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quarta-feira, dezembro 31, 2008

Dylan's secret

Barbara Allen






Twas in the merry month of May
When green buds all were swelling,
Sweet William on his death bed lay
For love of Barbara Allen.

He sent his servant to the town
To the place where she was dwelling,
Saying you must come, to my master dear
If your name be Barbara Allen.

So slowly, slowly she got up
And slowly she drew nigh him,
And the only words to him did say
Young man I think you're dying.

He turned his face unto the wall
And death was in him welling,
Good-bye, good-bye, to my friends all
Be good to Barbara Allen.

When he was dead and laid in grave
She heard the death bells knelling
And every stroke to her did say
Hard hearted Barbara Allen.

Oh mother, oh mother go dig my grave
Make it both long and narrow,
Sweet William died of love for me
And I will die of sorrow.

And father, oh father, go dig my grave
Make it both long and narrow,
Sweet William died on yesterday
And I will die tomorrow.

Barbara Allen was buried in the old churchyard
Sweet William was buried beside her,
Out of sweet William's heart, there grew a rose
Out of Barbara Allen's a briar.

They grew and grew in the old churchyard
Till they could grow no higher
At the end they formed, a true lover's knot
And the rose grew round the briar.

canção popular, provavelmente de origem escocesa ou irlandesa, referenciada desde o século XVII.


Existem várias versões, aqui compiladas:

terça-feira, dezembro 30, 2008

domingo, dezembro 28, 2008

Os hinos dos grandes (Benfica, Sporting, Académica, Belenenses e Porto), no maisfutebol.
*
E em primeiro lugar está Luís Piçarra (adoro a parte das papoilas saltitantes):

 Luis Piçarra - Hino do Benfica

Em algumas coisas estamos ao nível da Espanha (ou "melhor")

"Yo no sé durante cuánto más tiempo tendrá sentido que escribamos artículos los que los hacemos, pero me temo que es un género al que le queda poca vida. Tal vez desaparezca sólo a la vez que los periódicos, al menos los de papel impreso, pero también es posible que le llegue antes su hora, dado el número creciente de lectores que no sabe entenderlos o -lo que es aún más deprimente- no está dispuesto a entenderlos, no le da la gana de hacerlo. Entre los que no saben se cuentan cada vez más jóvenes, como ponen de manifiesto los informes PISA y demás encuestas sobre la enseñanza, según las cuales va siempre en aumento la proporción de estudiantes incapaces de comprender un texto breve, no digamos de resumirlo. Y es de suponer que, cuando dejen atrás sus estudios y ni siquiera tengan que ejercitarse ni examinarse, los comprendan aún menos, por lo que la población adulta futura será analfabeta en la práctica: sabrá leer palabras sueltas, pero no las entenderá combinadas, y sobre todo no entenderá los conceptos, los razonamientos ni las argumentaciones, ni podrá detectar una contradicción ni una incongruencia. Habrá excepciones, claro está, y serán ellas las que manejen el cotarro, porque en contra de lo que muchos jóvenes y pedagogos creen -que no sirve de nada aprender lo que no va a utilizarse profesionalmente-, quienes tengan una cabeza estructurada seguirán siendo los sobresalientes del mundo. El que sepa latín -”una pérdida de tiempo”- y matemáticas -algo “casi innecesario”, con las máquinas calculadoras- sacará una ventaja insalvable a sus especializados contemporáneos."

sábado, dezembro 27, 2008

*Baseado em factos verídicos

Sem saber como lá fui parar, a verdade é que dei por mim numa loja de artesanato, algures na Galiza. Pelo menos julgo que é a Galiza. A vendedora fala castelhano, mas mesmo assim pressinto que estou na Galiza. Pergunto por um qualquer objecto. O vendedor (que aconteceu à vendedora?) diz-me que não tem, que já teve, mas que agora deixou de receber. Creio que se trata de réplicas de estatuetas pré-históricas, como aquela gordinha de Willendorf. Mas também poderia ser uma escultura medieval, a memória ficou algo turva. Tiro um cartão do bolso, na minha boa vontade de tentar ser útil. Entrego-o ao vendedor. Falo um castelhano péssimo, mas faço-me entender. O cartão tem o contacto de um fabricante de estatuetas, português, que recomendo ao vendedor.

O homem olha-me e agradece, mas que tem receio de contactar com ele. "Porquê?", pergunto eu. "Não sabe que este homem agora vive com um taxista?", e mostra-me uma fotografia do artista (que eu reconheço, embora não me lembre de alguma vez o ter visto) de camisa amarela, ao lado de um outro homem, de camisa florida, azul-bebé, encostado a um carro, que seria o dito taxi. O absurdo da situação escapou-me, na altura, e aceito o argumento do vendedor com naturalidade, não sei bem porquê.

Tento ajudá-lo a contornar a sua dificuldade, perguntando se não teria na loja alguém em quem confiasse, que pudesse estabelecer o contacto por ele. Passa a vendedora que vira inicialmente e o vendedor aponta para ela. Mas não parece muito convencido. Será que não confia nela? Mas que confiança especial é necessária para fazer (provavelmente por telefone) uma simples encomenda? Estas dúvidas, porém, ponho-as agora, em que tudo me parece absurdo, não na altura.

O silêncio é cortado por uma música que surge do nada e invade a loja, crescendo. Abba?!




Sábado de manhã. Os Abba cantam a partir do telemóvel pousado na minha mesa-de-cabeceira. Onde estava eu com a cabeça para pôr semelhante toque? E o relógio a dizer "é tão cedo" na sua linguagem de algarismos.

Olho para o visor: Cátia. A minha prima. Mas que me quer ela a esta hora?

"Estou?"

Eu sou mais directa, e com uma voz ensonada e muito irritada, limito-me a "Diz!"

"Acordei-te?"

Só me faltava esta. Claro que acordaste... "Diz!!", agora num tom mais duro.

"Podes ir ter ao meu carro? Tocou aqui uma senhora a dizer que o marido me bateu no carro. Eu bem sentia que ele não tinha ficado ali bem."

"Ali" era o fim de uma curva, onde sempre ficaram carros estacionados sem qualquer problema. Mas a minha prima, desde o momento em que puxou o travão de mão e trancou o carro que o sentiu mal estacionado. E, pelos vistos, tinha razão.

"Já lá vou ter."

Visto-me à pressa, prendo o cabelo, calço umas sapatilhas e saio a correr. Junto ao carro da minha prima está outro carro, quatro piscas ligados, duas crianças no interior e um casal cá fora. Deviam ter cinquenta anos, ou pelo menos vestiam-se como tal. Ou foram pais muito tarde ou os putos são emprestados (na melhor das hipóteses), porque são ainda pré-adolescentes.

Da minha prima nem sinal.

"A menina é a dona do carro?"

"Não, sou a prima da dona."

A mulher olha para mim com ar irritado. Isto de facto soou um pouco mal.

"Sou mesmo a prima da dona, ela ligou-me para vir também, deve estar aí a chegar."

Olho para trás, mas nem sinal da minha prima. O rosto da senhora amenizou-se, mas mantinha um ar de preocupação. O marido olhava para a amolgadela que tinha no carro dele, depois olhava para o carro da minha prima, intacto, e voltava para a amolgadela. Não consegui perceber se ele estava aliviado ou irritado, porque o seu rosto tinha a expressividade de um actor de novela portuguesa.

"Olhe, a culpa é toda minha", começou a contar a mulher, agitando muito as mãos enquanto falava. "É minha porque vinha a conversar com o meu marido, a dizer-lhe para ele ter cuidado, ainda há pouco ouvimos na rádio falar de um acidente e eu vinha a dizer-lhe 'vai com atenção', porque hoje em dia todo o cuidado é pouco e é preciso mil olhos e mesmo assim as coisas acontecem..."

Começo a compreender a causa do acidente. Com tanto palavreado até eu começo a perder o norte.

"... e ele até nem tem o hábito de acelerar, é muito cuidadoso, mas é distraído, e já não é a primeira nem a segunda vez que apanhamos um susto. Claro que às vezes são os outros, anda por aí muita gente que não devia ter carta, são uns criminosos, mas a esses a polícia não vê, mas a nós ser for preciso mandam logo parar e vasculham tudo na caça da multa."

Interrompo-a. "Vem lá a minha prima." E, de facto, lá vinha. Mas não parecia vir de casa, parecia que passara ainda pelo cabeleireiro e pela esteticista. Não admira que tivesse demorado esta eternidade. É que a minha prima é do género de rapariga que põe baton e perfume antes de fazer um telefonema. Bom, eu cá costumo tirar os óculos, mas já é um reflexo condicionado...

Com a chegada da minha prima, a senhora (após as necessárias saudações) recomeça o seu conto, por outras palavras, mas que me dispenso de transcrever aqui na íntegra, preferindo ir directamente ao assunto (as reticências representam longas divagações sobre o tema colocado entre parêntesis):

"Quando o meu marido vinha a fazer a curva ... (velocidade) eu vi o carro estacionado (estacionamentos e multas; "não leve a mal, menina, que o seu está bem estacionado, e blá blá blá) e gritei "cuidado" ... (histórico de todas as situações anteriores em que o grito de cuidado foi fundamental para a salvação de inúmeras vidas) e o meu marido assustou-se ... (aqui a senhora, não sei bem por que caminhos, chegou à história de uma vizinha que caíra das escadas) e deu uma guinada para se desviar, mas pensou que eu tinha visto um carro a vir em sentido contrário ... (o sol da manhã e o uso de óculos escuros; o preço das consultas de oftalmologia; as listas de espera) e em vez de se desviar para o meio da estrada, desviou-se para a berma e bateu no seu carro, menina."

Terminado o longo relato, fomos ver os estragos. De acordo, os senhores foram honestos e sérios. Poderiam muito bem ter ido embora sem dizer nada, como a maioria faz. Mas a verdade é que, neste caso, realmente poderiam ter ido embora, porque os danos no carro da minha prima só podiam ser detectados com recurso a lupa. Tenho a sensação que ela nunca daria conta que aqueles riscos (ténues como algumas gravuras de Foz-Coa) ali estavam.

O senhor sugeriu o preenchimento dos papéis amigáveis. A minha prima, no entanto, teve o bom senso de sugerir que não valia a pena o trabalho. Os estragos no seu carro eram mínimos, por isso não valia a pena envolver as seguradoras no caso. "Cada um trata do seu", rematou.

Quando pensei que tudo estaria resolvido, eis que toca o telemóvel do senhor. Este, como não podia atender, passa-o à mulher "é a tua irmã" e volta a olhar, comovido, para os ferimentos do carro. As duas crianças dão sinal de vida e decidem sair para ver os estragos. A conversa da senhora ao telemóvel arrisca-se a acordar a vizinhança. Naquele tom, poderia falar directamente com a pessoa, sem recurso a máquinas. Olho em volta e deparo-me com o vizinho do terceiro esquerdo a espreitar da janela e a vizinha do segundo direito do prédio da minha prima a olhar debruçada no gradeamento da varanda, acabada de acordar. E, no prédio em frente (ou seja, no meu), o palerma do engenheiro a olhar para a vizinha do segundo direito, logo ele que é tão metediço e se costuma envolver nestas questões públicas. Hoje, que até dava jeito que viesse até cá, fica pasmado a olhar para os ombros nus e o colo de bronze da sedutora Julieta.

“Ai, a sério? Morreu? Mas como?” – ouço a mulher dizer ao telemóvel, antes de se virar para o marido e “o Ernesto morreu.”
“Qual Ernesto?” O homem continuava de olhar preso nas amolgadelas.
“O meu primo, o filho da minha tia Ermelinda.”
“Ah, está bem.”
Pausa. Olho para a minha prima. A minha prima olha para mim. As crianças olham para a mulher, a mulher para o marido, o marido para o carro. Finalmente, o marido liberta-se do transe e pergunta “e morreu como? Estava doente?”
“Não. Matou-se, vê lá tu.”
“Matou-se?”
“Sim, foi para o meio do monte e matou-se, enforcou-se numa oliveira ou lá o que é.”
“Olha que chatice.”
Continuo a olhar para a minha prima e ela para mim. Isto não está a acontecer. Definitivamente, não está a acontecer. Estava eu tão bem a dormir.
A mulher termina a conversa ao telemóvel, desliga-o, devolve-o ao marido e vira-se para as crianças.
“Já viram que desgraça, meninos? Foi o acidente, agora esta notícia da morte do primo Ernesto. E nós que saímos de casa descansados, para ir ver a avó ao cemitério.
“Bom, esperavam mais uns dias e viam também o Ernesto”, pensei eu. Mas não disse.

domingo, dezembro 14, 2008

senilidade em acção II

As faltas dos deputados são uma trivialidade, segundo mário soares. Presume-se que as dos restantes portugueses não o sejam. A afirmação não deixa de ter um fundo de verdade. É que, tendo em conta a sua (in)utilidade, pouco importa se os deputados estão ou não a cumprir o seu horário de trabalho. A grande maioria deles poderia, sem grande prejuízo (e, creio, até com alguns benefícios) ser substituída por macacos amestrados, que se levantariam para a votação a um sinal do tratador e guinchariam em jeito de protesto a outro sinal do tratador. Poupava-se nos salários e nas ajudas de custo e a população não ia perder representatividade. Podíamos, até, em nome da tradição, adestrar uns quantos símios para assinarem de cruz o livro de presenças e saírem para a sua outra ocupação: consultor de uma empresa de construção civil ou de um banco, redactor da readers digest, membro de claque, laureado com nobel da literatura, secretário de estado da educação, samuel etoo ou, com fato adequado e diploma domingueiro, primeiro-ministro de Portugal (espera, esse galho já está ocupado...).
O que não deixa de ser curioso nas palavras de soares é o facto de o velho dinossauro defender a necessidade de uma pedagogia que explique aos Portugueses a importância do parlamento. Creio que isso diz tudo.
A senilidade em acção.

Notícia que a RTP não passou

Do Correio da Manhã: "A cena mostra até que ponto chegaram as relações entre a Comunicação Social e o Governo socialista. A ministra da Saúde, Ana Jorge, foi ao Centro Nacional de Cultura apresentar o plano de combate à sida nas escolas.
Como tem sido hábito neste Governo, o acontecimento tinha a pompa e a circunstância do costume. Acabada a cerimónia, com os inevitáveis discursos da praxe, Ana Jorge pôs-se à disposição dos jornalistas para responder a mais algumas questões sobre aquela matéria. Acontece que Ana Jorge não estava sozinha. Estava acompanhada de Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação, que, como se sabe, tem andado na berlinda devido à guerra com os professores.
O jornalista da RTP aproveitou a ocasião e tentou naturalmente fazer uma pergunta a Maria de Lurdes Rodrigues sobre o assunto. Foi então que Ana Jorge saltou indignada com o comportamento do jornalista: 'O quê? O senhor não sabe o que está combinado? Que hoje só se pode fazer perguntas sobre esta cerimónia e sobre o plano de combate à sida nas escolas? Ainda por cima é a RTP, a televisão pública, a fazer uma coisa destas. E, depois, logo à noite, não sai a reportagem.' Assim vão a informação e o poder neste País."

Investigação: os eleitores que consideram sócrates um homem deslumbrante I
















versões para a fã número 1



Constatações

Caso Mr Cash voltasse à Terra e este concerto fosse no Portugal de 2008, não teria na assistência um único português de colarinho branco.

John Lennon - Working Class Hero

No, no iba a haber goleada. Mientras Raúl siga de pie

El día que se vaya, quien presida la Comunidad de Madrid deberá declarar una semana de Fiesta Oficial en su honor y homenaje. Lo que hizo ayer Raúl en el Camp Nou al frente de un Madrid diezmado lo merecería. Estuvo enorme, espectacular, generosísimo, acertado en casi todas las acciones de enganche que le reservaba el partido: fue un grandísimo líder. Si le cae a él la pelota que le cayó a Drenthe en la primera parte se arma, se lo digo yo. (...)
No, no iba a haber goleada. Mientras Raúl siga de pie, el Madrid perderá o ganará. Incluso empatará. Pero jamás de los jamases caerá destrozado y menos contra el Barça.
En casta, vergüenza torera y respeto al club y a sus aficionados, el Madrid es indestructible Raúl mediante. En nombre de todos ellos, que seguro me dejan representarles en estas líneas, gracias por todo capitán. Perdiste un partido, está por ver si una Liga (y si se pierde, con 31 en el armario de urgencias ni una), pero te diste el gustazo de dirigir a un equipo que puso de los nervios al rival durante 83 minutos y cayó porque Puyol le ganó un salto a Ramos ... Perdió el Madrid porque no tenía futbolistas para más, sobre todo arriba. Con sólo Robben no hubiera perdido, seguramente. Pasó lo lógico, pero el Madrid está volviendo y queda un mundo.
(Tomás Guash, AS)