Seguidores

sexta-feira, setembro 15, 2006

dados e sugestões

As despesas do Estado com salário desceu mais de 3%. As despesas do Estado, no entanto, subiram 2,6 %. Pelos vistos, não são os funcionários públicos a causa de tanto dinheiro mal gasto. Eu sugeria poupar em:
a) Acessores de imprensa (eufemismo para agentes de propaganda);
b) rendimento mínimo, salvo casos de invalidez, de pessoas com mais de 45 anos e com doenças impeditivas (atenção, toxicodependência não é uma doença, muito menos impeditiva);
c) Aquisição de frotas de luxo para os vários ministérios (em Espanha a frota é da Seat, produzida nacionalmente);
d) Retirar subsídios e apoios a todas as instituições desportivas e de teatro e cinema (suspeito do cinema que não tem público, porque em geral é mau. Além disso, o cinema é um produto americano, indiano, inglês e chinês; pretender fazê-lo em Portugal é o mesmo que fabricar champanhe em Beirute ou música clássica no Togo);
e) Cobrar as dívidas que Angola e Moçambique têm para com o Estado Português;
f) Retirar as reformas de deputados e ministros (pode-se argumentar que a ausência de compensações irá impedir que os grandes quadros se envolvam da política. Concordo. No entanto, se olharem para os ministérios e para a assembleia, de certeza que não encontram lá nenhum "grande quadro" nem ninguém de formação académica de topo ou que tenha tido sucesso invejável em qualquer área profissional civil. Por isso, não corremos o risco de perder quem já não temos. A assembleia é, neste momento, uma massa barulhenta de gente que serve para aprovar as decisões do engenheiro e para organizar festas originais, como o Avante e as paradas gays);
g) Encerrar a RTP (incluindo a 2);
h) Retirar os apoios e subsídios dados a todas as escolas e universidades privadas (se são privadas, devem autofinanciar-se). Não adianta argumentar, como se faz em relação aos clubes de futebol, que estas instituições privadas substituem o Estado em áreas que o Estado não consegue responder. É mentira, porque se o Estado usar esse dinheiro nas instituições públicas irá ter o mesmo efeito, com melhores resultados. Salvo honradas excepções (colégios ingleses e alemães, Universidade Católica...), as escolas privadas são muito piores do que as públicas. Quanto aos rankings, muitas aparecem mais acima porque só aceitam alunos bons e recusam os maus, que enviam para as públicas. Outras não permitem que os alunos medianos façam as provas e exames nacionais a partir da sua escola, para não baixarem a média. Além disso, seria louvável se essas escolas privadas abrissem em "zonas recônditas" (parafraseando a ministra da educação), e não em Lisboa, Porto e Coimbra, onde a oferta pública de escolas é mais do que suficiente e de boa qualidade (basta lembrar o D. Maria).
i) Cortar a assinatura do jornal de letras em todas as instituições públicas, incluindo escolas (ninguém lê o jornal de letras);
j) Nomear pessoas capazes para a gestão de instituições públicas, em vez dos amigos do partido. Estes, apesar de não qualificados, ganham muito acima da média e os resultados são maus, a não ser em situações de monopólio ou de manipulação de preços. Basta ver que a galp teve, em época de "crise", mais 35% de lucro. Recordo o bom exemplo do gestor da TAP, um caso que se deveria multiplicar.
k) Claro que tudo isto é demagógico e não é para ser levado a sério. Até porque o governo é fabuloso e está a ter óptimos resultados, como se verá melhor daqui a 20 anos, quando parte do país tiver que emigrar para o leste para ganhar dinheiro.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom, até chegar à alínea K) até pensava que estava no sério :) e já me preparava para dizer que fechar a RTP2 é que não podia ser. Para os outros 3 canais, não tenho pachorra!