"O primeiro-ministro, José Sócrates, (...) considerou que "aqueles que dizem que são resultado de facilitismo estão apenas a insultar os professores e a escola pública". ", noticiou ontem o Público.
O argumento do primeiro-ministro parece fazer sentido... se o ouvinte/leitor tiver acabado de regressar de uma viagem de exploração a Marte ou se esteve perdido durante os últimos quatro anos na selva amazónica. Alguém devia ter lembrado ao "engenheiro" sócrates que são os próprios professores que fazem a acusação de facilitismo e lembram que é a legislação do ministério que obriga a esse facilitismo, que foi multiplicado nos últimos anos com o ridículo advernto das novas oportunidades e dos cursos ditos profissionais. Em regra geral, de profissionais não têm nada. Faça-se o estudo: quantos alunos formados nesses cursos estão efectivamente a trabalhar na área de formação? Presumo que ninguém saiba, mas suspeito que serão uma minoria.
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Comparar os nossos índices de insucesso com o de outros países europeus também é um triste argumento. A nossa ministra deveria saber que em muitos desses países não há, por lei, "retenções" na escolaridade obrigatória (algo que se pretende também por cá, para já por via indirecta). Assim, é como comparar o nosso consumo de álcool com o dos países islâmicos. Uma tolice.
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ps: Insulto aos Professores é o que está a fazer o ministério socialista. A 4 dias do início do novo ano lectivo, milhares de Professores estão ainda por colocar nas escolas. Eles talvez não saibam a dificuldade que é mudar de cidade, de região, muitas vezes levando filhos, procurando infantários, procurando casa. Afinal de contas, têm subsídio para se deslocarem do Porto a Lisboa e motorista do Estado por sua conta. Mas são coisas que não se fazem em dois dias ou três. Nem mesmo em quatro.
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