Dizem os jornais que o barcelona f.c. vai ter nas suas camisolas publicidade à Unicef. O objectivo será o de criar a imagem de um clube diferente dos outros ("mais do que um clube", deverá dizer o slogan). O barcelona costuma pisar estas águas. Procurou ostentar a superioridade moral de não ter patrocínio nas camisolas tendo-o, mas colocando-o em escala reduzida. Agora encontrou uma fuga airosa para o fracasso de uma operação que começou precisamente pela necessidade de dinheiro. Quando Laporta, o actual presidente, chegou ao poder, afirmou ter encontrado um déficit que só poderia ser combatido com patrocínio na camisola, grande patrocínio, entenda-se. Pensou-se logo em contratos multimilionários, na ilusória ideia de que a camisola do barcelona mereceria mais dinheiro do que recebem as grandes equipas europeias. Como é óbvio, rapidamente a realidade fez acordar a direcção do clube com tantas ligas dos campeões como o Benfica e quando perceberam que não tinham encontrado o caldeirão de ouro no fundo do arco-íris, procuraram outro tipo de benefícios. Se o lucro não pode ser em dinheiro, que seja em influência política. Ah, a arrogância dos que se julgam moralmente superiores, dizendo: eles vendem as camisolas, nós usamo-las em benefício dos mais desfavorecidos. Já sinto as lágrimas de comoção.
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