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sábado, setembro 29, 2007

(Elizabeth Lacunza)

Linkin Park - Numb




I'm tired of being what you want me to be
Feeling so faithless lost under the surface

Don't know what you're expecting of me
Put under the pressure of walking in your shoes
(Caught in the undertow just caught in the undertow)
Every step that I take is another mistake to you
(Caught in the undertow just caught in the undertow)


[Chorus]

I've become so numb I can't feel you there

Become so tired so much more aware

I'm becoming this all I want to do

Is be more like me and be less like you


Can't you see that you're smothering me
Holding too tightly afraid to lose control
Cause everything that you thought I would be
Has fallen apart right in front of you
(Caught in the undertow just caught in the undertow)
Every step that I take is another mistake to you
(Caught in the undertow just caught in the undertow)
And every second I waste is more than I can take

[Chorus]

I've become so numb I can't feel you there

Become so tired so much more aware

I'm becoming this all I want to do

Is be more like me and be less like you

And I know
I may end up failing too
But I know
You were just like me with someone disappointed in you

[Chorus]

I've become so numb I can't feel you there

Become so tired so much more aware

I'm becoming this all I want to do

Is be more like me and be less like you


[Chorus]

I've become so numb I can't feel you there

I'm tired of being what you want me to be

I've become so numb I can't feel you there

I'm tired of being what you want me to be

Um homem digno

Santana Lopes.
Parece que essa constatação espantou muita gente. Ainda bem.
Imagino a reacção de um tal sócrates se o mesmo se passasse com ele. Rosnava e cuspia ofensas e perdigotos para a jornalista (isto é uma mera hipótese teórica porque, como sabemos, a livre e democrática máquina de comunicação em Portugal nunca permitiria que tal acontecesse com sua excelência, o homem de aço (stalin em russo, para facilitar a compreensão dos nossos leitores de Leste), camarada José, nosso guia e condutor de almas e destinos.
.
Santana vale muito mais, como pessoa em dignidade, do que o visionário da sic que se lembrou de lhe cortar a palavra (bom, vale mais do que 99% dos políticos no activo e do que 100% dos membros do governo).

Entrevista a A.L.A.

Já não minto. Já não componho o perfil. Estou aqui diante de vós, nu e desfigurado. Porque a nudez desfigura sempre. Agora, jogo com as cartas abertas. Agora, jogo póquer com as cartas viradas para cima. Agora, já não há nada escondido, está tudo à vista. E ou a mão ganha ou perde. Nos livros, também já não há truques. São livros que não devem nada a ninguém. Não se nota ali a voz de ninguém, não há ali influência de qualquer outro autor. Nada. Zero. É a minha voz inteira. E a conquista da minha própria voz foi talvez o mais importante que me aconteceu. Não há ninguém a atravessar-se no meu caminho. Se não nos medimos com os melhores, não vale a pena medirmo-nos. Atingir as alturas de Tolstoi ou de Horácio é muito difícil, mas é aí que eu quero estar. E, ao mesmo tempo, isto tem-me permitido admirar o trabalho de outras pessoas que não considero grandes escritores...
Mas admira-lhes o quê? O esforço?
Esforço faz lembrar ciclismo, não é? Admiro o esforço e, quando ele é digno, respeito-o. Embora, em Portugal, se publique demasiado. As pessoas não sabem o quanto custa escrever. Escrever é tremendamente difícil. Não precisamos de mais de – vá lá, para ser generoso – 200 ou 300 livros. Continuo a ficar surpreendido com o aluvião de livros, livros completamente supérfluos, que se editam. As pessoas não têm vergonha de ter feito aquilo? Não são escritores, são pessoas que fazem livros. Uma coisa é ser escritor, como Torga (por exemplo) o era. Outra coisa é fazer livros, o que agora toda a gente faz. Fico pasmado quando vejo jornalistas, advogados ou apresentadores de televisão que se apresentam como escritores. Já reparou?
Ao regressar ao livro, sentiu-o como seu?
Claro que sim. Ninguém escreve assim. Não tenho a menor dúvida de que não há, na língua portuguesa, quem me chegue aos calcanhares. E nada disto tem a ver com vaidade porque, como sabe, sou modesto e humilde. A doença trouxe-me isso. Já não estou a fazer tratamentos e só lá mais para o final do ano é que voltarei a fazer exames. Tudo isto dá-me uma grande serenidade, porque olho para as coisas com mais distância. Estive muito perto da morte e palavra de honra que é muito mais fácil do que se imagina. A ideia pode angustiar-nos e apavorar-nos, mas quando se está mesmo ao pé dela é muito mais fácil do que se pensa. Lembre-se do que diz a última frase de Os Thibault, o grande romance de Roger Martin Du Gard: plus simples qu' on y pense, mais simples do que se pensa. E é, de facto, mais simples do que se pensa, menos assustador do que se pensa
(...)
(entrevista a António Lobo Antunes, na Visão).

segunda-feira, setembro 24, 2007

Soares Franco...ridículo

-O que é que falhou no jogo com o Setubal?"
-Falhou o relvado.

domingo, setembro 23, 2007

recebido por mail


N.

N. acabou de chegar. Não de outra escola, nem de outra cidade. De outro país. Filha de portugueses, fala português com sotaque de emigrante e é bonita, alta e simpática. É, pois, a atracção de uma escola onde as novidades são poucas. Pelo menos é o centro das atenções do 'lado' masculino da escola. Chega para fazer o 9º ano.
Ficamos a conversar no final da primeira aula. Os seus olhos brilham quando fala. O sorriso tem vestígios de infância que resistem ainda ao assalto do crescimento.
Quis saber o que tinha estudado. Pois bem, quase nada. Nunca teve História, em 8 anos de escolaridade. Teve contas, trabalhos manuais, ginástica, luxemburguês, alemão, dois anos de francês (não havia mais línguas inúteis para aprender?, pensei eu). Só este ano começaria a estudar inglês (um tal de sócrates deve estar cheio de arrepios, neste momento) e História. O seu vocabulário é limitado, parece restringir-se aos termos correntes. Daí que termos como século, órgão, censura, meios de comunicação, lhe sejam estranhas. Entre muitas outras. Estas soube-as perguntando directamente, pois estavam nas questões do teste diagnóstico. E só disse que não as conhecia após hesitação. Após algum tempo de conversa depois de nova aula (aquilo que a a sra ministra não considera trabalho, pelos vistos, e eu, em parte, também não - considero algo mais que isso, ou diferente disso, embora essencial para que o trabalho corra bem), N. confessa-se assustada. Sente que vai ser muito difícil estudar aqui, acompanhar as aulas. Disseram-lhe, antes de vir para cá, que estava bem preparada. Mas afinal descobriu que não está. E numa aula de revisão de francês, onde apenas se abordou aspectos básicos de iniciação da língua, começou a chorar porque à sua volta o mundo parecia comunicar em códigos indecifráveis.
Numa ficha diagnóstica, pedi-lhe que escrevesse um texto. Não defini tema, não importava para o caso. Precisava de ver como escrevia em português, língua que nunca estudou. Deu erros, como seria de esperar. As frases apareceram construídas com alguma dificuldade, fala colocada em papel. Nada que não resolva com leitura e escrita e mais leitura e escrita. E muita vontade. O texto que nasceu nesse exercício tinha três ou quatro linhas que expressavam exactamente os medos que já antes tinha confessado. Medo de falhar perante a turma, medo de não conseguir aprender, de se sentir perdida, desajustada, ridicularizada por adolescentes que já antes se tinham rido quando se apresentou nas aulas só com cadernos quadriculados, à moda luxemburguesa. Sem o saber, deu o primeiro passo para escrever bem. Procurou palavras para o que sentia (curiosamente, saltitando entre estações de rádio, ouvi essa definição de escrever: encontrar palavras para os sentimentos. Concordo.)
*
Entretanto já comprou cadernos de linhas para ver se se habitua e esquece as folhas de quadradinhos. É pena. Seria a sua imagem de marca, uma forma de se destacar. Só que o que ela quer, neste momento, é precisamente o contrário, mergulhar no anonimato fundindo-se com a multidão que enche a sala. E esse poderá ser o seu erro, porque se isso suceder, começará a ser vista como mais uma aluna, sem as diferenças que a tornam um caso especial.
"Chegado ao fim da minha vida de pecador, enquanto velho encanecido como o mundo, à espera de me perder no abismo sem fundo da divindade silenciosa e deserta, participando na luz incomunicável das inteligências angélicas, retido agora pelo meu corpo pesado e doente nesta cela do querido mosteiro de ..., disponho-me a deixar neste velo testemunho dos admiráveis e terríveis eventos a que na juventude me foi dado assistir, repetindo verbatim quanto vi e ouvi, sem ousar tirar daí nenhum desígnio, como para deixar àqueles que hão-de vir (se o Anticristo os não preceder) sinais de sinais para que sobre eles se exercite a prece da decifração."
(Adso - U. Eco, O Nome da Rosa, Lisboa, Difel)


*
Trocando o pergaminho pelo teclado, e esquecendo o receio do Anticristo (que certamente nada terá que fazer nesta terra), poderia fazer minhas as palavras do monge. A idade é já a de um velho, num país onde aos 30 se encontram já fechadas as portas de quaisquer oportunidades. A cela não é fria e húmida como a que se esperaria encontrar num mosteiro alemão do século XIII, nem tão estreita, mas também não oferece nenhum claustro para repouso e meditação. A cela hoje estende-se às ruas e à escola e à própria casa (que nem própria é) e aos cafés de uma terra distante de todo o anonimato. Não há toques de vésperas e matinas que perturbem o sono, mas também não há rezas para fazer. Hoje os murmúrios são blasfémias de raiva e desprezo contra os toques e as regras e a corrupção e as injustiças e as falsidades deste grande convento que é a vida em Portugal. Já foram murmúrios de ironia. Mas a ironia exige esperança e fé que tudo mude. Nada mudará, não aqui, onde a mentira é o verbo e o que vale é o ritual sem razão conduzido em nome de uma figura de pau oco.


*
Chegado pois ao fim de uma vida de pecador, olhando para trás encontro vestígios de edifícios que quis construir, mas que, por escolha ou incapacidades várias, não concluí. E dessa arqueologia pessoal surgiram, sob o pó e a terra, achados fragmentados desses edifícios:


O sarcófago de uma guitarra que nunca aprendeu o alfabeto e é hoje tão muda como no primeiro dia.

Cores em bruto de imagens que a mente sonhava e que as mãos recusaram perpetuar no papel.


Palavras, notas, rascunhos, impressões caseiras de estudos que a ninguém interessa e que não dão nem alegria nem € (se ainda desse este último...)

sexta-feira, setembro 21, 2007

Sempre? Nem sempre...

"O mau estado do relvado do estádio do Dragão vai adiar, mais uma vez, o primeiro jogo oficial no novo estádio dos "azuis e brancos", revela hoje a Rádio Renascença.O FC Porto está a ter dificuldades em se despedir da sua velha casa, devido ao mau estado em que a relva do estádio do Dragão se encontra. Por estas razões, o jogo de 05 de Janeiro, frente ao Rio Ave, ainda vai ser realizado nas Antas. Mas, para a alteração de local de jogo, é necessária a anuência do clube de Vila do Conde. Carlos Costa, presidente do Rio Ave, espera um contacto formal do Porto SAD. " (notícia antiga, mas na memória)
"Nunca dudé de Raúl. No hay debate"
(Maradona, in Marca)

Génios do Futebol sem a bola nos pés


Sporting...recordistas em trocas de relvado

Duas semanas e meia é o prazo estabelecido pelos responsáveis sportinguistas para que os técnicos que acompanham a manutenção do relvado do Estádio José Alvalade consigam que este fique em óptimas condições, de modo a poder evitar a sua substituição.
A relva do recinto leonino tem apresentado problemas constantes, e o clube vai esperar até à recepção ao Guimarães, para a Liga (dia 7 de Outubro), para tomar uma decisão final.
"Os técnicos que têm estado a acompanhar permanentemente a evolução do relvado têm vindo a seguir um programa que visa fundamentalmente a sua estabilização. Com o Manchester United, [a relva] não estava nas condições desejadas, mas aparentou melhoras em relação ao jogo anterior. Os técnicos prevêem que, contra o Guimarães, já esteja estabilizada. No entanto, caso isso não aconteça, obviamente o Sporting partirá para uma solução mais radical, que poderá passar pela substituição do relvado", explicou o director de comunicação do emblema de Alvalade, Miguel Salema Garção.
Assim, será aproveitado o período sem jogos em Alvalade para tentar melhorar o estado do relvado.
Não será melhor pedirem aconselhamento ao FCP? Nós temos sempre o melhor relvado dos estádios portugueses...

domingo, setembro 16, 2007

Colocações

As notícias vão chegando a conta-gotas. As que me interessam, está claro, as dos meus alunos (um aluno nunca chega a ser ex-aluno, quando muito passa também a ser amigo). E, em geral, são boas notícias. A L. vai para Lisboa, estudar medicina. A A.R. segue para Braga, para relações internacionais (preferia comunicação social). A encantadora F. será também uma futura médica. A P. entrou em design, enquanto a escola de canto não está disponível. A A., tão linda e sorridente como inteligente, surpreendentemente não entrou. Mas tinha opções muito reduzidas e prefere esperar mais algum tempo. Fez bem. E o J.? E o P., bons alunos e ainda melhores nadadores? E de Murça? Ainda não tenho notícias. Para já, ninguém para Coimbra. É natural, lá de cima ou querem o Porto ou, se é para ir para longe, que seja a capital. Mas falta a I., que sempre quis Coimbra, Coimbra, Coimbra.
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Também óptima notícia, não sobram vagas lá para os lados do Pólo 2. Excelente!
.
Média de História a roçar o 10. Mais valia diminuirem as vagas. Belos historiadores que dali vão sair. Bom, na verdade, são poucos os que saíram dali para serem historiadores. Em Portugal isso não é considerado profissão, o que não deixa de ser estranho num país com tantos séculos de História e tão orgulhoso do seu passado (também, comparando com o presente vergonhoso, poucos passados seriam embaraçosos). Vamos dando aulas, repetindo "verdades" que, em muitos casos só o são para quem fez o programa e os manuais. Outros optam pela via académica, resignados ao facto de ser obrigatória uma carreira académica para quem quer investigar e escrever sobre História. Outros, os mais ajuizados, fogem destas opções como o diabo foge da cruz. Fazem bem. Eu só lamento não ser como eles, não ter a coragem e a capacidade para fazer outra coisa. Eu bem queria ser como o Raúl, mas o talento não acompanhou a vontade...

o preço de um Estado Oligárquico


Como em Portugal está aninhado um governo/Estado de rapina e com olhos vendados para a combinação de preços das gasolineiras, o resultado só poderia ser este.

sexta-feira, setembro 14, 2007

A mulher dos sonhos de Cristiano Ronaldo

Muitas mulheres foram associadas a Cristiano Ronaldo, mas só uma entra nos sonhos do jogador do Manchester United, mesmo que seja casada e mãe. Angelina Jolie é a eleita, conforme o internacional português revelou à revista «Hello».

«A excessiva exposição mediática faz-me ser reservado quando saio com uma mulher. Sou um homem gentil e não quero expô-las à pressão da imprensa, que já aprendi a ignorar. Uma mulher não deve ser famosa só porque gosto dela, o que me atrai é a beleza interior, embora a exterior também seja importante. Nesse aspecto, a minha mulher ideal é a Angelina Jolie», confidenciou Cristiano Ronaldo.
O sete do United revelou também que a mulher perfeita deve ser «divertida, gentil, que saiba conversar e rir», embora frise que neste momento não tem «tempo para uma relação séria». «O futebol é toda a minha vida e o meu objectivo».

Cristiano Ronaldo explicou que a vida de figura pública tem os seus senãos: «Muita gente pensa que a vida de um jogador é passar o dia a gastar dinheiro e a seduzir mulheres. É difícil contrariar esta ideia. Mas conviver com a pressão de ser um jogador famoso e com a publicidade que isso traz pode tornar-se muito difícil. Estamos a ser constantemente examinados e nem sempre a imagem que se vê conta a verdadeira história. Por vezes sofremos de solidão e não nos sentimos seguros em lugar algum, porque devido ao nosso estatuto de privilegiados raramente as pessoas nos vêem com simpatia.»
Por fim, o internacional português falou da fortuna pessoal, que não lhe serve de nada para ter o que sonhou.

«A única coisa que desejo verdadeiramente e que o dinheiro não pode comprar são filhos. Todos os anos, no Natal, visto-me de Pai Natal e distribuo presentes aos mais novos. É uma tradição familiar e não a renuncio por nada deste mundo.»

quinta-feira, setembro 13, 2007

As Mulheres do Meu Pai




Faustino Manso, famoso compositor angolano, deixou ao morrer sete viúvas e dezoito filhos. A filha mais nova, Laurentina, realizadora de cinema tenta reconstruir a atribulada vida do falecido músico. Em As Mulheres do Meu Pai, realidade e ficção correm lado a lado, a primeira alimentando a segunda. Nos territórios que José Eduardo Agualusa atravessa, porém, a ficção participa da realidade. As quatro personagens do romance que o autor escreve, enquanto viaja, vão com ele de Luanda, capital de Angola, até Benguela e Namibe. Cruzam as areias da Namíbia e as suas povoações-fantasma, alcançando finalmente Cape Town, na África do Sul. Continuam depois, rumo a Maputo, e de Maputo a Quelimane, junto ao rio dos Bons Sinais, e dali até à ilha de Moçambique. Percorrem, nesta deriva, paisagens que fazem fronteira com o sonho, e das quais emergem, aqui e ali, as mais estranhas personagens.

Nos últimos dias baixou a minha capacidade de relativizar as tragédias que os media vomitam. Faço um esforço para me abstrair e fruir todas as coisas boas que tenho, vejo e sinto. Eu que gosto de livros com muita angústia, procuro agora leituras mais ligeiras. A minha vontade era agarrar no Diário de Bridget Jones e sorrir.

Na minha book cover trago o último romance do Agualusa, As Mulheres do Meu Pai. Durante anos ofereci resistência à literatura africana de língua portuguesa. Talvez porque comecei com o Mia Couto. Ainda que a afirmação possa ser polémica, a verdade é que os livros do Mia não me fascinam, não me encantam, não me prendem. Pelo contrário. Cansam-me e cansa-me sobretudo estar constantemente a recorrer ao glossário...
A S. dizia-me muitas vezes que o José Eduardo Agualusa era diferente. Tinha dificuldade em acreditar. Coloquei-os a todos no mesmo saco. Mas enganei-me. Como tantas vezes...


Não tem nada a ver com a ligeireza do Diário acima referido, mas também não me dá nenhum nó na garganta, logo, está a ser uma leitura óptima para acompanhar este sol inesperado que teima em permanecer nesta terra abençoada.

Não sei se somos um povo púdico, mas a diferença das capas das diferentes edições devem querer dizer alguma coisa ;)





segunda-feira, setembro 10, 2007

Um hino é aquilo


"Confesso que o hino e a bandeira são coisas para as quais olho com alguma prudência.
O nacionalismo incomoda-me, até porque facilmente se confude com outros «ismos». E o hino e a bandeira foram (são...) vezes de mais utilizados de forma perigosa.
Mas no domingo à tarde, ao ver o hino cantado pela selecção de râguebi, senti algo completamente diferente.
Até porque eles não cantaram, gritaram.
Aquele plano de perfil, com os 15 portugueses a plenos pulmões, é inesquecível.
Depois houve a lágrima de Rui Cordeiro, um «rapazinho» de 1,84 metros e 138 quilos. Aos 30 anos, o pilar da Académica de Coimbra sintetizou naquela imagem o que significa ter a felicidade de representar o país".

(quem não viu tem aqui http://www.youtube.com/watch?v=B1exk6jpal0)

sábado, setembro 08, 2007

They do things different there

"Apple Inc. CEO Steve Jobs apologized and offered $100 credits Thursday to customers who shelled out $599 for the most advanced model of the iPhone this summer, only to have the company unexpectedly slash the price $200 in a push to boost holiday sales. In a letter on the company's Web site, Jobs acknowledged that Apple disappointed some of its customers by cutting the price of the iPhone's 8-gigabyte model and said he has received hundreds of e-mails complaining about the price cut." (notícia completa aqui).
*
Hum... Mero detalhe. Mas vocês confiariam neste addiction therapist?:
"If they told me at the outset the iPhone would be $200 cheaper the next day, I would have thought about it for a second — and still bought it," said Andrew Brin, a 47-year-old addiction therapist in Los Angeles. "It was $600 and that was the price I was willing to pay for it."

Enfim

Segundo José Miguel Judas (ou é Júdice? às vezes confundo os nomes) , os portugueses são "merdosos." Bom, o bom juiz por si se julga. E para quem em mais de 20 anos ligado à política não teve um único cargo relevante...

sexta-feira, setembro 07, 2007

A importância do beijo...


...nas palavras de Júlio Machado Vaz (Difíceis amores de 07-09-2007)

Se eu fosse uma personagem dos simpsons


(mais simpsons aqui)

Mais um exemplo do idiota que chegou a gestor

Vitor Pereira, presidente da comissão de arbitragem da liga, mostrando aqui que ignora os regulamentos de arbitragem. Ele que além de presidente dos srs do apito, foi considerado um bom árbitro em Portugal (o que, tendo em conta que Pedro Proença também foi, não é propriamente complicado... se calhar quanto mais ignorante, melhor pontuação terá):

jesualdo = ugh (expressão que sugere nojo)

"O Marítimo aceitou o pedido formulado pelo FC Porto no sentido de antecipar para sábado, dia 15 de Setembro, o jogo da quarta jornada do campeonato, no Estádio do Dragão", escreve a Bola online. Os motivos da antecipação são, no mínimo, curiosos. Diz o mesmo jornal que "A razão prende-se com o facto de o FC Porto defrontar o Liverpool na terça-feira seguinte, também no Estádio do Dragão, na primeira ronda da Liga dos Campeões."
*
Sinceramente... Então o porto recusa adiar o jogo com a União de Leiria que vinha de uma viagem de 10 horas de Israel na 6ª de domingo para segunda porque os regulamentos não permitem e agora pede uma mudança? E com esse fundamento? Vai jogar numa liga europeia? E a União, foi fazer turismo, por acaso?
jesualdo é cada vez mais uma criatura desprezível. Arrogante e falso. Dava um bom gestor de escolas, aliás. Segundo o próprio, o Leiria não tinha direito ao adiamento porque o fcp também iria a Inglaterra com as mesmas 72h de descanso. Ora bem, comparar um voo de Inglaterra (2h ou menos) com um voo de Israel é ser desonesto. Ou então é sinal de grave ignorância geográfica. Pensará que Israel fica no sul de França? (saberá sequer onde é a França?). E agora, porque as florzinhas que actuam no seu clube podem cansar-se a jogar contra o líder da classificação, pedem a antecipação do jogo? Mais uma vez, que falta de fair-play. A partir de hoje, eu sou adepto de todas as equipas estrangeiras que defrontarem o fcp. Enquanto o "professor" jesualdo por lá andar assim será. Até se for o barcelona! Meu Deus, até se for o Benfica!!!

quinta-feira, setembro 06, 2007

Em altura de regresso às escolas...

Eis um livro que exprime os sentimentos de muitos professores.
*
E a propósito de Dilbert:
"Histórias [contadas por trabalhadores de várias empresas] levaram-me a fazer o primeiro inquérito Dilbert anual para descobrir quais as prácticas de gestão que eram mais incómodas para os empregados. (...) o número um em votos neste inquérito altamente não científico foi «idiotas propostos para cargos de gestão».
Isto parecia ser uma alteração subtil do antigo conceito segundo o qual os empregados capazes eram promovidos até atingirem o seu nível de incompetência - mais conhecido como «princípio de Peter». Agora, segundo parece, os trabalhadores incompetentes são promovidos directamente para lugares de chefia sem sequer passarem pela fase temporária da competência."
Scott Adams, O Princípio de Dilbert, Lisboa, Ed. Notícias, 2001 (7ª edição)

Debate na Figueira sobre as Lutas Académicas

«ALTERNATIVA
Associação Cultural

A Editorial Moura Pinto e a ALTERNATIVA – Associação Cultural patrocinarão, no próximo dia 11 de Setembro, o lançamento do livro "Um Século de Lutas Académicas", com o qual se pretende contribuir para a celebração dos 120 anos da Associação Académica de Coimbra. Por ocasião deste lançamento, decorrerá um pequeno debate evocativo das lutas estudantis travadas no Século XX pelos estudantes da Universidade de Coimbra, com especial relevo para as crises académicas de 1907, 1962 e 1969.
O lançamento decorrerá no Casino da Figueira da Foz, pelas 17 horas e 30 minutos. A entrada é livre. Os Associados da ALTERNATIVA – Associação Cultural são convidados, por este meio, a estarem presentes. E os Amigos também, mesmo não sendo Associados.

Coimbra, 4 de Setembro de 2007

A Comissão Instaladora da ALTERNATIVA – Associação Cultural»
*
Eu estarei a a perder tempo em reuniões inúteis, para gozo especial das imbecis cabeças que comandam o ensino (salvo seja) em Portugal. Mas quem puder ir, não perca...

The Man Booker Prize shortlist

"DARKMANS, Nicola Barker: An 838-page dark story of love and jealousy set in Ashford, Kent. 3rd novel by 41-year-old English author.
THE GATHERING, Anne Enright: Roaming story of a dysfunctional Irish family and a ghost. 4th novel by 44-year-old Irish author.
THE RELUCTANT FUNDAMENTALIST, Mohsin Hamid: Political-personal tale of a Pakistani living in the US after 9/11. 2nd novel by 36-year-old Pakistani ex-management consultant living in London
MISTER PIP, Lloyd Jones: 2007 Commonwealth Prize-winning fable about escapism and civil war set in Papua New Guinea. 7th novel by 52-year-old New Zealand author
ON CHESIL BEACH, Ian McEwan: Novella about sexual awkwardness of honeymooning couple in 1962. 59-year-old McEwan won the Booker Prize with Amsterdam in 1988.
ANIMAL'S PEOPLE, Indra Sinha: Dark story of Indian slum child and the Bhopal tragedy. 2nd novel by 57-year-old Indian author living in France."
(Notícias completa no Telegraph.co.uk)

segunda-feira, setembro 03, 2007

The Gentleman Soldier


It's of a gentleman soldier
As sentry he did stand
He saluted a fair maiden
By a waiving of his hand
So then he boldly kissed her
And he passed it off as a joke
He drilled her up in the sentry box
Wrapped up in a soldiers cloke



And the drums are going a rap a tap tap
And the fifes they loudly play
Fare you well polly my dear
I must be going away



All night they tossed and tumbled
Till the daylight did appear
The soldier rose, put on his clothes,
Saying, fare you well my dear
For the drums they are a beating
And the fifes they so sweetly play
If it werent for that polly my dear
With you I'd gladly stay



And the drums are going a rap a tap tap
And the fifes they loudly play
Fare you well polly my dear
I must be going away


(...)


Now come you gentleman soldier,
Won't you marry me?
Oh no my dearest polly
Such thing can never be
For I've a wife already
Children I have three
Two wives are allowed in the army
But ones too many for me


And the drums are going a rap a tap tap
And the fifes they loudly play
Fare you well polly my dear
I must be going away



Oh it's come my gentleman soldier,
Why didn't you tell me so?
my parents will be angy
When this they come to know
when nine months had been and gone
The poor girl she brought shame
She had a little militia boy
And she didn't know his name


And the drums are going a rap a tap tap
And the fifes they loudly play
Fare you well polly my dear
I must be going away


(irish traditional - Versão Pogues)

Os ecos das palavras chegam a quem ouve


"...tomar benzodiazepinas para poder dormir naquela que ainda é a nossa cama ver a túnica com motivos florais que te trouxe da índia lembrar-me de quando a vestiste para mim na praia chorar agarrado a um bilhete de um concerto holandês que ofereceste pelo aniversário a um poema do yeats a uma fotografia de nós tontos pendurada na sala mas não há nada já não há vida que sustente as paredes desta casa ruiu comigo lá dentro com as tuas roupas com toda a tua tralha os brinquedos e livros infantis que vinhas comprando na antecipação de um florescimento dentro de ti ..."


O que fez tantos países nascidos da fragmentação dos domínios coloniais europeus, na segunda metade do século XX, adoptarem modelos de governação comunista? A apetência dos líderes africanos para regimes ditatoriais não é uma explicação suficiente, pois poderiam (e alguns fizeram-no) implementar regimes ditatoriais mais próximos do Bloco Ocidental. Christopher Andrew, no seu The World was going our way - the KGB and the battle for the third world Basic Books, 2005 (achado a óptimo preço na fnac: €7), procura outras explicações.


Desde logo, aponta para um plano claramente definido pelo KGB para apostar na conquista ideológica do 3º mundo (Cuba, também Ásia e África) como arma determinante na luta contra o Capitalismo/Liberalismo (que eles associavam também ao conceito de Imperialismo). Esse projecto do KGB nem sempre foi apoiado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros Soviético, mas os serviços secretos mantiveram a sua linha de rumo. Os soviéticos esperavam não só expandir a ideologia comunista, mas ganhar mais votos nas Nações Unidas para também nesse palco combater os EUA.


A identificação de Imperialismo com Capitalismo serviu também para colocar os novos países africanos do lado dos inimigos do capitalismo. Para muitas das "elites" africanas, a presença do país colonizador era vista como desastrosa (o conceito de que o imperialismo era algo de necessariamente negativo de desastroso tem também a sua História - propagou-se precisamente ao longo dos anos 70). Os países colonizadores eram todos europeus, mas as intervenções desastrosas (embora algumas provavelmente necessárias) dos EUA na América Latina, em Cuba e no Vietname só serviram para alargar aos americanos o carimbo de imperialistas, apesar dos apoios claros dados pelos EUA à doutrina que conduziu aos processos de descolonização após a II Guerra Mundial. O McCarthismo (ou Caça às bruxas), o assassinato de Kennedy (nota curiosa: o boato que associa a CIA à morte de JFK foi lançado pelo KGB), o escândalo Watergate e os problemas raciais que se viviam no seu interior (a segregação, uma realidade ainda nos anos 60, impedia naturalmente os líderes africanos de sentirem simpatia pelo regime americano), foram também muito negativos para o prestígio dos EUA.


Ao mesmo tempo, o modelo de desenvolvimento económico soviético (iniciado com Estaline e às custas de milhões de vítimas, exploradas ou mortas) era tentador para os países do terceiro mundo: tal como os soviéticos, poderiam (acreditavam eles) crescer rapidamente a nível económico e industrial e, ponto fundamental, com o apoio soviético poderiam fazê-lo sem necessitar de apoio, capital, técnicas, técnicos e conhecimentos oriundos dos ex-colonizadores. Em 1964, Khrushchev lembrou com orgulho os mais de 6 mil projectos desenvolvidos em África pelos soviéticos, em apenas 10 anos.


Naturalmente, o modelo soviético falhou em África e também na URSS. No final dos anos 70, a URSS via-se na necessidade de importar cereais a partir do Ocidente (mais de 22 milhões de toneladas só em 1977), os gastos militares não paravam de crescer, as despesas com os projectos africanos também se multiplicavam. O resultado é o que se sabe. Gorbatchov limitou-se a abanar a estrutura já arruinada.

Así, así, así gana el Madrid



0-5 ao Villareal (equipa que não perdia desde Abril).

domingo, setembro 02, 2007

así gana el barcelona ... robando

Na semana passada nem contra dez conseguiram marcar. Hoje tiveram um golo validado que não entrou na baliza. Isto quando o adversário reduziu para 2-1 e o cagómetro se pôs em marcha. Não há pudor...
"Tras una galopada al área, el francés [Henri] ha chocado con la cara de Gorka cuando intentaba sortearle, y el colegiado señaló un penalti dudoso a favor de los locales. El cancerbero del equipo vasco, con el labio roto por el encontronazo, no pudo detener el disparo de Ronaldinho, que marcaba el segundo.
(...) Pero el Athletic no se achicó, y Susaeta, muy activo durante la segunda parte, vio recompensado su debut a los 25 minutos con una salida desacertada de Valdés, que dejó el balón en bandeja para que centrocampista lo empujara al fondo de la red. [2-1]
Entonces llegó la moviola. No había terminado de aplaudir la afición visitante cuando el travesaño de Gorka repelía un gran derechazo de Yaya Touré.Ni azulgranas ni rojiblancos dieron como válida la acción del marfileño, y el juego siguió su curso sin alteraciones durante unos minutos. Pero Megía Dávila no se daba por satisfecho y de nuevo dejó su sello en el Nou Camp en favor de los de Rijkaard. Tras consultar con el asistente, Dávila detenía el juego y daba por acertado el tiro de Touré con la incredulidad y desesperación reflejada en la cara de los vizcaínos. 3-1."
(As)

sábado, setembro 01, 2007

Red Bull Air Race Porto

Para quem não teve possibilidade de estar presente vejam algumas fotos que tirei.











Eu estive lá ...nunca vi nada assim...espectáculo

Cerca de 600 mil (nunca vi tanta gente a assistir a um evento nacional) pessoas estiveram a assistir nas margens do Douro, no Porto e em Gaia, à oitava prova do campeonato do mundo da Red Bull Air Race, uma adesão que o secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, classificou de «esmagadora».

«Está a ser um espectáculo fantástico, numa cidade e num país lindo e com um público entusiasta», disse Paulo Campos, em declarações aos jornalistas.

«Temos excelentes pilotos e está um sol radioso», disse congratulando-se com o facto de o evento reunir «num só dia um número tão fantástico».

Garantiu o apoio do Governo para manter a prova no Porto nos próximos dois anos, mas realçou que a decisão final cabe a organização.

Em relação à polémica surgida em torno da segurança do evento, o secretário de Estado escusou-se a entrar em polémicas, garantindo, contudo, que «foram asseguradas desde a primeira hora», pela organização e pelas autarquias, «inequívocas condições de segurança para o público».

As pessoas amontoam-se em todos os locais com vista para o Douro, formando uma moldura humana que surpreendeu o secretário de Estado das Obras Públicas, mas também a organização que conseguiu superar as expectativas.

A maioria dos fãs começou a chegar hoje de madrugada, de todo o País, em excursões, por meios próprios ou de transportes públicos.
À hora do almoço, as lancheiras, as marmitas abriam-se, deixando adivinhar os menus. Bolinhos de bacalhau, lombo assado, coelho frito e até salada de alface feita na hora para ficar «mais fresquinha».
Os piqueniques aconteciam à beira da estrada, nos jardins ou até nos parques de estacionamento, para fugir ao calor intenso que hoje se sente no Porto.
Maria Augusta, de 65 anos, veio de Sobral de Nossa Senhora das Misericórdias, Ourém, numa excursão, com a família e apesar de evitar sair da sombra do parque de estacionamento, manifesta-se apreciadora deste desporto aéreo, até porque o marido e a filha fazem parte da direcção de um aeródromo.
Lurdes Soares, de 69 anos, e Deolinda Santos, de 74, vieram de Tomar, também numa excursão.

«Isto é bem bonito, ainda há gente que sabe fazer coisas bem feitas», admirava-se Deolinda Santos.
Ricardo Quintas, a namorada e os amigos chegaram as 07:00 de Castanheira de Pêra.
Chegaram cedo, mas nem assim garantiram um bom lugar para ver os aviões, tendo por isso optado por ir descansar para uma sombra.
Melhor sorte tiveram João Fernandes e os amigos, que chegaram também »muito cedo« de Valença do Minho.
NOTA: Por curiosidade, Porto tinha batido o recorde do mundo, ao nível da assistência nas qualificações

Diário Digital / Lusa

Um exemplo a seguir

Barcelona passa a ter desfibriladores em todos os treinos