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sábado, março 25, 2006

É provável que a própria direita (ou parte dela) queira Sócrates no governo para os próximos anos. Quatro ou (caso não haja evolução para melhor da situação económica) mesmo oito. Afinal de contas, parte da direita colocou Sócrates no poder ajudando a derrubar Santana Lopes (basta lembrar os artigos de Cavaco Silva e a manobra ridícula mas eficaz de Marcelo saíndo, ofendido, da TVI). Basta ver também os nomes de topo do PSD que não apareceram na campanha eleitoral. Quais as vantagens? Eliminaram Santana, colocaram Portas de lado por algum tempo, e deixaram ao PS a missão difícil de governar. Todos sabiam que o novo governo deveria tomar medidas necessárias e impopulares. Medidas que poderão melhorar, a longo prazo, o país, mas que seguramente vão destruir, lentamente, a imagem do governo. Depois, sob o efeito positivo de algumas das medidas (umas são puro folclore, outras são puramente idiotas), com a imagem de Sócrates já desgastada (o mesmo sucedeu com Cavaco Silva, apesar de ter sido o melhor governante que Portugal teve na terceira república), é tempo de surgir um lider de direita para tomar o poder. Daqui a 8 anos, provavelmente.
Quanto ao PSD, o último congresso (o primeiro, em anos, que não acompanhei) deve ter sido pouco interessante. E nada mudou, tirando aquela decisão pouco sensata das directas. Os presidentes de câmara são eleitos por via directa e não vejo que benefícios isso tem trazido à qualidade dos eleitos (Gondomar, Felgueiras, Leiria, Gaia, Oeiras e tantas outras). O que se nota no PSD é uma coisa que era habitual no PS: a total falta de pessoas capazes e de qualidade para liderar o partido. Os nomes são sempre os mesmos. Marcelo fracassou como lider (tirando a vitória no referendo da regionalização). Mendes não conta. O tipo de Gaia é mau demais. Santana já nem aparece nas sondagens. Depois aparece sempre aquela personagem irrelevante que a comunicação social teima em projectar como o salvador, um tal António Borges.
Sobra Manuela Ferreira Leite, mas se quisesse avançar já o teria feito. (Onde andará Pedro Passos Coelho?)
Se é este o futuro do PSD, também não faz mal nenhum que fique afastado do poder.

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