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domingo, agosto 02, 2009

Mudanças

E eis que, ao fim de três anos, tudo o que fui acumulando lá no norte teve de ser empacotado, ensacado, seleccionado, separado, dividido e transportado até Coimbra. Em três anos acumula-se mais do que se imagina. Foram duas semanas e duas viagens para trazer (quase) tudo. Agora resta esperar até ao momentos em que as criaturas que nos governam de forma tão sábia e atenciosa se dignem a informar onde podemos ir trabalhar no próximo ano (os que puderem ir, claro). Se tudo funcionasse minimamente bem (já não digo bem, porque com socialistas seria uma utopia), saberíamos a tempo de levar tudo da terra do passado para a do futuro, sem necessitar de apeadeiros. Mas não é assim, isto é Portugal, isto é ministério da educação. Com sorte, saberemos até ao final de Agosto, provavelmente a dois ou três dias de entrar ao serviço. Se tivermos sorte. Que importa termos milhares de pessoas em trânsito com carros apinhados de roupas e livros e copos e pratos e fotografias e electrodomésticos e cadernos e canetas e cds, andando de lá para cá e de cá para lá? Que importa se entretanto os infantários da nova terra já estão lotados e não há lugar para os filhos dos recém-chegados? Que importa se entretanto as casas e quartos de qualidade e preço adequado se encontram já arrendados? Que importa que se dupliquem esforços de carrega, descarrega, ou se dupliquem as viagens (e o consumo de combustível, que não está barato e é poluente? Que importa que se perca tempo inutilmente?
Vida boa, dizem.

1 comentário:

Kris disse...

E que importa, além de tudo isso,todos os momentos, todas as recordações e todas as pessoas que não cabem numa mala e apenas transportaremos no espírito, no coração e na lembrança por tempo indeterminado mas finito, e que ficam inevitavelmente um pouco para trás sempre que somos obrigados a fechar uma porta de tamanha dimensão...?