Portas voltou. Promete uma nova direita, mais aberta e tolerante, sinal claro que quer uma direita moderna e não apegada a discursos de xenofobia ou excessivamente conservadores. Promete ainda (e isto é o que a curto prazo importa mais), ser oposição num país onde ela não existe, a não ser na ilha da Madeira. É triste termos um país onde a única voz audível contra um governo da qualidade (?) do que temos seja a do presidente o governo regional da Madeira. Por alguma razão surgem tantas leis anti-pessoais (como as minas) contra João Jardim.
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(A propósito de Jardim, dois factos indesmentíveis: 1º a Madeira evoluiu mais do que os Açores; 2º os Açores sempre receberam mais dinheiro do governo central do que a Madeira, aspecto sempre camuflado mas que foi afirmado pelo próprio Mota Amaral no Espesso da semana passada; então porquê cortar o dinheiro à Madeira e aumentar o dos Açores se estes, evidentemente, o gastam com pior proveito?)
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Portas promete fazer oposição determinada. "O Engenheiro Sócrates não é o único português determinado", afirmou. O discurso, curto e bem pensado, foi também um golpe quer no actual líder do CDS quer no do PSD. Estes, pelo seu silêncio e falta de coragem ou determinação, dão um claro sinal ao país de que não têm nada a dizer ou contradizer. Fariam o mesmo se fossem governo? Não sabemos. De Portas podemos esperar acção, crítica e propostas concretas e pensadas. Claro que rapidamente a comunicação social virá fazer o serviço do ps e levantar os casos e as suspeitas e as críticas do costume. Mas talvez ainda seja possível que P. Portas consiga ter sucesso. Pelo menos irá desgastar Sócrates, que já não falará sozinho no parlamento e não vrá as suas "verdades" absolutas passarem incontestadas, como palavra do salvados da pátria. Afinal, ainda há esperança.
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ps: a propósito do ps e do espesso, vinha uma entrevista de Ana Gomes, totalmente desinteressante, como seria de prever. No entanto, há um pormenor curioso. Segundo a dita personagem, as acusações feitas a F. Rodrigues no caso Casa Pia foram toleradas ou não combatidas por Durão Barroso. Não percebo a lógica. Que tinha o psd a ganhar com a queda de F. Rodrigues da liderança do ps? Se virmos bem as coisas, quem foi o grande beneficiado com o desgaste da imagem de F. Rodrigues, a não ser o actual primeiro-ministro? Com Ferro no ps, Sampaio não convocou eleições. Ferro caiu, entrou Sócrates e vieram as eleições. E Durão Barroso? Há muito que estava na Europa...
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