Seguidores

sábado, setembro 13, 2008

Desmascarando o Pinóquio

"A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou hoje "notável" a diminuição em quase 20 por cento da taxa de chumbos e retenções no último ano lectivo, atribuindo este resultado ao trabalho desenvolvido pelos professores e pelas escolas. "É uma melhoria notável que só se pode ter verificado em resultado do trabalho dos professores e das escolas com os seus alunos, um trabalho de recuperação das aprendizagens, mas também de diversificação das ofertas formativas, respondendo às expectativas dos alunos", afirmou a ministra, em declarações à agência Lusa. (...) Admitindo que estes resultados foram melhores do que aquilo que o Governo esperava, Maria de Lurdes Rodrigues sublinhou medidas como o aumento da oferta dos cursos de educação e formação no básico, dos cursos profissionais no secundário, o plano de acção para a matemática, o plano nacional de leitura, entre outras, para justificar os novos valores relativos à retenção."
Grilo Falante:
"O primeiro-ministro assegura que a melhoria de resultados nas pautas do ensino básico e do ensino secundário se devem às políticas educativas e aos investimentos realizados pelo seu governo. Lamento desmentir esse contentamento e tão largo optimismo mas a verdade é que tanto eu como o primeiro-ministro sabemos que as políticas educativas não produzem resultados de um ano para o outro; tal como ambos sabemos que os investimentos em educação levam anos a ter algum resultado e que isso não significa mais dinheiro. Portanto, é preciso outra explicação. Eu dou-a de graça: a melhoria de resultados existe porque os dados foram propositada e antecipadamente falsificados por provas demasiado fáceis, realizadas com o propósito de conseguir estas belas estatísticas. Ambos o sabemos. Todos o sabemos."
Grilo Falante 2:
"(...) o facilitismo dos exames do 12º ano, reconhecido maciçamente por alunos e professores, conduziu à subida generalizada das notas. (...) Como as notas param em 20 valores, todos beneficiaram, com excepção dos alunos muito bons. Alunos que se esforçaram menos ao longo do ano conseguem obter resultados semelhantes aos dos alunos que trabalharam arduamente. E estes últimos sentem-se defraudados.
O exame nacional de matemática era uma prova de grande credibilidade, reconhecida como a bitola da excelência, mas perdeu o seu valor enquanto medida de selecção dos alunos. A subida das notas contribui para a inflação das notas de acesso à Universidade sem que haja o correspondente aumento de qualidade dos alunos. (...) Na Universidade os alunos não conseguem resultados razoáveis, pois o nível de conhecimentos é desajustado da sua nota de admissão. O Ministério da Educação melhora as estatísticas e passa o problema para as Universidades. Serão estas que terão que lidar com o insucesso dos alunos que o exame de 12º ano deixou de filtrar.
No futuro, será inevitável que as melhores Universidades se associem para, em conjunto, estabelecerem mecanismos alternativos de selecção dos seus alunos."

Sem comentários: