O mais curioso na queixa do Mantorras é que o rapaz diz ter sido vítima de racismo porque o chamaram de "preto", embora momentos antes tenha afirmado "sou preto e tenho orgulho nisso." Estes insultos no futebol são, infelizmente, normais. Mas não são um caso de racismo, já que adeptos que, por exemplo, insultam atletas negros dos adversários são os mesmos que aplaudem os atletas negros das suas equipas. É apenas uma questão de tentar pressionar e desconcentrar os adversários. Quem não aguenta, paciência... Quando E'too (esse exemplo de decência e educação) saiu do campo porque lhe chamavam preto ou imitavam macacos, só mostrou fragilidade (embora não faça o mesmo quando é um adversário a ser insultado, como Roberto Carlos no Camp Nou). E os insultos não se restringem aos negros. Os brancos também são insultados. Gutti, ainda no Camp Nou, é invariavelmente chamado de Maricon, o que me parece tão mau como ser chamado de preto, ou pior, porque os outros são mesmo negros e ele, segundo consta, não é maricon. Figo (ainda no Camp Nou) era chamado de pesetero pelos mesmo adeptos que aplaudiam Luis Enrique, que anos antes tinha feito a viagem no caminho inverso, de Madrid para Barcelona. E Calado, na Luz, pediu para sair ao intervalo porque os seus próprios adeptos o chamavam de maricas (ou pior), devido a um artigo de opinião de um conhecido adepto portista, que terá lançado a insinuação.
Em relação à queixa de Mantorras, o rapaz que não ouça e que jogue. Quando muito, faça o que fez Iekini (sei lá como se escreve isto...), quando actuava cá em Portugal. Quando um grupo de adeptos adversários começou a imitar macacos à sua passagem, ele virou-se para a bancada e simulou estar a filmá-los com uma câmara de filmar (como se estivesse no zoológico a ver os macaquinhos). Boa reacção. Em vez de queixas, deu-lhes do seu próprio remédio.
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