Zidane, o melhor jogador europeu de sempre, segundo a BBC (e eu subscrevo, apesar de ter uma preferência por Raúl), despede-se hoje do Santiago Bernabéu, o palco mais alto do futebol mundial. É o último dos mohicanos, escreveu-se hoje no As. Com Di Stefano, Pelé e Maradona, está entre os cinco melhores de sempre. O jogador que, segundo Valdano, faz do futebol ballet, tal a graciosidade com que trata a bola e se move em campo. Se não voltou a haver outro Maradona (nem voltará), também não há nem voltará a haver um jogador do nível de Zidane. A evolução do futebol não o vai permitir. Com o reforço das tácticas defensivas e com a nova mentalidade "científica", a expressão individual de um jogador vai ser cada vez menos valorizada. O futebol tem vindo a perder espectáculo e, sobretudo, credibilidade. Não há inocência na forma como a Fifa e a Uefa manipulam resultados para garantirem que as equipas que mais dinheiro lhes poderão dar não fiquem pelo caminho mais cedo. Basta lembrar como o Brasil (penalti fora da área contra a Turquia) e a Coreia (a Espanha e a Itália viram três golos anulados contra este "colosso") foram beneficiadas pelos árbitros de terceiro mundo que a Fifa nomeou no último Mundial. E basta lembrar, citando Fernando Seara, como o "Barcelona foi levado às cavalitas - não é ao colo, é às cavalitas - até à final da Liga dos Campeões" (expulsão de Del horno na eliminatória do Chelsea, penalti não marcado a favor do Benfica, golo anulado ao Milan por empurrão de um fantasma a Puyol).
Mas hoje é dia de esquecer isso e celebrar o último jogo de Zidane no Bernabéu. Depois, é não perder um único jogo da França no Mundial e esperar que cheguem longe. Já sabemos que o Brasil tem que ir à final e certamente Markus Merkl e outros senhores do apito farão com que isso aconteça. Mas pode ser que a França também lá chegue e Zidane volte a mostrar que há momentos em que nem a Fifa pode anular o valor do mérito e da qualidade.
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