"Estabilidade" é a palavra-chave do discurso de Carlos Queiroz, técnico adjunto de Alex Ferguson no Manchester United, referindo-se ao FC Porto como uma espécie de "ilha" no panorama futebolístico português, o que faz dos portistas uma excepção. Em declarações a O JOGO, Queiroz apontou, essencialmente, um factor para explicar esse aspecto que distingue os azuis e brancos, suportado nos sucessivos mandatos de Pinto da Costa e na edificação de um enquadramento desportivo sem paralelo nos clubes portugueses. Os treinadores são integrados numa "máquina" lançada, o que, diz, coloca o FC Porto em vantagem sobre a concorrência. Os ciclos de duas ou três temporadas que os técnicos costumam fazer à frente dos dragões não perturbam, de uma maneira geral, a marcha do clube. "Os critérios institucionais seguidos pelos clubes portugueses devem ser avaliados e a história do FC Porto prova que essas mudanças de treinadores, ao fim de ciclos de dois ou três anos, não têm tido uma grande influência no rendimento, porque é a instituição que garante a continuidade", apontou, antes de concretizar a sua ideia: "Enquanto que no FC Porto os treinadores entram para emprestar os seus conhecimentos técnicos, nos outros clubes, eles, muitas vezes, têm de se substituir aos dirigentes, em frentes que não seriam as suas e que obrigam, até, a atitudes e declarações que acabam por ser pouco saudáveis para a própria imagem". Esta organização e o facto de Pinto da Costa estar há mais de 25 anos na presidência tornam tudo mais simples para quem chega ao clube. "O FC Porto é como um comboio que está sobre os carris. Basta perceber o seu engenho para dirigir a máquina, enquanto que nos outros clubes os treinadores desgastam-se muito rapidamente. Por outras palavras, numa corrida de 100 metros, se eu partir 40 metros mais à frente, é indubitável que estarei em vantagem em relação à concorrência e é o que acontece com o FC Porto".
Carlos Queiroz
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