Lá em casa o comando da tv evita passar pela tecla 4, assim, acabámos por perder a quase totalidade do debate Alegre/Soares. Mas ainda foi possível assistir a algumas pérolas ditadas pelo candidato Soares. Entristece-me ver aquele homem. Sim, entristece-me porque já o admirei muito como político. Não se pode branquear a História. O seu papel é fundamental no percurso do Portugal democrático do século XX (já sei que o Paulo vai encontrar um qualquer argumento para contrariar esta ideia ;). Mas este acesso de senilidade que lhe deu agora, acaba por o tornar (aos meus olhos) senil e até patético. É o síndrome "Amália". Não sabem sair do palco quando ainda são fantásticos. Duvido que a minha geração tenha algum dia ouvido a Amália cantar. A memória que tenho dela, é a de uma senhora vestida de negro e braços abertos (tipo Cristo Rei de Almada) a emitir uns sons indefiníveis. Até podia cantar em árabe que eu não notava a diferença. Ainda assim, não duvido que a senhora tenha sido a rainha do fado.
Quanto ao Alegre, para além da magnifica voz e de ser o candidato que melhor se veste (sim, porque a imagem também conta), tem sido uma surpresa agradável. Não se fica embaraçado a ouvi-lo, pelo contrário. E apesar da escolha pouco original da máxima da Revolução Francesa para os cartazes políticos, até fico com vontade de lhe dar o voto, para o ver à frente do amigo de outras lutas. Não sei se o queria ver em Belém mas...
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