem condicionar a actividade um partido. Nunca tinha visto isto em tantos anos de democracia. Isto não tem nada a ver com democracia, tem a ver com falta de educação. Mas o Partido Socialista não se deixa condicionar", declarou. Sócrates deixou bem claro que não acredita na tese da "manifestação espontânea". "É óbvio que são militantes", disse, "são pessoas que já fizeram o mesmo no Congresso do PS" e que "há três anos se manifestam onde quer que eu esteja". Cá fora, os assobios, repetidos de cada vez que chegam ao Rato os professores socialistas convidados para o encontro, passam a palavras de ordem: "Venham às escolas" e "Respeito pela educação" pedem os manifestantes, dos quais poucos se atrevem a dar a cara e o nome, temendo serem prejudicados na avaliação que se aproxima ou mesmo serem alvo de processos disciplinares. Alguns falam até em perseguições nas escolas - "quem é do contra fica com turmas e horários piores", afirma uma professora, que pede o anonimato."
*
Pelos vistos, os jornalistas aceitam de bom grado serem porta-vozes do secretário-geral do PS. Onde está António Costa para vociferar contra eles?
*
Para o secretário-geral do PS, há locais sagrados onde não é permitido haver protestos, e um desses locais é a sede do Partido (escrevo com maiúsculas para ele não me acusar de falta de educação; e uso o singular porque parece que caminhamos para isso)
*
Como sabe sócrates que quem se estava a manifestar este sábado eram as mesmas pessoas que se manifestam contra ele há 3 anos? Terá mandado registar nomes e fotografar rostos? Ou tem boa memória visual (apesar de, no relato do DN, nem sequer ter olhado para os manifestantes?) E desde quando é que isso é crime, protestar contra políticas e políticos que consideramos maus?
Se o primeiro-ministro de Portugal fosse movido pela certeza das convicções não seria o cobarde que se reúne selectivamente com "professores socialistas", presumivelmente uma nova categoria criada pelo ministério para premiar as cabeças ocas que aplaudem as lucubrações da sra maria de lurdes e que se apressam a formar grupos de trabalho da dren e drec e afins. Tudo menos dar aulas. O que até é bom, porque pessoas que se designam (ou deixam designar) por "professores socialistas" duvido que tenham grandes capacidades de ser "apenas" professores. Há momentos em que os apêndices têm um peso que deveria ser insuportável.

sábado, fevereiro 16, 2008

Esqueci-me dos árbitros


A página do AS diz tudo. O barcelona prometeu um quarteto fantástico para "arrasar" a competição. Mas, como isso não aconteceu, lá se vai mantendo a esperança à custa do trio fantástico. Sim, o do apito e das bandeirinhas. Mas como no ano passado nem assim lá chegaram, este ano também não vão conseguir.
Quanto ao resultado do Real, a pensar mais na Roma do que no Bétis, mostrou que Schuster é o Paulo Bento de Espanha (só não é o Jesualdo porque, ao menos isso, é muito menos arrogante), um treinador mediano que não tem comparação com Capello.
"Polémica arbitral
En un partido tan vibrante no podía faltar la polémica. González Vázquez señalaba penalti a instancias de uno de sus asistentes tras un control de Juanfran dentro del área maña en la que el defensa se ayudó con la mano. El control, calcado al de Henry en el gol azulgrana, sirvió a Ronaldinho para volver a marcar y conseguir tres puntos vitales para su equipo."

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

qual carreira?

efeito do desgoverno sócrates

"Entre o final de 2002 e o terceiro trimestre de 2007, as pessoas que estão à procura de trabalho há mais de um ano passou de 35 por cento do desemprego total para quase metade [quase 50%!]. Ou seja, quem perde o emprego hoje tem pela frente um doloroso caminho até ao mundo dos vivos."
André Macedo, "Diário Económico", 13 de Fevereiro de 2008
Diz o Público:
"Paulo Portas aproveitou a presença do primeiro-ministro na Assembleia da República, onde decorre o debate quinzenal, para acusar o Governo de ter criado um sistema de avaliação de professores "perverso e absurdo". Na resposta, José Sócrates acusou o líder do CDS-PP de "total demagogia". "É um sistema perverso, absurdo, impossível de levar à prática", afirmou Paulo Portas na sua intervenção durante o debate, que o chefe de Governo dedicou ao tema dos equipamentos sociais das áreas metropolitanas. Reiterando que o novo regime "não merece de todo uma nota positiva", o dirigente democrata-cristão centrou as críticas no "erro" que é fazer depender a progressão de um professor na carreira das notas que atribui aos alunos. "O professor é transformado em burocrata da avaliação e o aluno num número estatístico", defendeu Paulo Portas, considerando que o novo sistema de avaliação de professores "relativiza o mérito escolar". Dando como exemplo o caso de um professor do segundo ciclo com uma turma de 25 alunos, dos quais dez sem conhecimento da matéria dada, Paulo Portas questionou o primeiro-ministro sobre o que deve o docente fazer. "Sabendo que a nota conta para a progressão, o professor arrisca a progressão na carreira ou inflaciona as notas dos alunos?", interrogou o líder do CDS-PP.
Na resposta, José Sócrates acusou Paulo Portas de "total demagogia", negando que a avaliação dos professores esteja apenas dependente das notas que atribui aos alunos. "É um factor entre outros, tem uma ponderação de seis pontos, em 50 possíveis", afirmou o primeiro-ministro, sustentando que "não há nada de mais injusto para os professores, as famílias e os alunos do que não haver avaliação" dos docentes. Lançando várias críticas à "infinita demagogia" do líder democrata-cristão, José Sócrates assinalou ainda o facto de Paulo Portas nada ter feito relativamente à avaliação dos professores durante os três anos em que integrou o Governo de maioria PSD/CDS-PP. "Como é possível falar em rigor, quando esteve no Governo convivendo com a pior das injustiças", questionou."Vejo que continua preocupado com a época pré-Sócrates, quando o país já está preocupado com a época pós -Sócrates", replicou Paulo Portas."
*
Mais uma vez, perante factos, analfabeto funcional sócrates responde com lamúrias e vagos insultos. Cada vez mais o país (pelo menos a parte pensante do país) anseia pela época pós-sócrates. Apesar de saber que vai ser difícil levantar o país dos escombros.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Nem de propósito

"É um escândalo que Raúl não tenha ganho a Bola de Ouro."
"Raúl é o Totti do Real, ou, também, Totti é o Raúl da Roma".
Afirmações de Totti:

"En el fútbol quedan ya pocas ''banderas'' (jugadores emblemas de un club) y es justo que él (Raúl), al igual que yo, pueda tener la posibilidad de realizar toda su carrera en el equipo donde ha crecido".
"Es un campeón al que estimo que será fascinante encontrarle en ''Champions''", escribía entonces Totti. Ahora, al canal televisivo, Totti apunta que él y Raúl son "similares por la forma en la que hemos crecido, siempre con el mismo equipo, siempre con las misma ganas de seguir en él".
"Es normal que después, durante los años, se cambia y pueden cambiar tantísimas cosas, pero las ganas son siempre las mismas, las de continuar en el equipo por el que ''tifas'' y llevarla hasta el máximo", comenta Totti.
"Il Capitano" romanista, además, considera un escándalo que Raúl no haya ganado nunca el "Balón de Oro del fútbol Europeo". "Un jugador tan bueno (Raúl), un jugador que donde ha ido ha marcado, que ha ganado todo lo que se podía ganar, no ha ganado nunca el ''Balón de Oro'' y pienso que es un escándalo.""

Estava o Jesualdo, antes de um jogo com o Benfica, a falar com os jogadores nos balneários: - "Eu sei que é uma chatice, mas temos que jogar contra eles...Faz parte do calendário, o que é que querem? O Lucho responde: -"Mas, oh mister, é preciso irmos todos?" Então, o Quaresma levanta-se e diz: -"Não é preciso! Eu vou jogar sozinho contra eles. Vocês podem ir descansar." E Jesualdo lá concordou: - "Ok, Quaresma. Então vai lá dar cabo deles." O Jesualdo e os restantes jogadores foram até um café ali ao lado do estádio e começaram a jogar snooker. Estavam eles entretidos até que um se lembra de ir ver o resultado do jogo ao intervalo. O marcador assinalava: Porto 1 (Quaresma aos 10m) - Benfica 0. Voltou à mesa de snooker e contou como estava o jogo. Passada uma hora, decidem ir todos ver o resultado final: Porto 1 (Quaresma aos 10m) -Benfica 1 (Adu aos 89m). Ficaram surpresos e Jesualdo dirigiu-se ao balneário onde estava o Quaresma com as mãos na cabeça e muito chateado. - "Então Quaresma, o que é que aconteceu? ", perguntou Jesualdo. - "O cabrão do árbitro expulsou-me aos 11 minutos ..."

Não é Dragão quem quer … É Dragão quem pode !!!

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

7 golos para 8 pontos




Depois do péssimo resultado frente ao Almeria (aproveitado pelo barcelona para sonhar durante uma semana e diminuir a distância pontual para 6 pontos), este fim-de-semana o Real Madrid "puxou dos galões" (como se costuma dizer) e venceu por 7-0 o Valladolid. E uma vez que o barcelona empatou com o Sevilha 1-1, a distância está agora nos 8 pontos. Nas próximas semanas espera-se que se dilate ainda mais.

Golos aqui.


Jogo memorável para Raúl. Para além dos 2 golos na 13ª vitória por 7-0 do Real, o Capitão fez o seu jogo 469 na Liga, tornando-se no 10º jogador a História da competição principal de Espanha em número de partidos.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

A não perder no cinema

A realização de Expiação (de Joe Wright, realizador de Orgulho e Preconceito, também com Keira Knightley), que já alguém classificou de "barroca", merece a ida ao cinema. Parte da beleza do filme (como em todos os filmes?) está no tratamento da imagem. De resto, ao contrário do que tenho lido, senti que o filme conseguiu captar o essencial do livro, sobretudo graças aos desempenhos de Keira Knightley (Cecilia Tallis), Saoirse* Ronan, e Romola Garai (Briony Tallis com 13 e com 18 anos, respectivamente). Pelo menos captou o que é possível a um filme retirar de um livro, o que muitas vezes é pouco mais do que o simples enredo. Por vezes, lembrei-me de Terrence Malick e da sua falta de pressa em avançar na história. Embora com Mallick esse jogo funcione melhor.

Quanto à história em si, faz-nos pensar sobre o perigo da imaginação, dos rótulos e do amor, que levam Briony a destruir duas vidas. Mas faz sobretudo pensar sobre a posterior culpa que Briony carregará diariamente consigo devido à impossibilidade de corrigir os males já feitos e a sua necessidade de expiação desses males. Que só chega no fim da vida, não por ter conseguido remediar o que fez, mas porque a morte a vai libertar finalmente do sofrimento constante da sua consciência.

*"Liberdade" em gaélico, nome irlandês;

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

O "pensativo cigarro"

"Lembro-me sempre daquela resposta da Sophia de Mello Breyner, a um outro escritor famoso que a admoestava por fumar: "Olhe, enquanto tenho o cigarro na mão, penso - e isso defende-me de escrever de mais. Devia pensar nisso.""
Inês Pedrosa, Expresso

Inês Pedrosa - Poder aos Professores

"OS PORTUGUESES confiam, acima de tudo, nos professores. E querem dar-lhes mais poder. A revelação surge numa sondagem feita pelo Instituto Gallup para o Fórum Económico Mundial - que aponta "os políticos" como os seres menos confiáveis. É natural. O ar do tempo está saturado de corrupção - da ilegítima, tradicional, e da legítima, pós-moderna. A população que vive a contar tostões, num país cujo primeiro-ministro usa a palavra "orgulho" para qualificar um salário mínimo de 426 euros, está, mais do que farta, exasperada com os ricos. E ricos são os políticos, que usam os lugares de serviço público como um estágio pré-remunerado para opíparos e vitalícios tachos em empresas privadas ou participadas pelo Estado. Ricos são os banqueiros, que têm garantidas reformas de milhões de euros, façam o que fizerem com as poupanças que lhes confiamos - e idem para o governador do Banco de Portugal e para os administradores das empresas públicas. Em Portugal, a média de salários é mais baixa do que na União Europeia (a começar por Espanha, onde uma nova vaga de emigrantes portugueses se instala agora), mas os salários mais altos excedem os similares da Suécia ou mesmo dos Estados Unidos da América - o que é, como se sabe, um grave indicador de subdesenvolvimento. O Governo pede ao povo que aperte mais um furo do cinto - e todos os dias, de cinto apertado, o povo assiste na televisão aos enredos amorosos entre a banca pública e privada ou entre a acção política e a administração das empresas dependentes dessa mesma política - histórias cujo final feliz é sempre o mesmo: o euromilhões dos poderosos e a subida do preço do leite (ou da gasolina, ou da dificuldade de acesso aos empréstimos bancários) para a arraia-miúda.
A população que resta no desvalido interior onde não chegam as auto-estradas (ou só chegam as auto-estradas) e que vê desaparecerem todos os serviços de saúde de proximidade em prol de ambulâncias supersónicas (mas sem médicos), não tem ânimo para confiar em mais promessas nem em mais doutores e engenheiros de Lisboa. Confia, e bem, nos professores - esses "setôres" mal pagos e mal tratados que procuram meter qualquer coisa de futuro na cabeça dos meninos, em escolas às quais os computadores do choque tecnológico chegam primeiro do que os aquecimentos e os ginásios.
Claro que há professores e professores - é assim em todas as profissões. Ensinar não é fácil, exige vocação - e sabemos a que ponto as vocações andam perdidas no turvo oceano do numerus clausus e do desemprego. Acresce que as reformas da Educação têm sido tantas, tão frustres e contraditórias, que a quantidade de professores efectivamente cultos e empenhados que temos é ainda um milagre. A autoridade dos professores foi, ao longo das últimas décadas, sujeita a tratos de polé, enquanto os direitos dos alunos cresceram de uma forma tão avassaladora que se viraram contra eles mesmos: podendo tudo, não aprendem nada.
"Aquilo na Wikipédia está tudo tão bem escrito que não vale a pena nós mudarmos nada", declarava ao jornal "Público" (26.1.2008), entre risos, uma jovem de 14 anos. Assim se vê o esplendor do choque tecnológico - para quê ler o padre António Vieira (cujo quarto centenário se celebra, embora quase ninguém dê por isso, no próximo dia 6), quando a sua vida e obra se encontram tão bem resumidinhas na Internet? Cópias de artigos da Net (com hiperligações e tudo) é o que encontram os escritores portugueses que ainda se disponibilizam a ir às escolas para estimular os meninos que, supostamente, estão a estudar as suas obras.
Há excepções - mas são isso mesmo, excepções, e sempre desconsideradas. Porque a autoridade dos professores não se repõe à força, com directores autocráticos substituindo os conselhos directivos das escolas. Repõe-se promovendo uma cultura de responsabilidade e consequência - essa que desapareceu quando, em vez de escolas autónomas, passámos a ter "agrupamentos escolares" e, antes disso ainda, quando os programas escolares se vergaram ao "sentido lúdico" e aos supostos "interesses" dos alunos.
Há tempos, o, entretanto defunto, jornal "Tal e Qual" perguntou-me se os péssimos resultados escolares das crianças portuguesas significavam que elas eram mais burras do que as crianças do resto da Europa, ou se a culpa era dos professores. Respondi que as nossas crianças são iguais às outras, e que me parecia que a culpa era, por esta ordem, dos programas do Ministério da Educação, que, além de maus, estão sempre a mudar, e nalguns casos certamente, também, dos professores - que não têm sido incentivados, nem material nem espiritualmente, a melhorar o seu trabalho, antes pelo contrário. O "Tal e Qual" resumiu estes dizeres numa linha, que fazia dos professores os maus da fita. Seguiu-se uma campanha furiosa na Internet, exortando as escolas a que desaconselhassem os meus livros, promovida por professores leitores do "Tal e Qual" - e, pelos vistos, não do Expresso.
Pelo menos, os portugueses sabem que é na qualidade da Educação que se encontra a chave do desenvolvimento do país. E que não há computador que compense a falta de um bom professor."
Inês Pedrosa, Expresso

recebido por mail

Violência nas escolas

Alice Vieira, Escritora
" Li num jornal que a senhora ministra da Educação está contente. E, quando os nossos governantes estão contentes, é como se um sol raiasse nasnossas vidas.
E está contente porque, segundo afirmou, a violência nas escolasportuguesas, afinal, não existe.
Ao que parece, andamos todos numa de paz e amor, lá fora é que as coisas tomam proporções assustadoras, os nossos brandos costumes continuam avingar nos corredores de todas as EB, 2/3, ou como é que as escolas se chamam agora. Tenho muita pena de que os nossos governantes só entrem nas escolas quando previamente se fazem anunciar, com todas as televisões atrás, para que o momento fique na História. É claro que, assim, obrigada, também eu, anda ali tudo alinhado que dá gosto ver, porque o respeitinho pelo Poder é coisa que cai sempre bem no coração de quem nos governa, e que as pessoas gostam de ver em qualquer telejornal.
Mas bastaria a senhora ministra entrar incógnita em qualquer escola deste país para ver como a realidade é bem diferente daquela que lhe pintaram ou que os estudos (adorava saber como se fazem alguns dos estudos com que diariamente se enchem as páginas dos jornais) proclamam. É claro que não falo daquela violência bruta e directa, estilo filme americano, com tiros, naifadas e o mais que houver.
Falo de uma violência muito mais perigosa porque mais subtil, mais pela calada, mais insidiosa.
Uma violência mais "normal".
E não há nada pior do que a normalização, do que a banalização da violência.
Violência é não saberem viver em comunidade, é o safanão, o pontapé e a bofetada como resposta habitual, o palavrão (dos pesados.) como linguagem única, a ameaça constante, o nenhum interesse pelo que se passa dentro da sala, a provocação gratuita ("bata-me, vá lá, não me diga que não é capaz de me bater? Ai que medinho que eu tenho de si.", isto ouvi eu de um aluno quando a pobre da professora apenas lhe perguntou por que tinha chegado tarde.)
Violência é a demissão dos pais do seu papel de educadores - e depois queixam-se nas reuniões de que "os professores não ensinam nada".
Porque, evidentemente, a culpa de tudo é sempre dos professores - que não ensinam, que não trabalham, que não sabem nada, que fazem greves, qualquer dia - querem lá ver? - até fumam.
Os seus filhos são todos uns anjos de asas brancas e uns génios incompreendidos.
Cada vez os pais têm menos tempo para os filhos e, por isso, cada vez mais os filhos são educados pelos colegas e pela televisão (pelos jogos,pelos filmes, etc.). Não têm regras, não conhecem limites, simples palavras como "obrigada", "desculpe", "se faz favor" são-lhes mais estranhas do queum discurso em Chinês - e há quem chame a isto liberdade.
Mas a isto chama-se violência. Aquela que não conta para os estudos "científicos", mas aquela da qual um dia, de repente, rompe a violência a sério."

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Impossível de acontecer em Portugal

"Dirigentes dos clubes da cidade de Milão, AC Milan e Inter, vão voltar a ser ouvidos pela justiça desportiva italiana, desta vez devido à alegada manipulação das contas em que terão diminuído os respectivos passivos, anunciou hoje a agência Ansa.Os clubes são suspeitos de ter manipulado os balanços contabilísticos de 2003 e 2004 para apresentar um passivo menor."

(notícia do Público online)

domingo, fevereiro 03, 2008

Os criadores do mito da I República

Faltam dois anos para o centenário do 5 de Outubro de 1910. Mas até lá muito disparate se vai dizer e escrever sobre o acontecimento e sobre o regime que inaugurou. A Primeira República, como me dei ao trabalho de ensinar aos meus alunos (pedindo-lhes que ignorassem o que vinha no manual) foi uma pequena ditadura encapotada de regime democrático. Comparada com o período monárquico liberal, havia menos respeito pelos direitos e pelas liberdades. Foi um tempo de perseguição aos católicos, de expulsão dos jesuítas, de trauliteiros que espancavam os eleitores dos partidos da oposição. Foi o tempo em que se deu direito de voto às "mulheres" para imediatamente se retirar, quando se percebeu que as "mulheres", na época tendencialmente analfabetas e conservadoras, não alinhavam com a violência do regime contra a Igreja e, mais importante ainda, não aceitavam a fome e a opressão a que eram sujeitas. Foi também o tempo das perseguições aos "videntes" de Fátima e crentes. Foi um período de enorme instabilidade governativa, 8 presidentes da república e 48 governos em 16 anos. Foi o tempo da entrada (demagogicamente explicada como necessária para defender as colónias da ameaça alemã) na Grande Guerra.
Mas vamos, ao longo destes 2 anos, ouvir dizer que a I República foi precisamente o contrário: um regime de liberdade e democracia, "implantada pelo povo que estava farto da monarquia" (dito por João Soares). O grave não é esta gente dizer disparates do género. O grave é haver quem ache que a opinião deles é válida, mesmo sem ser fundamentada num verdadeiro conhecimento (adquirido com estudos profundos sobre a época). Um exemplo concreto: por que motivo aparece sempre o inevitável Fernando Rosas para falar sobre o regicídio? É que Rosas não fala como historiador, mas como político do BE, tendo em conta as ridículas intervenções (entretanto secundadas pelo ministro Severiano Teixeira, famoso por ter sido acusado de plágio num estudo precisamente sobre a I República). Esqueçam o que esta gente diz. Leiam Vasco Pulido Valente, Rui Ramos, Maria Filomema Mónica e Luís Fraga, que sabem do que estão a falar.
Caro João, a única petição que poderá influenciar a arrogância da maria do lurdes (como todas as pessoas que estão ligadas ao ensino há muito descobriram) são as eleições de 2009. Corram com o pseudo-engenheiro (ele até gosta de correr, desde que haja câmaras da rtp a filmar) e resolve-se o problema. Porque, de resto, haja mil ou um milhão de assinaturas na petição, é indiferente para a ministra. Afinal de contas, ela é que é a iluminada e se ela garante que, com o seu plano, o ensino da música vai melhorar porque vai chegar a "todas as escolas do primeiro ciclo", é porque vai ser mesmo assim. Por muito que os que ensinam música todos os dias digam precisamente o contrário. Por muito que nas escolas do 1º ciclo haja apenas flautas como instrumento de aprendizagem. Por muito que não haja professores em número suficiente. Vamos ter um país de supostos flautistas, como já estamos a caminho de um país de analfabetos com o 9º ano e o 12º ano (diplomados após um ano de jantaradas e brincadeiras, sem testes, sem matérias, sem exames). Um país (não me canso de o reforçar), à imagem do primeiro-ministro.
Votem no Portas, votem no Jerónimo. Caramba, votem no tipo que até lá vai substituir o Meneses. Ou votem no Garcia Pereira. Ou votem no Manuel Alegre. Mas acabem com este pesadelo.

Os inúteis - grupo de apoio da dren aos professores dos cursos CEF

5ª feira passada. Amarante. Reunião com um auto-denominado grupo de apoio para os professores e formadores dos cursos CEF e cursos ditos profissionais. Chegamos à hora marcada, para esperar meia hora pelos membros que iam, pensávamos nós, esclarecer as nossas dúvidas. Aqui começou a ver-se a sua incompetência e a sua falta de educação. Se eu chegar meia hora atrasado ao meu local de trabalho, tenho falta. Esta reunião, parece-me, faz parte do "trabalho" desta gente.
Entramos na sala. Três mulheres e um rapazinho (recuso-me a chamá-lo de homem, pela postura demonstrada ao longo da hora e meia de disparates que proferiu) estão sentados a uma mesa. Nós sentamo-nos na plateia. Eles começam a falar. Não podia, naturalmente, faltar o inevitável e ilegível powerpoint que, hoje em dia, é um must em tudo o que são apresentações e conferências. De certa forma, é um bom subterfúgio para quem não sabe falar. Como era o caso.
Depois de uma apresentação plena de banalidades que todos já sabíamos, chegou a fase do esclarecimento de dúvidas. Pelo menos era esse o nosso objectivo. Mas rapidamente se percebeu que não falávamos a mesma língua. Ou isso, ou estávamos perante atrasados mentais profundos, o que não parecia ser o caso, porque não se babavam. Foi feita uma pergunta simples. A senhora número um não percebeu. A outra também não. O rapazinho, um tal de Paulo Silva (creio que era o nome) fez um comentário (julga ele) irónico, para depois se sentar com ar de agrado, cruzando a perna. Seria o primeiro de muitos, até que uma professora, da bancada, lhe lembrou que a falta de educação não era o melhor caminho para falar com pessoas que, supostamente, ele estava ali para "apoiar". O candidato a cómico do gato peçonhento acalmou um pouco a partir dessa altura.
As senhoras da mesa declaravam, vezes sem conta, que elas estavam no ensino. Uma está há muito "aposentada" no CAE, por isso presumo que não dê aulas há mais de vinte anos; a outra tem aparência de quem já tem uma boa redução da carga lectiva (beneficiando, presumo eu, ainda de fazer parte deste importantíssimo grupo de "apoio" criado pela DREN para aposentar criaturas do género). Ambas disseram que, com elas, tudo o que nós dizíamos funcionar mal funcionava realmente bem. Esquecem-se que quem tem redução e dá aulas a uma ou duas turmas tem todas as possibilidades do mundo de fazer permutas e organizar visitas de estudo nos dias sem componente lectiva, algo que a maioria dos contratados não pode fazer. O cómico (antes de ter sido chamado à atenção) lembrou que a segunda e a quarta-feira de carnaval eram bons dias para visitas de estudo. Não vale a pena dizer-lhe que os alunos não têm transporte das aldeias onde moram até à escola nesses dias, que muitas escolas fazem reuniões nesses dias, que muitos alunos se ausentam com os pais nesses dias. Não valia a pena dizer porque ele não sabe disto, nem quer saber. Foi só uma oportunidade de mandar a piadinha, sorrir alarvemente e cruzar a perninha. "És o sonho de qualquer mulher", comentou uma colega minha.
Assim que chegou a folha de presença, assinei e saí. Perdi uma aula com uma turma para que quatro ignorantes da realidade nos viessem dizer o que já sabíamos, negar o que se passa realmente nas escolas e tentar fazer de nós parvos. À porta fui vendo professores saírem. "Que idiotas", "haja paciência" e outros comentários que não vale a pena reproduzir aqui faziam-se ouvir.
Dei comigo novamente a concordar com Maria Filomena Mónica. Estes grupos, grupelhos e grupúsculos inúteis do ministério deviam ser destruídos a lança-chamas. Não cumprem a sua função (apoiar), revelam ignorância da realidade. Não percebo com que critério foram escolhidos. O cartão rosa? Amizade com a sra dra da dren (o que vai dar ao mesmo)? Alguma tese pseudo-científica na área da pedagogia? Um curso nocturno de humorismo com António Sala? Não sei, nem importa. O que sei é que se trata de gente paga para fazer de conta que apoiam os professores . Mas, como os próprios confessaram, este ano não foram a uma única escola dar o seu imprescindível apoio. Aparentemente, não o fizeram porque não foram "convidados". E eu a pensar que as portas das escolas estavam sempre abertas à comunidade. Não admira que ninguém os chame, sabem menos e ainda por cima são personagens hostis. E esta reunião serviu apenas para justificarem a sua própria existência.

sábado, fevereiro 02, 2008

"Entre finais de 1988 e o final de 1991, Sócrates acumulou subsídio de exclusividade como deputado com funções privadas", noticia o Público. Incapaz de se defender das acusações, sócrates desespera e "defende-se" com um ataque, acusando o Público de perseguição. Pois. Tem pena que o Público não seja a RTP.
*
Já agora, convinha que alguém explicasse ao sr sócrates que arqueologia é uma actividade legítima, pelo menos mais séria do que a de licenciar projectos quando nem sequer se é engenheiro.

Petição contra o fim do ensino especializado da música em Portugal

Crime cultural de lesa-majestade.

Unamos esforços:

http://www.petitiononline.com/CFEEMP/petition.html



Falando no caso particular da Escola de Música do Conservatório Nacional onde ensino Análise e Técnicas de Composição:

O Conservatório Nacional foi fundado no séc. XIX, no tempo de Passos Manuel e Almeida Garrett, ambos humanistas impecáveis.

Sobreviveu a muitas crises.

O Governo actual de José Sócrates visa implementar medidas com efeitos imediatos (já no próximo ano lectivo) que determinam claramente o seu naufrágio, na medida em que uma grande escola com cerca 900 alunos e uma espectacular pulsão vital (alunos no regime de iniciações, integrado e supletivo) fica imediata e irremediavelmente reduzida a uma escola insignificante com cerca de 50 alunos (apenas aqueles que estão no regime integrado).


Acordai!

Eurico Carrapatoso

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

"Há cenas de sexo à porta da Associação Académica Coimbra"


"Depois das duas da manhã, isto é um filme com bolinha vermelha". A afirmação é de Vitália Ferreira, 69 anos, que mora há mais de 40 anos em frente à Associação Académica de Coimbra (AAC) e há ano e meio não tem "qualidade de vida". Além do ruído, há os insultos, os vómitos à porta, o bater nas janelas. Até já assistiu a cenas de sexo "em pleno passeio".


Os vizinhos admitem viver no mesmo "inferno", mas é Vitália Ferreira quem mais luta por uma solução. Anteontem, denunciou o problema na reunião da Câmara Municipal de Coimbra (CMC). O presidente, Carlos Encarnação, assegurou que o horário de funcionamento do bar da AAC vai ser reduzido para as 2 horas. Uma medida que a moradora aceita, mas da qual discorda. "Estar aberto até à meia-noite é o suficiente. Se tiver licença até às duas da manhã, 'arrasta-se' até às quatro. Porque, depois de os estudantes já estarem bêbedos, ficam na rua", defende Vitália.


O "fim do mundo" à noite"


Quando vim para aqui viver, a AAC era uma papelaria. Agora é uma pouca vergonha! O barulho começa às 22 horas e dura até às seis - ninguém dorme", reforça outra moradora, que não quer ser identificada, por receio de represálias. Queixa-se, ainda, do estado em que os estudantes deixam as suas escadas "Vêm para aqui todos bêbedos e depois é só garrafas e copos". "Isto é o fim do mundo!", resume.Vitália Ferreira está "triste" com a situação, pois "não tem nada contra a AAC". Mas vai exigir, junto da CMC, que haja um polícia na zona, a partir das 2 horas. Porque vive num "susto".Victor Baptista, vereador da CMC, considera a decisão de restringir o horário de funcionamento da AAC "um passo positivo". Porém, se o problema não for resolvido, o socialista defende a redução para a meia-noite e, em última instância, o encerramento. "Para se ter casas comerciais abertas à noite não se pode impedir as outras pessoas de dormir. A AAC merece todo o nosso respeito, mas não pode ter um tratamento de favor, relativamente a outros bares", sustenta Victor Baptista.O JN tentou contactar o vice-presidente da CMC e responsável por esta questão, João Rebelo, sem êxito, até ao fecho da edição.

Asae anti-dopagem

"De acordo com um decreto-lei da Secretaria de Estado e da Juventude, o controlo antidopagem poderá visitar 'todos os utentes e praticantes desportivos que frequentam ginásios'. Por outras palavras: não é de excluir que, por um destes dias, estando eu derreado e nu depois das minhas loucuras solitárias, as brigadas "antidoping" irrompam pelos balneários, de preferência armadas e encapuçadas, dispostas a inspeccionar os cacifos e a examinar a qualidade do meu sangue.
Na cabeça do Governo, e provavelmente na cabeça sadia do primeiro-ministro, que gosta de correr por aí sem ajudas artificiais, é simplesmente intolerável que um ser humano possa insultar a Deusa Saúde com heresias deste tipo. O Governo quer um povo saudável e enérgico, desde que a saúde e a energia sejam tão naturais como o autoritarismo que gerou este insuportável clima de espiolhagem sanitária. Não admira que, dois anos depois de ser eleito, até o Presidente da República, figura reconhecidamente esfíngica, se sinta tentado a uma piada sobre as visitas da ASAE. Pena que o Presidente se fique apenas pela piada. Porque as visitas da ASAE, e as visitas das pequenas asaes que o Governo cozinha por aí sem inspecção, já não têm piada nenhuma."
(J. P. Coutinho, Expresso)
*
Esta história da imposição da vida "saudável" (o que há de saudável em perseguir ou em ser perseguido?) do pseudo-engenheiro que assina projectos alheios e da polícia da saúde lembram a anedota do coelho (sócrates) que corria pela floresta (Portugal) a convidar todos os animais porem de lado as drogas e começarem a fazer jogging. A tartaruga larga a heroína, a gazela larga a cocaína, os esquilos o haxixe e todos correm atrás do idiota do coelho, sempre a saltitar, sempre a criticar e a chamar "anda correr, anda correr", até que chegam junto do leão (provavelmente perdido na floresta) que, ao ouvir os apelos do coelho o devora imediatamente para depois desabafar "este maldito animal andou outra vez nas anfetaminas."
Infelizmente, duvido que sócrates use anfetaminas. Mas pode ser que o leão cumpra o seu dever sanitário em breve, e limpe a floresta da sua presença incomodativa.

Mais uma lasca da pintura que cai - sócrates, o chico-esperto

" Público investigou projectos de engenharia que envolvem o primeiro-ministro

Há uma nova polémica a envolver o primeiro-ministro relativa a uma série de processos de obras de edifícios, assinados por José Sócrates, mas da autoria de outros técnicos. O jornal Público consultou aleatoriamente mil processos e encontrou projectos de edifícios assinados pelo agora primeiro-ministro.


As "assinaturas de favor" nsão são consideradas crime, mas constituem uma fraude, de acordo com um penalista consultado pelo jornal. A investigação do Público detectou dezenas de edifícios, projectados na década de 80, no concelho da Guarda, com a assinatura de Sócrates. O primeiro-ministro assumiu "a autoria e a responsabilidade de todos os projectos" que assinou na década de 80, quando tinha "funções privadas".Do rol investigado, pelo menos 27 edifícios têm a assinatura de José Sócrates: "no essencial, trata-se de casas de emigrantes, ampliações e anexos mas também dois edifício de habitação colectiva"."
(notícia Sic online).