Não fazia ideia que os Stones tinham tido só meia casa. Ultrapassados não creio que estejam, porque, que eu saiba, Sinatra, Beatles, Ella e, já agora, Gerschwin e Beethoven nunca ficam ultrapassados e nem com as linhas brancas e os fumos voltariam aos palcos. Clássicos são sempre clássicos. Porém, há que ter em conta um factor. Penso não me enganar muito se presumir que a maioria das pessoas que enche estádios para concertos é relativamente nova e, em grande parte, composta por adolescentes ou recém-saídos desse estádio evolutivo. Ora, a música que hoje em dia esse público-alvo ouve está muito distante do rock n´roll. Muito pop (Robbie Williams, Madonna, Shakira, Nelly Furtado), algum gótico (evanescence) e sobretudo, muito hip hop e afins (que me dispenso de citar, basta ligar a mtv para recolher alguns nomes ou designações). Para não falar no Tony Carreira ou nos sobremesas dos morangos com açúcar. Stones não será propriamente o programa que quererão para uma noite musical, sobretudo depois de saberem que os pais até gostariam de ir com eles (em alguns casos, os avós).
Por fim, há os que gostariam de voltar a ver um grande concerto (o de Coimbra foi o melhor concerto que vi até hoje, talvez com a excepção dos Pogues, mas por motivos muito diferentes) e não puderam porque convém lembrar que somos governados por um analfabeto funcional (correcção, por vários liderados por um que até tem diploma a confirmá-lo) que afundou o país na maior crises das últimas décadas, pelo que o € não abunda e os bilhetes eram bastante caros. E uma vez que se trata do terceiro concerto em poucos anos (Coimbra, Porto e agora Lisboa, para além de outros em Espanha), poderá haver algum cansaço ou uma opção de não rever a banda e usar o dinheiro para outros concertos ou outras despesas.
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