No dia do Sporting Porto, ouvir os directos das rádios antes do jogo era motivo de riso geral. O pobre repórter que tentava dar conta do resultado do jogo que então decorria foi interrompido por duas vezes no espaço de 5 minutos. Primeiro, por um outro repórter presumivelmente em êxtase místico, anunciando em alta voz "o autocarro do fcp está neste momento a passar em frente à churrasqueira do Campo Grande". Regresso ao jogo que decorria, mas por pouco tempo. Outro repórter (ou o mesmo?) volta a interromper, dizendo "o autocarro do fcp acaba de estacionar... E os batedores tiram os capacetes." Regresso ao jogo, que estava a terminar. Ouve-se o resultado final. Preparam-se rápidos comentários, mas nova interrupção. E, desta vez, a frase do dia, brilhante, maquiavélica, cruel. Afinal, se a frase foi dita com intenção, há esperança para o jornalismo português. Estando de plantão à entrada dos camarotes vip de Alvalade, diz o repórter (provavelmente familiarizado com os discursos do ex-presidente da república):
"o dr. Jorge Sampaio acaba de entrar e, amavelmente, não quis prestar declarações."
A frase tocou-me. O silêncio auto-imposto de Jorge Sampaio é, de facto, uma amabilidade.
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ps: a derrota do SCP faz-me desejar que o Benfica nos ultrapasse e acabe em segundo. Prefiro que seja o Benfica a representar-nos novamente na Liga dos Campeões. Não quero passar pela vergonha de ver a triste figura que o Paulo Bento lá iria fazer. Se ele é incapaz de ganhar ao Adriaanse (a quem até o Peseiro ganhou), que podemos esperar se apanharmos pela frente equipas de maior valia, como o Artmedia e o Rangers?
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