este blog é como um interruptor de egos: quando estás em baixo, anima-te; quando estás demasiado fortalecido, nivela-te
segunda-feira, outubro 30, 2006
Não há génio que aguente...
A coincidência de mais um atentado ao futebol espectáculo
"O futebol é um desporto que costuma destacar os melhores artistas, aqueles nos surpreendem repetidamente e enchem estádios, reforçando a magia do espectáculo. Anderson é um desses craques. O prodígio do F.C. Porto diverte-se com uma bola nos pés e encanta quem dirige o olhar para a sua arte. Anderson é um valor que o jogo deve proteger.
Este sábado, porém, Anderson foi vítima da violência de uma equipa que, a ter em conta a folha disciplinar, não é propriamente bem comportada. Os dados da Liga Portuguesa de Futebol Profissional não mentem: Mesmo com um jogo em atraso, a tal equipa «vítima» já somou 25 cartões amarelos e cinco vermelhos e tem o segundo pior registo do campeonato 2006/07. Sintomático.
O que se passou ontem no Estádio do Dragão foi mais um atentado ao futebol espectáculo, uma coincidência lamentável que roubou ao desafio um dos seus maiores pólos de interesse. Precisamente como na temporada passada, no mesmo local do terreno, no meio-campo, junto aos bancos de suplentes, o jogador que mais podia desequilibrar foi intencionalmente atingido com violência por um grego, confirmando a teoria de quem vê estes casos como manobras planeadas.
Há um ano foi Lisandro Lopez, derrubado ao minuto 21. Desta vez foi Anderson, ao minuto 31. E o cenário de coincidência sai reforçado com nova constatação: o árbitro era o mesmo e a opção de não sancionar o lance e o agressor, da mesma nacionalidade e adquirido na respectiva época, foi decalcada...
Alguma Comunicação Social deste domingo é clara e inequívoca: «pancada» (O Jogo, pág. 3), «partir a perna» (O Jogo, pág. 18), «varrido do jogo» (O Jogo, pág. 5) e «entrada violenta» (A Bola, pág. 5) são referências taxativas acerca da gravidade da ocorrência.
Estas sim são situações que devem ser definitivamente banidas do futebol. Se, todavia, continuarem a repetir-se, sem a resposta célere e adequada dos órgãos competentes, ninguém poderá acusar o F.C. Porto de deixar de apostar em artistas que ajudam a encher o campo dos adversários, para passar a apostar em atletas robustos capazes de resistir à violência e dançar ao som da mesma música."
domingo, outubro 29, 2006
sábado, outubro 28, 2006
the last of the rock stars
"...
The last of the rock stars
When hip hop drove the big cars
In the time when new media
Was the big idea..."
(U2, Kite)
provérbios socráticos
sexta-feira, outubro 27, 2006
a hora do Lobo
"o êxito é o fracasso antecipado"
"os pais continuam a evoluir dentro de nós, mesmo depois de morrerem"
"liberdade é estar livre de uma prisão"
mostrou que a ironia ainda se mantém bem viva. Apoiou Soares na campanha das presidenciais "por amor", porque quando o candidato lhe estava a explicar os motivos da sua candidatura "eu nem o ouvia bem", comentou. Ainda teve tempo para fazer a melhor descrição de um comício do PCP/APU que vi até hoje (uma fileira de punhos cerrados e bocas abertas como se o fossem engolir) e para comentar a "relação" com Saramago, lamentando que o tenham acasalado com o exilado em Lanzarote e não com a Branca de Neve ou com os sete anões.
quinta-feira, outubro 26, 2006
Grandes portugueses
Desde logo, creio que se confundiram duas ideias: "grandes portugueses" e "heróis portugueses". Como se nao se pudesse ser grande sem ser herói. Um herói é algo inexistente por natureza, só existe no nosso olhar. A grandeza é mais objectiva. Como Hermano Saraiva disse, grandes sao aqueles que nao couberam na pequena caixa que é Portugal. Ou seja, aqueles cujo nome é conhecido fora das nossas fronteiras, aqueles cujo papel foi determinante para a nossa história. E personagens assim há várias. Por isso nao concordo com o que disse o cómico Araújo, que Portugal é um país mediano. Talvez seja, se avaliarmos pela qualidade dos humoristas (salvo o Hermann do passado e o Pedro Gomes). Mas o humor só pode ser bom num país que, no seu quotidiano, tende a ser rigoroso formal e duro (competitivo). Por isso é que o humor é britanico e americano, e nao belga, nigeriano ou iraniano. Torna-se difícil distinguir comédia de realidade na maior parte do mundo.
Mas voltando ao que interessa... Portugal gerou grandes portugueses. Em 800 anos de História e de sobrevivencia face à ameaça de Castela e de outras potencias, inevitavelmente eles surgiram. Claro que mesmo esta leitura é ideológica. A malta da historiografia de linhagem francesa tende a preferir os números e os gráficos dos estudos económicos, ou a valorizar o papel dos grupos e das classes (um compreensível tique marxista). Também é compreensível que os franceses prefiram olhar assim para História, já que dificilmente encontrarao "grandes franceses" para eleger. O escolhido por lá, no concurso do mesmo género, foi o General De Gaulle, famoso por ter fugido para Inglaterra e deixado que americanos e ingleses morressem para libertar a França do domínio nazi), enquanto ele próprio combatia via rádio. Aqueles discursos eram mortíferos, acreditem. A quem quiser ouvi-los, empresto o cd (estou a falar a sério). Outros, na linha do politicamente correctos, preferem procurar realçar apenas as acçoes negativas (e lá vem a escravatura, a colonizaçao e a inquisiçao à baila), ignorando que nao se pode olhar para o passado com a mentalidade do presente e pretender que se compreendem as acçoes de entao.
Estamos perante um debate ideológico. Como o Estado Novo valorizou (e usou para efeitos de propaganda) os "grandes portugueses" que entendia, hoje falar em "grandes portugueses" é ser "fascista", como é defender o hino nacional e expor a bandeira fora do contexto desportivo. Outros receiam participar na escolha de "grandes" e "pequenos" porque isso implica uma opçao pessoal e subjectiva. É o caso de muitos historiadores. O problema é que confundem o seu trabalho de investigaçao, que deve ser imparcial e baseado em factos, com as naturais simpatias ideológicas, políticas, culturais ou outras que possuem face a uma ou outra personalidade. Acreditam, erradamente, que nao emitindo opiniao, ficam acima das influencias ideológicas da sociedade em que vivem. Acreditam viver num laboratório imaculado, longe da contaminaçao do mundo?
Pessoalmente, nao vejo qualquer problema em apontar personalidades portuguesas que foram importantes para a definiçao do nosso país actual e que interferiram no rumo do mundo, quer a nível político, quer a nível cultural, científico, económico... Ao fazer essas escolhas, minhas, pessoais, subjectivas, nao deixo de ser capaz de avaliar o que também fizeram de errado, nem de avaliar "imparcialmente" as suas acçoes.
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ps: em relaçao ao programa, como é que é possível anunciá-lo assinalando a presença no debate de R. Araújo Pereira e deixar de referir a presença de J. Hermano Saraiva? Eu sei que é uma questao de marketing, mas mesmo aí nao sei se a opçao foi a mais correcta. Afinal, nao sei qual dos dois atrairá mais público...
quarta-feira, outubro 25, 2006
verdadeira conversa de treta
Enquanto decorre a votação para eleger a figura lusa mais notável, Maria Elisa modera um debate onde além das questões das perspectivas sobre o programa, serão debatidos temas como o legado histórico, deixado pelas grandes personagens. Participação do humorista Ricardo Araújo Pereira, Joana Amaral Dias, do bloco de Esquerda, do filósofo Eduardo Lourenço, da escritora Isabel Alçada e Lídia Jorge, dos professores José Hermano Saraiva e Luís Reis Torgal, de Fernando Nobre, médico da AMI e do jornalista Mário de Bettencourt Resendes." (ver página da rtp).
Mais uma aposta ganha
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=218928&idselect=9&idCanal=9&p=200
Mais um exemplo de sucesso a acrescentar à história do nosso país.
terça-feira, outubro 24, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
clássico... empate justíssimo
domingo, outubro 22, 2006
sábado, outubro 21, 2006
sexta-feira, outubro 20, 2006
Portugal vale a pena II
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Portugal sempre valeu a pena, desde o momento da sua criação (ela própria uma grandiosa obra de engenharia política e diplomática) e sobrevivência face (sobretudo) à ameaça espanhola e, depois, francesa e inglesa (uma longa história muito mal conhecida).
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Portugal teve a maior e mais moderna armada do século XVI;
Portugal dominou os mares (razão pela qual a Inglaterra se quis unir a nós);
Com uma população não superior a 2 milhões de habitantes, Portugal partilhou o domínio do mundo com Espanha, controlou o comércio mundial de especiarias, inovou na navegação e na cartografia);
A constituição vintista era, na época, a mais avançada de uma Europa que permanecia, em grande medida, dominada por regimes absolutistas (talvez por isso só tenha triunfado na versão republicana de 1911, oitenta anos depois);
Portugal vale a pena
Nicolau santos,
Director adjunto do Jornal Expresso
In Revista Exportar
"Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de
recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de
tecnologia de transformadores.
Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus. Eu
conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os
vende para mais de meia centena de mercados.
E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual
você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o
filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas
bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários
prémios internacionais.
E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se
fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou
Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as
melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).
Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de
energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN
de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a
Europa por via informática.
Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram
sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a
pequenas e médias empresas.
Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA
ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou
que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das
auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado
mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que
produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos
espanhóis.
E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência
Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial
de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir
ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade
um pouco por todo o mundo.
O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive -
Portugal.
Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por
portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com
sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI,
BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software,
Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do
Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace,
Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas
também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim
Turismo.
E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas
dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há
anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens
Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu
em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e
de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia
norte-americana).
É este o País em que também vivemos.
É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na
cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas
na saúde, no ambiente, etc.
Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o
progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.
Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos
orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não
invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma
velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez,
puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos
sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar
muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.
Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os
bons serem também seguidos?"
quinta-feira, outubro 19, 2006
José Malhoa - Vou ser mãe
Dois gestos e um título que dizem tudo: o sofrimento, o pânico, o medo da vergonha social. Haverá relação ilícita, como sugere o local do encontro (a mata e não o interior de uma casa) ou trata-se sobretudo de pavor por estar a chegar mais uma boca que pedirá comida que a terra se recusava a dar, apesar de diariamente regada de tanto suor?
chuva
jornalismo do regime
o jornalismo do regime
Afinal, o primeiro-ministro Sócrates não mentiu na campanha eleitoral para ganhar votos, apenas "recua" para poupar despesas. O "jornalismo" típico do Público ao serviço da causa.
Curiosamente, algumas scuts continuam. De acordo com o ministro, para "promoverem a coesão territorial e social e a fixação das populações no Interior." Vemos aliás o grande empenho do governo em fixar populações no interior, encerrando tudo o que lhes permite lá viver. Como dizia a Atlântico, para que queremos nós um interior, se podemos ter um litoral?
quinta-feira, outubro 12, 2006
liberdade de expressao
Liberdade de expressao, versao biblioteca de escola. Em sintonia, aliás, com a versao governamental / do regime.
domingo, outubro 08, 2006
Scott Adams explica
www.dilbert.com