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segunda-feira, janeiro 23, 2006

22 de Janeiro

Pontos positivos das eleições:
1. O resultado final - a vitória de Cavaco Silva, infelizmente com dez anos de atraso, mas num período fundamental para o país.
2. O fim do soarismo, finalmente definitivamente atirado para a mediana prateleira de onde não deveria ter saído. Agradecemos todos, agradece o governo, agradece o país.
3. Ligado ao ponto anterior, a vitória pessoal de Alegre sobre Soares. As facadas nas costas afinal nem sempre surtem efeito.
4. O início da queda de Louçã, felizmente muitos pontos abaixo de Jerónimo de Sousa. Vê-se que a máscara de político "responsável" (na medida do possível) não serviu bem. Os Portugueses, em geral, não gostam muito de quem os olha olhos nos olhos. É um comportamento que associam à demência.
5. A certeza de que Sampaio é já passado. Como é possível que tenha alguma vez estado presente é que me deixa perplexo. Sócrates vai perder o colo.
6. A estabilidade política, que Sampaio quebrou (sem justificação política), está garantida. Desde que Sócrates governe. Agora que tem um treinador à altura, é capaz de fazer alguma coisa (mas duvido, porque a sabedoria não se transmite).
7. A divisão das esquerdas.

Pontos negativos:
1. Se já antes não havia PSD nem CDS, agora muito menos. A não ser que mudem muito, começando pelas principais figuras. Marques Mendes tem muito que provar, mas talvez consiga. Ribeiro e Castro (quem?) está a ocupar espaço. Que pena Lobo Xavier não avançar para a liderança do CDS.
2. Ponto negativo de todas as eleições... Por que motivo o vencedor só pode tomar posse em Março? Para nos despedirmos de Sampaio bastava um simples adeus e ficar alguns minutos a vê-lo partir, só para assegurar que não voltava.

Ouçam os assobios...

Se as eleições do dia 22 de Janeiro (apontem a data, que é histórica, mais libertador que um tal 25 não sei de quando ocorrido há umas décadas) se realizassem num estádio de futebol inglês, os derrotados seriam assobiados sempre que tocassem na bola (ou seja, sempre que abrissem a boca). Salvo honrosas excepções (creio que Alegre foi uma delas, não o ouvi bem porque havia um tal de Sócrates a falar, acidentalmente, em simultâneo). Salvo honrosas excepções, todos revelaram um tão grande mau perder que os próprios hooligans não hesitariam em os condenar. Esse facto, aliás, dá ainda maior sabor à vitória. Se desgostou Vital Moreira, Sousa Tavares, Jerónimo de Sousa, F. Louçã, Joana Amaral Dias, a direcção do DN (vejam o abrupto) e muitos outros, é porque foi uma boa eleição.

domingo, janeiro 22, 2006

Soares?! Who is Soares?

A relevância do nome Soares no mundo, bem demonstrado na CNN:

«Five opinion polls on Friday showed him with support ranging from 49.8 percent to 53 percent.
The vice speaker of parliament, Socialist Manuel Alegre, was in second place. Alegre has drawn votes away from Soares, who has served as president twice, and split the left-wing vote.
Soares trails with three other leftists. Almost a quarter of voters are undecided, polls show.
Soares appealed to voters late on Friday -- the last day of the campaign -- to turn out, saying abstention would only "serve the right and hurt the left
Só isto. Nada de "pai da pátria", "fundador da democracia" e outros mitos que a Historiografia um dia ajudará a clarificar. Apenas alguém que já foi presidente e que se encontra com os três últimos candidatos preferidos dos eleitores (depreendo que Garcia Pereira não se fez ouvir nos EUA).

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Manuel Santos


Para quem não vive na Figueira é difícil já ter ouvido falar no fotógrafo/cineasta amador Manuel Santos. Não teve a projecção do seu conterrâneo João César Monteiro nem realizou obras como a Branca de Neve, mas ainda bem.
Manuel Santos nasceu no final do século XIX e morreu no ano em que nasci (1975). No seu testamento, deixou ao Museu Municipal Santos Rocha a obra de uma vida. Mais de 4000 negativos em vidro e película, centenas de provas em papel e diverso equipamento fotográfico e cinematográfico. Passadas três décadas, trabalhamos no sentido de homenagear este artista e, no passado dia 13 (uma sexta-feira), inaugurámos a exposição que hoje venho divulgar no nosso blog.
Se vierem à Figueira, não deixem de aparecer no Museu que eu mesmo oriento a visita. A exposição e o respectivo catálogo estão muito dignos e eu muito orgulhosa deste trabalho ;)

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Beauty and the Beast (versão século XXI)


A Bela está mais bela, e o monstro consegue estar ainda mais feio que na história clássica. Felizmente, não acabam juntos na versão moderna.

así así, así gana el Madrid

Tengo que hablarles primero de Zinedine Zidane. Yo creo que sigue siendo el mejor jugador del mundo. Sí, pienso que más que Ronaldinho. Es magia, ilusión, calidad. Y me alegra muchísimo volverle e ver tan recuperado y tan implicado. Con Zidane, hasta Zapatero, el presidente del Gobierno de España, podría jugar al fútbol, porque todo lo transforma en magia.
El Maestro. (...) todos los focos apuntarán a esa calva maravillosa que alumbra el cerebro mejor amueblado del fútbol de los últimos diez años. Zidane es la octava maravilla del mundo. El 5 hizo honor a su dorsal dando a Guti su quinta asistencia de esta temporada. 1-0. Después firmó el penalti sin titubeos, a pesar de que ya había pifiado dos en lo que iba de curso. 2-1. El 3-1 fue de máster. Guti, en una maravillosa madurez que abrillanta su brazalete de capitán, se sacó de su chistera inagotable un taconazo laudrupiano, mirada al Fondo Sur y balón de oro al área contraria, donde El Maestro marsellés (33 años) recogió para poner su firma con un remate que dejó a Palop clavado. En el descuento de la locura, Zizou aprovechó el tsunami de talento desatado en ambos equipos para clavar el 4-2 y cantar con orgullo que él está vivo. Y el Madrid, más.
De nota. Antes, el Barça había ganado. Pero les digo una cosa: el Barcelona podrá ser el mejor equipo de España, pero jamás podrá producir las maravillas que ofrece el Madrid. Los madridistas son los únicos que crean el fútbol de Maradona, Pelé o Alfredo Di Stéfano. El partido de anoche es para grabarlo y pasearlo por todo el mundo muchos años.
ps: o barcelona ganha com mais um penalti inexistente. Etoo cospe sobre adversário, mas o árbitro nada vê e nada escreve no relatório. Valem os comentários do treinador do Bilbao: "cospem os que descem das árvores". Curiosamente, arrisca-se a ser punido por criticar uma acção que, segundo o árbitro, nem existiu. A Espanha também precisa de uma operação apito dourado.

sábado, janeiro 14, 2006

Sabiam que...

o desastre do Kursk foi obra (benéfica) de Alá, vingando mortes de muçulmanos na Tchechénia?
E que matar não-muçulmanos é bom, qualquer que seja o motivo?
Está tudo nos discursos de Abu Hamza, clérigo muçulmano radicado (ou radicalizado) no Ocidente. Mas a culpa não é dele, é de quem o deixa falar. Quando é necessário fazer uma escolha entre o valor da liberdade de expressão e a defesa da Civilização (ocidental, perdoem o pleonasmo), eu prefiro a segunda. Por isso Churchill e Roosevelt se aliaram a Stalin para derrubar Hitler e Mussolini.

Deus queira

que a pontaria tenha estado mesmo afinada.

this one speaks for itself

Dublin views from the tower


Dublin building

sábado, janeiro 07, 2006

Melhor e o pior do ano I

Passado 2005, ano que - confesso - não deixa grandes saudades, que tal um balanço do melhor e do pior? Em todos os aspectos. Em relação a livros, filmes e afins, não importa que tenham outra data, acho eu. O importante é que chegaram à nossa vida, por um motivo ou por outro, em 2005.

O melhor e o pior...

Filme do ano e correspondente melhor actriz do ano de 2005: Closer e Natalie Portman.

(Eu sei que o filme é de 2004, mas como o vi em 2005, fica na gaveta da memória desse ano).
Pior filme? As Horas (já estou a ouvir as reclamações).

Melhor livro: Evelyn Waugh, Decline and Fall.
Pior livro: geralmente evito-os. Mas a nomear um, que seja a biografia de D. Pedro, por Cristina Pimenta. Quem faz uma biografia assim nunca leu Peter Acroyd.

Melhor CD: escolha difícil, mas provavelmente o que mais ouvi ao longo do ano foi The Beekeeper, da Tori Amos.

Melhor momento desportivo: vários. Para além da vitória do Benfica (merecida, bravo Trappatoni) e do despedimento do Peseiro, a vitória em Itália da Juve do grande Fabio Capello e a derrota do Chelsea com o Liverpool nas meias finais da Champions (o feitiço contra o feiticeiro).
Pior momento desportivo do ano: vários também. A crise no Real Madrid (obra de um tal Queirós e do seu escudeiro Peseiro) e a lesão do Raúl. O apuramento de Angola para o Mundial. A vitória do barcelona (a justificar uma operação apito blaugrana aqui ao lado) e do chelsea nos respectivos campeonatos.

Melhor momento político mundial: reeleição de Bush.
Pior momento político mundial: eleição de mais um demente para o governo iraniano.

Melhor momento político nacional: reeleição de Rui Rio e de Carlos Encarnação.
Pior momento político do ano: eleição de Sócrates para primeiro-ministro de Portugal.

Melhor político mundial: Ariel Sharon.
Pior político mundial: Secretário-Geral das Nações Unidas.

Melhor político nacional: Nuno Melo (não sei se é este o nome), lider da bancada parlamentar do CDS.
Pior político do ano: Jorge Sampaio, um servente do PS alçado a Presidente mas que nunca esqueceu a sua verdadeira função.

Melhor acontecimento público:
Pior acontecimento: Tsunami e as inundações em New Orleans, entre outros acidentes naturais.

Melhor acontecimento pessoal: vários. O casamento da Cris (apesar da minha ausência). A notícia dos futuros bebés da Cris, da Guida e da Sónia (não conhecem) A minha ida para a Irlanda.
Pior acontecimento pessoal: alguns problemas de saúde passados cá em casa. A ida para a Ponte, onde tenho de "conviver" com o pior executivo que alguma vez encontrei numa escola.

Momento ridículo: regresso apoteótico de Fátima Felgueiras.

Acontecimentos realmente desnecessários: a publicação do último (esperamos) livro de Saramago. Publicação diária do Público e semanal do expresso. Edições em dvd de programas do gato fedorento. Regresso apoteótico de Fátima Felgueiras. Candidatura de Mário Soares. O meu regresso da Irlanda.

Para não dizerem que sou só eu

"A obscura política comunicacional governativa – O ano passado era a “central de comunicações” de Santana Lopes, este ano é a gestão mais profissionalizada, com maior colaboração silenciosa de muitos simpatizantes no meio da comunicação social, do controlo governativo. As grandes manobras da propriedade, que a montante ou a jusante, incluem sempre o beneplácito do poder político num país como o nosso tão dependente do estado, estão pouco esclarecidas. Mas quase tudo vai no mesmo sentido. Se houvesse um medidor não impressionista do “grau de incomodidade” da comunicação social face ao poder, ver-se-ia como ele baixou significativamente. Um exemplo: o modo como foi tratada a conflitualidade social, seguindo uma linha governamental, nunca nos dando a ideia da dimensão do que estava a acontecer e vista sempre numa luz hostil."
J.Pacheco Pereira, no Abrupto.
Fico feliz por ver que sou só eu a dizer que a comunicação social é a voz do governo (excepção feita ao Independente) a louvar medidas governamentais que, se fossem tomadas pelos anteriores governos de Durão Barroso e de Santana Lopes seriam criticadas imediatamente. E a dar a entender (usando umas estatísticas por vezes de origem duvidosa) que os Portugueses trabalham menos que os restantes europeus (em muitos casos, falso, já que a nível de produtividade estamos acima de Italianos e Espanhóis e, a nível de faltas ao trabalho, muito abaixo dos sempre elogiados nórdicos).

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Na direcção contrária

Em dois dias, passei de Dublin para a Ponte. Quando os caminhos se estreitam desta maneira, sabemos que algo está errado.

Pérolas de Louçã

Num dos canais da Nação, Francisco Louçã expunha a sua modéstia aos espectadores, perante o olhar meigo de um jornalista de perguntas dóceis. Entre as tentativas (tão forçadas, tão forçadas) de mostrar humildade e respeito pelos que não pensam como ele, eis que surgem afirmações que dão que pensar:
a) Louçã afirma ler muitos livros de História. Sim, com H. Três hipóteses: ou é muito selectivo nas suas leituras (aconselho o Gulag, de Anne Applebaum, ou a simples Introdução à História do Nosso Tempo, de René Remond, para não falar de Europe - a History, de Norman Davies, para fugir às edições Centelha e Maria da Fonte), ou decididamente não percebe o que lê. Ou, mais grave ainda, percebe e acredita mesmo no que anda por cá a defender.
b) Falando do Contra-Informação, Louçã afirma que é preciso humor na política. Está explicada, finalmente, a razão de existir do BE. Ainda não tinha percebido, mas se é para dar um pouco de humor, então avante (ups, perdão), força Louçã.

O Sublime Roth


Olá amigos niveladores!
Voltei para mais uma sugestão bibliográfica. Philip Roth com a sua Conspiração contra a América tem-me acompanhado neste início de ano.
O que teria acontecido nos E.U.A. e no mundo se o célebre aviador de ideias anti-semitas, Charles Lindbergh, se tivesse apresentado às eleições em 1940 e tivesse derrotado Franklin Roosevelt? É este o cenário criado pelo autor que nos envolve numa trama perturbadora e de alguma maneira inquietante.
O anti-semitismo continua a servir de pano de fundo a muitas ficções, e infelizmente continua a ser parte da realidade do século XXI.