O "computador português" inspirou-me a criar o carro português. Mas como sou generoso, resolvi publicar a receita:
1. pega-se num opel (pode ser às peças, mas para poupar tempo pode comprá-lo já montado)
2. pinta-se de vermelho, com um risco de verde
3. dá-se-lhe um nome idiota (nota: é essencial que esteja ligado aos Descobrimentos, porque não se passou mais nada em Portugal depois disso, a não ser o 25 de Abril e a eleição de sócrates - assim se vê o nível cultural de quem pensa estas coisas) - sugerimos caravela, para dar a ideia de velocidade, astrolábio (com gps incluído), Bartolomeu (chega onde mais ninguém chega), Gama (um símbolo de prosperidade), etc...
4. contrata-se uma equipa de marketeers fiéis ao rei e jornalistas com um nível de credulidade espantosamente elevado
5. cria-se uma campanha de promoção para aquisição do primeiro automóvel dirigida aos jovens universitários (em contra-partida, os compradores deverão comprometer-se a meter combustível na galp durante 5 anos)
6. coloca-se o primeiro-ministro, de fato cinzento e sorriso parvo, ao lado do carro em todos os noticiários
7. convence-se o presidente da câmara de Lisboa a levar um dos veículos para o próximo Quadratura do Círculo - a cada intervenção dos restantes participantes da qual discorde, deverá buzinar em sinal de protesto;
E pronto, mais um exemplo do avanço tecnológico da era sócrates.
ps: quanto às despesas, ponham na conta de quem vier a seguir....
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Fora de brincadeiras... Quem é que se lembrou de chamar Magalhães ao suposto "computador português"? Duvido que tenha sido essa a intenção, mas foi uma escolha cheia de ironia. É que Magalhães, que era de nacionalidade portuguesa, tornou-se famoso por fazer uma viagem de circum-navigação a bordo de uma frota espanhola. E morreu a meio da viagem. Ou seja, o feito só está ligado a Portugal pelo nome Magalhães, como acontece com o computador. Porque tudo o resto não era nacional.
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