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sábado, setembro 18, 2010

Privada

De regresso à escola, encontro H. Aluno do 12º ano, o típico inteligente-baldas-estou-me-nas-tintas-para-isto, incapaz de se calar durante as aulas, de chegar a horas, de estudar para um teste, de se lembrar sequer que tem um teste. Escolheu Humanidades por preguiça e não faz a menor ideia do que pretende estudar, ou ser, no futuro. Fora isso, é um rapaz extremamente agradável, educado e simpático, com quem se conversa bem de (quase) tudo. E digo-o sem problemas, até porque já estive quase a atirá-lo da janela ou a endireitar-lhe o nariz. Ora bem, cansado das poucas regras que a escola lhe impunha (algumas úteis, outras perfeitamente anedóticas), H. decidiu mudar. E foi para o Porto, onde se inscreveu num dos muitos e belos colégios privados da cidade (cujo nome calo para sempre, como o cronista d' O Nome da Rosa cala o nome do mosteiro onde tudo se passou). Hoje, H., vindo da sua escola privada, estava de visita à velha escola pública. Pergunto-lhe como é a nova escola. Responde-me que é muito diferente. E porquê? Porque tem mais gente. E, sobretudo, porque os professores já lhe garantiram que, no final do ano, lhes dariam as notas que irão facilitar a entrada na universidade. Assim, palavras dele. Verbo dar. O problema serão os exames, lembrei eu. Pois, concorda H., para os exames vou ter de estudar.

Agora percebo por que motivo os brasileiros chamam privada à casa-de-banho.

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