Um passeio pela feira das velharias (ela própria já de longa idade) é sempre agradável. Apesar da brisa fria que também se passeava pela baixa de Coimbra. Feliz ideia a da construção do forum, deixou a cidade vazia para nós passearmos à vontade. Entretanto, na margem esquerda, os que conseguiam entrar no shopping (as filas prolongavam-se para o exterior dos estacionamentos), certamente se acotovelavam pelos corredores das lojas e se deleitavam com aquelas insuportáveis canções natalícias (o pior tormento neste campo sofri-o nas ruas de Baião, com uma versão pseudo-gregoriana do Last Christmas dos Wham). O problema da feira das velharias são os preços. Os vendedores confundem velharia com antiguidade, o que não é bem a mesma coisa. Assim, €100 por uma farda da mocidade parece-me excessivo. Tal como €85 por um catálogo de armas britânico, por muito bom que ele seja (e é) pareceu-me ridículo, sobretudo porque o amazon permite adquiri-los novos por muito menos dinheiro. Mas quem quiser adquirir umas moedas e notas do tempo do escudo ou provenientes de terras exóticas como o Uzbequistão e a Indonésia, poderá fazê-lo sem dificuldade e sem dispender demasiado dinheiro (€5 a €10 na maioria dos casos). Depois há os variadíssimos santos de altar, de proveniência duvidosa e qualidade suspeita, panos de renda, grafonolas, máquinas fotográficas, capacetes, objectos de uso pessoal... tudo demasiado caro, mas que é sempre divertido ver. Finalmente, os discos em vinil e os livros. Com saudades daquele disco do Phill Collins, do Fausto Papetti ou dos Duran Duran? certamente o encontrarão por lá... mas estou a ser injusto, também há Pink Floyd e Dire Straits, a preço razoável, se estiverem interessados na capa, já que não posso garantir a qualidade do disco em si. Já tive sorte, com os U2 e com os Roxy Music, mas tive azar com os Pink Floyd. Acontece. Em relação aos livros, por vezes há algumas surpresas. Como Camilo a €2,5, ou Umberto Eco a €5. E com um pouco de sorte, têm Santiago de portas abertas, ou podem fechar os olhos quando soarem as badaladas de Santa Cruz e imaginar outros tempos. Sempre é melhor do que o last christmas em gregoriano.
1 comentário:
Gostei desse post. É um bom texto.
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