Um texto interessante de J. Pacheco Pereira (na íntegra aqui):
"O país divide-se assim entre funcionários públicos, vivendo do erário público, acima das suas posses, e fazendo tudo para ter feriados e não trabalhar (os "preguiçosos"), cultivando um egoísmo social assente em pretensos "direitos adquiridos" ("autocentrados"); e jovens yuppies, dinâmicos e empreendedores, com uma "cultura empresarial", capazes de correrem riscos ("competitivos"), sem cuidarem de terem "direitos" para subirem "por mérito" na escala social ("descomplexados"). Nem uns nem outros existem na vida real, nem sequer como caricaturas, que é o que isto é, mas isso pouco importa.
A História está cheia destes dualismos, velhos como o tempo, mas típicos da linguagem abastardada do poder dos nossos dias. É um esquema assente numa mistura de demonização e dewishful thinking, que circula assente num moralismo social, também típico dos dias que passam."
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