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sexta-feira, agosto 20, 2010

Letters to Juliet

Na verdade, basta ver a apresentação para se perceber a história toda, de tão previsível é o filme. Mas não deixa de ter o seu encanto. Dentro do género, claro. Desde logo, porque tem os clichés habituais, o que nos dá uma sensação de segurança: a relação de noivado que não resiste ao romantismo (ou à falta dele); o mito do amor eterno que perdura dos 15 aos 65 anos (sendo que os dois não se viram nesses 50 anos de intervalo, o que talvez explique a duração do sentimento); o latino gesticulante e o inglês formal; a rapariga sonhadora que quer ser jornalista e não acredita nas suas capacidades até que...; o mito da Itália como país romântico (nada de trânsito caótico, nada de rudeza, todos sorriem, todos falam inglês de forma perceptível!!!!, até a velha cozinheira e o velho agricultor, nada de máfia nem de lixo nas ruas); a nova relação que parece não poder vencer os obstáculos dos laços sociais anteriormente definidos (ou será que pode?); os contratempos, eu estou disponível e tu não, depois estás tu e eu também mas tu pensas que não estou; e a cereja em cima do bolo, a separação pacífica dos noivos, tudo selado com um abraço que resolve toda a dor (lembra-me as caminhadas noturnas das personagens da Ally MacBeall no final de cada episódio, no dia seguinte tudo estava bem). A banda sonora, maioritariamente composta de cancionetas italianas, dá uma cor local, os locais filmados parecem postais, há Romeu + Julieta e uma varanda e a actriz (Amanda Seyfried) é uma doçura. E assim sendo, digamos que até valeu a pena.

(Ah, o filme inicia com uma bonita sequência que se poderia intitular o beijo, sobretudo baseada em imagens retiradas de pinturas de variadas épocas e estilos, além de desenhos e fotografias)

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