"A actual Escola Pública está mais inclinada do que a Capela deSuurhusen: a opção por aulas de substituição está errada, se se obrigaum professor de Filosofia, por exemplo, a substituir um professor deMatemática; a introdução do Inglês no 1.º ciclo está errada, se osprofessores forem subcontratados no mercado livre, sem habilitaçõesadequadas e ensinando um currículo descontextualizado do programanacional; a promoção do computador Magalhães está errada, se se pedeaos professores do Ensino Básico que sirvam de vendedores depropaganda informática, pois são eles que tratam de todos ospormenores da venda do Magalhães, quando deviam estar ocupados apensar na melhor forma de o usar nas suas aulas; os critérios quenortearam o primeiro concurso de acesso a professor titular estãoerrados, se valorizam apenas a ocupação de cargos nos últimos seteanos, independentemente de qualquer avaliação da competênciapedagógica, científica ou técnica desses professores; a avaliação dodesempenho está errada, se estiver condicionada a parâmetros como osucesso, o abandono escolar e a avaliação atribuída aos alunos (se sequeria um modelo alternativo que não envolvesse uma correlação falsa -sucesso escolar dos estudantes = sucesso profissional dos docentes -,então recorria-se ao actual modelo das universidades portuguesas quefazem inquéritos anónimos anuais aos estudantes, por cada disciplina,e, nos casos em que se detectam problemas denunciados pelosestudantes, os professores em causa são convidados, construtivamente,a corrigir o que estiver mal, sem que com isso estejam a comprometer asua avaliação profissional); se se constrói um modelo de avaliação emque é possível delegar competências, não se faz tábua rasa do códigoadministrativo e se inclui subtilmente num Orçamento de Estado umacorrecção duvidosa para legitimar essa delegação de competências; sequeremos melhores professores, não se publica uma lei como oDecreto-Lei n.º 43/2007, que promove a iniquidade da formação de base,excluindo arbitrariamente uns licenciados e protegendo outros, sem queninguém entenda a filosofia do legislador; se se quer promover aavaliação entre pares respeitar a hierarquia das habilitaçõesacadémicas adquiridas, e não se monta um sistema em que um docente como grau de doutor ou de mestre pode ser avaliado por docentes com ograu de licenciado; em vez de promover a aquisição de uma maiorqualificação dos professores, embora se anuncie isso hipocritamente,não se publica uma Portaria como a n.º 344/2008, que privilegia aaquisição de mestrados e doutoramentos em Ciências da Educação comohabilitação adequada a quem se exige que demonstre depois umdesempenho excepcional em termos científicos na sua área deespecialidade"
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