A moda já pegou por cá há muito tempo, "ensinar" tendo em conta a estatística e não a aprendizagem. Mas ainda poderemos piorar. Nos EUA, por exemplo, há escolas que estão a optar por ensinar apenas matemática e inglês (reading). Porquê? Porque são as únicas disciplinas sujeitas a exames. Logo, como alguém por lá disse, se não há exame às outras disciplinas, então para quê ensiná-las? História, ciências, artes, outras línguas e desporto ficam, desta forma, de lado. Tudo bem, aceita-se o ênfase na língua inglesa. Só não percebo a mania da matemática. Porque há-de ser mais importante a matemática do que, por exemplo, a Filosofia? Ou até a geografia? E não será, para muitos alunos, mais útil e interessante aprender francês ou castelhano ou português ou história? Enfim. Por cá faz-se um pouco do mesmo. Não percebem que não é uma questão de quantidade, mas sim de qualidade do ensino e de vontade e apetência para aprender essas disciplinas? Eu estive em turmas onde havia bons e maus alunos a matemática. Os mesmos professores, o mesmo tempo de ensino. Apenas vontades e capacidades diferentes. Logo, resultados diferentes. O mesmo acontecia com o inglês ou com a história. Não creio que passando a estudar história de 90 minutos para 360 minutos um aluno desinteressado ou manifestamente burro (sim, eles existem) passe a ser um Umberto Eco ou um Pulido Valente. Também não é com o mesmo método que transformamos maus alunos em Einsteins. O pior é que, mesmo que resulte, acabamos por travar a evolução dos alunos noutras áreas, só porque não aparecem nas estatísticas. Pode ser que, depois, possamos analisar quadros em museus com equações ou ganhar medalhas olímpicas com leituras rápidas.
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