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sábado, novembro 25, 2006

a liberdade socrática de expressão

Com a típica arrogância que a esquerda sempre tem, ou seja, com a presunção que são donos do bom gosto e da "qualidade", o governo prepara-se para continuar a censurar, agora de forma clara, a programação televisiva. As notas da Censura que Pacheco Pereira tem publicado no Abrupto poderão ter, assim, uma continuação, presumivelmente em formato digital (como obriga o choque tecnológico). Como disse um dia a Mafalda, é triste ver como as intenções não mudam, apesar dos avanços tecnológicos. Nada que surpreenda quem tem dois dedos de testa neste país, o que, a julgar pelas últimas sondagens, não serão tantos quanto isso. Pobre Descartes, como estavas enganado quando disseste que a inteligência era a coisa mais bem distribuída do mundo. E não surpreende porque a censura sempre foi uma prática dos governos ps, acompanhada de uma auto-censura de muitos meios de comunicação. Basta procurar as notícias e os editoriais do tempo do sr Haider, na Áustria, para perceber que ali não havia jornalismo, havia censura e opinião política camuflada de informação. Estávamos no tempo do engenheiro Guterres, o homem que se lembrou de enviar três reis magos para analisar a qualidade da democracia austríaca. Agora, o governo do engenheiro Sócrates parece ter elevado a prática da censura e da manipulação dos meios de comunicação ao nível de profissional. Basta ver o prós e contras e ler os jornais do regime. A morte do Independente representou o fim do jornalismo livre em Portugal. O diploma do bom gosto, ou a nova lei da rolha, apenas confirmam o óbito. Quanto a Cavaco Silva, não se espera dele grande acção em relação a este caso. É pena, pois trata-se da última oportunidade de Cavaco voltar a ser Cavaco e deixar de ser uma versão moderna do Almirante Américo Thomaz, reduzido a corta-fitas e porta-voz do presidente do conselho (este domingo, em Coimbra, serão muitas as fitas a cortar). Foi, aliás, triste ver Cavaco Silva assumir-se como traidor confesso (ainda que por lapso de linguagem) de Santana Lopes e, por acréscimo, do partido que representou enquanto primeiro-ministro.

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