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sábado, março 04, 2006

insucesso

100% de acordo com Vasco Pulido Valente. O ensino público é um fracasso. Mas em Portugal, também o ensino privado é um fracasso. Restam as excepções em ambos os lados. A desigualdade da vida não se apaga na sala de aula, nem sequer com o uso de uniforme. Como se iriam "igualar" depois as canetas, as borrachas, o equipamento de educação física, os cadernos, as estantes lá de casa, os pcs, os portáteis, as viagens à disneyworld França, as conversas à mesa, os carinhos e as oportunidades, o tempo livre, os vizinhos e os pais? A solução inglesa poderá funcionar em Inglaterra. Aqui duvido. As instituições religiosas (cristãs) ja mostraram que são capazes e, seguramente, não lhes falta gente competente nem esquema disciplinar. Mas e as novas igrejas? Não corremos o risco de fanáticas escolas corânicas por razões culturais. Mas escolas entregues aos pais seriam seguramente uma má solução. Novamente salvo excepções, os pais querem que os filhos passem, de preferência com boas notas e sem trabalhos de casa que prejudiquem todas as actividades extracurriculares com que os ocupam no fim do dia. Demoram a aceitar as falhas dos filhos, sobretudo o facto de não serem, afinal, novos Einstein, Mozart, Herculano ou Maradona (de acordo com a vocação ambicionada). O sucesso destas escolas dependeriam muito de quem as formasse. Mas isso é o que já acontece hoje. É natural que onde estou a coisa não seja tão boa, com a gestão que lá está. É natural que no D. Maria o sucesso seja contagiante. Continua a ser válida a ideia de que só se pode ajudar quem quer ser ajudado. Só aprende quem quer. Por muito que do outro lado esteja quem queira ensinar (sim, muitas vezes também não está).
Já tivemos a solução. A escola dos anos 80. A escola anterior. Onde havia disciplina e regras. Onde só passava quem estudava. Onde a legislação valorizava o mérito e a "ciência" da educação não tinha ainda conseguido infectar com o vírus da desculpabilização. Onde havia ensino profissional exigente e de qualidade.
Argumentos contra? A escola de então era de elites. Hoje é de massas. A distinção entre ensino "regular" e "profissional" é geradora de desigualdades. Meras opiniões. O facto é que o ensino piorou. Significa que foi melhor. Logo, poderíamos começar por voltar ao que já foi. E melhorar a partir daí.

1 comentário:

Anónimo disse...

Confundiu-se "democratizar o ensino" com "baixar o nível do ensino". Falta disciplina, falta qualidade, falta exigência. Mas o mais importante hoje em dia é manter as aparências, nem que para isso se tenha de fabricar cenários de fantasia de sucesso escolar e de ambiente educativo.