este blog é como um interruptor de egos: quando estás em baixo, anima-te; quando estás demasiado fortalecido, nivela-te
quarta-feira, setembro 29, 2010
terça-feira, setembro 28, 2010
É BONITO!
Reparar que há Instituições que ao notificarem os candidatos de um concurso, "tratam" os excluídos pelo nome completo e os admitidos só pelo 1.º e respectivo apelido. A familiaridade pelas pessoas que decerto não conhecem de lado nenhum está implícita e é, repito, muito bonito.
Desculpem a ironia.
domingo, setembro 26, 2010
Palavras para quê....!!!
"Uma questão de bom gosto. Este F.C. Porto é um guarda incorruptível do futebol elegante, refinado, seguidor das mais elementares regras de etiqueta. Junta poesia cuidada à ambição dos momentos de ataque, seja num drible, numa triangulação, num pontapé de primeira. Vence com sofisticação e, por isso, convence. O Olhanense que o diga.
É uma imagem trabalhada ao pormenor, à flor da relva. Não há um passe fora do sítio, deslocado, atrapalhado. Os adereços são harmoniosos, da baliza ao ataque. Mesmo Nicolás Otamendi, em estreia absoluta, percebeu bem a nova realidade que o rodeia."
É uma imagem trabalhada ao pormenor, à flor da relva. Não há um passe fora do sítio, deslocado, atrapalhado. Os adereços são harmoniosos, da baliza ao ataque. Mesmo Nicolás Otamendi, em estreia absoluta, percebeu bem a nova realidade que o rodeia."
quarta-feira, setembro 22, 2010
Afinal o Bernabeu ainda é útil para alguma coisa!!!!
«O jogo não foi bom, mas tendo em conta que jogámos num campo de batatas, com a equipa muito cansada e perante um adversário que não tinha nada a perder, fico satisfeito», disse o técnico português, após o encontro.
sábado, setembro 18, 2010
Privada
De regresso à escola, encontro H. Aluno do 12º ano, o típico inteligente-baldas-estou-me-nas-tintas-para-isto, incapaz de se calar durante as aulas, de chegar a horas, de estudar para um teste, de se lembrar sequer que tem um teste. Escolheu Humanidades por preguiça e não faz a menor ideia do que pretende estudar, ou ser, no futuro. Fora isso, é um rapaz extremamente agradável, educado e simpático, com quem se conversa bem de (quase) tudo. E digo-o sem problemas, até porque já estive quase a atirá-lo da janela ou a endireitar-lhe o nariz. Ora bem, cansado das poucas regras que a escola lhe impunha (algumas úteis, outras perfeitamente anedóticas), H. decidiu mudar. E foi para o Porto, onde se inscreveu num dos muitos e belos colégios privados da cidade (cujo nome calo para sempre, como o cronista d' O Nome da Rosa cala o nome do mosteiro onde tudo se passou). Hoje, H., vindo da sua escola privada, estava de visita à velha escola pública. Pergunto-lhe como é a nova escola. Responde-me que é muito diferente. E porquê? Porque tem mais gente. E, sobretudo, porque os professores já lhe garantiram que, no final do ano, lhes dariam as notas que irão facilitar a entrada na universidade. Assim, palavras dele. Verbo dar. O problema serão os exames, lembrei eu. Pois, concorda H., para os exames vou ter de estudar.
Agora percebo por que motivo os brasileiros chamam privada à casa-de-banho.
quinta-feira, setembro 16, 2010
quarta-feira, setembro 15, 2010
...isto é o verdadeiro Benfica...!!! ...e para ultrapassar esta fase (vamos lá ver por quanto tempo), por favor adeptos do Benfica, "não assistam aos jogos fora". É bem melhor :)
"Há muitos, muitos anos, quando a crise se media em escudos e ainda se jogava à bola na rua escavacando as Sanjo e os joelhos praticamente ao mesmo ritmo, uma bola de couro - eram de couro a sério na altura - era uma espécie de relíquia sagrada quase sempre assombrada por uma figura tenebrosa: o respectivo dono. Ora, o dono da bola, já o leitor deve imaginar, era sempre, inevitável e fatalmente, o miúdo com menos talento para jogar com ela e com a personalidade mais incapaz de a partilhar com os outros. Era um tosco entre artistas, o que tornava inevitável a frustração e justificava frequentes amuos e birras que terminavam invariavelmente numa espécie de ultimato: ou o deixavam ganhar ou acabava com o jogo levando a bola para casa. Ora, os tempos mudaram, as bolas deixaram de ser de couro e até as crises são medidas em euros, mas há coisas que estão na mesma: continua a haver um dono da bola a amuar e a fazer birras, ameaçando acabar com o jogo se não o deixarem ganhar."
Jorge Maia, Jornal "O Jogo"
domingo, setembro 12, 2010
Lugar 22
Na rua, junto ao Tejo, a brisa do fim do dia ia dissolvendo o calor que se sentiu durante a tarde. A cada sopro, os vestígios do sol e do ambiente abafado eram soprados para o passado. O rio vai chapinhando contra o paredão e uma gaivota pousou num pilar de betão, antes de descer e deixar-se ficar a boiar, sentindo o embalo das águas. Por cima, o teleférico passa, aparentemente vazio, e ao longe a linha curva da Ponte risca o leito do rio, com luzes pontuando o seu traçado. Várias pessoas caminham, a par ou a sós, por esse passeio agradável. Um rapaz está sentado a escrever, apoiado num degrau. Outro ouve música. Uma menina, de vestido colorido diz "quero ver o rio" e recusa-se a seguir o irmão (parece ser o irmão) que por fim a puxa, apesar da birra e da atracção irresistível da paisagem. "Ali à frente também podes ver o rio", respondeu-lhe e lá a persuadiu, mais pela força com que puxava do que pelo poder do seu argumento. Ali o rio era motivo de espanto, para quê procurar mais além? Há que concordar com a menina.
No Pavilhão, passado o aparato policial, bastante cordato e pouco invasivo, linhas de cadeiras vermelhas numeradas (pares à direita, ímpares à esquerda do corredor central) aguardam a chegada dos seus ocupantes. O palco tem já os instrumentos, um piano e um teclado, uma bateria ao centro, vários microfones, instrumentos de sopro à direita e uma cadeira. Será nessa cadeira que o guitarrista, um virtuoso, como lhe chamará o cantor, irá tocar e levar a assistência a agradecer com aplausos entusiasmados. Mas isso acontecerá depois. Por agora o palco está vazio, iluminado a verde, à esquerda, e a vermelho, à direita, com nuances amarelas entre as duas cores, lembrando a bandeira republicana. É ano de centenário, e até aqui se nota. Nos dois grandes monitores, dois corações entrelaçados formam a Estrela de David ou, melhor dizendo, a Estrela de Leonard.
Pelo terceiro ano consecutivo, Leonard Cohen veio a Portugal. O primeiro concerto, no Passeio Marítimo de Algés, teve o valor supremo de nos conceder a satisfação de uma ânsia que julgávamos impossível. O segundo concerto, já na sala protegida do Pavilhão, trouxe mais das velhas canções e foi, também nesse sentido, superior. O terceiro concerto, que em breve teria início, não ficaria atrás dos anteriores. Cohen canta do promontório dos seus sábios 75 anos e o que transmite é serenidade, poesia e inteligência viva. Faz-nos desejar envelhecer. Ou, primeiro, viver como Leonard viveu.
A menina do cais não está aqui presente. Mas está outra, à minha frente, de cabelo liso e fita cor-de-rosa, a perguntar aos pais se também ela poderá cantar. Mais tarde, ela irá deitar-se no colo do pai, uma imagem que soube a uma vaga nostalgia, com a música expondo e revelando os sentimentos e os sentidos.
A maioria do público tem outra idade, mas este é um concerto para todas as idades, desde que o coração bata dentro dos corpos, algures cá dentro - as harmonias e as palavras, percorrendo os labirintos e as entranhas, inevitavelmente o conseguirão tocar e dizer-lhe "estás vivo - também tu podes cantar, à tua maneira, com as tuas palavras e o teu ritmo."
A sala encheu-se, ouvem-se mais vozes, alguém fala inglês duas filas mais atrás, uma mulher solta uma gargalhada junto ao palco, o ar tem traços de perfumes e os breves relâmpagos das máquinas fotográficas vão anunciando a tempestade. Na fila aqui à frente, um casal de certa idade e bem instalado (na vida e nas cadeiras), vai conversando. A mulher veste laranja e tem um fio de ouro ao pescoço. O perfume que sinto é dela. O marido tem uma camisa banca e sapatos que só alguém com muito dinheiro teria o descaramento de usar - de uma cor clara e indefinida, com padrão de quadradinhos.
Apagam-se as luzes. O resto não se descreve. Durante três horas de música sublime, o mundo é diferente, é mais céu do que inferno. E as palavras são mais orações do que blasfémias. Leonard, como um mestre, um velho professor, um avô (talvez como um avô), faz-nos acreditar no divino. E as vozes das irmãs Webb, nos coros ou como primeira voz, soam como no paraíso devem soar os cânticos dos anjos, que afinal têm sexo e são anjas. O mesmo vale para Sharon Robinson, embora a sua voz tenha, além da suavidade das companheiras do coro, a força de trombetas, derrubando muros em redor dos nossos sentidos. E os músicos? Ah, os músicos. Seria preciso escutá-los.
Os aplausos, longos, em pé, começaram com a entrada de Cohen no palco e foram-se sucedendo ao longo do concerto, acabando o público por ver e ouvir as últimas canções sem se sentar. Uma reverência que se justificou plenamente, e se repetiu como um ritual - já fôra assim no ano anterior. Quando Cohen cantou I'm Your Man, uma mulher gritou "Yes you are, Mr Cohen, yes you are" e em seu redor as pessoas riram-se, pelas suas palavras e pela forma como a música a invadia. Parecia em êxtase, uma Santa Teresa envelhecida, mas feliz.
Quando a música por fim deixou de se ouvir (três horas, três encore), quando o homem nascido com o dom da voz de ouro saiu de palco, voltou a realidade. As cadeiras esvaziaram-se. No chão, papéis e lixo eram os últimos vestígios materiais da multidão ali anteriomente reunida. Na rua, começavam as filas de trânsito, numa noite que não parecia ter luar. Ao longe, do lado contrário ao da multidão, o rio continuava a chapinhar no paredão e o apelo repetitivo das suas águas soou forte na melancolia inevitável desta descida à terra. Mas, enfim, são estas imperfeições que dão brilho aos momentos únicos que a vida vai tendo: aquelas três horas foram perfeitas, como tinham sido já no ano passado e há dois anos. Como diz o sábio de 75 anos, "there is a crack in everything, that's how the light gets in":
Reportagens da Blitz; e do D. Digital;
sábado, setembro 11, 2010
quinta-feira, setembro 09, 2010
Concertos - Lloyd Cole
Lloyd Cole, concertos no Porto (14 de Outubro, Cubata da Música), Guimarães (15 de Outubro - Centro de Artes e Espectáculos de S. Mamede), Estarreja (16 de Outubro - Cine Teatro) e Coimbra (19 de Outubro, no TAGV). Preços a partir dos €18 (Estarreja é o mais barato, a cubata é mais cara, para variar).
(Lloyd Cole cantando Leonard Cohen)
quarta-feira, setembro 08, 2010
domingo, setembro 05, 2010
Wuthering Heights
(Merle Oberon)
"'And I pray one prayer--I repeat it till my tongue stiffens--Catherine Earnshaw, may you not rest as long as I am living; you said I killed you--haunt me, then! The murdered DO haunt their murderers, I believe. I know that ghosts HAVE wandered on earth. Be with me always--take any form--drive me mad! only DO not leave me in this abyss, where I cannot find you! Oh, God! it is unutterable! I CANNOT live without my life! I CANNOT live without my soul!'"
(Emily Bronte, Wuthering Heights, Ch. 16)
sábado, setembro 04, 2010
A justiça portuguesa não é um totoloto, como diz o inventor da teoria da decapitação socialista. O totoloto é um jogo de sorte, a justiça não depende de sorte. É um divisor de castas: a cada casta corresponde uma pena ou uma absolvição. Quanto mais baixa a casta, maior a pena. E vice-versa. E as castas mais altas são como fantasmas, os seus nomes não são murmurados sequer, e os seus espectros adivinham-se nos silêncios e nas tímidas insinuações dos ainda que vão falando.
Que selecção mediana. Até uma maçã podre esteve em campo (curiosamente, desde a mudança de rótulo, passou de não seleccionável a seleccionável. Quem fez a convocatória Lá terá as suas razões...)
quarta-feira, setembro 01, 2010
E (mais) uma vantagem para quem quiser emigrar para Macau
Parece que vai continuar a escrever-se português correcto por lá.
ESPARGUETE COM AMÊIJOAS À BULHÃO PATO
Para mim amêijoas é à Bulhão Pato. Não há modo de as confeccionar que mais me agrade. Esta é uma versão para jantar. Basta acrescentar esparguete cozido al dente.
O QUE USEI:
-amêijoas
-manteiga
-azeite
-vinho branco
-sal
-pimenta
-coentros
-esparguete
COMO PROCEDI:
Num tacho coloquei um fio de azeite e as amêijoas. Deixei cozinhar dois minutos e juntei o vinho e os têmperos. Cozinhou cerca de cinco minutos. juntei o esparguete e os coentros bem picadinhos. Estou com vontade de repetir. Desta vez com berbigão.
O QUE USEI:
-amêijoas
-manteiga
-azeite
-vinho branco
-sal
-pimenta
-coentros
-esparguete
COMO PROCEDI:
Num tacho coloquei um fio de azeite e as amêijoas. Deixei cozinhar dois minutos e juntei o vinho e os têmperos. Cozinhou cerca de cinco minutos. juntei o esparguete e os coentros bem picadinhos. Estou com vontade de repetir. Desta vez com berbigão.
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esparguete
Um motivo para se lamentar o facto de se ser português
No início do século XXI.
Até há aproximadamente dez anos atrás em Portugal e ainda hoje em dia por todo esse mundo que existe para lá da nossa fronteira, milhões de pessoas sentiam ou sentem orgulho, veneração e respeito pelo pensamento e pelo singular contributo para a Cultura Ocidental de um homem chamado Sócrates. Ouvem esse nome e o filósofo grego surge no seu pensamento. Gente feliz.
*
E nós, quanto tempo terá de passar para apagar da memória a outra criatura? Presumo que o nome permanecerá maldito por muito tempo.
A olhar o país com duas palas nos olhos
E eu pergunto, nesse mesmo país de cultura anglo-saxónica, as diatribes conhecidas (para não falar das mentiras descaradas) para onde levariam o fantástico "engenheiro" sócrates?
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