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domingo, fevereiro 01, 2009

Há uns anos atrás, ainda a tua mãe era uma adolescente (pouco mais velha seria), recebeu uma prenda de dois amigos. Eu era um deles. Nessa prenda, um cd de canções para tu ouvires (se bem que o teu pai - e eu concordo com ele - prefira que ouças Pink Floyd e Dire Straits, mas para isso terás tempo e bons conselheiros), escrevemos dedicatórias. A minha já não a recordo palavra a palavra, mas não fugiria certamente ao que escrevo a seguir

"Canções para cantares e embalares as tuas meninas"

Coincidências? Na verdade, não creio que se tenha tratado de um acaso ou de estranha e mágica arte divinatória. Quando não sabemos explicar uma coisa, dizemos que foi o destino. Pois que assim seja. O destino trouxe-nos a tua irmã há uns anos atrás (poucos, mas que passaram tão depressa), e agora trouxe-te também para junto de nós. Falo em "nós" porque não vieste apenas para junto dos teus pais. No primeiro dia que te vi, estavas a dormir na casa dos teus avós. E, a rodear-te, estavam o teu pai e a tua mãe, os teus avós maternos e paternos, a tua irmã, os teus tios (os de sangue e coração e os de coração), a tua bisavó... Até o Farol, o gatinho ronronante, lá estava. Eu ia ficando como espectador, como quem admira a cena feliz de um quadro, até que, a dado momento, te colocaram no meu colo. Pensei que pressentisses a minha falta de jeito e começasses a chorar. Creio que ainda reclamaste um pouco, mas os meus braços ondularam e tu regressaste ao teu sono. Olhei em volta e realmente só poderias estar serena. Naquela sala, estavam aqueles que desejaram com toda a força que viesses ter connosco. O que escrevi na dedicatória, há muitos anos, não foi acaso nem adivinhação. Foi um desejo. E os desejos, com tantos corações a querê-los com tanta força, só podem concretizar-se. Foi um desejo, mas se quiseres que lhe continue a chamar destino, que assim seja.

1 comentário:

Anónimo disse...

Getting broody, aren't you? :)